C'est nous escrita por Foster


Capítulo 2
02 — Dominique


Notas iniciais do capítulo

Estou postando os capítulos na sequência, então nos vemos lá no final!
Boa leitura ♥



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Depois, veio Dominique. 

Definitivamente Fleur e Bill não esperavam ter outro bebê tão rápido. É claro que, se comparado aos Potter - com um bebê de quase um ano e outro a caminho -, eles estavam muito bem, obrigado, mesmo assim não mudava o fato de que, desde que Victoire havia nascido há quase cinco anos, eles não haviam tido exatamente um descanso e os frequentes enjoos de Fleur - muito mais devastadores do que na primeira gravidez - não ajudavam em nada a lidar com a situação de maneira mais branda. 

Victoire estava animada demais com a vinda de uma nova criança, contrariando tudo o que Bill e Fleur ouviram sobre ciúmes infantil. Poderia ser algo positivo, se a pequena Vic não estivesse praticamente sufocando Fleur com perguntas e tentativas de ajudar o bebê a crescer mais saudável, misturando escondido na comida dela algumas folhas de plantas que pegava escondido quando ia ajudar Luna e Rolf na estufa deles. Em uma das ocasiões, Fleur e Victoire acabaram parando no St Mungus porque, sem querer, a pequena havia confundindo uma planta supostamente milagrosa com urtiga. Teria sido uma história divertida para dar risada depois que Fleur desse à luz, exceto pelo fato de que sua visita fora crucial para descobrir que haviam alguns problemas em sua gravidez. 

Com a placenta mais baixa do que o considerado normal, Fleur precisaria de muito repouso. Apesar de saber que um dos sintomas de sua condição consistia em alguns sangramentos eventuais, nada a preparou para o horror e o medo de ver o sangue escorrendo em algumas ocasiões. Como não podia aparatar, usar portais ou rede de pó-de-flu e estava receosa demais para se arriscar em transportes trouxas, a solução foi trazer sua mãe, Apolline, e sua irmã, Gabrielle, para uma temporada no chalé-das-conchas. Era uma maneira de tentar acalmá-la e de cuidar de Victoire - que mal dormia direito pensando que tudo aquilo era sua culpa. 

Bill sentia-se de mãos atadas vendo a esposa claramente em pânico, enquanto havia sido designado para uma tarefa no Egito em nome do Gringotes. Poderia tentar recusar, mas a importância daquela missão era tanta que, caso se negasse a ir, corria um sério risco de possivelmente ser demitido. Por ele, não importava. A segurança de sua esposa e o conforto dela, sua filha e o bebê eram mais importantes. Estava prestes a fazê-lo, embora soubesse que, com outro bebê à caminho, teria que correr e encontrar outro emprego às pressas, no entanto, Fleur o impediu, afirmando que se ela seria forte por eles e pelo bebê, ele também teria que ser, nem que isso significasse ter que fazer alguns sacrifícios como aquele. Bill não disse mais nenhuma palavra, apenas envolveu a mulher em um beijo urgente e sorriu. Casou-se sabendo que Fleur era uma mulher forte, mas vendo-a ali tentando ficar firme diante de uma situação pouco conhecida para os dois e prestes a ficarem longe um do outro, passou a admirá-la ainda mais e desconfiou ter se apaixonado um pouquinho mais, ainda que parecesse impossível caber mais amor dentro de seu peito.  

No início, Fleur até considerava bom ficar repousando o dia todo, porquanto os últimos cinco anos haviam sido muito exaustivos e tudo estava prestes a voltar, com o fator a mais de duas crianças ao invés de uma na equação, porém no terceiro ou quarto dia já estava impaciente querendo se colocar em movimento e se sentir útil. É claro que foi terminantemente proibida de qualquer atividade de alto risco, então, contentava-se em passar as tardes na sala lendo ou na varanda de casa observando Victoire brincar com a tia na praia, ouvindo sua mãe na cozinha cantando músicas de sua infância. 

Tinha muitas saudades de Bill, mas quando fechava os olhos, Fleur podia jurar que podia senti-lo torcendo por ela. Cada vez mais Fleur passava as tardes na varanda, lembrando de Bill, assistindo Victoire brincar com a tia e a avó, vez ou outra vindo até a mãe, beijando a barriga e dizendo que estava ansiosa. Vez ou outra, Fleur acariciava a barriga e conversava baixinho com o bebê para que ninguém mais escutasse e torcia para que ele chegasse ao mundo saudável e ela pudesse reviver toda aquela emoção que sentiu com Victoire. Não ligava se perderia noites de sono novamente, se seu peito racharia, se teria que lidar com choros horas a fio sem uma razão aparente após tentar de tudo para solucioná-lo ou até com o desespero diante de um engasgo e com a preocupação de checar de tempos em tempos se o bebê estava respirando enquanto dormia no berço; tudo o que Fleur mais queria era que seu bebê sobrevivesse. Passaria por essas e tantas outras provações sem reclamar desde que tivesse seu pequeno embrulho nos braços. 

Apesar de suas preces diárias, Fleur, à época de oito meses, precisou ir às pressas para o hospital diante de um sangramento com fluxo maior do que os anteriores, sendo transferida para um hospital trouxa, sedada e induzida a uma cesariana de emergência. Só conseguia perguntar desesperadamente se seu bebê ficaria bem, mas ninguém parecia saber respondê-la e um sentimento angustiante de forma inevitável preencheu seu coração. Não tinha Bill ao seu lado, o que tornava tudo mais difícil e desesperador. Apolline segurava a mão da filha o tempo todo, pedindo para que respirasse, pois tudo ia ficar bem, garantindo Bill estava à caminho, enquanto cantava algumas músicas da infância de Fleur, como havia feito nas últimas semanas. Talvez tenham sido as canções ou a esperança de que seu marido estava vindo e que tudo ficaria bem com seu bebê, mas Fleur conseguiu se acalmar. 

Quando acordou horas mais tarde, sem ao menos se lembrar de em algum momento ter ido dormir entre o desespero do pré-parto e o parto em si, a primeira coisa que perguntou foi sobre o bebê. Apolline e Gabrielle estavam no quarto, mas não havia sinal algum de Bill, Victoire ou do bebê. Começou a hiperventilar, temendo pelo pior, quando sua mãe a envolveu em um abraço, dizendo que tudo havia dado certo, como ela prometera. 

Finalmente pôde voltar a respirar com normalidade ao ver Bill trazendo um pequeno embrulho no colo, com Victoire grudada em sua perna tentando ver melhor o bebê. Quando colocou os olhos e os braços em sua filha, a primeira reação foi murmurar a música que sua mãe havia cantado na sala de parto, tentando tranquilizá-la. 

— Dominique, nique, nique — Victoire cantarolou junto, reconhecendo a música e quando Fleur sorriu e acompanhou a filha, dessa vez, de fato, cantando e não apenas murmurando, a recém-chegada abriu os olhinhos azuis sonolentos, como se estivesse respondendo a um chamado. 

— Dominique — Fleur sentiu-se segura durante toda a infância quando ouvia a música na voz doce da mãe depois de ter pesadelos, de forma que fez o mesmo por Victoire quando ela os tinha. Sua segunda filha havia chegado após um pesadelo real, para acalmar o coração de Fleur, então, não poderia existir nome melhor para a nova integrante da família. 

Bill, Fleur e Victoire não poderiam ter ficado mais felizes. 


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Notas finais do capítulo

Foi um capítulo mais grandinho, mas eu tinha mais coisas para falar. Gosto de pensar que a onda de bebês na família Weasley foi uma loucura - o que possivelmente deixou Minerva de cabelo em pé kkkkk -, então coloquei a diferença da Domi para a Vic sendo um pouco maior para que ela fosse mais ou menos da idade dos outros primos que tanto amamos.
Complicações na gravidez acontecem - inclusive minha mãe, quando estava grávida do meu irmãozinho passou exatamente pelas mesmas coisas - e quis abordar um pouco disso.
Espero que tenham gostado e até o próximo ♥