Criação escrita por AmadoraLL


Capítulo 2
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal!
Espero que todos estejam seguros e com saúde! :)
Conforme prometido, mais um capítulo prontinho nesse sábado de outono.

Primeiramente gostaria de agradecer aos que estão acompanhando a história.
Muito obrigada por comprarem a proposta ♥

Bem, o primeiro capítulo foi mais introdutório para que vocês pudessem ter uma imersão no cotidiano da dupla Uchiha.
Agora as coisas começam a azedar *insira aqui uma risada maléfica*

Boa leitura! ;)



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Quem olhasse para Sasuke, mesmo que por poucos segundos, concluiria que era melhor não entrar no seu caminho. O cenho franzido do moreno lançava um sombra sobre os seus olhos, o que lhe dava um aspecto irritadiço. O que não era só uma suposição. O Uchiha até mesmo apertaria o passo, mas acabaria arrastando Sarada. Sendo assim, o moreno juntava cada partícula de paciência que tinha. 

—-Pai, olha só que legal!-- Sarada soltou a mão de Sasuke.  

Aquela já era oitava vez que Sarada interrompia a caminhada de ambos por sua curiosidade. Sasuke virou a cabeça e olhou para a morena sobre o ombro. O moreno observou a menina admirar uma bugiganga qualquer e insignificante. O Uchiha sequer se deu ao trabalho de murmurar “Hm” como das outras vezes. Após esperar alguns segundos, o homem se virou e quando estava prestes a chamar pela filha, o vendedor da barraquinha se aproximou. Solícito e sorridente, o mercador ofereceu ajuda e teceu elogios ao abajur antiquado que a Uchiha gostara. Não tardou para que ela voltasse os olhos para o ninja.

Sasuke suspirou e tirou a carteira do bolso, a entregando rapidamente para Sarada. Felizmente, logo voltaram a andar e Sarada só tinha olhos para a mais nova bugiganga que ganhara. Quando pai e filha já se distanciavam do amontoado comercial e caminhavam para casa, o moreno escutou alguém chamar o seu nome. O Uchiha fechou os olhos e continuou a andar, pensou até mesmo em apertar o passo. 

—-Ei, Uchiha! Quase corri para te alcançar.--Kakashi surgiu um tanto quanto ofegante diante de Sasuke.--Assim você mata esse velhote.--Brincou manejando a bengala. 

Assim como Sasuke cresceu, Kakashi envelheceu. Rugas profundas adornavam os olhos do Hatake, pesando em seu olhar. Até mesmo o seu cabelo, naturalmente grisalho, parecia realmente senil. 

Se Sasuke não estivesse com as mãos cheias de sacola, estenderia a palma para cumprimentar Kakashi, mas limitou-se a acenar com a cabeça.

—-Faz muito tempo que não nos vemos.--Comentou Kakashi, impedindo que o silêncio ficasse desconfortável. 

O olhar de Kakashi se desprendeu de Sasuke e pairou em Sarada. Os olhos do Hatake se arregalaram  levemente e ele até mesmo se inclinou para observar melhor a morena. Com tanta atenção sobre si, a Uchiha se aproximou do moreno e escondeu-se parcialmente atrás do Uchiha.

—-Como você cresceu, Sarada! Cada vez mais parecida com Sakura; felizmente, né?--O grisalho soltou uma risada bem humorada.

Infelizmente, os Uchihas não compartilharam a risada de Kakashi. Sasuke se limitou a arquear uma das sobrancelhas e Sarada desviou o olhar ao escutar o nome “Sakura”. A morena nunca sabia como reagir quando escutava um comentário desses. A menina deveria sorrir, agradecer e concordar? Como fazer isso se nunca tinha visto a rosada pessoalmente?

Ao perceber a apatia dos seus ouvintes, Kakashi disfarçou a risada com uma tosse forçada. “Apesar da beleza da Sakura, você puxou o senso de humor do pai”, o Hatake pensou. 

—-Quantos anos você tem, mocinha?-- Hatake posicionou a bengala diante do corpo e apoiou seu peso nela.

—-Doze…

Sasuke soltou o ar pelo nariz ao ver um sorriso se desenhar sob a máscara de Kakashi  e desejou não ter parado para aquela conversa que só lhe traria dor de cabeça.

—-Ora Sasuke, ela já pode entrar na academia ninja!

Se prestasse atenção no rosto de Sasuke, Kakashi perceberia que o maxilar do moreno endureceu. Como o Uchiha imaginou, Sarada saiu detrás dele e disse:

—-Sério mesmo?!

—-Acho que as matrículas começam na semana que vem…--Murmurou Kakashi, franzindo o cenho, tentando se lembrar com exatidão. 

Apesar de fingir não fazer parte daquele diálogo, Sasuke logo sentiu a mão de Sarada na sua. A morena puxou a mão do moreno, tentando contagiá-lo com sua empolgação.  Sem sucesso. 

—-Foi bom te ver, Kakashi.--A frase dita por Sasuke caiu como um meteoro na conversa. 

Kakashi coçou a cabeça, se questionando o que tinha dito de errado. Com a mesma dúvida, o sorriso de Sarada murchou. A despedida dos três pode ser descrita como um desperdício de sílabas. O desconforto fora semeado, o assunto da academia ninja esquecido, e Sasuke até poderia assoviar na volta para casa, mas se conteve. Diante da residência, o Uchiha parou para conferir a caixa postal. 

Sarada esperava por Sasuke mais adiante, perto da porta. A morena tentou ler as expressões faciais do moreno que parecia usar uma máscara e neutralidade. Quando o moreno fechou a caixa, a menina desviou os olhos para as mãos do Uchiha. Vazias. Ela alternou a o peso do corpo de uma perna para a outra e aliviou a tensão dos ombros. Tentou se lembrar da última carta que receberam. Bufou e marchou para dentro de casa.

Enquanto abria a porta de casa, Sasuke mentalmente enumerava os motivos para o silêncio de Sakura. A rosada jamais demorara tanto para escrever. Como médica em um país em plena guerra civil seria normal não ter tempo para essas coisas… Sasuke estava tão absorto no próprio pensamento que até mesmo manejou a cabeça, concordando consigo mesmo. 

Na cozinha, Sarada observava o jantar rodar no microondas. Enquanto Sasuke montava o próprio prato, a morena decidiu puxar assunto:

—-Papa, podemos ir semana que vem na academia ninja?

Ao ouvir aquilo, Sasuke segurou o prato com mais força que o necessário e continuou quieto. Ignorar era uma tática eficaz para o moreno. Porém, Sarada conseguia ser tão irritante quando Sakura e persistiu:

—-Como era ir para a academia?

A pergunta fez com que a mente de Sasuke se voltasse para as memórias do treinamento. O moreno lembrou-se dos aprendizados, dos desafios e dos colegas de classe. Se recordou da própria arrogância e dos lanços que forjara, mesmo que a contragosto. Sem que percebesse, o Uchiha deixou que um mínimo sorriso aparecesse. O homem se deu conta do deslize quando viu os olhos de Sarada.

—-Foi divertido, né? Estou empolgada para as aulas.

—-Ainda tenho que pensar nisso.--Declarou Sasuke, sentando-se à mesa. 

Sarada tombou a cabeça para o lado e Sasuke cravou o olhar no próprio prato. Os legumes refogados estavam bem interessantes. 

—-Mas… pra que pensar?--Sarada franziu o cenho.--Todas as famílias ancestrais da vila vão para a academia!

Sasuke soltou os hashis e encarou Sarada, que emudeceu, esperando que o moreno falasse. Como sempre, as palavras, grandes  inimigas do Uchiha, pareciam sumir da sua mente. Além disso, uma parte do homem se questionava se era válido compartilhar o motivo da sua resistência. Para ele, tudo o que a morena sentia era um encantamento ingênuo. Ser ninja era sinônimo de sacrifício, resiliência e obediência. Se necessário, Sarada teria que oferecer o seu tempo, suor e sangue; seria obrigada a superar desafios, lutas e feridas; e jamais poderia declinar uma missão. A possibilidade de ver a morena trilhando o mesmo destino que Sakura era algo que fazia surgir um nó na sua garganta. 

Enquanto divagava, o olhar de Sarada se suavisou. 

—-Você… acha que eu não sou capaz?-- Sarada murmurou e Sasuke arregalou os olhos.-- Eu vou me esforçar para trazer honra ao clã.

Sasuke estendeu o braço e fez um cafuné no cabelo de Sarada. A mão do moreno desgrenhou os cabelos da morena, que sorriu. O Uchiha tinha certeza de que a Uchiha traria honra ao clã, sendo ninja ou não. Assim que o jantar acabou, a menina se pronunciou:

—-Qual você vai querer ver? A “volta dos mortos 5” ou “noite de caos”?

Sinceramente, Sasuke não queria ver nenhum dos dois, mas aceitou a primeira opção. O moreno jamais entenderia de onde Sarada herdou o gosto por filmes de terror e horror. Sakura tinha medo dessas cenas, enquanto o Uchiha achava os roteiros ridículos. Entretanto, para agradar a morena, ele se esforçava para assistir tais filmes e no fim, sorria ao acompanhar as reações da menina. Antes que se desse conta, as sextas ficaram marcadas pelas sessões de “cinema” e pipocas. Mas essa noite não seria como as outras. 

Sasuke estava diante do fogão, usava um avental e preparava pipoca. O moreno sentiu os pelos da nuca se eriçarem, um incômodo passageiro que fez com que o corpo do moreno enrijecesse. O Uchiha desligou o fogo e correu o olhar para o objetos ao seu redor. O homem viu um brilho metálico no escorredor de louças. Assim que a sua mão alcançou o utensílio, o ninja se virou e o ANBU engoliu a seco ao sentir o batedor de claras contra seu pomo de Adão. Apesar de manter-se parado, o desconhecido percebeu os olhos do ex-nukenin estreitarem sobre si. Ele pôde até mesmo notar o brilho lilás atrás da franja. Apesar do homem usar um avental em tom pastel e um fuê como arma, o ANBU era sábio para não subestimá-lo.

—-O Hokage me enviou.

Sasuke distanciou o objeto do pescoço do ANBU, mas seus olhos ficaram ainda mais estreitos. 

—-O que ele quer?

—-O Hokage exige a sua presença na torre. Imediatamente.

Sasuke bufou e o ninja se conteve para não arquear a sobrancelha com o desrespeito do moreno. O Uchiha simplesmente deu às costas ao desconhecido e o ANBU se tocou de que  deveria partir. Com a mesma facilidade e rapidez com a qual surgira, o ninja desapareceu. O moreno levou as mãos a testa e pressionou as têmporas com os dedos indicadores e médios. 

Depois de alguns minutos perdidos em seus próprios pensamentos, Sasuke ouviu Sarada chamá-lo. O moreno transferiu a pipoca da panela para um pote e foi para a sala. 

—-Que cara é essa?--Sarada perguntou pegando algumas pipocas com a mão.

Sasuke entregou o pote para Sarada, que quase não conseguiu segurá-lo a tempo. Ao ver o moreno se dirigindo até a porta, a morena ficou de joelhos no sofá, esperando uma explicação.

—-Tenho que sair. --Sasuke olhava ao redor, procurando pela chave que deveria estar por perto.

—-Mas…

—-Prometo que voltarei para vermos o filme.-- Sasuke disse com o máximo de candura que pôde. 

—-Posso ir com você?--Sarada deitou cabeça no encosto do sofá.

—-Não.--Sasuke viu o rosto de Sarada se contrair em uma careta.--Prometa que ficará aqui.

Sarada revirou os olhos e levantou-se do sofá. Sasuke franziu o cenho e endureceu a voz:

—-Sarada Uchiha.-- O tom de Sasuke era comedido, mas rígido. Não havia espaço para desobediência. 

Apesar da bronca, Sarada sustentou o olhar de Sasuke durante alguns segundos antes de assentir. O moreno não esperou mais nada para sair. O moreno saltou sobre o muro e correu por telhados; à cada passo dado, o coração do Uchiha martelava mais rápido. Quando estava próximo o bastante para ver a torre, ele reuniu chakra em seus pés e apoiou o solado esquerdo na parede. Não tardou para que o ninja subisse a construção e parasse apenas quando chegou perto do topo onde se apoiou na janela da sala do Hokage. Como um gatuno, o homem adentrou no cômodo. Apesar de saber que pousara silenciosamente no escritório, ele sabia que Naruto o notara. Encarou o loiro, que sequer retribuiu o olhar ao dizer:

—-Sempre com uma entrada triunfal, hein…

Apesar de Naruto estar sorrindo ao falar, a voz do loiro saira rouca pelas horas sem usá-la. O Uzumaki ainda levou alguns minutos lendo um documento antes de se espreguiçar e olhar para Sasuke. A análise foi mútua. O moreno percebeu como os olhos do Hokage estavam emolduradas por  olheiras. Enquanto isso, o outro notou os pés de galinha que começavam a rodear as têmporas do homem. Eram adultos, mas ainda encaravam um ao outro com a mesma competitividade.

Sasuke notou Naruto se empertigar e os dedos do loiro tamborilavam na mesa. 

—-É sobre Sakura.--Naruto falou abruptamente, como se aquilo o libertasse de um angasgo. 

Naruto percebeu os olhos de Sasuke se estreitarem sobre si. O loiro decidiu continuar:

—-Sakura não dá notícias há um tempo.

—-Tempo demais, não é?--A voz de Sasuke saiu grave, entredentes.-- Há quanto tempo?

—-O último relatório foi há seis meses.--Ao escutar aquilo, Sasuke avançou alguns passos. 

—-Por que não me contou antes?!--Apesar das mãos de Sasuke se espalmarem contra a mesa, Naruto não se abalou:

—-Não vi motivos para te alarmar.--Em resposta Sasuke soltou uma risada baixa e quase diabólica. 

—-Então “agora” devo me preocupar?!

Naruto abriu e fechou a boca algumas vezes e desviou o olhar ao falar:

—-Sakura nunca demorou tanto para reportar e os últimos relatórios descreviam uma… tensão  crescente. 

—-Alguma ideia do que pode ter acontecido? Alguma ideia do que fazer?

Naruto passou a mão pelos cabelos, os despenteando ainda mais.

—-Enviarei um comunicado para a embaixada, pedindo informa-

—-Um comunicado é a porra de um papel!--Sasuke gritou.

—-E o que sugere?!--Naruto urrou, se levantando da cadeira.-- Não posso enviar uma equipe de resgate sendo que não tem ninguém para ser resgatado. Isso pioraria a tensão diplomática!

—-Vou te dizer o que fazer com essa diplomacia…--Sasuke murmurou.--Você fala como um político desgraçado.

—-Ora ora, adivinha só, Sasuke! Eu sou um político desgraçado!-- Naruto abriu os braços.--Eu sou responsável por Konoha e não posso nos lançar em uma guerra. Não posso…

Naruto desabou na poltrona e apoiou a cabeça nas palmas das mãos. 

—-Saiba que Sakura é minha amiga…--Naruto continuava com o rosto enterrado entre os dedos.

—-E é minha esposa! E as outras vilas?

—-Ninguém se importa.--Naruto levantou o rosto e suas mãos se fecharam em punhos firmes, os nós dos dedos ficaram brancos. 

—-E mesmo assim você a enviou para lá…--A acidez da frase era tamanha que até mesmo o rosto de Sasuke se contorceu.  

—-Nós dois sabíamos que só podia ser ela.--Naruto rebateu, acostumado a ter que dizer aquilo. 

—-Certo.--Sasuke passou a mão pelo rosto e cruzou os braços.--Então você me chamou aqui para ouvir que sua diplomacia salvará Sakura?      

—-Não.--Naruto decretou como se aquilo fosse óbvio.--Te chamei para que você vá até lá. 

Sasuke emudeceu e longos minutos se passaram. 

—-Você está me dando permiss-

—-Não, longe disso!--Naruto levantou as mãos, como quem se rende.-- Eu não estou te dando permissão e sim, uma oportunidade… O porém é que eu não poderei te ajudar “oficialmente”.

Sasuke assentiu e deu as costas para Naruto. Enquanto o moreno se virava para a janela pela qual entrara, o loiro disse:

—-Eu esperava “obrigado”, Teme.

Como nos velhos tempos, Sasuke apenas ignorou Naruto e se lançou para a escuridão. Os passos do moreno eram automáticos, já que o Uchiha mergulhava em sua própria mente. Os pensamentos do homem eram como água fervente: agitados, borbulhavam e estouravam. O ninja pensava em Sakura e as possibilidades do que poderia ter acontecido faziam com que um tremor  acometesse as pernas dele. A vontade era a de largar tudo e partir imediatamente, mas antes que tal ideia se tornasse uma ação, ele se lembrara de Sarada.

Ao se lembrar de Sarada, Sasuke sentiu uma nova onda de hesitação e dúvida abatê-lo. Antes de ter alguma solução, o moreno percebeu que estava diante da própria casa. O Uchiha suspirou, vestiu a melhor máscara de indiferença que tinha e entrou. 

—-Que demora!--Sarada reclamou ao ouvir Sasuke entrar.

Sasuke não disse nada, não saberia encontrar palavras. O moreno caminhou até a sala e poucos minutos depois os dois estavam assistindo “A volta dos mortos 5”; ou melhor, apenas a morena assistia. Enquanto a Uchiha se assustava e até mesmo gargalhava com as cenas, a mente do Uchiha estava longe. Ideias nasciam e eram descartadas, assim como estratégias eram arquitetadas e questionadas. Tudo tinha que ser perfeito; erros eram inadmissíveis. 

—-Eu gostei mais do 4.--A voz de Sarada quebrou o silêncio dos créditos que subiam na tela. 

Naquele momento, Sasuke pareceu ter sido içado de volta à realidade e o moreno encarou a Sarada, sem entender o que ela disse. 

—-O filme, pai. “A volta dos mortos 4” tem um enredo mais consistente.

“Nenhum filme dessa franquia é consistente. Os mortos já voltaram cinco vezes”, pensou Sasuke. 

—-Mas… você ta estranho.--Sarada se arrumou no sofá para poder olhar Sasuke melhor. 

Sasuke poderia mentir. A ideia de contar uma mentira surgiu súbita e tentadora  em sua mente. Até poderia dar certo se o moreno não fosse um péssimo mentiroso. O Uchiha era bom em ocultar as coisas, não em arquitetar contextos. O homem passou a mão pelos cabelos e falou:

—-Eu irei até sua mãe. 

Assim que terminou a frase, Sasuke fechou os olhos com força e sentiu vontade de se socar. Aquilo fora um desastre, um puro desperdício de letras. Apesar de saber disso, o moreno não tentou consertar, pois sabia que a tentativa poderia ser ainda pior. O Uchiha optou por esperar a reação de Sarada. O homem percebeu como os olhos da morena se arregalaram e como a boca abriu um surpreso “o”. 

—-Mas não teve nenhuma carta.--Murmurou Sarada, jogando a cabeça para o lado. 

—-Não, foi o Hokage quem disse.

—-E eu?

“Essa é uma ótima pergunta”, Sasuke pensou. 

Naquele pequeno e hesitante questionamento havia um turbilhão de incerteza. Mesmo sem ao menos querer, Sarada deixava subliminar outra dúvida: “Ela quer me ver?”. A morena tentou conter o frio que parecia se alojar em sua barriga enquanto esperava uma resposta de Sasuke. Mas infelizmente, a morena puxou o mesmo defeito que o moreno: a falta de tato com as palavras. Tal falha resultava em frases incompletas, quase que enigmáticas. Isso fadava o outro participante da conversa a tentar adivinhar o que deveria dizer. E bem, nem sempre dava certo.

—-Você ficará com sua madrinha.

O rosto de Sarada murchou e a frustração foi tamanha que a morena sequer se lembrou da saudade que sentia da madrinha. Enquanto os seus olhos queimavam com lágrimas, um único pensamento ocupou a sua mente “Eu odeio Sakura Uchiha”.


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Notas finais do capítulo

Eu estou me coçando para saber o que você acharam do capítulo de hoje!

Confesso que eu me inspirei na minha própria pessoa ao escrever Sarada durante as compras haha
Quem mais ama ver bugigangas curiosas e brilhantes? o/

Beijos e até semana que vem!



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