Forever escrita por mjrooxy


Capítulo 6
Reconhecendo




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Acabei sonhando com o momento em que Neji morreu na guerra, e lembrei das palavras que ele me disse, que eu teria duas vidas em minhas mãos. Pensei em Hinata, em nós dois de mãos dadas, na certeza que senti naquele momento de que tudo daria certo, apesar das perdas. Finalmente compreendendo que aquele sentimento sempre esteve lá. Mesmo quando eu não me dava conta dele. Eu sempre amei Hinata, como demorei tanto para reconhecer?

Ao acordar, no entanto, a autodepreciação novamente me golpeou com força. Por mais que Kurama tivesse me acalmado e garantido que Hinata ter se declarado para mim não foi viagem da minha cabeça, ainda assim, era algo muito grandioso de se imaginar.

Obvio que devia ser viagem minha, em qual planeta um mulherão daqueles seria apaixonada por mim desde criança? Balancei a cabeça e decidi perambular pela vila logo cedo, talvez alguém precisasse de mim. Afinal, meus pensamentos quase me massacravam. Tomei meu café rapidamente e disparei pelas ruas, o festival rinne estava para começar e muita gente já se movimentava, cada qual com seus preparativos.

Eu queria uma missão, se Kakashi-sensei me desse uma, talvez conseguisse tirar Hinata dos meus pensamentos. Só que estava tudo tranquilo após a guerra e nada de novo acontecia. Foi quando ouvi a voz de uma mulher soar, ela me chamava efusivamente e eu temi ser mais uma daquelas fãs enlouquecidas que conquistei depois da guerra. Mas não era o caso. Quem me chamava era uma senhorinha muito fofa, ela mexia em uma barraca e me olhava como se eu fosse o único que poderia ajudá-la. Fui até lá e não esperava encontrar Hinata abaixada no chão, pegando alguma coisa. Quando ela levantou por impulso, com um vaso de flores em mãos, nossos olhares se encontram e senti meu coração queimar. Era como se eu a visse pela primeira vez na vida, meus olhos deviam brilhar, ou, era bem possível que Hinata visse os dois corações que brotaram no lugar deles.

Me aproximei, só para sentir minhas bochechas queimarem ao me deparar com tanta beleza. Cara, ela era linda demais, assim ficava difícil raciocinar. Consequentemente desviei meu olhar, tentando disfarçar o constrangimento.

— Hinata-chan. - recitei, evitando seus olhos.

— Naruto-san. - respondeu e eu senti meu coração quebrar um pouco mais.

Por que Hinata não me chamava mais de Naruto-kun? Eu amava como meu nome soava em seus lábios rosados, era tão... Carinhoso e inocente.

— Que bom que apareceu, a jovem Hinata está me ajudando com as flores, mas tem alguns vasos bem pesados e eu queria pedir que ajudasse a menina. - explicou a senhora que eu pensava se chamar Yumi, me limitei em apenas assentir.

— Não precisava, eu consigo carregar tudo sozinha. - garantiu Hinata, colocando uma mexa escura de cabelo atrás da orelha.

— Tenho certeza que sim, mas se eu não fizer nada vou enlouquecer. - respondi, tentando não ofendê-la com a minha ajuda.

Para minha surpresa ela sorriu.

— Me sinto assim também, preciso ocupar a cabeça. - devolveu e eu tomei coragem de chegar mais perto.

— O que posso fazer? - eu quis saber, torcendo para que fosse algo que pudéssemos fazer juntos, de preferência bem pertinho um do outro.

— Pode me ajudar a trazer os vasos de flores para cá, são muitos e eu me ofereci para ajudar. - respondeu calmamente, mantendo os olhos lunares fixos nos meus.

Estremeci com o contato visual prolongado e fiz que sim com a cabeça, a partir daí passamos a carregar os vasos com vários tipos de flores. A senhora Yumi deveria ter uma estufa para armazenar aquelas espécies que gostavam do inverno. Duas horas depois, eu estava um pouco cansado de tanto carregar aqueles vasos pesados, mas estava feliz por ter Hinata ao meu lado.

(...)

Quando nos sentamos no gramado próximos um do outro atrás da barraca, parei para beber um pouco de água e senti Naruto me espiando novamente de um jeito curioso.

Devolvi de esguelha o olhar e, como se fosse pego no flagra fazendo algo errado, ele virou o rosto de supetão.

— Está com sede? - quebrei o silêncio que se formou, notando Naruto nitidamente constrangido.

— Acho que sim. - concordou facilmente. - Mas não trouxe água, preciso buscar.

Sorri abertamente ao ouvi-lo.

— Pode tomar a minha, Naruto-san. - ofereci educadamente e lhe estendi o meu cantil.

— Obrigado, Hinata-chan. - ao pegá-lo seus dedos resvalaram nos meus e senti como se tivesse levado um choque.

Era uma sensação eletrizante, tanto que o olhei atordoada.

— Não foi nada. - garanti, puxando minha mão rapidamente.

— Posso confessar uma coisa? - indagou, após dar um longo gole na água.

— Pode. - afirmei, colocando uma mexa de cabelo atrás da orelha.

— Gosto mais quando me chama de Naruto-kun. - corei imediatamente ao sentir outra vez seus olhos nos meus. - Kiba não gosta quando chama outros homens dessa forma, por isso mudou comigo?

— Nã-não é isso. - titubeei em minha decisão de manter-me longe dele. - Eu só... Eu só... Acho melhor não falarmos disso agora, precisamos terminar de carregar os vasos. - observei, encontrando uma desculpa não tão viável para mudar de assunto.

Naruto balançou a cabeça em concordância e virou o rosto, parecendo frustrado.

— Está com fome? - perguntou preocupado. - Podemos comer lámen no Ichikaru.

— Um pouquinho, Naruto-kun. - confessei e sem querer o chamei como antes, repreendendo-me internamente por isso.

Contudo, consegui vislumbrar, mesmo que de lado, quando Naruto abriu um sorriso de contentamento.

Eu era tão fraca quando o assunto era ele!

Na real, não conseguia forçar aquela história de seriedade, Naruto era tipo um cachorrinho fofo, com aqueles olhos azuis brilhantes. Era impossível ficar brava com ele por muito tempo. Ou eu era uma otária que se desmanchava com meia dúzia de gentilezas.

— Posso te fazer uma pergunta pessoal? - olhou-me de lado e coçou a nuca de um jeito receoso, incerto. - Hinata, sei que não deveria tocar nesse assunto novamente, mas... - Naruto hesitou, como se procurasse pelas palavras. - É verdade que está, digamos, namorando o Kiba?

— Sim. - afirmei impassível.

Naruto olhou para frente e puxou o ar com tanta força, que pude até mesmo ouvi-lo. Sofria por mentir para ele, mas era melhor assim. Um dia eu o esqueceria.

— Entendi, está cansada? - inquiriu, mudando de assunto.

— Um pouco. - assumi e foquei meus olhos nas lindas flores à minha frente, tentando controlar os batimentos do meu coração.

Às vezes Naruto era tão obtuso, eu não conseguia compreendê-lo de todo.

— Vem, vamos nos deitar um pouco. - chamou-me inocentemente, mas eu arregalei os olhos e corei feito um tomate. - Quero dizer, vamos nos deitar um pouco aqui, para descansar, depois podemos comer. - se enrolou todo e suas bochechas ficaram incrivelmente vermelhas.

— Acho melhor não, melhor terminarmos logo, o festival já é amanhã. - murmurei desconcertada.

Senti meu corpo esquentar só de imaginar a possibilidade de me deitar com ele. Naruto tinha um efeito enlouquecedor sobre mim, mas era um tiquinho sem noção. Como eu iria ficar tão perto dele desse jeito? Todo meu autocontrole iria embora pelo ralo no primeiro instante.

— Você está certa. - aceitou ainda constrangido.

Porém, quando fomos nos levantar, ambos nos apoiamos no mesmo local e nossas mãos se sobrepuseram. Nos olhamos por um momento e nossas bochechas esquentaram no mesmo instante, como se estivéssemos sincronizados.

— Desculpe. - falamos em uníssono.

Nos levantamos apressadamente e eu ajeitei minhas roupas, não queria estar toda mulambenta na frente de Naruto. Mesmo que ele não reparasse em mim, ainda restava-me um tico de autoestima.

No entanto, contrariando minhas baixas expectativas, Naruto olhou-me dos pés à cabeça e consegui visualizá-lo há tempo de notar quando mordeu o lábio inferior, desviando os olhos. O que? Naruto tinha me dado uma baita secada?

Eu só podia estar sonhado!

Um pouquinho depois, ele fitou meus olhos intensamente, os seus, aliás, brilhavam muito azuis. A ponto de bruxulearem em minha frente. Naruto parecia, como podemos dizer, admirado, apaixonado? Eu não sabia precisar.

Sustentei o olhar e Naruto tocou meu rosto delicadamente, causando um arrepio em meu corpo. Fechei os olhos para apreciar o contato breve, ouvindo em seguida:

— Kiba é um homem de sorte.

Senti meu coração trincar ao ouvi-lo, mas nem pude contestar. Pois Naruto afastou-se afoito, ignorando o que disse anteriormente, que comeríamos lámen juntos.

Agachei e chorei baixinho sozinha, não adiantaria alimentar expectativas referente aos sentimentos do Naruto-kun por mim. Mentindo ou não sobre Kiba, eu estava cansada de ser a segunda opção dele. Eu o queria por inteiro, sem reservas e anseios.  Mesmo assim, por um momento, pude sonhar que Naruto finalmente me amaria, somente a mim, e que seríamos muito felizes juntos algum dia.

 


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