Já faziam alguns dias, e tudo mantinha-se triste e sem graça, assim como no dia anterior.
Sasuke, a essa altura, já sabia da partida de Ino, e não sentiu sequer forças para ligar, pedir para que voltasse.. Que tipo de absurdo seria esse?
Sempre que tais pensamentos apareciam, ele de prontidão os espantava.

Ele aguardava ansiosamente a chegada de Suigetsu, a confirmação de seus medos, o resultado que iria mudar o rumo de sua vida.. O coração estava opresso, triste.
Era difícil imaginar qualquer um dos resultados, fosse qual fosse.
Ino já havia partido, não havia motivos agora para desejar que fosse negativo, mas ser pai aos 17 anos não era fácil, ainda mais com todo o preconceito da alta sociedade, de uma mulher que ele sequer ama, e que nem mesmo é sua esposa.

Em seu quarto, sentou-se na cama, aflito, refletindo.. Ficou assim algumas horas, fitando o teto, deixando que seus pensamentos vagassem livremente.
Suigetsu, com expressão indefinível, passou pela porta com o resultado do exame em mãos, ainda lacrado. Como o esperado, além de sua fidelidade, não invaiu a privacidade do amigo, dando-o o direito de saber primeiro.

Sasuke, mãos trêmulas e vagarosamente, abriu o resultado, com o coração batendo descompassadamente, inquieto.
Seus olhos percorriam lentamente cada letra, que infelizmente, não só confirmavam a gravidez de Hinata, como a paternidade de Sasuke.

Lágrimas começaram a correr, e o amigo, já imaginando o resultado, tomou o exame e leu o que já esperava. Apertou a mão de Sasuke, passando-lhe boas energias e muita força, para enfrentar tal momento.
Num reflexo, ligou para Karin, que por ser mulher, provavelmente seria mais adequada e sensível ao momento, em poucos minutos, ela estava lá, vestida de modo simples, mas muito elegante.

- Sasuke!- Exclamou, surpresa. Nunca vira o garoto chorar, ainda mais tão sentidamente, quanto naquele momento. Olhos baixos, sentou-se a seu lado, e Suigetsu, sentou-se no outro.

Manteve-se ali, chorando, por tempo indeterminado, e seus amigos apenas apertavam fortemente suas mãos, em busca de aliviar um pouco tal situação.
Em momento inesperado, Sasuke levantou-se, e pediu aos amigos que o deixassem sozinho, pois iria caminhar, dar uma volta pela cidade para espairecer.

Compreensivos, aceitaram, e o deixaram ir tranquilamente, tendo consciência de que um momento desses, era de fato necessário ao amigo.
Percorria a cidade pensativo, fitando todos os lugares a sua volta, comprando algumas coisas com o pouco dinheiro que carregava, algumas coisas no cartão.. Não era muito de seu feitio, mas o que fosse necessário para esquecer, era válido.

Depois de certo tempo, parou num belo parque, onde crianças brincavam animadamente, casais e famílias passeavam envolvidos, tão envolvidos que sequer notavam sua presença, sempre muito desejada em todos os lugares;
Sentou-se num belo banquinho branco, e deixou que seus pensamentos voltassem a vagar, tranquilamente.. Somente as lágrimas que não mais caíam, estava tudo seco.

De repente, uma bela loira passava rapidamente, e Sasuke, num momento de ilusão, puxou-a, acreditando ser Ino, que ainda estava ali. A decepção foi enorme ao vê-la virar, e exibir seus grandes olhos castanhos, ainda que, assim como seu rosto, fossem incrívelmente lindos, e bem desenhados.

Ela sorriu, e delicadamente, indagou:
- Me desculpe.. Me conhece de algum lugar?

- Não, apenas te confundi com alguém.- Respondeu com frieza, soltando-a depressa.

- Seria com.. A Yamanaka?- A loira notou o quanto Sasuke ficara surpreso com sua pergunta, mas apenas desviou os olhos.

- Sim. Como sabe disso?- Com curiosidade, ele voltou o olhar à garota.

- Bom, já saiu em todas as revistas a triste ocorrência que houve entre vocês dois, e aquela garota, Hyuuga. Se eu fosse você, me manteria afastado da sociedade por um bom tempo.- Sugeriu, atenciosa.

- Estou tão desligado, que sequer havia lido alguma notícia quanto a isso. Nunca a vi na sociedade, por que se importa com tais coisas?- Sasuke agora sentava-se novamente, e a garota loira sentava-se a seu lado.

- Bom..- Ela pareceu embaraçada, mas prosseguiu.- Meu nome é Charlotte, e eu vim de Londres. Primeiro, quero que me prometa, que, isso não sairá daqui, exceto que alguém precise de mim.

Ele fixou-a curioso, e não demorou-se a responder:
- Tudo bem, eu prometo. Agora, fale logo.

- Apesar de minha pouca idade, trabalho como detetive particular. Não é o melhor dos trabalhos, mas, é o trabalho que foi passado de meu pai, para mim.- Confessou Charlotte, de olhos baixos.

- Compreendo..- Sasuke parou, refletindo por longo tempo, enquanto a garota apenas mantinha-se calada. Quando, num pulo, não conteve suas idéias.- Ei! O que acha de fazer um trabalho especial para mim?

- Que tipo de trabalho?- Indagou assustada, fitando-o com ansiedade.

- Você já deve estar a par de toda a minha situação, não é mesmo? Já deve saber que Ino foi embora, e tudo o mais.

- Sim, eu sei. Mas, o que isso tem a ver?- Ela mantinha seus belos olhos castanhos no rosto de Sasuke, que tinha uma expressão indefinível.

- Você.. Quem sabe.. Por uma grande quantidade de dinheiro, poderia ir até lá, e me contar como está a vida dela, não é mesmo? Como ela pretende se fixar lá, se vai passar alguma necessidade, se vai casar com Brian.. Eu gostaria muito de saber.- Sasuke animou-se, como uma criança ao ver seu brinquedo favorito.

- Você é louco.- Suspirou Charlotte, resignada.- Está certo. Só preciso de alguns dias, para convencer meus pais, do dinheiro, e prometo que farei minha parte.

O Uchiha sorriu, e apertou-a, feliz. Ainda que Ino estivesse muito longe, pelo menos estaria informado quanto a vida dela, ajudando-a no que fosse necessário, ainda que a garota não tivesse idéia.. Sentia-se muito grato a bela moça que estava em sua frente.

- Mas, não pense que não vai custar bem caro, hein?- Ela retribuiu o sorriso, e começaram a conversar animadamente. Sasuke estava empolgado. Além de sua idéia para manter-se perto de Ino, encontrou em Charlotte rapidamente uma boa e fiél amiga, que sem dúvidas estaria a seu lado, em toda essa caminhada.

Em alguns dias, ela iria partir, à procura de Ino e sua nova vida, disposta a fazer tudo o que fosse possível para facilitar a vida dela, e ainda manter Sasuke informado sobre tudo quanto lhe acontecia. Era um trabalho louco, inovador, mas não podia deixar a oportunidade que tanto esperou de subir na vida.

Sasuke aquele dia voltara para casa mais tranquilo, e contou para Suigetsu e Karin sua idéia maluca; Porém, nenhum dos dois o repreendeu, não havia motivos para isso.. Ele não iria atrapalhar ninguém, o máximo que poderia acontecer, seria somente machucar ainda mais a si mesmo, o que era bem difícil.

O garoto não via a hora de saber como ia a vida de sua amada, se ela estava se adaptando, se as coisas estavam melhores para ela do que quando estava a seu lado, não conseguia parar de pensar. Foi assim que, ainda pensando, deitado confortávelmente em sua cama, adormeceu.

Hinata caminhava sozinha pelas ruas, destraída. Estava muito feliz, agora que finalmente havia trago Sasuke totalmente para si.. Sem dúvidas, tal gravidez havia valido muito a pena, aceitaria todas as estrias, a dor, tudo, se pudesse ter Sasuke somente para si.

Comprava de tudo, animada com a nova vida que teria.. Seria mãe de uma bela criança, com o tempo, conquistaria o amor do amado, tudo indicava que tempos melhores estavam por vir.
Exceto, até o momento em que, entrou na cafeteria em que Kiba trabalhava, e viu-o desolado, mal prestando atenção no trabalho.

Foi até ele, lentamente, e parou em frente ao garoto observando sua expressão, que denunciava como se sentia.

- Kiba? O que houve?- Indagou, com medo da resposta.

- Você não fez o combinado, me prometeu que isso não aconteceria.- Soltou, raivoso, demonstrando sua decepção nos enormes olhos castanhos, que soltavam faíscas.

- Olha, aconteceu por acaso, está bem?- Hinata fixava seus olhos perolados nos de Kiba, que, por trás de toda raiva e decepção, escondiam enorme sentimento de tristeza.

- Vamos fingir que acredito. Não acha que essa gravidez veio em ótimo momento?- Sorriu irônicamente. Um sorriso muito diferente daquele que sempre direcionava à sua melhor amiga de infância, e amada. Um sorriso amargo, dissimulado.

- Kiba, por favor.. Não deixe tudo complicado. Eu estou muito bem, não vê? Independente de como aconteceu, olha só como estou feliz.- Ela sorriu vitoriosa, e Kiba sequer alterou sua expressão.

- Está bem..- Ele passou por cima do balcão, e prensou seu corpo no dela, delicadamente.- Hinata.. Essa felicidade é falsa. Eu não me importo que tenha esse filho, não me importo que ele seja mesmo de Sasuke.. Apenas não posso mais esconder isso.- Ele acariciava-lhe a mão delicadamente.- Eu te amo, Hinata. Você sabe disso, sempre soube.. Mas, agora as coisas são diferentes. Se disser que me corresponde, podemos criar esse filho. Sei que não sou rico, nem nada.. Mas eu a faria muito feliz, e cuidaria do bebê que espera, como se fosse meu.

Ela fitou-o em choque por algum tempo, e ficou assim, até recompor-se vagarosamente. Lágrimas escorriam por sua face branca e delicada.

- Me desculpe. Mas, isso não será possível. Eu amo o Sasuke, Kiba. Você é como um irmão pra mim..- Mentiu, triste. Sabia que as palavras de Kiba haviam mexido imensamente com seu coração, todavia, teria de guardar.

- Então, é assim, não é mesmo?- Antes de soltá-la, beijou-a de modo a perderem o fôlego. Colocou tanto amor, tanta paixão, que a garota Hyuuga não hesitara em corresponder, ainda que soubesse que aquilo somente iria piorar a situação, para ambos os lados.

Por alguns minutos, mantiveram-se ali, colados, usufruindo de um amor que não viria a concretizar-se, mas que era forte o suficiente para permanecer na memória de ambos.
Kiba soltou-a, e, sussurrou-lhe ao ouvido:

- Não gostaria de deixá-la partir. Mas, não desejo mais sua amizade, nem proximidade com qualquer coisa que lhe envolva. Apenas vou te deixar partir, com a certeza de que você me ama, e que as coisas poderiam ter sido bem diferentes, Hinata. Eu gostaria muito que você não estivesse cega com essa obsessão.- Ele acariciou-lhe o rosto uma última vez, e saiu de perto, voltando a atender os clientes.

A garota saiu de lá atordoada, não conseguia conter as lágrimas, sua cabeça doía.. Kiba, depois de tanto tempo, por que só veio a declarar-se em situação tão indesejada? Antes de vê-lo, sentia-se feliz e realizada.. Porém, agora, sentia que seu coração não poderia aguentar tal situação.

Todos os dias lembrar-se-ia do beijo de amor que recebera do garoto, beijo muito diferente de qualquer outro que houvesse recebido de Sasuke. Sentia-se mal, não poderia de maneira alguma procurar por Sasuke naquele momento, como havia planejado; Apenas queria pensar, remoer os últimos momentos ao lado daquele que sempre fora essencial em sua vida, mesmo que seus tipos de amor fossem diferentes.

Ino vagava por toda a casa, encantada. Apesar de fazer algum tempo que estava morando ali, não podia deixar de notar o ótimo gosto dos país e da avó de Brian.
Para sua surpresa, não só a avó do garoto, como sua pequena irmã, Claire, também morava ali, o que trazia muita animação ao local.

Brian passava maior parte do tempo na faculdade, mas assim que saía, passava todo o resto de seu dia ao lado da loira, e também, de sua irmãzinha, que muito se apegara a cunhada. Ambas tinham muito tempo livre, e usufruíam desse tempo juntas;
A diferença de idade era muita, mas a maturidade da bela Claire era surpreendente.
Mais tranquila, aproveitara o sono da tarde de sua companheira para ler um bom livro, coisa que há muito não fazia. Os últimos tempos estavam tão corridos, e somente agora parara um pouco para um descanso, assimilar tudo o que vinha acontecendo, coisas que entendia até demais, outras, que nada entendia.

Tinha alguns planos de cursar algo na Nova York University, uma oportunidade dessas não poderia escapar, e ela não poderia ficar parada para sempre, à custa de seus pais e Brian, que estavam dando duro para sustentá-la com o mesmo ou talvez até maior luxo que tinha em seu país de origem. Ao lembrar-se de lá, uma saudade louca acometeu-a, sem que pudesse conter-se. Algumas lágrimas escaparam, e por sua mente, a imagem de Sasuke apareceu forte.

É claro que sentia saudade de Naruto e Sakura, de seus outros amigos, de sua vida por lá; Mas, acima de tudo isso, sentia falta dos olhos negros de Sasuke, queimando nos seus.. Carinhoso, tentando a todo custo esconder seus sentimentos, sempre falhando ao tentar. Havia pouco tempo, mas o suficiente para que a dor tomasse posse do coração frágil e amável de Ino.

Sabia estar sendo muito injusta com Brian, porém, tudo ainda estava recente demais e não poderia esquecer da noite pro dia um sentimento que demorou tanto tempo para ser construído.

Seus grandes olhos azuis, estavam fixos num ponto distante, no vazio a sua frente. Somente permitia a si mesma pensar um pouco, espairecer, para enfrentar os tempos que estavam por vir com coragem.
Em sua mente, os momentos com Sasuke se reavivavam, e ela lembrava-se de cada pequeno detalhe, de cada nova sensação que sentira ao lado dele.. Seu coração, a medida que lembrava, desparava cada vez mais.

"Odeio o modo como fala comigo
E como corta o cabelo
Odeio como dirige meu carro
E odeio seu desmazelo.
Odeio suas enormes botas de combate,
E como consegue ler minha mente,
Eu odeio tanto isso em você, que até me sinto doente.
Eu odeio quando está sempre certo
E odeio quando você mente
Eu odeio quando me faz rir
Muito mais quando me faz chorar.
Eu odeio quando não está por perto
E o fato de não me ligar
Mas odeio principalmente não conseguir te odiar, nem um pouco, nem por um segundo, nem mesmo só por te odiar."

Sem que percebesse, a pequena Marie Claire aproximou-se, hesitante, fitando o rosto lavado por lágrimas de Ino, que direcionou-lhe o olhar, sem graça.

- Está bem, maninha?- A garotinha loira, cabelos levemente ondulados, pequena e graciosa, de grandes e redondos olhos verdes, a analisava com atenção.

- Estou sim. É apenas saudade de minha terra.- Mentiu, puxando delicadamente a garotinha, que ainda mantinha sua expressão desconfiada.

- É o seu ex-noivo? Sasuke?- Indagou Marie, triste. Mais do que qualquer outro, ela era a confidente da Yamanaka ali, e de tudo sabia.

- Também.- Ino confessou envergonhada, baixando os olhos.

- Não precisa ficar assim, tá? Meu irmãozinho vai te fazer muito feliz.- A garotinha sorriu, e levantou-se, puxando Ino junto.- Sabia que lá fora está nevando?

Ino fitou-a surpresa. Estava tão imersa em seus problemas pessoais, que sequer preocupou-se em saber como estava o tempo lá fora.. E, para sua felicidade, estava nevando.

- Que vergonha! Eu nem mesmo tinha reparado na neve.. Eu, que sempre me aleguei tão fã dela.- Soltou a garota loira, retribuindo o sorriso à cunhada.

- Não é culpa sua. Vá se vestir, que Brian está chegando, e daqui a pouquinho, vai lá pra fora que a gente vai estar te esperando, ok?- Marie beijou-lhe a face com carinho e saiu correndo, exatamente como uma criança faria. Sua avó a havia vestido adequadamente, e já estava também ao lado de fora, aguardando-a.

Ino sorriu, e foi trocar-se de imediato; Não amava Brian, ele sabia, e todos os outros sabiam também.. Mas procurava desempenhar um bom papél, arrumando-se sempre ao encontrá-lo, tratava-o com carinho e delicadeza, e, talvez fosse esse o suficiente para fazê-lo feliz. O garoto não era exigente, e tinha um ótimo coração.

Não demorou para que já estivesse pronta, e saiu com ansiedade. Assim como Marie falara, todos estavam esperando-a, com expressões tranquilas e acolhedoras.
Ao lado de pessoas tão incríveis, o tempo passava rapidamente;
Mas era difícil não pensar.. A todo momento, sentia ímpetos de ligar para Sasuke, somente para saber como ele estava lidando com tudo aquilo, como se sentia, se sentia sua falta tanto quanto ela dele.

Brian, apesar de ter percebido, ocultou o que lhe ia nos pensamentos, sabia que Ino ainda estava se recompondo, e tentar apressar esse processo, somente traria mais dor de cabeça para todos os envolvidos. Ao vê-la sentar-se, logo se colocou a seu lado, passando o braço delicadamente por seu ombro.

- Ino.. Você acha que tomou a decisão certa?- Indagou o loiro, um tanto inseguro.

- Hã? Decisão certa sobre..?- Havia entendido, mas desejava enrolar um pouco em tal assunto. Suas feridas ainda estavam abertas, não era propício conversar agora.

- Sobre ir embora. Está feliz aqui?- Brian parecia embaraçado, olhos baixos, rosto levemente corado.

- Sabe.. Eu já tive muitas dúvidas quanto a isso. Mas hoje, já não tenho mais, Brian. Vim aqui em busca de minha felicidade, e também, de minha paz de espírito. Deixando Sasuke e sua família, saindo do caminho deles, sei que as coisas ficarão bem mais fáceis de se enfrentar.. Para mim, e para eles também.- Tornou Ino, decidida. Estava realmente certa de que seria honesta com Brian, era o mínimo que podia oferecer-lhe.

- Entendo.. Se é o que deseja, aceito de bom grado. Ino, sei que é muito cedo, e estou disposto a esperar o tempo que for necessário.. Só, prometa que vai pensar na proposta que estou prestes a fazer.- Brian hesitou um pouco, e tirou uma pequena caixinha de veludo do bolso, abrindo-a delicadamente.- Aceita se casar comigo? Não precisa ser pra agora, podemos marcar o casamento para daqui há alguns anos.. O que acha?

A loira fitou-o por alguns momentos, paralisada. Dentro da caixinha, havia uma delicada aliança de ouro branco envolta de detalhes em ouro, com uma pedra de diamante que muito chamava atenção. Seus olhos oscilavam da aliança, ao rosto de Brian, que se mostratava extremamente ansioso.

- E-eu não sei.. se é certo aceitar. Sabe que não o amo, e que posso.. Nunca chegar a amá-lo.- Confessou a garota, embaraçada, mantendo ainda a expressão confusa e indecisa.

- Linda, se estou propondo isso, te conhecendo tão bem quanto conheço, é porque confio que pelo menos algo bom pode sair de nossa união. Você não precisa me amar, somente estar feliz ao meu lado, é o suficiente.- Ele sorriu dócilmente, e suas mãos percorreram a face de Ino com muito carinho.

A garota então, retribuindo o sorriso, rendeu-se. Não havia motivos para não aceitar o pedido de Brian; Na verdade, seria até melhor para ela pelo menos tentar esquecer um pouco tudo o que deixara. Se não tentasse, não saberia, e era exatamente por isso que estava disposta a se empenhar nesse casamento, que o loiro soubera propor em boa hora.
Os dois, abraçados, foram anunciar à família, o tão oportuno casamento.