Forever escrita por mjrooxy


Capítulo 7
Para sempre




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Sai de perto da Hinata com o coração sangrando, ela não sabia o quanto me doía ouvi-la dizer que estava namorando outro que não eu.

Mas, eu não podia reclamar, sendo o idiota que sempre fui, óbvio que não teria chances com Hinata. Em qual planeta ela esperaria um idiota para sempre? Só não entendia aqueles sonhos, seriam verdadeiros? Como saber o que é verdadeiro e o que não é? Eu podia confrontá-la, só que era covarde demais para isso. E se Hinata dissesse que nunca se declarou para mim? O que eu faria?

Foi após muito tempo perambulando pela vila a esmo, sem ânimo nem para comer, que a vi correndo com um embrulho agarrado ao peito. Na minha confusão mental, até esqueci que a convidei para comer lámen. Contudo, eu não podia deixar minha dor de cotovelo interferir na nossa amizade e no que eu sentia por ela. Hinata era preciosa demais para mim e eu queria tê-la ao meu lado. Mesmo que fosse somente como amiga, mesmo que fosse me chamando de Naruto—san. Ah, quem eu queria enganar? Quando ela me chamava de Naruto-kun meu mundo parava e meu peito aquecia, como se a voz de Hinata fosse morna e tocasse imediatamente meu coração. Só que agora era como se uma culpa estranha tomasse conta dela, sempre que me chamava carinhosamente. Eu não sabia o que pensar, mas queria descobrir, ainda que não gostasse da resposta. Era melhor saber com todas as letras que Hinata não sentia nada por mim, assim eu poderia sofrer em silêncio por um motivo concreto. Essa dúvida acabava comigo, quebrando meu coração lenta e dolorosamente. Tendo isso em mente, corri e a encontrei no nosso balanço, cabisbaixa, lágrimas transparentes escorriam por seu rosto e banhavam o embrulho que ela continuava segurando com firmeza. Eu já a vi carregando a mesma coisa, no dia que nos encontramos no Ichikaru, por exemplo. O que seria? De todo modo, era de partir o coração, ela se balançava lentamente e ressonava baixinho, a medida que tentava conter as lágrimas.

— Hina-chan! - chamei, preocupado e querendo muito trazê-la para perto de mim.

Odiava vê-la sofrendo, pior ainda chorando. Meu coração se despedaçava quando isso acontecia e eu queria muito fazê-la sorrir. Mesmo que minimamente. O sorriso de Hinata iluminava minha vida e eu precisava dessa luz mais do que tudo. Eu precisava dela para clarear a escuridão que insistia em tomar conta de mim.

— Na-naruto... - sua voz falhou um pouco e ela tentou enxugar o rosto, sem jeito.

Receoso, eu me aproximei.

— Por que está chorando, meu anjo? - tais palavras saíram tão espontâneas, que mordi o lábio inferior, temendo tê-la assustado.

Eu não podia chamá-la assim, não tínhamos essa intimidade e com ela namorando Kiba...

— Como me chamou? - seus olhos, antes brilhantes por causa do choro, se voltaram para mim, curiosos e apreensivos.

— E-eu... - gaguejei, passando as mãos pelos meus cabelos, na busca de encontrar uma desculpa. Uma das boas para tê-la chamando de meu anjo.

Ela era meu anjo, mas eu não podia falar isso em voz alta.

— Por favor, Naruto-kun, do que você me chamou? - insistiu e seus olhos lunares tornaram-se suplicantes.

Estremeci.

Vacilante, levei minha mão ao seu rosto, tocando suavemente sua pele macia e úmida das lágrimas derramadas de outrora.

— De meu anjo. - forcei-me a manter meus olhos nos seus e minha voz firme, segura.

Eu precisava dizer o que eu sentia, ainda que fosse rejeitado. Era melhor do que viver com a dúvida pairando sobre mim, sugando toda minha felicidade.

— Por que você me chamaria assim? - quis saber e eu puxei o ar com força, soltando-o em um silvo baixo.

— Porque você é meu anjo, minha lua, minha luz. Você me ilumina com seu sorriso e seu jeito doce. Você me encanta, faz com que eu me sinta vivo e feliz novamente. Você traz um novo colorido à minha vida e eu não aguento mais esconder esse sentimento, ou guardá-lo para mim... - declarei, tomando suas mãos nas minhas. - Eu sei que não tenho esse direito, que você já está comprometida com outro. - minha voz vacilou nesse momento, como se uma kunai fosse cravada em meu peito ao lembrar que ela jamais seria minha. Não do jeito que eu gostaria. - Não é porque eu descobri recentemente que te amo, nem nada disso que eu venho sofrendo, é porque eu sou um idiota e te perdi para outro antes mesmo de saber que eu poderia e deveria lutar pelo seu amor...

E, quando dei por mim, os lábios macios de Hinata estavam nos meus, quentes. Gelei, com os olhos ainda abertos, senti suas mãos quentinhas e meio molhadas espalmarem cada lado do meu rosto. Enquanto seu beijo também molhado pelas lágrimas me queimava por inteiro. Me invadindo. Levei mais alguns segundos para compreender o que estava acontecendo, para só então perceber que realmente estava sendo beijado por Hinata. A garota mais linda de todo o país do fogo, ou, por que não de todas as cinco nações? Suspirando, finalmente o torpor foi me deixando e eu pude enfim corresponder. Com calma, toquei a cintura fina de Hinata e a puxei para mim. Levantando-a no processo, fazendo o embrulho misterioso que ela carregava cair, enquanto colava nossos corpos. Deixei todo meu amor por Hinata esvair pelos meus poros, pelo meu corpo e ir de encontro ao coração dela. Eu queria demonstrar em cada gesto meu que eu a amava, se fosse preciso eu gritaria. No entanto, seria bem melhor se Hinata sentisse meu amor, tocasse nele. Assim como eu a toco agora.

E, como se ouvisse meus pensamentos, Hinata soltou um gemido baixo e grave, quando mordi levemente seu lábio inferior, apertando um pouco mais sua cintura. Arrepiei da cabeça aos pés, sentindo meu corpo todo acender, despertar.

— Eu estou sonhando? - divaguei e Hinata soltou um risinho abafado, antes de responder:

— Me diga você, se estiver, estamos dividindo o mesmo sonho.

— Hinata, eu te amo. - garanti, meio suspirando, meio rindo. - Eu te amo tanto que estou com medo de acordar na minha cama sozinho e me dar conta de que foi apenas mais um sonho que Kurama me deu. Sabe, para me animar.

— Isso não é um sonho, Naruto-kun. - contestou com firmeza.

A afastei minimamente, o suficiente para olhar em seus olhos límpidos e deixei um beijo casto na ponta de seu nariz, depois fiz o mesmo na testa, por cima da sua franja escura.

— Mas e o Kiba? - perguntei, sentindo um desespero tomar conta de mim só de pensar nele.

O que aconteceu aqui, de verdade?

— É tudo mentira, não estamos juntos... - iniciou, baixando os olhos. - Eu sempre te amei, Naruto, nunca fui capaz de gostar de outra pessoa. - declarou e eu prendi o ar, mordendo com força meu lábio inferior ao ouvi-la confirmar o que Kurama já havia me dito. Ouvi-la confessar seu amor era demais para o meu coração. - Eu estava cansada de sofrer por você e de vê-lo se derretendo pela Sakura, ainda mais depois de eu ter me declarado a você antes da guerra. Quando lutei contra o Pain, por isso inventei essa farsa toda e Kiba como meu amigo me ajudou.

— Você. Me. Ama? - sibilei, sentindo uma vertigem.

Aquela raposa estava certa.

Hinata me amava!

Ela não namorava Kiba.

Eu queria gritar, correr feito louco pela vila. Eu queria me ajoelhar e pedi-la em casamento ali mesmo. Eu a queria para mim e comigo, pelo resto dos meus dias.

— Amo, seu idiota! - revidou, aumentando o tom de voz. - Eu te amo para sempre.

Dito isso, eu a puxei para mim e enterrei seu rosto delicado em meu peito. Beijando o topo de sua cabeça e após afastando-a novamente, para beijar seu rosto. Beijei-a em todos os lugares que eu enxergava, nariz, bochechas, testa e, por fim, encarei seus lábios, vermelhos, convidativos. Me chamando, se insinuando, me seduzindo.

— Eu te amo, Hinata. Peço perdão por ter demorado para compreender meus sentimentos, mas eu não posso mais viver sem o seu amor. - confessei. - Preciso te explicar que perdi a consciência na minha luta contra o Pain, quando Kurama tomou conta de mim. Por isso me perdoe por ser tão insensível com relação aos seus sentimentos, só me recordei ontem em forma de sonho tudo o que aconteceu. Sobre sua declaração e como me protegeu... - toquei seus lábios com os meus, suavemente, só para senti-los, prová-los.

Confirmar que era real, que Hinata era real. Nosso amor, era real, não era?

— Achei que esse momento jamais chegaria. - e uma lágrima solitária e teimosa escorreu por sua bochecha vermelha.

A essa altura as anteriores já haviam sido praticamente secas de tanto que eu a abracei. Portanto, foi minha vez de tocar seu rosto com o polegar, limpando o que, para mim, era algo ruim. Acho que eu não chorava muito de alegria, só de tristeza e saudades... Quando me despedi do meu pai depois da guerra, quando me despedi da minha mãe logo após finalmente conhecê-la. Quando chorei após descobrir que meu padrinho havia morrido pelas mãos do Pain. Quando chorava pensando que havia perdido Hinata para sempre. Ou, indo mais longe, quando sofria sozinho me sentindo solitário e abandonado. Com isso, achava que aquela lágrima que ela derramou era uma marca de que eu a havia feito chorar, que a machuquei e isso doía no fundo meu coração.

— Não chora, por favor. - pedi, impotente.

— Estou chorando de felicidade, Naruto-kun.

— Se é assim, me chama de Naruto-kun de novo? - pedi, fazendo manhã.

— Naruto-kun, Naruto-kun. - recitou de forma doce. - Meu grande amor. - completou baixinho.

— Promete nunca mais deixar de me chamar dessa forma? - propus e ela fez que sim com a cabeça.

— Me chama de meu anjo de novo? - me imitou e eu prontamente aceitei.

— Meu anjo, meu anjo, meu anjo. - fui dizendo, enquanto deslizava os lábios levemente pela mandíbula alva de Hinata e deixava vários beijos naquela região.

— Promete nunca mais deixar de amar?

— Prometo. - garanti, sorrindo bobo pela primeira vez em dias.

Vi quando Hinata se abaixou e pegou o embrulho que deixou cair, abrindo e me oferecendo um cachecol vermelho vivo, muito bem feito.

Eu já havia visto ela tricotando ele várias e várias vezes, era para mim?

— Sei que ganha muitos presentes agora e que já tem um cachecol muito bonito. - gaguejou um pouco e suas bochechas coraram. - Mas peço que aceite o meu presente, eu fiz pensando em você, depois que me protegeu quando criança. Não sei se lembra... - baixou os olhos, enquanto me oferecia o presente.

Meus olhos marejaram, lembrando de quando eu a vi na neve. Ela parecia um anjo e eu fiquei encantado e com muita raiva daqueles moleques que zombavam de uma garotinha tão linda.

— Claro que lembro... - iniciei, estendendo a mão para pegar o presente. Engolindo em seco, puxei na memória de qual cachecol ela falava. - Se refere a um cachecol listrado? - questionei, curioso. - Se for, foi deixado pela minha mãe, eu e Konohamaru achamos perdido no meio da bagunça do terceiro Hokage. Por isso era tão importante pra mim.

Hinata me olhou com um misto de alívio e surpresa. Ao passo que finalmente compreendi que ela imaginava que eu havia ganhado o presente de alguma outra garota.

Eu era lerdo, mas nem tanto.

— Senti ciúmes daquelas garotas. - confessou num fio de voz, ainda sem olhar nos meus olhos. - Senti ciúmes quando não veio atrás de mim, senti ciúmes de todas elas. - confirmou minha tese.

Me aproximei novamente e toquei seu rosto com ternura, segurando o cachecol vermelho no processo.

— Se te acalma, eu não vou mais aceitar presentes de nenhuma outra garota. - afirmei, dessa vez tocando seu queixo e forçando-a olhar para mim. - Nenhuma delas representa qualquer coisa para mim. Você sim, Hinata, e eu me lembro perfeitamente da primeira vez que eu te vi. Lembro que eu só queria protegê-la, mesmo que eu fosse um zero a esquerda, como você comprovou naquele dia. Eu lembro de como me senti quando você me olhou e não me julgou por ter apanhado, você me olhou e quis me entregar o que restou do meu cachecol vermelho.

Ela sorriu.

— Demorei um pouco para terminar o presente. - brincou e eu a puxei para mim novamente, com o cachecol entre nós.

— Esse presente é a prova de que sempre estaremos unidos a partir de hoje. Porque é o nosso destino, assim como o cabelo vermelho da minha mãe uniu ela e meu pai. Esse cachecol nos uniu, mesmo que eu tenha demorado para perceber o quanto eu te amava. Somente quando a vi com Kiba que eu compreendi a extensão dos meus sentimentos por você, Hina. Mas, a partir de hoje, eu não vou mais te perder. Não havia sequer percebido que já começava a escurecer e diversas borboletas laranjas passaram a voar em torno de nós dois, como se abençoassem nossa relação.

Por fim, colando nossos lábios em um beijo lento e cheio de significado eu selei nosso amor. Sentindo meu peito se encher de uma alegria plena e satisfatória. Meu amor por Hinata transbordava e eu queria que todos vissem, presenciassem, testemunhassem.

Eu a queria como minha, minha mulher, minha amiga, meu lar e minha felicidade.

Era Hinata, sempre foi ela e sempre seria. Para sempre.

Fim.

 


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