Entre nós dois escrita por dri


Capítulo 7
Capítulo 7 - O passado retorna


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente quero pedir desculpas pela demora pra postar esse capítulo e muito obrigada pelos comentários. Espero que gostem.



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Porque um beijo nunca pode ser somente um beijo? Sempre temos que ficar procurando um significado do porquê aconteceu invés de simplesmente aceitar o que realmente quer dizer, o ato de apenas beijar, de desejo, atração ou qualquer outra coisa, além da carga de significados. Faz duas semanas que não vejo Edward, o que foi bom afinal, ele quer que eu diga que o beijo teve significado, e eu não quero dizer que foi um despertar de sentimentos. Quero muito bem guardar para mim.

Minhas semanas vem sendo corridas e estressantes pra caramba, o projeto no jornal está indo super bem, em menos de uma semana que começou a ser publicado já apareceram vários donos de pequenos negócios querendo pagar para estar no jornal no dia seguinte, é maravilhoso pro jornal, pro projeto e pra Rachel que está sendo elogiada pelo projeto que criou, ela não dá muitos dos seus créditos para Bree e tão pouco para mim, ela apenas falou “estou indo bem, quero dizer vocês também estão meninas”. Foi bem escroto da parte dela, afinal somos uma equipe todas nós estamos dando nosso melhor.

O mais estressante não é a total falta de reconhecimento no trabalho como também, a total falta de noção de Rachel, que fala do Jacob cada dia mais. Está ficando tão chato que a própria Bree me pediu para finalmente voltar com ele e acabar com a nossa agonia de ouvir ela falando disso a metade do tempo.

É algo que vem me deixando bem sem graça na verdade, e está pra ficar ainda mais ridículo com o anuncio dela na manhã anterior, dizendo que Jacob está vindo comemorar nossa evolução sábado à noite, engraçado que nossa evolução não foi dita ao diretor geral do jornal quando veio elogiar o projeto dela. 

Tento de verdade não ser negativa, ou mal agradecida, mas tem coisas que minha santa paciência não alcança, queria muito ter a cara de pau de não aparecer ao restaurante marcado, mas jurei pra Bree que não daria um bolo, estou quase quebrando o juramento, porém o bom senso me contém. Dou uma última olhada no espelho, até que ficou legal meu cabelo preso em um coque bem feito, estou vestindo um jeans escuro, minha sagrada bota de salto quadrado, e uma blusa de manga média azul escuro. Nada mal... estou bonita não vou negar, mas não muda o fato que não quero ir, e tão pouco quero que pensem que me arrumei tanto para me encontrar com o meu ex noivo troféu que estou perdendo. Reviro os olho e saio do quarto.

— Não marcamos as nove? – Pergunta Rose que me olhava sobre a porta da geladeira com uma toalha na cabeça.

— Marcamos? – Todo sábado eles vão ao The Pub menos eu que fico lendo, vendo TV, comendo pizza, ou rindo no telefone com Bree enquanto me conta de algum encontro frustrante que teve.

— The Pub, falamos hoje de manhã.

— Eu tenho planos esqueceu? Disse que não iria.

— Faz tempo que não sai mais com a gente, seus novos amigos são melhores do que nós? – Me viro para a voz de Alice que sai do quarto vestindo um roupão.

— Eu adoraria mais já marquei com as meninas e Jacob.

— Jacob? O ex? – Questiona ela.

— Longa história, mas já estou atrasada.

— Aposto que foi ideia da santa Rachel. – Rose mexia em algo na geladeira e mesmo sem ver seu rosto via seu sarcasmo.

— Encontre a gente lá e nos conte essa história, não quero ficar de vela hoje. – Diz Alice fazendo careta. – Jazz vai trabalhar até tarde.

— Dependendo passo lá. – Digo saindo.

— Assim espero. – Ouço a voz de Alice quando fecho a porta.

O restaurante não era muito longe de casa o que era bom, não queria dirigir até lá amo como tudo por aqui é tão perto de tudo. Quando saio do prédio me arrependo de não ter pego a chaves da picape e ter descido direto para garagem, na calçada estava Jacob vestido seu jeans preto e camisa preta, sua barba estava por fazer, seu cabelo estava maior também o que é estranho afinal ele sempre estava de barba e cabelo bem cortado quando estávamos juntos.

Seu rosto se ilumina quando me vê saindo, me sinto triste por ficar irritada em vê-lo, não era culpa dele Rachel falar dele o tempo todo, não era culpa dele eu ter parado de ama-lo, porém considero culpa dele não me dá espaço já o bastava ir na comemoração, ele vir me buscar é meio demais para mim ou eu que estou sendo muito egoísta? Afinal ele me ajudou com o emprego.

— Jake. – Digo tentando parecer animada. – O que faz aqui?

— Bells, você está linda. – Diz ele se aproximando e me abraçando, correspondo o abraço e faço o mesmo ser rápido. – Vim te acompanhar, Rachel ficou no restaurante e eu vim te buscar.

— Não precisava. – Digo olhando em volta, e fico agradecida por não ver a moto.

— Vim a pé, aqui tudo é tão perto não é mesmo? Deixei no prédio da Rach.

— Sim, é bem perto de tudo. – Começamos a andar na calçada rumo ao restaurante.

— Fico feliz em ver que o trabalho está dando certo, Rach mandou fotos da matéria que você escreveu, sabia que vocês trabalhando juntas ia ser o certo. Charlie ficou feliz quando mostrei as fotos a ele.     

Paro de andar quando escuto ele dizendo que mostrou ao Charlie e fico um pouco magoada, venho guardando o jornal das publicações que escrevia e até mesmo os das vezes que Bree escrevia para mostrar a ele quando fosse visita-lo. Mas nem isso vou poder fazer porque ele já viu tudo, fico nervosa por Jacob ter mostrado a ele, nervosa por Rachel mostrar a Jacob, raiva de Charlie por fingir entusiasmo quando digo da coluna quando na verdade ele já sabe.

— Obrigada por mostrar a ele, e obrigada por ter me indicado. – Digo a ele e volto a caminhar ao seu lado. – Como estão as coisas por lá afinal? – Pergunto mudando de assunto, como eu quero que essa noite acabe logo meu Deus.

— Estão bem como sempre, Charlie vai em casa todo dia de jogo e aos domingos quando ele e meu pai vão pescar junto com o mesmo pessoal da pesca. – Diz ele. – Tudo do mesmo jeito, só que agora sem você.

Fico em silencio, não sei nem o que responder, me dói saber que nossa separação ainda o magoa, será que que ele não nota que estar aqui ou ver até meu trabalho vai tornar isso ainda mais difícil a ele?

— Bells eu sinto muito pela aquela última vez que estive aqui, eu fui um idiota.

 - Tudo bem Jake já foi... – Antes pensar em um outro assunto, suspiro aliviada quando me dou conta que o restaurante está só alguns passos da gente. – Estou morrendo de fome.

Assim que entramos logo encontramos a mesa de Rachel e fiquei feliz quando vi que Bree já estava lá.

— Olha eles aí. – Diz Rachel em resposta ao nosso boa noite enquanto nos sentamos. – Bree esse é meu irmão caçula.

— Prazer, ouvi falar muito de você. – Bree me olha discretamente enquanto fala o muito.

Seguro o riso, enquanto pego o cardápio logo um atendente do restaurante vem anotar nossos pedidos acabei pedindo espaguete, todos concordou em pedir uma garrafa de vinho que foi o primeiro a chegar junto com uma cesta de pães, me desconectei um pouco do assunto da mesa enquanto observava o restaurante era bem aconchegante e organizado, as paredes tem um tom claro de amarelo deve ser por isso deve trazer o aconchego. Enquanto passava o olhar em volta do lugar meus olhos se voltam para um rapaz loiro que estava sentado sozinho visivelmente aguardando alguém, porém o que me chamou atenção é que eu o reconheço de primeiro instante era o cara que estava no The Pub o qual dizia ser amigo de Edward, dessa vez ele estava visivelmente sóbrio estava até com outra postura.

— Você vai amar Seattle. – Diz Bree animada, voltando minha atenção a mesa. – A Bella está aqui a pouco tempo e já ama.

— Bom que ela pode te mostrar a cidade não é Bella. – Diz Rachel.

— Mostrar a cidade? – Digo tentando entender.

— Como sempre distraída. – Responde Jacob sorrindo. – Vou ficar uns dias por aqui.

— Por que?

— Conhecer a cidade, quem sabe encontrar o encanto que vocês dizer ter.– Responde ele animado.

— Você odeia Seattle. – Digo tentando acalmar minha voz. – Porque agora isso?

— Do mesmo jeito que você se encantou por aqui ele também pode se encantar. – Diz Rachel. – Jake, tem que expandir seus horizontes, que nem a oficina é um sucesso na reserva tem gente daqui que vai pra lá.

— A equipe toda na verdade. – Responde Jacob. – Vai ser legal, expandir estou pensando bastante nisso.

Eu apenas bebo todo o vinho que estava na minha taça de uma vez, só pode ser brincadeira tudo isso na mesma noite.

— Poderíamos dá uma força com nossa coluna, ia trazer mais apoio para aumentar seus clientes. – Diz Rachel animada.

Olho para Rachel incrédula de tamanha falsidade, ela sabe que Jacob nunca quis aumentar sua oficina e tão pouco abrir em outra cidade, ele ama a reserva. Ama ter o trabalho reconhecido, mais nunca cogitou mudar de lugar para aumentar ainda mais o reconhecimento. Ela sabia disso, como também sabe que eu sou o motivo dessa situação toda.

— Com licença. – Digo me levantando e indo até o banheiro, eu preciso me afastar dessa mesa antes que eu perca o controle. Eu preciso do emprego digo a mim mesma enquanto encaro meu reflexo no espelho do banheiro, ridículo toda essa situação. Ele odeia essa cidade quando vinha aqui quando estava na faculdade sempre teve pressa em ir embora.

Alguém abre a porta e entra no banheiro, Bree me encara por um instante e vai até um box do banheiro, para usa-lo logo depois ela sai e me encara pelo espelho enquanto lava as mãos.

— Não se desestabilize. A gente sabia que seria ruim.

— Ele só está fazendo isso porque acha que eu vou mudar de ideia.

— Mostre a ele que não vai. – Responde ela, enquanto seca as mãos. – Quando ele ver que você está seguindo em frente, vai ter coragem para seguir também.

Eu não respondo, contei a Bree que beijei um cara obviamente não contei que moro com a irmã e a futura cunhada dele, e tão pouco que ele é casado. Era drama demais, queria que pelo menos para ela o fato de eu ter beijado um cara significa-se somente apenas isso “beijei um cara, e não consigo esquece-lo”.

— Vou voltar antes que achem estranho, e você também. Vamos.

Saímos do banheiro para voltarmos para a mesa, e pelo caminho levo meu olhar de volta para a mesa do estranho do The Pub que dessa vez não está sozinho e sua companhia faz com que meu coração bata mais forte, assim que nossos olhares se cruzam. Era ela, ela que estava sentada ali com o estranho a esposa do Edward, ela está com a mão estendida segurando a mão do cara sobre a mesa.

E então tudo começa a fazer sentido na minha cabeça, o cara pelo qual queria apenas ver de longe o trabalho do Edward e não queria ser visto, o motivo estava claro era porque ele era o “amigo” de Denali, ele era a porra do amante.

— Terra chamando. – Ouço Bree falando ao meu lado, então me dou conta que invés de está andando de volta para a mesa estou indo em direção a mesa dos dois.

— Tanya? – Ela leva um pulo quando ouve seu nome, sua mão no mesmo instante se solta da dele e me olha com um olhar assustado. – Que coincidência te ver por aqui.

— Bella. – Diz ela ficando com o rosto vermelhos seus olhos vão aos meus e ao homem em sua frente. – Você por aqui?

— Conseguiu encontrar seu marido? – Seus olhos voltam aos meus quando ouve minha pergunta, nem eu acredito que estou fazendo isso qual era o meu problema? Mas precisava ver sua reação e foi como esperei, ela estava vermelha seja de vergonha, ódio ou talvez medo?

— Que nome curioso, Bella. – A voz do homem faz nossos olhares se desprenderem, quebrando o momento estranho. – Sou James, um grande amigo da família.

Ele realmente estava bêbado naquela noite da inauguração tão bêbado que nem se lembra que nos vimos lá. Ele estende a mão para mim e eu estendo a minha para cumprimenta-lo.

— Pode me chamar só de Bella. – Respondo. – Também sou amiga da família, desculpe incomodar vou deixar vocês em paz. – Olho para os dois. – Um boa noite pra vocês, lembranças ao seu marido Tanya.

Me afastei da mesa, antes que ela conseguisse formular uma resposta e fui em direção de Bree que me esperava sem entender nada, voltamos para mesa e nossos pratos já haviam sido postos. Meu pensamento estava a algumas mesas de distância, era muita cara pau dela retornar e ainda retornar com o amante. Olho em direção a mesa onde eles estavam e agora estava vazia.

Será que devo dizer o que eu vi para Edward? Ou será que estou procurando motivos para falar com ele? Se bem que contar a ele sobre isso estava além de nosso drama do beijo era sobre ele e algo muito maior.

— Podíamos ir ao pear mais tarde, você já conhece Bella? – Volto minha atenção para mesa, Bree me olhava como se se pergunta mentalmente qual era meu problema, e francamente nem eu saberia responder isso.

 - Tenho que encontrar umas amigas hoje ainda, não vou poder ir. – Respondo.

— Chame suas amigas para irem conosco. – Diz Jacob me olhando. – Ia ser legal conhecer elas também.

— Você já as conheceu. – Digo sarcasticamente.

— Acho que alguém está de TPM, ou com falta de sexo. – Brinca Rachel rindo, e minha raiva subiu para dez, só pode ser brincadeira ela ter dito isso.

— Qual é o seu problema? – Pergunto.

— O meu? Nenhum. – Diz ela com um sorriso irônico. – Você só está agindo estranho com um péssimo humor.

— Talvez toda essa situação seja estranha. – Respondo. – Minha vida sexual e tão pouco menstrual não se diz respeito a você e nem a ninguém. Isso é grosseria e ridículo de se falar.

— Calma foi só uma brincadeira.

— Ela só estava brincando Bells, não conhece as brincadeiras da Rach? – Diz Jacob tentando descontrair o clima. – Sempre brincou lembra do natal do ano passado?

— Não estamos no natal passado. – Digo nervosa. – Não estamos aqui em uma reunião de família. E quer saber eu sinto muito, não estou me sentindo bem. Preciso ir.

Digo abrindo minha bolsa e tirando umas notas, e pondo na mesa.

— Acho que isso completa minha parte.

— Bella não vai por favor. – Diz Jacob.

— Foi só brincadeira não quis te irritar. – Tenta Rachel.

— Eu realmente não estou bem. Boa noite pra vocês.

Nem tive coragem de olhar para Bree, era muito constrangedor durante a semana e agora isso, estava além da minha calma. Vou andando a caminho do The Pub, nem sei se Alice e Rose estarão lá, mas na verdade espero que não estejam não estava afim de ouvir um “bem que te avisei” de Rose, e nem o olhar de compreensão de Alice eu já estava mal demais pra isso. Queria ver os olhos verdes dele, os olhos que tanto me acalma, quero conversar com ele saber como foi sua semana e poder dizer o quanto meu dia foi um porre, também quero contar a ele sobre a situação com Tanya no restaurante, penso em como ele vai reagir me pergunto se ele já sabe que James também está por aqui. E será que James era o tal amigo traidor?

Tento não pensar no meu estresse com Rachel, penso se vou ter um emprego na segunda, me irrito em pensar em Jacob vindo para Seattle também, penso como ele ama a calma do interior. Fico triste em saber que o motivo para ele estar fazendo isso sou eu, e sei o quanto isso não vai da certo mesmo ele sabendo que não temos volta, eu não podia mudar minha vida para ficar com ele e ele não pode mudar a vida dele para me convencer a voltar para ele. Será que ele é tão cabeça dura para não perceber isso? Ou eu estou sendo egoísta a ponto de achar isso?

Quando viro a esquina que da acesso ao The Pub me surpreendo de não ter nenhum movimento na entrada, pego meu celular para conferir a hora e já onze e meia da noite Edward sempre fecha por volta das três da manhã, estranho já estar vazio ando até o mesmo e entro, e o local está totalmente vazio.

— Já avisei que fechamos mais cedo hoje porra. – Edward sai da cozinha já irritado quando ouviu a porta abrir, seus olhos congelam nos meus e pude ver um certo alivio ao me ver, ou era somente eu que estava aliviada em vê-lo? Ele parecia acabado como se não tivesse dormido a dias seus olhos estão fundos de cansaço. – É você... desculpe. – Sua voz sai como um suspiro e passa a mão no rosto.

— Está tudo bem? – É uma pergunta bem idiota, é obvio que não está.

— Fechamos mais cedo hoje, dia difícil.

— A porta estava aberta, desculpe.

— Eu já ia trancar.

— Quer que eu vá embora?

— Não. – Ele respira fundo. – Você está aqui, então te sirvo alguma coisa.

 Viro para a porta atrás de mim e tranco, virando a placa de aberto para fechado.

— Para caso você tente ser grosseiro, não é legal perder clientes. – Digo indo em direção dele.

Ele pega a garrafa de whisky e gesticula com a cabeça que eu me sente enquanto ele serve duas doses, fico observando-o enquanto bebe e enche o copo mais uma vez.

— Dia ruim?

— Semanas ruins. – Bebe mais uma dose, sua voz estava irritada. – Aquela. – Ele se contém antes de falar um palavrão. – Tanya voltou do inferno do Alaska para me ferrar, agora sei o motivo pela demora pra assinar a papelada. – Enche o copo e bebe mais uma dose. – Ela estava esperando que eu me reerguer, ela estava esperando eu sair daquela merda toda, pra ela aparecer e bancar a porra de uma santa pra um advogado e querer arrancar tudo que eu consegui.

Dessa vez ele não bate o copo com força ele o arremessa contra a parede fazendo-o espatifar o som do copo caindo em diversos cacos no chão ecoa por todo bar. Eu não me assustei com o copo se quebrando, meu olhar continuava nele as mãos dele estão fechadas em punho, sua respiração está rápida, seus olhos estão nas próprias mãos e naquele momento a única coisa que me preocupo é que ele está se quebrando, ele não precisou me dizer o que Tanya estava querendo tirar dele, pela sua dor eu sabia era o bar, o bar que ele criou, o bar que era o seu sonho.

Minhas mãos deslizam pelo balcão até encostar nas suas, seus olhos se encontraram nos meus e estavam tristes demais, pesados demais, e um peso que se chamava passado, o passado que tanto o destruiu estava aqui em forma de avalanche para levar tudo que de bom que ele conquistou depois de tanta dor.

— Me desculpe. – Sua voz está baixa. – Não é da sua conta meus problemas, eu não devia ter... – Ele respira fundo. – Me desculpe eu não estou uma boa companhia hoje deveria ir para casa.

— Eu não vou embora. – Aperto sua mão de leve. – Você não deve desistir do seu bar. Ela pode tentar. Mas você não deve abaixar as portas, isso aqui deveria estar lotado, não dê esse gostinho a ela.

— Os advogados dela me procurou a semana toda, ela está exigindo o bar ou uma quantia absurda que eu não tenho.

— Ela te traiu, não tem esse direito.

— Eu não tirei fotos dela na cama com ele, essa merda está só na minha cabeça e isso não prova nada.

— Mande seu advogado cair em cima, eu não sei...só não dê esse gostinho a ela.

— Não vai ser tão fácil.

— Foda-se, só não desista que no fim vai valer muito mais a pena quando você a vencer.

Ele me olha e quase sorrir.

— Como tem tanta certeza?

— Você se reergueu no meio do caos, e eu tenho certeza que não vai se entregar agora, agora que tem o seu recomeço não deixe ninguém tirar isso de você.

— Falar é muito fácil...

— Você já fez a parte mais difícil, deu a volta por cima só não pode se entregar em mais um momento difícil.

Solto sua mão e bebo minha dose, e me levanto.

— Vamos dá o fora daqui.

— E pra onde vamos?

— Vamos espairecer sua cabeça. – Tiro a garrafa da mão dele. – Quebrar copos e encher a cara não vão te ajudar a relaxar e começar a pensar.

— Pensar? – Ele continua me olhando, enquanto ando até a porta com a garrafa na mão.

— Sim, vamos dá uma volta depois você vai pra casa e vai pensar em como vai acabar com a sonsa da sua esposa no tribunal.

Dessa vez eu não ganhei um quase sorriso, ele realmente sorriu. Sei que não está bem, mas fico feliz em poder alivia um pouco que seja dessa situação toda.

— Se não vamos beber pra que a garrafa?

— Eu preciso de muita bebida, depois da noite de merda que tive. – Respondo.

— O que aconteceu?

— Vamos, que te conto no caminho. – Digo apontando para porta. – Eu te devo uma pizza lembra?

Seu sorriso estava ali servindo de imã para o meu que surgia no meu rosto.

— Você fez uma falta do caramba. – Responde ele pegando suas coisas em baixo do balcão e pondo nos bolsos antes de sairmos e ele trancar o bar.

Descido em não contar a ele que vi Tanya com James, sei que é errado não contar, porém de algum jeito quero ajudá-lo. E talvez não contando posso fazer isso, pelo menos essa noite não vou lhe trazer mais sofrimento para a conta, essa noite assim como ele quero ter um momento de paz onde sejamos somente nós dois sem o passado que tanto se faz presente no nosso dia a dia.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam? Não esqueça de comentar o que achou, até breve :)



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