Sam se rastejou lentamente até onde Freddie estava caído, ainda não tinha forças para se levantar e correr até ele, por mais que quisesse.

—Freddie? Freddie! Por favor! – Sam começou a chamar pelo moreno quando enfim o alcançou, ele estava tentando manter os olhos abertos – Ei, por favor, não fecha os olhos – tentava em vão lutar contra as lágrimas.

—V-você está b-bem? – Freddie tentava falar quase em um sussurro.

—Eu estou bem.

—Q-Que b-bom.

Sam o olhou dos pés a cabeça e viu que seu braço direito estava com uma espécie de corte profundo, mas ele estava perdendo muito sangue. Por sorte, a bala apenas atravessou pelo braço, alguns pontos resolveria o problema.

Sem saber ao certo o que fazer, forçou a barra do vestido que já estava rasgada e conseguiu tirar um retalho. Enrolou no braço ferido do moreno na tentativa de conter um pouco o sangue.

—SAM! FILHA! ELES ESTÃO AQUI – John gritava quando surgiu no salão – Sam, o que aconteceu? – se aproximou dos dois.

—Não é o tio Jack, pai. É o Michael, ele estava aqui, tentou me levar e quase atirou em mim. Freddie me salvou – tentou resumir todos os acontecimentos da noite.

Não demorou muito para que Tyler aparecesse juntamente de Carly, Gibby e uma curiosa Marissa Benson que estava os perseguindo desde que começaram a procurar pelos dois.

—Pai, precisamos chamar a polícia.

—Não acho que seja possível, filha. Eu conversei com Jack, eles têm contatos até na polícia, vão fazer de tudo para encobrir a história.

—Isso não pode ficar assim.

—E não vai. Eu te prometo – ajudou Sam a se levantar e a abraçou forte.

—Freddie? – Marissa correu até o filho e se ajoelhou ao lado dele, olhando todos os ferimentos.

—E-eu não q-quero...

John desfez o nó da corda que prendia os braços de Sam. Carly e Gibby estavam assustados com a situação que encontraram os amigos.

—Filha, eu preciso te tirar da cidade agora. Já estou providenciando tudo para você ir. Tyler pode ir com você.

—O que? Não. Eu preciso que alguém leve o Freddie para um hospital. Ele está machucado demais, papai. Eu não vou deixá-lo.

—Um hospital é arriscado demais. Acha que não vão querer terminar o serviço que deu errado aqui?

—Eu não me importo. Não vou arriscar a vida do Freddie.

—Eu posso cuidar dele – Marissa se pronunciou – Ele continua sendo meu filho e sou enfermeira. Posso levar ele para Yakima, ainda temos nossa antiga casa lá.

—S-Sam, n-não, p-p... – Freddie tentava falar.

—Shi, poupe suas energias – Sam se abaixou ao lado de Freddie – Você vai ficar bem.

—Sam, você precisa decidir logo o que você vai fazer. Jack deve estar trabalhando com Michael. Não vai demorar até eles quererem revidar e não estamos em condições de aguentarmos isso.

—Primeiro eu vou cuidar do Freddie. Depois eu tento pensar porque eles podem estar juntos.

Tyler se aproximou de John e começou a conversar com ele baixo para que ninguém mais o ouvisse.

—Sam, eu não deveria ter deixado você subir com aquele homem. Me desculpa – Carly enfim havia tomado coragem para se aproximar da amiga.

—Não é culpa sua, Carls. Eles estão atrás de mim há semanas, se não fosse hoje. Seria outro dia.

—Só quero que você e Freddie fiquem bem – abraçou a amiga.

—Eu quero que ele fique bem. Ele não tem culpa de nada nessa história.

—Ele vai ficar bem. Marissa é enfermeira e deu sua palavra. Além disso, você sabe que pode sempre contar comigo.

—Comigo também – Gibby se aproximou das duas – Freddie é forte e vai se recuperar em breve.

—Obrigada por tudo, pessoal – Sam forçou um sorriso enquanto uma lágrima escorria por seu rosto.

—Bom, parece que o tiro foi alto o suficiente para o prédio inteiro escutar – John começou a falar para todos ouvirem – O comitê de organização está tentando criar uma história para abafar o caso. Talvez que algum gerador tenha queimado e feito esse barulho, não sei, mas a história real vai ser encoberta. Tenho certeza de que Michael irá colaborar com essa história mais do que qualquer um. Enfim, Sam, você vai para Yakima com a Marissa e Freddie ou posso mandar você com o Tyler para outra cidade?