Entre nós dois escrita por dri


Capítulo 3
Capítulo 3 - Novos Começos




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/799898/chapter/3

Ficamos um tempo nos encarando, sinto a mão de Alice tocar meu braço.

— Bella?

— Está tudo bem.

Me aproximo dele e posso sentir o olhar de Alice em mim, Jacob descruza os braços e dá um passo em minha direção.

— O que faz aqui? – Pergunto.

— Vamos acabar com essa palhaçada Bella, vim te levar de volta para Forks... Eu estou disposto a ignorar tudo... vamos recomeçar do zero.

  Meu coração batia forte, o nó da minha garganta voltava a se formar. Jacob estende as mãos e pega as minhas posso sentir a quentura das suas mãos na minha.       

    - Forks é o nosso lugar, lembra? Tínhamos tantos planos, tanta coisa já estava engatinhada. Eu te perdoei pelo cara do telefone, eu te perdoei por tudo... Vamos voltar para casa e eu te juro que vai ser como se nada disso tivesse acontecido.

Jacob me puxa para junto do seu peito me envolvendo em seus braços me abraçando forte, eu não me movo sinto seu abraço enquanto sinto as lagrimas descendo pelo meu rosto. Ele não acreditou em mim, ele ainda acha que eu tenho outra pessoa. Ele veio até a mim para me perdoar por algo que eu não fiz, ele se quer me ouviu quando me ligou, dou um passo para trás me desfazendo do seu abraço.

— Me perdoar? – Minha voz saiu como um sussurro.

— Sim, tudo vai ficar pro passado. – Afirmou ele.

— Vai embora Jake.

Ele se surpreende com minha resposta e tenta segurar a minha mão e eu me afasto.

— Bella... Por favor.

— Por favor? – Minha voz sai alta demais e eu tento controlar o meu tom. – Por favor digo eu! Você saiu de Forks para vir até aqui me perdoar pelo que eu não fiz? Me perdoar por tudo? – Seco minhas lagrimas com as costas da minha mão. – Você me ofende por telefone e vem até aqui me ofender na minha cara?

— Você não tem ideia do quanto isso me dói... Por estar passando por isso você não tem ideia de como foi ter que ouvir cada pessoa me perguntando os motivos por você ter dado o fora. – Ele respira fundo. – Eu fiquei o dia ouvindo por cada canto alguém deduzir algo, e quando eu tento esclarecer as coisas com você ouço um cara no telefone e você ainda acha que não deva desconfiar da sua decisão?

— Você me conhece melhor do que ninguém, eu fui sincera com você. Eu sei que foi egoísmo ter levado tanto tempo para tomar essa decisão... você tem todo o direito de estar magoado, mas isso não te dá o direito de me acusar de traição enquanto você sabe da verdade. Você me conhece melhor do que todo mundo, e você está me julgando de uma forma cruel que nem...

— Foi com a sua mãe? – Completou ele. – E você acha que não isso que todos estão dizendo?

— Vai embora. – Eu perco meu controle e berro pra ele.

— Eu não te entendo, eu não entendo o porquê disso tudo vamos deixar isso pra trás. – Insiste ele.

— Acho melhor você ir. – Nós dois nos assustamos ao ouvir a voz de Rosalie, me viro para trás e tanto Rosalie e tanto Alice haviam se aproximado de nós dois.

— Isso é entre nós dois. – Respondeu Jake.

— Vai embora. – Repito pra ele. – Eu não vou voltar para Forks, não vamos estragar os bons momentos que tivemos dizendo coisas que magoam um ao outro.

— Mais do que você me machucou?

— Eu me arrependo muito por não poder ser o que você merece Jake... me dói muito saber que eu te machuquei e eu juro que não foi a minha intenção... Eu tentei juro que eu queria que desse certo. – Digo olhando nos olhos dele enquanto volto a chorar. – O que você tá fazendo é diferente... você vir aqui me ofender, e comparar a minha decisão com as fofocas que fizeram a minha mãe só para me atingir. – Seco minhas lagrimas. – O que você está fazendo é intencional e você sabe disso.

— Bella... – Ele tenta se aproximar e eu me afasto.

— Vai embora, e não me procure mais.

Entrei correndo para dentro do prédio Alice e Rosalie vieram logo atrás fechando a porta central. No elevador Alice me abraçou forte enquanto eu desabava no choro. Quando entramos de volta pro apartamento Alice veio com os braços ao meu redor e sentamos juntas no sofá, pude ouvir Rosalie trancando a porta e depois mexer na cozinha logo depois ela se senta na mesa de centro na minha frente me passando um copo.

— Água com açúcar, vai te acalmar. – Disse ela.

— Obrigada.

Tomei a água em um único gole, fiquei segurando o copo entre minhas mãos com força em forma de tentar me concentrar em apertar o copo para conseguir me acalmar sempre funciona para mim, meu corpo finalmente estava parando de tremer.

— Ele é seu noivo? – Perguntou Rosalie.

— Era...

— Sinto muito não sabemos que era segredo você morar aqui.

— Está tudo bem... ele só está magoado.

— Ele estava muito nervoso, como ele te encontrou? – Perguntou Alice.

— Eu não sei...

— Não é da nossa conta. – Disse Alice. – Mas se precisar desabafar estamos aqui... Rose já passou por um relacionamento ruim antes de vir para cá...

— Não tivemos um relacionamento ruim. – Digo rápido. – Ele não ia me fazer mal... só está magoado e queria me pagar com a mesma moeda.      

— Seja como for, estamos aqui... – Disse Rosalie.   

— Obrigada, se vocês não se importam eu queria ficar sozinha. – Me levantei e fui a cozinha encher o copo com água.

— Bella. – Chamou Alice. – Não se culpe, infelizmente nem sempre conseguimos ser o que esperam da gente. Só seja o que você espera pra si mesma.

Não consigo nem responder, as lagrimas voltaram.

— Obrigada, vocês duas. Obrigada.

Vou pro meu quarto e fecho a porta coloco o copo de água no criado mudo e me deito em posição fetal. Como Jacob poderia ter feito isso comigo? Ele quis usar algo que tanto me feriu à tona novamente, minha cabeça volta à cena do dia que minha mãe foi embora, dos meus gritos pedindo para ela ficar... aperto meus olhos com força como se quisesse apagar aquele momento para sempre de dentro de mim.

Abri meus olhos e encarei a janela o dia estava começando a clarear, Alice tinha razão eu não podia ser o que Jacob esperava de mim, mas eu poderia ser aquilo que quero para mim, eu sabia que nosso rompimento não seria fácil eu sabia que iria magoar a nós dois, mais foi a escolha dela transformar o que já era ruim em algo ainda maior e sem o menor cabimento, um caso com Edward. Um cara que eu mal conhecia, se fosse ao contrário se fosse Jacob que tivesse terminado por não estar bom para ele. Eu o deixaria livre para escolher o melhor para ele, afinal amar não é saber deixar ir?

Quando o dia finalmente clareia por completo me levanto e tomo um banho. Visto um short qualquer e coloco uma blusa cinza, coloco meu tênis mais confortável junto com meus documentos básico e cartão de crédito. Saio de vagar do quarto com medo de fazer qualquer barulho e acordar as meninas, para meu alivio a sala estava deserta só havia a presença das sandálias e bolsas delas espalhadas pela sala, a porta das duas estavam entreabertas, ando de vagar até a porta e saio do apartamento sem fazer barulho. Quando chego no térreo olho para fora com medo de que Jacob ainda estivesse lá mais não havia ninguém, saiu e começo a correr literalmente sem ter destino pelas ruas.

Nunca fui a favor de esportes, porém sempre que estava mal com algo sempre saia para correr por aí em Forks como é uma cidade minúscula eu dava duas voltas correndo em toda a cidade em menos de 1 hora.

— Bella? – Ouço uma voz conhecida berrar atrás de mim, quando paro para olhar para trás vejo Edward com umas caixas na mão acenando, olho ao redor e me dou conta que é uma rua antes do seu bar. – Correndo para fugir da polícia? – Diz ele com tom de brincadeira ao andar na minha direção.

Edward era alto e como sua irmã Alice tinha os olhos esverdeados, seus cabelos castanhos estavam mais claros por conta da luz do sol, estava todo bagunçados como se não tivesse visto o pente hoje de manhã, ele estava com uma camisa cinza e com a mesma camisa xadrez de ontem por cima aberta, vestia uma bermuda bege e chinelos. Ele estava bonito era impossível de se negar e seu sorriso era como um imã para meus lábios que sempre o correspondia de volta.

— Acordado a essas horas? – Digo quando ele já está perto.

— Sou um homem de negócios, tenho uma semana para deixar meu bar apito para me trazer retorno.

— Precisa de ajuda? – Me ofereço.

— Se não for atrapalhar seu lado atleta ou de fugitiva seria bom.

— Eu não tenho nenhum desses lado. – Respondo revirando os olhos e seguro uma das caixas e começamos andar a caminho do bar. – Só dias ruins.

— Aconteceu algo?

— É complicado...

— Bom se for me ajudar com essa zona, pode acreditar que terei tempo todo do mundo para ouvir.

Edward destranca a porta de entrada do bar e entramos, o lugar é até maior do que eu imaginava, deixo a caixa que trazia no chão Edward coloca as que ele trazia no balcão e vai até os fundos ligar as luzes. Todo o lugar era de pintado de verde escuro as mesas eram de tons marrom as cadeiras estavam todas em cima da mesa. Tinha uma tv na parede e no balcão central tinha uma imensa estante também em cor de marrom com poucas bebidas já organizadas, no balcão haviam várias caixas de bebidas que faltavam ser postas na estante. Perto da janela e nas mesas do canto invés de cadeiras eram compostas por pequenos sofás de couro vermelho que traziam um ar ainda mais de um bar para vir no fim da noite com os amigos, ou até mesmo sozinho.

— Edward você que fez tudo isso? – Pergunto enquanto olho todo o espaço.

— Ficou ruim?

— Está brincando? – Sorrio olhando pra ele. – Esse lugar está maravilhoso.

— Pintaram essa semana... – Diz ele olhando admirando o lugar. – Falta pendurar os quadros e limpar tudo. Teremos uma cozinha também para servir hambúrgueres e alguns petiscos pra servir com a bebida.

— Ficou muito bom de verdade e não estou falando pra te bajular.

Ele ri enquanto mexe em algo abaixo do balcão e me joga uma flanela limpa.

— Obrigado, e tem tanta coisa para arrumar, que pode começar me ajudando em troca de sei lá um vale de bebida grátis.

Me sento na cadeira alta do balcão com a flanela.

— Por onde começo? – Sorrio animada. – Vamos de limpar garrafas então?

— Isso aí. – Ele puxa duas caixas e se senta do outro lado do balcão.

— Então... me fale sobre você. – Digo começando a passa o pano nas garrafas fechadas.

— E do que quer saber? – Ele me olha enquanto vai limpando as garrafas e deixando fora da caixa.

— De onde você é? – Pergunto enquanto limpo.

— Bom, eu morava em Denali no Alaska, voltei pra Seattle a uns meses morei com minha irmã, comprei o bar e aluguei um apartamento aqui perto. – Diz ele distraído, limpando. – E acho que foi isso.

— Pensei que fosse daqui...

— Morava aqui antes de Denali. – Diz ele sorrindo. – Um bom filho a casa torna.

— E o que fazia lá?

— Tinha um negócio de aluguel de carros com um amigo, não deu muito certo então resolvi pegar minha parte e dá o fora...

— Brigavam muito?

Antes de responder ele me olhou como se analisasse se devia ou não responder minha pergunta, ele pega as garrafas que ele já havia limpado e as coloca na prateleira atrás dele, quando volta pro seu banco ele meche em algo abaixo do balcão e tira dois copos junto com uma garrafa de bebida aberta e enche os dois copos, estava cedo demais para beber mais devido tanto estresse da madrugada anterior pego o meu e bebo em um único gole, ele faz o mesmo.

— Descobri que meu amigo tinha um caso com a minha esposa.

Eu fiquei perplexa enquanto eu o olhava sem saber o que dizer, ainda pensando se tinha ouvido certo, meus olhos vão para suas mãos e não vejo mais aliança o que é óbvio também... ele não estaria mais com a mulher. Ele colocou mais uma dose em seu copo.

— Não precisa dizer nada. – Ele toma a bebida em gole e volta o copo pro balcão. – E também não diga que sente muito... porque nem eu mesmo sinto. Afinal a culpa foi minha de estar ocupado demais para fazer o negócio progredir enquanto minha amada esposa dava pro cara que eu achava ser meu melhor amigo.

Ele enche o copo e bebe mais uma dose e volta a limpar mais garrafas da caixa. Eu queria atravessar o balcão e o abraça-lo mais me contenho. Afinal isso seria o mesmo que dizer que sentia muito, via em seus olhos o quanto toda essa situação o machucava e seria impossível não machucar ele havia sido traído duas vezes pela esposa e pelo o amigo. No mesmo momento me subiu um ódio por os dois que causaram toda essa magoa nele.

— Meu ex noivo acha que temos um caso. – Disse sem pensar, ele me olha espantado e da um sorriso torto, não era totalmente sincero pois eu seus olhos vi que ainda estava pensando na sua dor. – Ele ouviu sua voz ontem quando entrou e deduziu isso, e veio de Forks até aqui dizer que me perdoava por ter traído ele mesmo ele sabendo o motivo pelo qual terminamos.

— E qual foi o motivo? – Ele me olhou com interesse.

— Eu não o amo da maneira correta. – Suspiro. – Eu amo o Jake, mais não a ponto de me casar com ele, não a ponto de pelo menos tentar fazer o que quero. E eu não queria ficar em Forks, e pra ser sincera não acho que ficarmos juntos seria o melhor para a gente.

— Se acha tudo isso, porque ainda usa a aliança?

Meus olhos vão para minha aliança, e a pergunta dele me fez lembrar de todos os momentos bons que tive com o Jacob. Me fez lembrar que fui feliz com ele que mesmo eu ter escolhido ir embora não mudava o fato que estar com ele me fazia bem, porém não o bastante para continuar... Acaricio a aliança com em meu dedo, e então eu pude entender o que tudo isso significava.

Tirar a aliança significaria para mim um ponto final nos momentos bons, e na verdade o final já estava feito no momento que eu fui sincera com ele, no momento que eu decidi que não dava mais, eu não posso me prender em lembranças do passado e sim no meu agora.

Novamente volto a pensar em páginas em branco e tirar a aliança era como perder o medo de estragar, o medo de errar e simplesmente escrever... Escrever um novo começo para mim, aquele famoso “não ter medo de virar a página” e no fim era o que eu esperava. Um novo começo e ter um novo começo é não se prender no que se sabe que não vai voltar, eu sempre vou amar o Jacob por tudo que passamos juntos pelos momentos bons e ruins, porém essas lembranças vão pertencer ao nosso passado, agora eu tenho que construir o meu presente e não tem como construir algo estando estacionada no que se foi.

— Tira-la significa que realmente acabou... – E é isso que eu faço tiro a aliança do meu dedo. – E acabou a muito tempo... eu só não queria enxergar porque me sinto culpada por não poder ama-lo da mesma forma que o amava antes.

— Você foi sincera Bella. – Diz ele e meus olhos se encontra nos dele, sinto que ele teve a mesma vontade de me abraçar da mesma forma que eu queria abraça-lo. – Magoa, dói... Quando se ama alguém o mínimo que você deve a essa pessoa é a sinceridade de chegar e dizer que não dá mais, que infelizmente não deu certo.

— Era o que ela te devia também... – Digo sem pensar.

— Foi a escolha dela. – Ele diz mexendo os ombros. – A minha foi da o fora daquela merda toda.

— E abrir o melhor bar que essa cidade vai receber.

Sorrio para ele e ele retribui, pego a garrafa e encho nossos copos, pego o meu e levanto pra ele.

— Um brinde a um novo começo para nós dois.

Edward sorri pega seu copo e encosta no meu e damos um gole juntos.

— Sabe de uma coisa? – Diz ele me olhando ao abaixar o copo.

— Diga.

— Eu ia adorar ter um caso um você.

Ele sorri com malicia, senti meu rosto corar e meu corpo se arrepiar enquanto ponho o copo no balcão.

— Devo dizer o mesmo pra você.

Retribui seu sorriso malicioso, e pude sentir seu olhar em mim enquanto eu volto a limpar as garrafas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Finalmente consegui escrever um capítulo um pouco pequeno kkk, muito obrigada pelos comentários vocês nem imagina o quanto isso da um animo para continuar escrevendo.
Espero que tenham gostado, e por favor comentem o que acharam do capítulo de hoje, obrigada e até a próxima :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Entre nós dois" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.