Ágata Reigns e a tempestade de Asgard escrita por Spooky Nurse


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Essa história conterá varias partes centrada na mesma personagem em diferentes aventuras pelo UCM e outros livros ficticios, todos ligados atraves da mesma realidade e linha temporal. Leve em consideração que muitas coisas vão ser mudadas da história original, mas o ponto geral delas ainda será abordado. Nesse caso esta história se baseia no primeiro filme Thor, mas alguns personagens não serão mencionados. Outro adento, não espere romance ou sexo nesta historia, nunca. Ágata se dedicará somente em ajudar tantas pessoas quanto puder da forma que puder.

Recados dados, fique com a história.



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O dia havia amanhecido como qualquer outro, quase monótono, na verdade depois de seguir uma rotina por tanto tempo nos últimos 5 anos. Pode-se dizer que qualquer um diria que o dia amanheceu entediante e sem cor, mas ela gostava da rotina, mantinha-a com os pés no chão e a cabeça no lugar. Depois de uma vida tão turbulenta, desde sua infância até a juventude, um dia monótono aos 30 e poucos anos era uma benção.  

Então assim como sempre foi, Ágata acordou com o despertador de seu telefone tocando alto as 6 horas da manhã em ponto. Se levantou, fez sua rotina matinal no banheiro ligado a seu quarto, desceu para a cozinha que se encontrava no andar inferior da pequena casa em que vivia, preparou um café forte e levou-o consigo em uma grande caneca para o sofá onde se sentou para admirar a vista do pequeno jardim que tinha no quintal, a garoa era fina, e caia leve sob as folhas das flores.

Sua casa era incrivelmente simples e humilde em moveis, não continha televisores pois quase nunca tinha animo para se sentar por mais de 20 minutos e só assistir alguma coisa, então um único sofá confortável com vista para a janela e uma mesinha com um abajur era tudo que tinha na sala. Seu quarto não era muito diferente, um colchão de casal era colocado em cima de dois paletes de madeira vernizados, uma mesinha de chão bem longa feita sob medida era lotada com papeis e um computador para estudo ou trabalho e uma estante com vários xerox de livros que usou ler durante a faculdade, cadernos e rascunhos de artigos era tudo que podia ser encontrado.

A vida simplista em casa era tudo que ela sempre desejou. Desde pequena dizendo para todos que seu sonho era viver em uma cabana esquecida no meio da floresta, mas o sonho se perdeu quando a vida adulta bateu na sua porta e a realidade de ser mulher, viver sozinha sem independência financeira e isolada surgiu. Então a correria por uma vida comum e bem sucedida começou, até consumi-la em uma espiral de depressão, ansiedade e fobias. Mas no final ela chegou lá, encontrou com muita dificuldade um equilíbrio entre a vida sossegada que desejava e a independência de uma uma carreira, que modéstia parte, era bem sucedida.

Ágata havia se formado em 3 cursos na faculdade, História, Enfermagem e Psicologia, tendo terminado a última aos 31 anos. Hoje ela trabalha em um grande hospital na metrópole de São Paulo como enfermeira para casos de emergência, e nos dias de folga ela trabalha com consultas particulares como terapeuta, especialmente para crianças e jovens com depressão ou dificuldades em se encontrar no mundo e em si mesmos, então sim, ela pode dizer com cabeça erguida que ela conseguiu. Houve preços a pagar, sua saúde mental por muitos anos, sua liberdade por ter que lidar com a mãe controladora, o distanciamento de muitas pessoas que ela perdeu ao longo dos anos, mas agora aos 36 anos tudo era perfeito, ou tão perfeito quanto é possível em um mundo imperfeito.

Ágata respirou fundo sentindo o cheiro do café antes de tomar um grande gole dele, quase queimando a língua no processo, e se contentou em puxar o telefone e ver se havia algo interessante nas redes sociais ou alguma mensagem para ela, sem nenhuma surpresa, não tinha, ela havia terminado seu plantão a menos de 5 horas e não tinha amigos ou família próxima o suficiente para envia-la uma mensagem as 7 da manhã. Então se resignou a terminar seu café, se levantou, colocou a caneca sobre a mesa e subiu novamente para o quarto, passando pelo pote de ração de seu gato, Loki, e enchendo-o, ela precisava de um banho antes de sair para sua consulta do dia.

*

— Você precisa entender Senhor Oliveira que cada pessoa lida com o luto de uma maneira. Se nem todos nós amamos de forma igual, porque choraríamos igual?

Senhor Oliveira era um dos pacientes mais velhos de Ágata, um dos poucos, e ele estava lidando com a perda da esposa a 5 meses por câncer do pâncreas. Foi horrível, sempre é, mas não muitos podem imaginar como pode ser muito pior para a família que vê o outro partindo aos poucos sem ser capaz de fazer nada. Mesmo Ágata não podia fazer muito, a não ser ouvir e dar certos conselhos para guia-lo em sua própria cura.

— Eu sei, Doutora. Mas preciso seguir com minha vida, sei que preciso, só... só não consigo. – Ele suspirou fortemente olhando para a mesa de centro, o olhar um pouco perdido.

Ágata viu isso muitas vezes.

— Se permita sentir a dor, você entender que precisa seguir em frente é um passo maior do que acredita ser, se segure nesse pensamento, mas se permita sentir. – Assim que ela concluiu seu pensamento um toque baixo soou pelo seu celular apontando que o tempo havia se encerrado.

— Obrigado Doutora. – Disse o Senhor Oliveira se levantando. – Vejo você na próxima semana.

— É claro que sim. Pense em tudo que me disse aqui hoje está bem. Pode não parecer, mas no final tudo acaba se encaixando onde deve, só precisamos...

— ... Continuar caminhando. – Terminou ele. – Eu sei. Tenha um bom dia.

Senhor Oliveira era o único paciente pelo dia, ela não tinha muitos, a psicologia veio como um hobby que ela fazia mais por amor a ajudar as pessoas que precisam do que por trabalho propriamente dito. Então assim que terminou de se despedir ela entrou em seu carro e seguiu seu caminho para voltar para casa.

*

No final ela não voltou imediatamente, escolhendo parar na loja de um de seus poucos colegas fora do trabalho que ainda falava com ela.

Enzo tinha 25 anos e trabalhava em uma sex shop na esquina da famosa rua Augusta de São Paulo. Um ótimo cara, divertido, inteligente e com uma mente afiada. Eles se conheceram na primeira semana de Ágata na cidade, quando ela foi conhecer a famosa rua que tanto se ouve falar em noticiários, filmes e redes sociais. Não se deram bem no começo, não se enganem, os dois eram como água e óleo em tudo menos em uma coisa, seu gosto pelo conhecimento sobre sexualidade e erotismo, que mais do que algo carnal, sexual e “promíscuo”, também era de alguma forma artístico, emocional e curativo em muitas situações se você só souber as informações corretas e o modo de usá-las. Isso foi o que os aproximou, Enzo gostava de falar e aprender sobre BDSM* e como muitas de suas práticas podiam ser usadas para auxiliar as pessoas em certas situações de fobias, medos, falta de confiança e autoestima, e Ágata estava mais do que feliz e disposta em usar seu diploma e seu conhecimento sobre muitas coisas para ajudá-lo a entender tudo isso de maneira saudável e segura.

Ela deixou o carro estacionado a alguns metros de distância e entrou na loja, era no meio da tarde de uma quarta-feira então o lugar estava vazio, Enzo estava sentado atrás do balcão com uma revista a sua frente quando ouviu o sino da porta e olhou na direção dela.

— Ágata? Qual milagre o traz aqui? – Perguntou ele.

O uso de pronome masculino não a incomodando nenhum pouco. Enzo fazia isso as vezes. Até a própria Ágata também o fazia, principalmente ao falar com alguém pelas redes sociais.

— Enzo. – Cumprimentou ela. – Nenhum motivo exatamente. Passei pela porta e me senti com ânimo para agradá-lo com minha magnifica presença.

Ele rolou os olhos. – Sua cores estão aparecendo.

— Só digo verdades.

— O que te fizer dormir à noite.

— Como você está? – Perguntou ele. – E sua família?

— Vou tão bem quanto sempre estou. E você sabe que não tenho contato com a família. Apesar que minha irmã me mandou uma mensagem a umas 2 semanas perguntando se eu ainda estava viva.

Seu contato com a família nunca foi grande, a família do seu pai não se importava com ela, seu próprio pai não se importava, gostava mais de sua garrafa de bebida do que de si próprio, quem dirá da própria filha.

Já sua mãe, a controladora, virou o inferno de cabeça pra baixo quando Ágata decidiu simplesmente pegar suas coisas e se mudar para são Paulo na primeira oportunidade que teve, e com a perda de contato com a mãe, perdeu também o contato com o restante da família.

Sua irmã era a única com quem ainda falava, ela tinha 42 anos agora e sua esposa tinha 40, um casal e tanto as duas, se você perguntar, mas apesar de se amarem elas não foram criadas muito próximas e cheias de demonstração de afeto carinhoso, sua família como um todo não era de afetividade carinhosa, então não é estranho a falta de contato constante.

Exatamente por já saber disso Enzo mudou de assunto.

— Vai ter uma festa na balada no final da rua. – Ele disse. – Sabe de qual estou falando?

— Sei, mas não saio em festas, você sabe.

— Eu sei, mas o que vale é a intenção do convite. Só estou sendo educado.

— O que te fizer dormir à noite garotão.

Então o assunto se voltou para o mais recente livro lançado na darkside sobre os detalhes de um caso de crime real e o assunto família e balada se perdeu como se nunca tivesse surgido.


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Notas finais do capítulo

*Estilo de vida baseado em relacionamentos com jogos de poder.

O que acharam filhotes?

Fazem 8 anos, então espero que relevem qualquer coisa. Segundo, gosto de escrever e tenho muita criatividade, mas tenho muita dificuldade em colocar ideias no papel e fazer isso de forma coesa...

Até a próxima!



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