Despedida. escrita por kiaramcg123


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde.
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Boa leitura.



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 Já passada de dez horas da noite quando Camus colocava a chave na fechadura da porta de seu apartamento que dividia com Milo. Ele sabia que estava errado, mas não conseguia evitar. Novamente, ele retornará do quarto de hotel que dividira com Saga, na esperança que este lhe fala-se que iria se separar do marido. Mais um ano se passou e ele continuava esperando, desejando que seu amante larga-se o cônjuge e viesse a escolhê-lo.

            - Milo, cheguei!

   Pela primeira vez Camus não obteve uma resposta, somente o silêncio. Camus estranhou tal recepção, pois seu namorado geralmente vem correndo para recebê-lo. Ele entra no apartamento e se dirige para a cozinha. E lá, vê na porta da geladeira uma carta pendurada com um imã de coração.

        “Camus,

    Estou cansado, cansado de esperar que você um dia venha a me amar como ama seu amante. Estou cansado de esperar que você perceba que ele nunca irá deixar o marido para ficar contigo. Sei que não posso te cobrar nada. Porque quando te conheci sabia que você amava outra pessoa. E que este preferiu se casar com um homem rico a você. Mais mesmo assim você por amor o teve durantes todos estes três anos como amante.

      Você sempre teve fé que um dia ele iria lhe dizer sim e acabar com o casamento no qual ele lhe contou que era infeliz. Mas apesar de toda a infelicidade, o dinheiro sempre falou mais alto. Às vezes eu me pergunto: porque ele teria que escolher entre os dois se até hoje foi cômodo ele ter a ambos.

      Mesmo sabendo de tudo isto, eu aceitava as milhadas de amor que você me dava. Mesmo sabendo que todo dia onze de cada mês eu tinha que dividi-lo com ele, pois era a data que vocês se conheceram. Nunca pensei que odiaria tanto um número, como odeio o onze. Que por sorte ou azar é também o numero do nosso apartamento. Talvez fosse o destino querendo me lembrar sempre que você não era meu. Somente me pertencia da porta do apartamento para dentro.

      Mais mesmo assim eu te amava e por este amor vivia de migalhas. Até meus amigos me perguntavam: aonde foi parar o orgulho do escorpião? E eu sorria e dizia que o escorpião foi domado. Todavia, hoje sua atitude foi o impulso que eu precisava para dar um basta nesta relação tóxica. Eu já vinha pensando nisto a bastante tempo, mas me faltava coragem. Talvez a mesma coragem que lhe falta para largar Saga, mesmo sabendo que ele é um homem casado.

     Era nosso dia de completar três anos de namoro,mas você recebeu uma ligação dele e foi correndo  sem se importar em me deixar na cama. Somente me deu um beijo de bom dia e partiu. Já passa das sete da noite e você não retornou.

     Estou lhe escrevendo esta carta para que você saiba que eu um dia te amei bem mais que a mim mesmo. Mais agora eu tenho, necessito, quebrar este ciclo vicioso que é o nosso relacionamento. Durante três longos anos, por amor eu quebrei meu orgulho e te dividi com Saga com medo de te perder. Como fui tolo? Como se perde algo que você nunca teve?

     Não estou dizendo que você nunca me amou. Só não foi o suficiente. Por favor, não se assuste ao se dar conta, lendo desta carta que desta vez é para sempre. Confesso que agi premeditadamente. Que calculei cada passo, para ter certeza que este caminho não teria mais volta. Este sentimento que arde em meu peito esta me destruindo aos poucos. Dizem que para amar alguém, antes devemos amar a nos mesmos. Porém durante todo este tempo que vivemos juntos eu me anulei como pessoa para viver no falso conto de fadas. Não que você tenha me pedido isso. Foi algo que simplesmente aconteceu, sem você ou eu nos darmos conta. Mas esta situação estava me matando. Eu estava me perdendo no processo de esperar por seu amor. Uma vez você me pediu para escrever um poema pensando em você. Bem estou lhe escrevendo este como despedida.

   “Sou laranja e você limão, ambos pela metade, mas até que gosto da sua acidez que de certa forma me completa. Mas ficou complicado, ser metade de um tudo. Já me bastava que você ser limão e eu a laranja. Dividir nossas noites com ele, sendo  ele sua outra metade ficou impossível. 

   Então meu amor, estou indo. Desta vez é para sempre, sem despedidas. Quis deixar com você nosso álbum de fotografia. Onde estão os nossos melhores momentos, as trocas de olhares, as palavras sussurradas enquanto nos amávamos e depois aquele silêncio de dois seres que de certa forma se completam. E apesar de não estarem no álbum, são visíveis através de nossa linguagem corporal.

   Talvez você nem sinta a minha falta, ou talvez sinta... Mas um de nós teria que tomar essa atitude, a de por fim a ilusão de uma relação que nunca existiu de verdade. Espero que um dia você seja capaz de viver com quem você sempre amou. Jamais imaginei que teria que lhe dizer adeus para que pudesse ambos encontrar a felicidade. Acho que o amor verdadeiro é assim...  Liberta!

                 Adeus , Camus.” 

    Camus ao termino da carta esta em prantos. Nunca imaginou que Milos se sentisse assim. Pois quando o conheceu deixou bem claro que ainda amava seu ex- noivo. Porém este disse que não se importava, que iria fazer com que ele viesse a amá-lo.

    Que tolo tinha sido. Esteve tanto tempo esperando pelo amor de Saga que esqueceu que tinha algum bem perto dele que o amava. Nunca pensou que MIlo iria deixá-lo. Durante todo tempo se preocupou em fazer com que Saga não viesse a abandoná-lo, aceitando o que o outro lhe dava em troca de seu afeto. Sempre pensando o que poderia fazer para que este se divorciar-se. Mas nunca havia se preocupado com o que faria se Milo um dia se cansasse dele e fosse embora, como era o caso agora. 

    Milo questionou na carta que Saga jamais iria escolhê-lo se poderia ficar com ambos. Mais ele também fizera o mesmo com Milo. Sempre acreditou que ele nunca iria deixá-lo. Como fora idiota! Em acreditar que Milo não daria um basta nesta situação. Ele até que demorou muito para tomar uma atitude. Ele sempre foi impulsivo, marrento, escandaloso. Mais atrás destas quatro paredes ele era o Milo de Camus. O Milo que ninguém conhecia, que somente as pessoas que ele amava tinha o privilégio de conhecer. O homem que era capaz de fazer de tudo por quem ele amava.

     Sentado na cadeira da cozinha, que Camus se deu conta que Milo sempre foi seu porto seguro, sempre este ao seu lado o ajudando e o motivando. Ele sempre o amou incondicionalmente. E o que ele fez por este amor? Nada. Esteve tão preocupado em não perder o que nunca teve, que esqueceu se de valorizar o que tinha. 

    Sete meses se passaram, Camus não era mais o mesmo. No dia seguinte ao qual Milo o deixou, ele foi ter com Saga para por em xeque-mata o relacionamento de ambos. Algo que em outra circunstancia ele jamais faria como receio do que viesse a ouvir.

    Não foi surpresa alguma quando Saga disse que não se divorciaria. Que caso ele não desejasse continuar com aquela relação do jeito que estava poderia partir sem olhar para trás. Camus tentou encontrar Milo durante todos aqueles meses, com o intuito de lhe pedir perdão. Porém nem seus amigos sabiam de seu paradeiro. Ou se sabiam não queriam comentar. Mais como culpá-los, se ele era o único culpado desta situação.

      Um belo dia, ao sair do trabalho passou em frente de uma livraria que no seu mostruário tinha um livro que estava sendo declarado como Best Seller do ano. Qual foi seu espanto ao ver o titulo do livro: DESPEDIDA, por Milo Scorpius.  Camus entrou apresado na livraria para comprar o livro. Na sua dedicatória estava o seguinte dizer: Ao meu antigo amor eu dedico este livro. Que o coração é frágil todo mundo já sabe! Mas e como superar quando ele está machucado? Apenas o tempo pode resolver e para isso é preciso seguir em frente. Inspire-se com essas mensagens e conforte o seu coração. Pois às vezes a despedida não é o fim, mais um marco para seu coração voltar a se reconstituir e voltar a ser o mesmo de sempre.

    Neste momento dos olhos de Camus verte uma lacrima solitária. Sendo esta reflexo da dor causada pela saudade por aquele homem que deu tudo de si e ele não soube valorizar.

Fim.


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