Criação escrita por AmadoraLL


Capítulo 7
Capítulo VII


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal!
Tudo bem? :)
Após aquele final meio tenso com a Sarada, o capítulo de hoje é sob a perspectiva de Tsunade.



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—-Maldita Uchiha.-- Resmugou Tsunade, olhando para os passos de Sarada que sumiam da estrada.

    Tsunade levantou o olhar para a mata e resmungou o quão difícil seria encontrar aquela pestinha. A loira pisou fundo, caminhando pela mata, os olhos cravados na terra, em busca de pistas. O humor da Senju melhorou quando viu afundamentos na terra, pegadas pequenas. A mulher seguiu a trilha durante horas, como um cão farejador e até mesmo soltou um som semelhante ao de um rosnado quando notou que o tempo apagara alguns rastros. Ela xingou novamente, sentindo que buscava uma agulha em um palheiro. Porém, sua raiva se transformou em algo ainda mais perigoso: determinação.

Quando anoiteceu, Tsunade subiu em uma árvore, mas demorou muito para dormir. O pensamento da loira se resumia à menina e agora, horas depois, sua raiva inflamável cessou dando espaço para um angústia gélida. Em sua empreitada, que mais parecia uma Cruzada, Tsunade levou dias para reencontrar algum rastro. Porém, a loira não tardou para concluir que voltar para a civilização seria melhor. 

Quando chegou a uma vila qualquer, Tsunade não escondeu uma careta ao encarar a espelunca na qual teria que dormir. A loira foi atendida por um homem de poucas palavras e olhar vago como se sua profissão exigisse que ele fosse invisível. Com a chave do quarto em mãos, a Senju subiu dois lances de escadas sob uma luz vacilante até chegar no cômodo. Após tomar banho, ela sentia-se revigorada. Caminhou um pouco pelas ruas e ao não encontrar nenhuma pivete Uchiha, decidiu começar a perguntar. A Senju aproximou-se de uma quitanda de frutas e não demorou muito para um feirante voltasse a atenção para a mulher:

—-Bom dia, senhora!--O homem sorriu e Tsunade fez uma carranca ao ouvir a última palavra.--Os kiwis de hoje estão fresquinhos!

Quando o homem depositou um kiwi na mão de Tsunade, a loira segurou a mão feirante e antes que ele pudesse falar algo, a loira questionou:

—-Você viu uma menina de dez anos de cabelos pretos e… testuda?

O homem franziu o cenho.

—-Minha senhora…

—-Senhora tá no céu, amado. Sou uma senhorita!-- Tsunade levantou o dedo indicador, mas o homem não se deixou abater pela bronca.

—-Ué, todo mundo está procurando essa menina!--Exclamou o feirante, rindo.--Vou entrar nessa onda também. 

—-Quem está atrás dela também?-- Tsunade sentiu o coração disparar e a tranquilidade do homem castigava os nervos da loira.

—-Um casal, pareciam ser parentes dela, não sei.--O homem deu de ombros.-- Falaram que são de Takon.

Tsunade não sabia como reagir ao concluir que Sasuke e Sakura estavam envolvidos na busca de Sarada. Em partes, a loira sentia-se minimamente mais tranquila ao saber que o moreno havia resgatado a rosada, principalmente com tamanha rapidez e precisão. Bem, tinha que admitir que o Uchiha não era só um babaca arrogante…

—-Enfim, a senhorita vai querer kiwi?--  O homem colocou uma das mãos na cintura.

Porém, a voz do homem parecia distante, não adentrando no redemoinho de pensamentos de Tsunade. Mesmo sem prestar atenção no que o feirante dissera, a loira manejou a cabeça de um lado para o outro e o homem deu as costas, gritando para cativar os transeuntes. A mulher continuou pensativa, tentando entender como os Uchihas poderiam ter descoberto a fuga de Sarada. “E por qual motivo diriam que era de Takon? Talvez para não levantar suspeitos ou para despistar perseguidores…” A Senju suspirou. Tudo não passava de hipóteses e no fim, ir a Takon era a única forma de esclarecer as coisas. Além disso, teria que começar um pedido de desculpas bem convincente para aplicar a fúria do casal. “Que beleza…”

—-Como chego à Takon?--Perguntou Tsunade ao  homem do hotel no qual se hospedara.

Pela primeira vez, o homem do hotel levantou os olhos do balcão.

—-Você vai pegar a estrada e após dois dias, virará na bifurcação no rio Tsuue. Em meia hora você chegará em Takon.

Tsunade assentiu e subiu as escadas até o seu decrépito quarto. A loira olhou para a mochila que jazia em sua cama. Parte da mulher queria colocar o pé na estrada, mas outra parte sentia os ombros pesados e dor nas costas. A Senju suspirou e prometeu a si mesma que dormiria só meia horinha. A mulher se arrastou até a cama e se jogou sobre o colchão velho, ignorando os rangidos do móvel. Em suma, o colchão era duro e era até possível sentir o cheiro dos ácaros. Antes que pudesse sentir nojo, ela acabou se rendendo ao sono. Acordou uma hora depois com um dos braços dormentes e o outro babado. Era hora de ir.

“Pelo menos as instruções estavam certas”, pensou Tsunade ao ver as primeiras casas de Takon. Enquanto adentrava na vila, a loira encontrou poucas pessoas, que a olharam com curiosidade. A Senju olhou para os lados e viu papéis tremularem, pregados nos postes velhos. A mulher se aproximou e teve que usar a mão para segurar o papel. Havia um retrato desenhado; o retrato era feito por um traçado quase infantil e se não estivesse escrito “Procura-se Sarada”, ela jamais reconheceria a morena. Passou o dedo indicador sobre o endereço no rodapé da folha como se pudesse decorá-lo. Agora sabia para onde ir.

Quando a porta se abriu, Tsunade não se conteve em franzir o cenho. Ignorando qualquer senso de educação, a loira desviou os olhos da mulher e se esforçou para olhar dentro da casa. Por outro lado, Akane arqueou uma das sobrancelhas.

—-Posso ajudar?

—-Você… mora aqui?

—-Sim…?--Akane manejou a cabeça, enfatizando o tom óbvio da sua voz.

—-Bem, eu vi os cartazes.--Ao escutar aquilo, os olhos de Akane se arregalaram.

—-Ora, por que não disse antes? Tem notícias de Sarada?--Akane abriu a porta e deu passagem para Tsunade. 

—-Na verdade eu gostaria de saber o que você sabe sobre Sarada.--Tsunade disse olhando pelo cômodo, como se Sarada ou Sasuke pudesse saltar de dentro de um armário e surgir em uma entrada triunfal.--  Eu sou Tsunade Senju, vim de Konoha atrás da minha afilhada. 

Com a frase, Tsunade esperava que as coisas ficassem esclarecidas e que pudesse ter informações de Sarada. 

Porém, ao ouvir aquilo, os olhos de Akane se estreitaram enquanto ela cruzava os braços diante do peito.

—-Sarada falou de você. 

—-Já até imagino como.--Tsunade xingou Sarada mentalmente.--Vou resumir: os pais dela estão em Okagure e ela fugiu dos meus cuidados, assim como parece que fugiu dos seus. 

Akane piscou para Tsunade, mas ignorou a rudeza da mulher e se prendeu ao que havia sido dito.

—-Realmente…--Akane ponderou, andando em círculos pelo cômodo.-- Sarada estava determinada a encontrar os pais em Okagure. Ela até mesmo falou que era de lá, mas dava pra ver que não. Na verdade, parando pra ver, vocês de Konoha tem um sotaque bem... --Ao notar a sobrancelha arqueada de Tsunade, o sorriso da mulher sumiu e ela sentou-se no futon.--Bem, como você mesma falou, ela fugiu de nós. Fomos até Hada e foi ela que ela… desapareceu.

—-Hada, é?--Murmurou Tsunade, coçando o queixo com o dedo indicador. 

—-Oro para que ela ainda esteja lá.--Akane passou as mãos pelos cabelos.

As duas mulheres se encararam, sustentando o olhar uma da outra por alguns segundos.

—- O que sabe sobre Okagure?

Tsunade viu Akane arregalar os olhos e desviar o olhar.

—-Eu… gostaria de pedir para que você vá embora.--Akane manejou a cabeça,--Quanto antes sair, maiores as chances de encontrá-la. 

“Pelo menos tive carona”, pensou Tsunade, enquanto estava na carroça de Matsu, chegando em Hada. A loira agradeceu aos deuses que o homem ao seu lado não tagarelava. A Senju colocou a mão sobre os olhos, tentando ver o que eram os pontinhos em um campo ao longe.

—-São… crianças?--Tsunade questionou, sem desviar os olhos das plantações de arroz.

Matsu assentiu antes de falar:

—-Bem diferente de Konoha, hein?

Tsunade não respondeu e se limitou a estreitar o olhar sobre as crianças. Em poucos segundos, a carroça parou e a loira entendeu que a carona havia chego ao fim. 

—-Nos avise quando encontrá-la.--Em resposta, Tsunade assentiu e acompanhou, com o olhar, a carroça seguir adiante.

Tsunade não estava afim de sair perguntando aleatoriamente por Sarada, principalmente depois da reação de Akane ao ser questionada sobre Okagure. Sem conseguir tirar a imagem das crianças de sua mente, a loira suspirou e caminhou na direção das plantações. As crianças estavam tão concentradas no trabalho da colheita que sequer perceberam a aproximação da Senju. 

—-Ei.--Disse Tsunade e apesar do tom ameno da loira, o menino mais próximo pulou de susto.

O menino franziu o cenho, tentando enxergar a mulher que estava de pé contra o sol. Quando notou que não se tratava de um dos capatazes, o garoto não soube se deveria ficar aliviado. Enquanto isso, o olhar clínico de Tsunade analisava as feições do pequeno, reconhecendo a desnutrição dele. 

—-Eu não vou te machucar.-- O menino manteve os olhos arregalados e Tsunade ficou de cócoras.-- Eu estou atrás de uma menina, de cabelo e olhos pretos, meio testudinha…

O menino manejou a cabeça negativamente de modo frenético. Tsunade sabia que era questão de tempo até o garoto correr para longe. A loira até fez menção de mover para frente, tentada a segurá-lo, mas se conteve.

—-Ela, ela não é daqui.--Tsunade insistiu, já nem pensando muito antes de falar.

O menino desviou o olhar, encarando o chão por poucos segundos. Então, Tsunade viu a criança deitar de bruços no chão e o imitou. As plantas causaram cócegas em seus braços. 

—-Ela… realmente não era daqui.--O menino sussurrou e o coração de Tsunade acelerou.--Os capatazes a levaram para o mestre.

—-Mestre?--Tsunade murmurou, apertando os punhos.

—-O Okage, em Okagure. 

—-Merda…--Tsunade manejou a cabeça.--Eu… voltarei para ajudar vocês.

O menino não falou nada, se levantou e encarou Tsunade por alguns segundos antes de voltar à colheita. A loira entendeu que a conversa havia terminado. 

Enquanto se afastava, a Senju levantou os braços, se alongando. Algo dizia para a loira que ela deveria estar em forma quando chegasse em Okagure. Quando chegou na vila, a Senju passou as mãos nos braços, tentando se livrar do arrepio que eriçava seus pelos. A mulher suspirou, “Parece mais uma fortaleza”, pensou ao observar possíveis rotas de fuga e de invasão. Apesar da vontade de destruir as muralhas, a Sannin sabia que precisava de estratégia. Afinal, agora são duas desaparecidas. Ela se afastou, procurando um local adequado para acampar e felizmente, o encontrou após cinco minutos de caminhada.

Horas mais tarde, Tsunade mordeu a ponta do polegar, entrelaçou os dedos fazendo justus. A loira voltou a palma para a terra, ignorando os grãos que faziam a ferida arder. 

Diante da Senju, surgiu uma lesma branca com manchas azuis.

—-Princesa.--Cumprimentou a lesma.-- Qual é a missão?

—-Missão de rastreio. O objetivo é localizar Sarada Uchiha.   


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Notas finais do capítulo

Gostaria muito de saber o que vocês acharam do capítulo de hoje! ♥
Bem, todos os caminhos levam à Okagure, no fim haha
Já adianto que o próximo capítulo é da Sarada, então sintam-se à vontade para bolar teorias.
Beijos!



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