Despedida. escrita por kiaramcg123


Capítulo 2
Bônus 1: O recomeço.




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Dois anos se passaram desde que Milo escreveu aquela carta de despedida, deixando seu amor para trás. Não foi fácil dizer a adeus. Nunca é. Como desistir de homem que lhe trouxe momentos inesquecíveis para sua vida, mas também junto uma tristeza profunda?

     Em quanto se arrumava para ir receber o prêmio Goncourt, por sua obra Despedida, ele pensava em como a vida da voltas. Nunca imaginou que ao escrever aquela carta ele não só estaria dando adeus a seu amor, mas também escrevendo uma nova etapa em sua vida como escritor. Dizem que todo bom escritor necessita viver um grande amor, uma grande perda para poder entender como as emoções funcionam. Bem, ele teve tudo isso.

    Graças a Camus aprendeu, que nenhuma relação sobrevive quando somente um luta verdadeiramente para mantê-la. Não que ele nunca o tenha amado. Ele só não amou o suficiente para deixar seu passado para trás e tentar viver uma nova historia de amor.

   Milo se olha no espelho e vê que está lindo de smoking preto. Seu traje só realça mais a sua beleza e a cor de seus cabelos. A ansiedade de estar indo receber um prêmio que tanto almejou e que a entrega seria televisionada o deixava apreensivo e com a sensação de um frio na barriga.

         - Já está pronto? Podemos ir?

         - Sim.

         - Você está lindo!

         - Obrigado, você também.

    Milo chega ao Intercontinental Paris por volta das dezenove horas. A entrega dos prêmios literários aconteceria por volta de vinte horas. Estavam presentes grandes nomes da literatura de todos os países. Na mesa que ele estava sentado encontrava-se: James Petterson, Dan Brown, Annie Ernaux, Masami Kurumada e seus acompanhantes. Tantos autores famosos só aumentavam o friozinho que da barriga já chegava à boca. Ele jamais pensou que estaria sentado em uma mesa fazendo parte da nata literária.

    Durante toda a noite vários prêmios foram distribuídos. Quando chegou ao melhor livro de auto-ajuda, seu nome foi mencionado: Milo Scorpius. Milo levanta-se da cadeira sendo aplaudido de pé por seus colegas literários. E vai até o palco receber seu prêmio.

          - Parabéns, pelo troféu de melhor livro de auto- ajuda de 2021.- disse o mestre de cerimônia.

         - Obrigado. Quero agradecer primeiramente, a todos os leitores que compraram o meu livro ou que o tenha indicado para alguém. Sem vocês eu não estaria aqui recebendo este troféu. E também quero agradecer a minha editora que confiou em mim.

     Após o termino da premiação os autores foram entrevistados em rede nacional no próprio salão onde estava acorrendo o evento.

          - Senhor, Milo. Poderia nos falar um pouco sobre o seu livro? A que deve seu sucesso?- perguntou um repórter que tinha o nome Seiya escrito no crachá.

       - Minha obra literária vez sucesso porque com ela eu abordei alguns assuntos que são importantes para a construção de um relacionamento. – Milo, sorri para câmera - Como por exemplo: Será que você não consegue encontrar alguém que lhe satisfaça porque permanece fazendo comparações com esse amor do passado? O que realmente lhe prende a esse amor antigo? Talvez uma dor muito forte por ter sido traído ou não ter sido correspondido com a mesma intensidade? Será que por não ter esquecido o passado, você não foi capaz de conseguiu demonstrar e vivenciar adequadamente seu amor a pessoa que estava ao seu lado no presente? Meu livro ensina o que eu aprendi. A me libertar do passado para viver feliz no presente. Aceitar e entender que tanto você quanto a outra pessoa fizeram o melhor que puderam, mas apesar de tudo não foi suficiente para mantê-los juntos. Então é importante ter força de vontade para se soltar dessas correntes que lhe puxam para trás.

        - E foi fácil deixar o passado para trás?

       - Se você fácil, meu livro não seria o mais bem vendido do ano.- diz Milo, piscando um olho- Eu precisei de um tempo longe para me curar e para consegui deixar o passado a onde deveria ficar. Eu precisei me recompor e me reconstituir, para consegui seguir em frente com a minha vida – Milo aponta para um homem sentado na mesa que ele ocupava- Aquele homem que tenho certeza que vocês já conhecem chama-se Aldebaran, campeão de luta livre. Foi ele que me ajudou a colar meu coração. Foi com ele que me senti preparado para dar uma nova chance ao amor! Hoje, eu sei que meu coração está curado, já não me lembro mais de como estava há alguns meses atrás, já não lembro mais da dor da perda de um grande amor. Mesmo que esta relação tivesse sido tóxica para mim. Este livro que todos estão comentando hoje em dia, é a minha trajetória descobrindo o que é o amor vivido a dois sem as amarras que nos prende ao ontem para que possamos viver o hoje.

        - Então seu livro é baseado em uma desilusão amorosa?

        - De certa forma, sim! Como poderia falar sobre o tema: despedida, se não tivesse vivido um amor que não deu certo? 

        - Eu já li seu livro. É uma bela história de como o amor pode ser uma benção em nossas vidas ou uma maldição. No entanto como ele será descrito na historia de sua existência ira depender unicamente de você. É está a moral de seu livro de auto ajuda?

       - Sim. Durante todo o projeto de criação eu fui me descobrindo que todo ser humano é capaz de dar e receber amor. Porém existem vários tipos de amor, uns são tóxicos e outros não. E que para um relacionamento dar certo você não tem que viver em função do outro, mas sim junto com o outro. Isto foi meu atual namorado e quem sabe num futuro não tão distante marido, me ensinou. Foi com ele que eu aprendi o ditado: quem não me da á atenção, não merece a minha afeição. Quem esnoba meu amor, dele não é merecedor.

           - Está frase esta em um dos capítulos de seu livro!

        - Sim. Como também tem um capitulo especifico sobre o meu antigo amor, que diz: Enquanto você dá atenção a quem não merece seu amor, você está perdendo o amor de quem te dá atenção.

          - O senhor dedicou seu livro a ele, seu antigo amor, não foi? Seu atual namorado não ficou com ciúmes?- Questionou, um outro repórter chamado Shura.

         - Eu fiz a dedicatória a meu antigo amor, porque sem ele eu não teria produzido esta obra literária. Foi o meu passado com ele que me fez questionar minhas atitudes, rever meus conceitos e evoluir como ser humano. Por isso o amor pode ser uma benção ou uma maldição em nossa vida. A lição que aprendemos com ele, cabe a nos escolher. Debas, não sente ciúmes porque como ele mesmo disse uma vez quando leu o livro: Infelizmente, às vezes o infortuno dos outros e que nos trás a nossa felicidade. Quem não valoriza, perde.

    Durante toda a premiação e inclusive a entrevista Camus não desgrudava os olhos da televisão. Por um lado estava feliz porque Milo, seu amor, tinha encontrado alguém que o valorizava e o respeita-se como individuo em uma relação. Algo que ele durante todo o tempo que esteve com ele não soube fazer.

   Camus leu todo o livro e chorou por ter entendido o quanto Milo sofreu em um relacionamento que começou pelos motivos errados. Ele por ter se envolvido com Milo mesmo não tendo conseguido esquecer o homem de sua antiga relação. E Milo por achar que um amor pela metade era melhor que nenhum. Ele teve que perdê-lo para entender o quão especial Milo era em sua vida. Porém não foi capaz de ver na época, porque estava preso a uma ilusão de um amor não vivido totalmente. Sonhando com algo que ele não teve ao invés de investir no amor que possuía bem ali ao seu lado. Não culpava Saga que escolheu o dinheiro ao invés do amor. Porque quando o conheceu sabia que ele gostava de viver bem, com status. Talvez, se ele soubesse que seu ex estivesse feliz ele tivesse desistido. Mais aquela tristeza de Saga era o que ele precisava pra ter uma fagulha de esperança de que um dia Saga viesse a perceber que cometerá um erro ao deixá-lo. Graças a sua ilusão de recuperar o amor que um dia perdeu e ao orgulho ferido ele deixou uma pessoa incrível sair de sua vida para nunca mais voltar.

    Hoje ele entende através do livro de seu amado o quanto estava errado em não deixar o passado para trás. Milo mesmo não estando com ele o ensinou a viver. Porque este era o homem que ele conheceu num dia chuvoso em um bar. Um homem, capaz de amar e de transmitir este amor por onde ele estiver.

    Mas agora ele como Saga pertencem ao passado. Está na hora de olhar para frente e recomeçar, pensa Camus ao olhar para a carta presa no imã de geladeira. A primeira lição de desapego que aprendeu com seu amigo, amante infelizmente agora ex e que despedidas são tão importantes como o começo de uma relação.


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