Insônia escrita por Babydoll


Capítulo 15
Prioridade


Notas iniciais do capítulo

Chegueeeei!!!

Deixa eu contar pra vocês, to me sentindo hoje haha vim pra um hotel sozinha e passei o dia escrevendo. Gente, foi maravilhoso kkk Escrevi uns três capítulos até agora. Desculpem a demora para atualizar também, eu me empolguei hihih, mas terão os frutos disso em algumas semanas.

Quem tava com saudades de uma agitação por aqui??? Eu estava kkk

Boa leitura, e aproveitem ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/800798/chapter/15

Adrien estava na escola. Sentado ao lado de Nino, tomando seu suco preferido no intervalo, enquanto observava Marinette conversando animadamente com suas amigas.

Desde que havia aceito seus sentimentos por ela, tentou se manter distante na última semana enquanto era Adrien. Não queria bagunçar a cabeça dela ainda mais.

Mas também, ainda não sabia o que fazer com sua nova descoberta. 

E ainda tinha Ladybug. Aceitou que estava apaixonado por Marinette, mas sentia que ainda amava a joaninha.

Não encontrou a parceira desde a última vez que fizeram uma patrulha juntos, três dias atrás, mas não teve coragem de contar nada a ela no dia.

As coisas com Marinette, enquanto ele era Chat Noir, continuaram as mesmas. Como se aquela “briga” que tiveram e o beijo, nunca tivessem acontecido, como ela disse que faria. Mas pôde notar que ela ficou mais corada em alguns momentos em que esteve com ele naquela semana.

Mari também não teve mais nenhum pesadelo desde o dia em questão. A mera lembrança dela contando aquele sonho horrível, que a fez desejar por uma morte, o causava arrepios. Quem a via na escola, toda feliz, rindo e conversando com suas amigas, como estava fazendo agora, jamais imaginaria o horror que ela passou durante algumas noites. 

Apesar de ser somente um sonho (e só Deus sabe o quanto Adrien é grato por isso), ele sabia que não devia tratar do assunto levianamente. Por isso levava seu papel de herói a sério com ela. 

O sonho podia não ser real. Chat Blanc não era real. Mas o medo de Marinette era. E para ele, era isso que importava.

Tudo entre os dois estava bem naquela semana. Mesmo tendo aceitado que estava apaixonado, não disse nada ou tentou fazer nada com Mari durante esses dias.

Aconteceu apenas o “incidente” de ontem, como Adrien gostou de rotular. Que resumiu em ele acordar e perceber que estava dormindo de conchinha com Marinette. 

“DE CONCHINHA!” - Ele repetiu mentalmente.

Apesar de ter ficado um pouco assustado quando despertou e viu o pequeno corpo dela sendo embrulhado pelo seu, também gostou muito daquela sensação. 

O calor das costas dela invadindo seu peito, as pernas dos dois enroscadas e a respiração leve dela batendo em seu braço… Foi uma sensação maravilhosa, Adrien teve que admitir. Uma sensação que ele logo teve que encerrar, quando a viu murmurar algo, quase despertando. 

Ele rapidamente se afastou dela, sentindo o corpo terrivelmente mais frio depois disso, se transformou e foi embora.

Suspirou frustrado, olhando para ela de longe, enquanto ainda podia se preencher de lembranças do corpo dela aquecendo o seu. O suspiro não passou despercebido pelo seu melhor amigo, que estava sentado ao seu lado.

— Que foi cara? Você tá mais calado que o normal hoje… - Nino perguntou.

— Não é nada não, eu só tinha um jantar marcado com meu pai ontem, mas ele teve de cancelar. - Respondeu para o amigo, o que não era mentira. 

Adrien realmente tinha um jantar marcado com seu pai na noite passada, que foi logo cancelado, e tudo o que Nathalie disse foi que seu pai teve uma reunião urgente. Mas a mentira era de que ainda estava incomodado com isso. Antigamente ele até ficaria, mas desde que começou a se encontrar a noite com Marinette, Adrien nunca mais teve uma noite fria e solitária naquela casa enorme, e ele a agradecia internamente por isso. Por isso, após o cancelamento de seu pai, Adrien até se surpreendeu quando ficou aliviado, pois assim, podia ir mais cedo encontrar com sua princesa.

“Bom, minha ela ainda não é… “ Ele balançou a cabeça, tentando controlar sua mente.

Não podia ter pensamentos como esse, não enquanto ainda não fosse sincero com Ladybug, e também não antes de confessar seus sentimentos para Marinette.

Após as aulas, o dia correu tranquilo. Adrien teve sua aula de chinês, e usou mais um período da tarde para colocar as tarefas da escola em dia.

A noite caía, e estava tudo certo para finalmente ir se encontrar com Marinette. Se transformou em Chat Noir e já estava a caminho da casa dela, quando seu alerta de akuma soou em seu bastão.

“Droga, justo agora?” - Ele pensou e logo ficou um pouco assombrado. Há algumas semanas atrás, isso seria motivo de comemoração, pois sabia que veria sua Lady. E agora, seu coração já havia mudado.

A paixão é uma coisa muito estranha.

Não que ele não estivesse feliz, amava ser o herói de Paris, mas ficou triste em saber que deixaria Marinette o esperando.

“Desculpa princesa, prometo não demorar”

E seguiu em direção aonde o alerta indicava que o akumatizado estava.

Chegou na praça Jacques Rueff e sabia que era o local correto, pois havia muitas pessoas assustadas no local, na verdade, achou estranho o fato de ter muitas mulheres. Analisou e parecia não ter nenhuma ferida.

— Saiam todos com calma! Eu e Ladybug assumimos daqui! - Ele tentou tranquilizar as cidadãs.

— Chat Noir! Por favor! Salve meu marido! - Uma moça em prantos se aproximou dele, agarrando seus braços em súplica.

— Claro senhora! Pode deixar comigo! - Ele respondeu, mas ainda não fazia ideia de quem era o akumatizado, ou o que ele podia fazer.

Assim que viu a praça mais vazia, começou a correr procurando pelo vilão ou por Ladybug. Mas não foi preciso correr muito, pois logo viu sua parceira sendo arremessada por alguém, e correu a tempo de pegá-la antes que caísse, levando os dois ao chão.

— Ah M’lady, eu sei que tem uma quedinha por mim, mas tente não deixar tão evidente. - Ele brincou, mas sentiu algo estranho quando fez isso. Como se… não fosse certo.

—  Como sempre, com uma gracinha na ponta da língua. - Ladybug retrucou enquanto levantava.

— Ah que fofo! O seu par finalmente veio ao seu encontro! - Chat viu a figura de aproximar dos dois. Era uma mulher, sua pele era vermelha, longos cabelos pretos. A roupa dela era um vestido vermelho com preto, com vários corações partidos ao longo dele., e uma pistola na mão,

Mas o pior era o exército de homens que a acompanhava. Todos com máscaras vermelhas no rosto

— Acho que entendi agora o porquê de ter visto muitas mulheres saindo daqui. - Chat comentou.

— Chat! Fique atrás de mim! - Ladybug o puxou para trás de si, ficando em posição de ataque logo em seguida, enquanto o protegia com o próprio corpo. - Ela só pode hipnotizar homens, então nada vai acontecer comigo, mas preciso que você fique seguro dos ataques dela.

— Que lindo! Protegendo o seu querido é? Acha que o amor dele por você é confiável? Cedo ou tarde ele também vai te trair! Todos eles traem! É só uma questão de tempo! - A akumatizada gritou, e aquilo foi como um soco no estômago. Chat sentiu como se ela pudesse ver seu coração. Ela usou a pistola para atirar raios contra os dois, Ladybug os interceptava com seu ioiô. - Homens! Peguem ela! 

Os homens hipnotizados avançaram na direção dos dois, devia ter uns vinte deles.

— Se segura M’lady! - Chat agarrou a cintura da parceira, estendendo seu bastão e os tirando dali.

— A Revenge vai achar vocês! - Ouviu a akumatizada berrar enquanto se afastavam.

— Revenge? O que essa mulher está querendo? - Chat disse assim que aterrissaram em um telhado.

—  Eu não sei ainda, quando eu a encontrei, tudo o que ela disse é que era a “Revenge”, e queria vingança contra todos os homens, pois eles eram mentirosos e traidores. - Ladybug o informou, enquanto ia para a beirada do prédio, tentando visualizar a praça lá embaixo, onde os homens hipnotizados pareciam procurar pelos dois. - Temos que dar um jeito nesses ajudantes dela primeiro. Chat, preciso que… Chat? - Ela se assustou ao virar-se para o parceiro e encontrá-lo cabisbaixo. - Chat, tudo bem, eu não vou deixar ela te hipnotizar também…

— Não é isso! - Ele interrompeu, se sentindo o pior homem da face da terra. - Eu, só não acredito que estou concordando com uma vilã. - Ele deu um sorriso sem humor. Rindo da própria desgraça.

— O que quer dizer com isso Chat? Não temos tempo…

— Eu traí você Ladybug! - Ele confessou, sem coragem de olhá-la nos olhos.

— O que?… - Ela ia questioná-lo, mas então se lembrou do beijo que deram há alguns dias atrás. Bom, “deles” Marinette e Chat Noir. “Ele só pode estar falando disso!”, mas não podia dizer nada, já que ela, Ladybug, não sabia de nada. Apenas esperou Chat continuar.

— Você disse para avisá-la caso Marinette fizesse algo comigo, e ela fez.

A garota ficou confusa, afinal, o que raios ela mesma poderia ter feito? Ele que havia beijado ela!

— E o que ela fez? - Perguntou desconfiada, cruzando os braços.

— Fez eu me apaixonar por ela. - Chat revelou a olhando, e ela sentiu que o chão havia desabado sobre seus pés.

— E-está apaixonado pela Marinette? - Ela perguntou, ainda pasma. — Mas eu achei que você amasse a Lad… Me amasse! - Ela estava muito confusa. “Isso não pode estar acontecendo!”

— Eu amo! Quero dizer, achei que ainda amasse, mas minha cabeça está confusa! - Balançou a cabeça, fechando os olhos e passou as mãos pelo rosto. Ele tentou responder da forma mais sincera que podia. Sentia o nó se formar em sua garganta. - Eu sinto muito M’la… Ladybug. - Ele deu outro suspiro, jogando os braços ao redor do corpo.

Ela ficou de costas para ele. Ainda tentando processar o fato de que teria que rejeitá-lo, de novo! 

“Mas ele sabe que eu, como Marinette, amo outro.”

Sim, ela havia retribuído o beijo aquele dia, mas consertou as coisas no dia seguinte, e achou que estava tudo resolvido.

— M’lady, por favor, diga alguma coisa… - Chat implorou. O silêncio dela estava insuportável.

“Mas o que eu posso dizer?” Ela sentia a respiração acelerar.

— Precisamos deter a Revenge, depois falamos sobre isso, Chat. - Ela falou, ainda sem olhá-lo, lançando seu ioiô em um prédio qualquer. Só precisava sair dali.

Chat se viu sozinho no telhado, tentando se recompor. Ladybug estava certa, como sempre. Não era hora de resolver seus conflitos internos, mesmo que agora, sentisse que pudesse explodir com tantas emoções negativas o invadindo.

“Eu devo ter estragado toda minha relação com a Ladybug agora”. Pois mesmo que ela ainda não o correspondesse, como ela poderia confiar em alguém que dizia amá-la e que depois a trocou por outra?

Chat esperou sua mente se acalmar antes de descer do prédio. Precisava se manter focado para ser útil nessa luta.

Chegou ao chão e encontrou Ladybug com dificuldades, tentando se desvencilhar dos homens e atacar a Revenge ao mesmo tempo. Se posicionou ao lado dela, desviando de alguns hipnotizados.

— Problemas no relacionamento Ladybug e Chat Noir? - Revenge zombou. - Posso ajudar você assim como fiz com as outras mulheres, Ladybug. Posso livrá-la do fardo que é ter que confiar em um homem!

Ladybug percebeu que os comentários dela estavam afetando Chat Noir mais do que deveriam. Logo ela conseguiria uma brecha em sua defesa para hipnotizá-lo, e não podia permitir isso.

— Está enganada Revenge! - Ela se posicionou na frente dele. - Chat Noir é meu parceiro e eu SEMPRE vou confiar nele! Não pode culpar todos os homens do mundo por causa de um que partiu seu coração! - Após o comentário, viu a raiva crescer nos olhos da akumatizada. E sentiu que havia acertado seu palpite. “É isso!”, viu na mão que segurava a pistola, uma aliança brilhar sobre um dos dedos. - Chat! Distraia os homens, eu cuido da Revenge. Lucky Charm! - Jogou seu ioiô para cima, recebendo um pote de manteiga.

Chat não podia acreditar que, mesmo após a sua revelação, Ladybug ainda estava o defendendo. Mesmo que fosse só para enganar a akumatizada, ele não pôde deixar um alívio crescer em seu peito.

Tentou afastar o máximo de homens que conseguiu enquanto Ladybug avançava contra a vilã. Ela corria diretamente na direção dela, desviando dos poucos homens que Chat Noir não havia conseguido conter.

— Parem logo ela! - Revenge gritou, mas de nada adiantou. Ladybug conseguiu chegar perto o suficiente, e jogou uma quantidade boa de manteiga em cima da mão que segurava a pistola, a lambuzando. - Mas que nojo! - A vilã reclamou, trocando a arma de mão.

“Bingo!”

— Mas ainda posso atirar com a mão esquerda! - Ladybug estava contando com isso, permanecendo na frente da mulher.

— Ladybug não! Saia daí! - Chat gritou do outro lado, em frente a barreira que fizera com seu bastão para impedir os homens.

A akumatizada atirou em Ladybug , recebendo um sorriso da heroína em resposta.

— Acontece que eu sou mulher, não é? - A akumatizada se enfureceu. - Seus tiros não fazem nada comigo! - ela pulou por cima dela, agarrando a mão lambuzada de manteiga, tirando facilmente o anel. O jogou para Chat. - Destrua-o!

— Cataclismo! - Chat o pegou com a mão, soltando depois apenas farelos no ar.

— NÃO! - A vilã caiu de joelhos, voltando ao estado normal em poucos segundos.

Os homens também foram libertos da hipnose, ficando confusos e sem entender nada.

— Vou ajudar eles. - Chat disse, ainda se sentindo incomodado em estar perto da Ladybug com o clima que ele havia criado. Ele informou aos homens o que havia acontecido, e mesmo que não lembrassem, eles agradeceram aos heróis e cada um seguiu para sua casa.

Ladybug jogou o pote que continha a manteiga para cima, vendo tudo o que fora danificado voltar ao normal.

— Ei! - Ladybug se aproximou da mulher, a ajudando a se levantar. - Está tudo bem, você foi akumatizada, mas já te ajudamos. - Ofereceu um sorriso de conforto para a moça.

— Eu ainda não acredito que isso aconteceu eu…- Viu os olhos confusos da mulher serem tomados pela mágoa e lágrimas.-  Cheguei em meu apartamento hoje a noite e encontrei o meu noivo com outra! - Ela revelou, liberando o choro que estava segurando.

— Eu sinto muito que isso tenha acontecido, mas você parece ser uma mulher incrível! - Ladybug a ajudou a levantar, pegando sua mão e colocando a aliança, agora normal, em sua palma. - Traições são horríveis, eu sei, mas você tem que saber que quem perdeu foi ele, não você! Vai doer agora, mas você um dia vai achar um homem que a trate bem e que ame você de verdade. 

“Que te coloque como prioridade” - Ela lembrou das palavras de Alya, no dia em que foi dormir na casa dela.

— É verdade Ladybug! Muito obrigada! E obrigada também Chat Noir! - A mulher agradeceu, só então Ladybug percebeu que Chat estava perto dela, e devia ter ouvido o que dissera.

Os dois a levaram para a casa de uma amiga, já que a mesma não queria voltar para o apartamento em que vivia com o noivo. Quando se despediram e se viram sozinhos, Ladybug lembrou dos assuntos pendentes entre eles.

— E agora você! - Ela se virou para Chat, que gelou só de imaginar o que ela iria dizer para ele. - Me siga.

Assim ele fez, seguindo-a por alguns prédios, até ver ela pousar em um telhado, parando também. 

— Chat, não temos muito tempo então vou direto ao ponto. - Ela falou, parecia irritada e isso fez com que ele prendesse a respiração antes de ouvir. - Eu nunca correspondi aos seus sentimentos Chat, então seria uma hipocrisia minha me zangar ou até mesmo me entristecer com o fato de que você seguiu em frente. - Ela disse, tentando ser cautelosa com as palavras. Ele ia dizer algo, mas ela fez um sinal com a mão para que ele parasse. - Por favor, me deixe terminar. Eu só quero que saiba, que eu quero te ver feliz Chat. Por isso preciso perguntar, Marinette corresponde aos seus sentimentos?

Chat Noir não soube responder.

— Bem, não sei. Nos beijamos mas, assim como você, ela diz amar outro. - Ele respondeu, um pouco incomodado de estar falando sobre sua nova paixão com a antiga. - Acho que não tenho muita sorte nesse quesito. - Ele respondeu rindo, mas ela sabia que isso devia machucá-lo.

Ladybug soltou, discretamente, um suspiro aliviado. Pelo menos ele sabia sobre os sentimentos dela. Mas isso também era muito triste.

— Chat, eu só não quero ver você sofrer. - Ela disse com pesar, pois já sabia como o romance dele com ela, Marinette ou Ladybug, terminaria. “Não posso me apaixonar por Chat Noir”, era o 4º item da lista. - Mas independente de tudo, eu ainda sou sua amiga, e sempre serei sua parceira. - Ela o confortou, e viu um sorriso abrir em seu rosto, antes dele puxá-la para um abraço.

— Obrigado, M’lady, você é demais! E eu sinto muito mesmo!

“Não gatinho, eu é que sinto!” - Ela o abraçou mais forte, contendo as lágrimas.

Quebraria o coração dele duas vezes. Chat merecia mais do que isso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aaaaah a dor, ela dói!

Espero que tenham gostado, de verdade! Estarei ansiosa pelos comentários de vocês!

Beijos doces e até o próximo!