Entre nós dois escrita por dri


Capítulo 12
Capítulo 12 Parte I - Fragmentos


Notas iniciais do capítulo

Olá, primeiramente muito obrigada pelos comentários, dessa vez sem demoras para um novo capítulo, admito que esse ficou imenso, por isso decidi dividi-lo em duas partes. Espero que gostem :)



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POV EDWARD

— Não estou bêbada, estou gravida.

Estou gravida.

Estou gravida.

Meu coração parou de bater por alguns minutos?

É por isso que parece que vai sair pela boca? Engulo o pedaço de pizza que estava mastigando aos poucos, me sinto petrificado.

Alki Beach, voltamos para casa, fiquei um pouco no bar e depois fui ao encontro com ela no apartamento, nos beijamos e transamos. Eu não estava bêbado, usamos camisinha, tenho certeza disso.

Tenho certeza de todos os detalhes daquele dia.

Estou gravida.

A voz dela evacua novamente na minha cabeça. Ela está gravida, e o filho é meu. Obvio, ela veio até aqui pra isso.

Ou será que ela veio porque tem dúvidas?

Porra, usamos camisinha me lembro perfeitamente, tinha camisinhas na carteira.

Quando me dou por mim estou em pé tentando abrir a porta, ainda está trancada, porque ela está trancada? Porque se esconder no banheiro ao invés de conversarmos cara a cara?

— Bella, abre essa porta. – Digo pra ela, não tenho retorno. Posso ouvir sua respiração ofegante do lado de dentro, será que está passando mal? – Bella? – Bato de novo e sem retorno, encosto minha testa na porta e a escuto sua respiração pela porta, fecho os olhos, e deixo um misto de sensação me invadir. Vamos ter um filho, um filho. – Quando foi que descobriu?

— Uma semana atrás. – Ela está chorando, sei que está. – Sei que usamos camisinha, sei que existe uma chance de erro minúscula, mais aconteceu... Sei o que deve estar pensando... Eu era noiva, mas a conta não bate, o que me leva a você e eu tenho certeza disso.

Meu coração se parte em ouvir a angustia em sua voz, e ela está com medo que eu duvide da palavra dela de novo, como duvidei quando ela me contou de James.

— Bella... – Seu nome sai como um sussurro eu não sei o que dizer, um filho. Ela está gravida, um filho.

Ouço a porta ser destrancada, me afasto da porta quando vejo que ela se abre, nos encaramos por um tempo. Ela está com os olhos vermelhos, seus olhos mostram insegurança, insegurança que não encontra conforto nos meus olhos.

Eu devo dizer algo? Devo abraça-la? Como quero abraça-la...

Será que devo dizer que por mais maluco que seja isso tudo eu acredito na palavra dela? Eu quero confiar em tudo isso, eu sinto que devo, mais não é isso que consigo transmitir.

Meus olhos descem pra sua barriga, sua blusa é folgada não consigo ver sua barriga, estendo a mão para tocar sua barriga, quero sentir, mais me detenho no meio do caminho.

— É muita coisa para similar. – Ela diz baixinho. – Eu sei, passei por isso também. É difícil acreditar, eu também não acreditei no começo. Refiz duas vezes o teste de sangue, fiz testes de farmácias e os resultados eram os mesmos. Eu demorei para perceber os sinais, mas isso não importa, afinal está tudo bem.

Meus olhos se voltam pros dela, quanta coisa teria mudado se ela não tivesse ido embora, será que estaríamos juntos? Será teríamos visto os sinais?

Está tudo bem. A criança está bem, e ela está bem com tudo isso?

— Vou ficar mais uns dias em Forks.

Ela anda na minha direção e automaticamente meu corpo se move lhe dando passagem para ela passar, ela vai até a bancada onde está a caixa da pizza e pega uma caneta que ali estava na bancada e escreve algo.

— Me liga. – Ela diz sem me olhar. – Não precisa ligar se não quiser envolvimento, estou disposta a fazer um teste de paternidade se quiser. E não me ofenderia com isso... Só não estou aberta a tira-lo... Tudo bem você não querer, mas eu o quero.

— Está de brincadeira? – Minha voz sai embargada, ela me olha por uns instantes enquanto pega as chaves que havia colocado na mesa de centro, junto com a cerveja que levei pra ela, por isso ela não bebeu. – O que está fazendo?

— Indo pra casa.

— Você vem até aqui e me joga essa bomba e vai pra casa?

— Eu não tenho o que fazer aqui Edward.

Rio de ironia, mais que porra é essa?

— Você está carregando uma parte de mim. – Passo as mãos pelo rosto até meu cabelo, percebendo toda aquela filosofia que ela estava dizendo. – Não era um fone que você levou por confusão, foi o meu esperma em fecundação que você levou.

— Eu não sabia. – Sua voz demonstra raiva. Agora ela está com raiva?

— Mais agora você sabe. – Tento manter a calma. – E mesmo assim, está indo embora como se tivesse levando um fone. – Respiro fundo.

Ela não diz nada, e caminha em direção a porta.

— Eu não vou ficar aqui ouvindo sua filosofia de fones de ouvido Edward... Leve o tempo que quiser pra assimilar e se decidir.

— Me decidir? – Rio com ironia. – Quer que eu leve três meses como você fez?

— Você está sendo um babaca e sabe disso. – Ela abre a porta e me encara. – Se eu tivesse descoberto essa gravidez antes, pode ter certeza que teria feito o mesmo que fiz hoje, mesmo eu nem sabendo como eu ia te encontrar. Casado? Processo de divórcio no começo, meio ou fim? Ou será que ela... — Bella fecha os olhos por uns instantes e respira fundo antes de me olhar e continuar. – Precisou te arrastar pra outro lado do país pra sabe-se lá o que.

— Não...

— Eu não quero saber. – Ela ergue a mão antes que eu continue, ela está se segurando pra não chorar. – Só não me ligue se não quiser encarar isso, e também não me ligue se tiver dúvidas sobre lidar com isso. Porque sinceramente eu não estou pronta pra drama nenhum.

 Abro a boca para falar algo mais me contenho, as vezes é melhor se calar e aceitar isso. É a decisão dela, não vou discutir com ela, não é discutível essa situação, é conversável, mas nenhum de nós está pronto pra essa conversa. Pelo menos não agora.

Ela vê que não digo nada e sai do apartamento batendo a porta, passo a mão na cabeça e puxo meus cabelos com frustação, eu vou ser pai.

Eu vou ter um filho.

Eu vou ser pai.

Ela será mãe.

Ela não só vai ter um filho, como também está o carregando.

Não sei quanto tempo se passou, mas ainda estou parado perto da porta do banheiro, tempo o suficiente pra ela estar longe?

Tempo o suficiente pra perceber o quanto ela também está com medo? e com medos maiores que o meu, ela temia que não acreditasse que seja meu, ela pensa que vou rejeita-lo, ela temia que eu ainda estivesse legalmente casado, temia pela presença de Tanya na minha vida, mas isso não importa.

Temos algo maior, maior que qualquer drama que já tenhamos passado, algo que nos uni pra sempre.

Corro até a janela e vejo o tempo, a chuva é apenas uma garoa ela não devia ter saído assim. Vou até o quarto e pego um sapato e os calços e saio correndo pro elevador. Nunca se demorou tanto pra se chegar ao térreo, corro para fora antes mesmo que todas as portas se abram por completo. Saio pra fora e não vejo nem sinal dela.

— Martin. – Digo voltando pra portaria. – A garota que saiu daqui estava de carro?

— Não sei senhor creio que sim... Saiu, faz umas meias horas.

Meia hora? Meia hora foi o tempo que fiquei petrificado?

Saio de volta para a rua e vou direto pro The Pub, Alice estava lá, talvez ela tenha ido falar com ela. Entro no bar e está demasiado cheio, mais nem sinal dela. Vejo Alice sorrindo e conversando enquanto atende umas garotas no balcão enquanto enche seus copos.

— Alice. – Ela se espanta em me ver. – Bella esteve aqui?

— Só um minuto meninas. – Ela gesticula para o barista que estava próximo pata atende-las, enquanto vem até a mim. – Bella? Não vejo a Bella a meses, do que está falando?

Ela se foi. De novo ela se foi.

Me estico pelo balcão pegando um copo e a primeira garrafa que alcanço enquanto encho um copo com uma dose e bebo de uma vez, a bebida queima enquanto desce pela minha garganta, mais não tanto quanto as palavras dela queima em mim.

— Edward! – Diz Alice tirando a garrafa de mim. – Bella esteve aqui?

— Esteve lá em casa.

— Ai meu Deus. – Diz ela com empolgação, olhando em volta. – Ela disse que viria pra cá?

— Ela se mandou de novo.

— O que você fez? – Questiona ela.

Como ela pode me acusar de ter feito algo?

— O que eu fiz?

— Ela foi embora por sua causa, e reaparece e vai embora de novo, depois de ter falado com você. – Ela diz como se fosse o óbvio.

— Ela foi embora porque não soube ficar e conversar.

— Ah. – Ela revira os olhos. – E você soube fazer isso?

— Você sabia? – Me irrito com a possibilidade de Alice ter escondido isso de mim. – Você não faria isso comigo, não é? – Pego a garrafa dela encho mais uma dose pela metade porque ela toma a garrafa de mim novamente.

— Desembucha Edward.

— Ela está gravida.

— Gravida? – Alice solta a garrafa da mão mais ao mesmo tempo uma mão a pega antes que se estilha-se no chão.

— Alice, sabe quanto custa essa garrafa? – Diz Emmett irritado.

— Gravida. – Ela repete, e Emmett olha para mim e para ela com um ponto de interrogação na cara.

— Gravida? – Emmett pergunta colocando a garrafa na bancada de dentro do balcão. – Quem está gravida?

— Ai meu Deus. – Ela cobre a boca como se não pudéssemos ver o seu sorriso. – Edward você vai ser pai?

— Quê? – Emmett me encara. – Não... Por tudo que é mais sagrado você não engravidou a Tanya. Recaída sério? E ainda recaída com o demônio?

— Emmett, shiu... – Diz Alice batendo no braço dele, enquanto volta sua atenção para mim. – Pensei que não se viam a o que? Meses?

— Posso pelo menos saber quem está gravida? – Pergunta Emmett.

— Bella. – Diz Alice impaciente, gesticulando que eu continue.

— Três meses. – Digo. – Transamos uma vez... Uma vez com camisinha e aconteceu.

— Camisinhas? – Rose, se senta no banco vago ao meu lado. – Vocês são irmãos, só eu acho bizarro o fato de falarem sobre tudo um com o outro? – Ela toca na mão ne Emmett. – Um Martini bebê.

Alice ignora Rose como fez com Emmett, ele faz o drink dela com os olhos em mim.

— Então não é seu? – Pergunta ele.

— Nem todos anticonceptivos são seguros Emmett. – Alice revira os olhos. – Bella não viria se não tivesse certeza.

— Bella está aqui? – Rose dá uma olhada ao redor enquanto dá um gole em seu drink, voltando seu olhar pra gente. – Bella está gravida?

— Bella veio pra casa de Edward e Bella foi embora...  Agora podemos focar no que interessa? – Diz Alice impaciente. – Ela está gravida, e com certeza Edward foi um idiota com ela.

— Será que alguém se importa como eu me sinto? – Digo. – Eu acredito, mais ao mesmo tempo eu lembro dos preservativos.

— Eu também pensaria, afinal ela sumiu e do nada e voltou. – Diz Emmett.

— Bella não faria isso. – Diz Alice irritada. – Contraceptivos sempre tem uma taxa mínima de erro, mas tem.

— A não ser que seja as camisinhas furadas de Tanya. – Diz Rose enquanto bebia. Todos olhamos para ela.

— Como é? – Eu nem consegui acreditar na tranquilidade que ela usa pra falar isso.

— Da onde tirou isso Rose? – Pregunta Alice.

— Como não me conto isso? – Questionou Emmett.

— Gente que isso, Tanya não faria isso. – Diz ela. – Quando Emmett e eu fomos a Denali, eu fui no bar com ela e as irmãs enquanto Emmett ficou na empresa com Edward. Enfim, Irina brincou que Tanya deveria usar uma agulha e furar todas as camisinhas que Edward tivesse já que ela queria engravidar e você não.

— Porra. – Diz Emmett de boca aberta. – Como você não fala isso?

— Tanya não levou a sério, Kate ainda disse que seria uma péssima ideia, porque Tanya sabia que isso não mudaria o que estava ruim. – Continua Rose. – E sem contar que ela levou na brincadeira, ainda disse que nunca faria isso. E não fez, afinal... ela não engravidou.

Eu me levanto em um salto e vou em direção a porta. A raiva me sufocava eu precisava ouvir da boca dela que não fez isso, não é possível que ela tenha sido tão ardilosa dessa forma. Não é possível que sua vontade de ser mãe tenha ultrapassado todos os limites.

Como se Tanya pudesse ter algum tipo de limite, algum tipo de bom senso.


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Notas finais do capítulo

E é isso gente, gostaram? Eu espero que sim, não deixe de comentar.
Em breve sai a parte dois, até breve :)



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