Entre nós dois escrita por dri


Capítulo 10
Capítulo 10 - Momento errado


Notas iniciais do capítulo

Olá, começando pedindo imensas desculpas pela demora. Tive uns problemas pessoais e estava sem cabeça para escrever, espero que ainda tenha alguém interessado com a continuação dessa história, pretendo postar com mais frequência prometo. Sem mais delongas, vamos ao capítulo deixei ele bem grande. Espero que gostem.



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Bem-vindo a Forks.

Encaro a placa de dentro da picape, pelo retrovisor vendo-a ficar mais uma vez para trás meu coração está acelerado, minhas mãos estavam soando frio, me lembro de quando sai de Forks não prestei atenção na placa de bem vindo, naquele dia estava pronta para deixar tudo para trás, e foi que fiz, triste ilusão que poderia resolver tudo deixando para trás. Faz uma semana que voltei para Forks, eu deveria ter ficado em Seattle, mas foi mais fácil voltar para Forks do que encarar o inevitável.

Eu preciso vê-lo, precisava encontra-lo. Mais temo vê-lo, é engraçado como não importa o tempo que não vemos alguém, mas só de lembrar da pessoa seu corpo reage com as mesmas sensações que sentia quando o via. Faz apenas três meses e meio que sai de Seattle e não tem um dia que não pense nele, naquela noite, na viagem a Alki Beach, e no meio de tantas lembranças boas vem a ruim... naquela noite. A noite que achei que poderia me desconectar de Edward.

Antes

— Me larga. – Berrei para quem me segurava.

— Para de se debater que eu te solto. – A voz me fez sobressaltar, era Emmett que me segurava, meus ombros relaxaram e eu pude me concentrar onde estávamos era o banheiro masculino pude notar quando vi os mictórios. Ele me solta, e eu caminho até a pia minha frente e seguro com força a borda, não tive coragem de olhar Emmett pelo espelho. – Você está bem? – Perguntou ele.

Eu não conseguia responder, eu estava com vergonha de toda essa situação. Com raiva. Ódio.

— Quer que eu ligue para Alice? Ou Rose? Ou para alguém? – Sua voz era preocupada.

— Não conte a elas o que aconteceu por favor. – Minha voz sai falhada, tento conter as lagrimas, a situação já era ridícula, chorar ia tornar tudo isso mais ridículo ainda.

— Não conto. – Disse ele. – Eu não sei o que aconteceu..., mas foi um belo soco.

Olho pra Emmett pelo reflexo e ele me olhava com os braços cruzados, ele sorri como se pudesse descontrair o momento, mais sabia que nada ia me ajudar. A porta se abre e nós dois viramos para ela, era um funcionário.

— Já está mais calmo no salão. – Disse ele para Emmett que confirmou com a cabeça e o mesmo voltou a sair do banheiro.

— Eu vou para casa. – Disse me virando para sair.

— Vamos, eu te levo.

— Não precisa.

— Eu vou do mesmo jeito.

Caminhamos em silencio pela saída do bar, tudo estava calmo novamente nem parece que tudo tinha realmente acontecido, evitei olhar para as pessoas, apenas cruzei meus braços e sai de cabeça baixa com Emmett caminhando ao meu lado, durante todo o caminho ficamos de boca fechada, o que foi bom, eu não queria ter que falar sobre tudo aquilo. O caminho de menos de cinco minutos se tornaram mais longos, a rua parecia mais fria.

— Edward é um cara legal. – A voz de Emmett era baixa. – Só não andou com pessoas legais por um bom tempo... Seja o que for que está rolando entre vocês, ele ficou muito melhor depois que você apareceu.

Eu não digo nada, apenas aperto ainda mais meus braços contra meu corpo, quando finalmente chegamos no prédio, subi os degraus apressada.

— Obrigada Emmett, boa noite.

Não olhei para trás, e tão pouco esperei pela sua resposta corri para dentro, quando finalmente cheguei no meu quarto, me joguei na cama e desabei e deixei que nó em minha garganta se desfizesse em lagrimas.

Aonde eu havia chegado?

Ouvi a campainha tocando, várias e várias vezes, ouvi alguém batendo na porta várias e várias vezes eu não queria levantar não queria abrir, eu sabia que seria ele. Mas a melhor coisa era terminar com isso de uma vez, quando sai do quarto e abri a porta Edward entrou de vez.

— Me desculpa, eu juro por Deus que eu não sabia que ela iria atrás de mim. – Ele me olhava, preocupado tentando perceber qualquer sinal de como eu estava com aquela situação – Eu sinto muito pelo que aquele babaca falou de você.

Continuei parada na porta ainda aberta encarando-o, seu rosto estava machucado, seus lábios havia um corte. Penso como deve estar o rosto do Jacob, penso que eu não deveria pensar nele, e tão pouco me importar com o drama do cara na minha frente, os meus já não era suficiente para carregar?

— James foi no jornal hoje. – Ele se espanta ao me ouvir, e eu continuo. – Quer que falem sobre o The Pub, Tanya pediu para publicar sobre o bar, e quer tê-lo como sócio.

— Mais que porra... – Ele ia dizer alguma coisa, mais para por um momento e me encara. – Espera aí... como você sabe quem é o James?

— Isso importa? – Não vou explicar de como eu o encontrei com Tanya no restaurante, e nem explicar do porquê não contei isso a ele. Até por que no momento nem eu entendo mais os motivos que me levou a não contar.

— Importa. – Ele passa a mão pelo cabelo, e respira fundo. – Você conhecia Tanya antes de nos conhecer? Ou conhecia o James? – Seus olhos traziam duvidas, o que aumentou ainda mais a minha raiva.

— Tá achando que eu conhecia tudo sobre a merda do termino do seu casamento? – Minha voz sai elevada. – Porque diabos eu ia fazer isso?

— Tanya fica com o bar se conseguir provar que eu estava com outra pessoa enquanto estava casado.

Dói, é como se ele tivesse acabado de jogar um balde de gelo sobre minha cabeça em um dia gelado, como ele pode se sujeitar a pensar que eu estaria envolvida com Tanya e James para tirar algo dele?

— Saia. – Digo dando passagem pela porta, mantenho meus olhos longe dos dele, eu não vou desabar, eu não vou chorar não na sua frente. Digo a mim mesma.

— Bella... por favor... – Ele sabe que me magoou, ele sabe que eu não faria aquilo, ele sabe que se quer faz sentido esse pensamento. – Eu não quis... – Ele aproxima de mim e eu me afasto.

— Eu queria avisar sobre James ter ido ao jornal, quis te alertar do que ela estava planejando. O recado está dado, Alice e Rose não está em casa. Então... não vejo motivo algum de você estar aqui.

— Bella por favor... precisamos conversar.

  - Meu Deus. – A voz de Alice sobressalta nós dois, ela me encara enquanto entra pela porta aberta, logo seu olhar vai para o irmão. – Aquele bar deveria se chamar bar do Emmett já que ele... O que aconteceu com seu rosto? – Ela pergunta estendendo a mão para o rosto dele, Edward se afasta dela.

— Alice. – Diz ele se afastando ainda mais quando ela tenta novamente. – Para com isso, não foi nada demais.

— Como nada demais? Você está sangrando. – Ela olha para mim, e depois para ele novamente. – Por que estão com essas caras?

— Edward estava de saída. – Minto, e sei que ela sabe que é uma mentira apenas pelo jeito que me olha.

— Deveria ir cuidar do seu rosto. – Diz ela ainda me analisando antes de se virar para o irmão. – Você com a cara esmurrada não é bom para os negócios.

Edward revira os olhos e sai do apartamento, eu fecho a porta e me encosto na mesma.

— Sabe o que é engraçado? – Diz Alice enquanto tira os sapatos. – Acho que vi seu Ex namorado rondando lá em baixo, ele achou que eu não o vi, quando ele me viu e saiu andando. – Comenta ela, estou tão exausta que nem consigo sentir nada em saber que Jacob estava rondando por aqui novamente. – E o mais incomum, é que ele também estava com a cara esmurrada. – Ela se senta e me olha. – Então, me faz me lembrar que de manhã achei que Edward estava saindo daqui, ligando um ponto com o outro nos leva á?

Sinto meu rosto corar, não por vergonha por ter transado com o irmão dela mais com toda a situação em si, respiro fundo e vou rumo ao sofá e me sento ao lado dela e conto tudo que aconteceu, Alice me escuta pacientemente e me abraça quando conto o que houve no bar, e conto que Edward cogitou a pensar que eu estaria de armação junto aos dois para tirar dele tudo que ele amava.

— Ele só está de cabeça quente. – Disse Alice, apertando minha mão. – Tenho certeza que quando vocês conversarem amanhã vão se entender.

Agora

Talvez Alice tivesse razão, talvez eu e Edward nos entenderia no dia seguinte, talvez conversaríamos sobre tudo que aconteceu e entre nós dois acharíamos uma conclusão, mas não fizemos isso.

Acho que na vida podemos conhecer uma pessoa que pode nos mudar por completo, pode nos fazer sentir tudo que não sentíamos por outra pessoa que conhecíamos e convivia a anos. A poucas chances de conhecer aquela famosa pessoa certa, que nos traz os sentimentos certos, que nos traz paz.

Nós dois tivemos poucos momentos juntos, e o mais engraçado que foram os momentos únicos, que me faz sorrir e chorar só de recordar, mas uma coisa é certa não adianta conhecer uma pessoa que nos traz coisas boas, no momento errado.

E esse é o fato, nos conhecemos no momento errado.

Sai de Forks em busca de autoconhecimento, eu queria me conhecer, queria explorar a cidade, mudar de emprego, fazer o que gostava, fazer novas amizades, ser a Bella que eu queria ser.

Edward estava saindo de um casamento que lhe trouxe magoas, ele havia sido traído em dose dupla, e olhando agora depois de longos meses faz bem mais sentido ele ter pensado que talvez eu estivesse de armação com ele, afinal como eu poderia conhecer James sem ele ter me contado?

Sem eu ter mencionada ter ido a mesa dos dois, no restaurante e praticamente exigir que Tanya nos apresenta-se, ou ter mencionado que um cara com papos estranhos estava na inauguração do The Pub.

Edward teria entendido, e teria ali nos resolvidos. Mas não fizemos isso.

No dia seguinte, eu acordei com milhões de sentimentos que eu não sabia lidar, tem dias que acordamos e toda a dor do passado se junta com a do presente se tornando uma dor só. Eu precisava escolher tomar uma das três decisões: continuar na cama se lamentando, levantar e tentar dá a volta por cima ou ir atrás da pessoa que você menos gostaria de ir atras de consolo, mais ao mesmo tempo é a pessoa que você mais queria consolo. E foi o que fiz...

Antes

Sai de casa quando o dia estava para amanhecer, Alice tinha sido uma grande amiga na noite anterior, conversamos e tomamos vinho em silencio ouvindo um filme qualquer que mal assistíamos em um canal aleatório da TV, Rose chegou cedo e se juntou a nós duas. Precisava dá uma volta e tentar resolver algo na minha vida, sinto um peso imenso uma magoa imensa.

Sei que pensar no que as pessoas pensam de mim não me leva a lugar nenhum, mas sei também com é difícil não se importar, não temer que pensem algo que eu não sou, e sei que minha mãe mais do que ninguém me entenderia nesse momento.

Tiro meu celular do bolso e ignoro as chamadas perdidas de Jacob, ignoro as chamadas do número de Edward, e disco para a pessoa que mais evitei falar desde que cheguei aqui, ela atende no terceiro toque.

— Bella. – Diz ela, do outro lado da linha. Ouvir sua voz me faz chorar ainda mais.

— Como você conseguiu? – Pergunto em um sussurro. – Como conseguiu, aguentar todos os julgamentos das pessoas? Como conseguiu seguir em frente?

— Bella, você está chorando? – Sua voz está preocupada. – O que aconteceu? Onde você está?

— Estou tentando seguir em frente, mais não me deixam fazer isso, sem que eu me senta um monstro. – Digo. – Jacob está aqui, os julgamentos dele está aqui. Eu tentei não o magoar quando vim embora, porque ele não pode fazer o mesmo por mim?

— Para algumas pessoas é difícil aceitar o fim. – Ela suspira, como se tivesse procurando palavras para me confortar. – Para algumas pessoas, é mais fácil julgar do que procurar entender o lado do outro.

— Eu acho que não deveria ter vindo para Seattle.

— Acho que você não deveria ter aceitado o emprego no jornal... – Diz ela. – Seu pai me contou, ele acha que foi genuíno da parte do Jacob, mais foi só uma maneira dele saber de cada passo seu pela a irmã. – Ela faz uma pausa antes de continuar. – Você fez o certo em procurar se encontrar querida, e para isso você precisa de coragem. E muita força... Vai haver mais pessoas tentando te derrubar, do que estendendo a mão para te ajudar a levantar.

Fico em silencio enquanto absorvo suas palavras, não acho que foi um erro ter aceitado o emprego, acho que meu maior erro é achar que não vou conseguir o que quero, o que vim buscar. Trabalhar no jornal me mostrou que posso sair da minha zona de conforto e que posso me sair bem, como a coluna está se saindo bem.

— Bella? – Diz ela. – Você está aí?

— Eu tenho que desligar, mãe... Obrigada.

Não espero ela responder e desligo, limpo minhas lagrimas. É hora de começar uma nova página.

O primeiro passo para a mudança é deixar tudo para trás, começando pelo meu número.

Jacob me ligou diversas vezes e me mandou várias mensagens não abri o conteúdo de nenhuma e tão pouco me importava com as suas desculpas, Edward me ligou várias vezes, mas também não me interessava o que ele tinha a dizer, pelo menos não agora.

Precisávamos conversar, mas ao mesmo tempo vejo que não temos o que conversar, ele tem que se resolver para que possamos ver se o que temos vai se somar pois no momento está só se dividindo.

— Prontinho, seu novo número já está instalado. – Disse a atendente da loja de telefonia devolvendo meu celular com novo número. – O antigo já está desativado.

— Obrigada. – Digo pegando meu celular com novo número de volta.

Mudei de número, esse é o novo. Por favor, não passe a ninguém.

— Bella.

   Mando as mesmas mensagens para alguns contatos da minha antiga agenda que continuava o mesmo, porém dessa vez sem o contato de Jacob, Rachel e Edward. Volto minha caminhada, hora da parte dois da mudança. Era a parte também mais difícil, querendo ou não trabalhar faz a gente se desligar de nossos problemas pessoais por algumas horas, por mais que trabalhar com Rachel seja uma convivência sem fim do meu passado, era gratificante ver meu nome no jornal.

— Bom dia, está atrasada e Rachel está bem irritada hoje. – Diz Bree assim que cruzo a porta.

— Bom dia. – Digo sorrindo. – Acho que ela vai ficar ainda mais brava. – Digo indo até minha mesa e recolhendo minhas coisas pessoais, Bree me segue com o olhar visivelmente confusa. – Estou saindo, não estava dando certo.

— Como assim? – Diz ela se levantando se aproximando. – Bella, não pode sair, o projeto está dando super certo.

— Finalmente você apareceu. – Diz Rachel entrando na sala nos interrompendo e fechando a porta com uma força desnecessária. – E que história foi essa da confusão de ontem? Jacob está arrasado, e porque não atendeu o telefone?

— Porque eu não quis Rachel. – Digo revirando meus olhos. – E sinceramente não é da sua conta, o que eu faço ou deixo de fazer fora daqui.

— Quando meu irmão chega em casa com o rosto todo ensanguentado é problema meu sim.

Rio ironicamente enquanto volto a guardar minhas coisas na bolsa.

— Você acha isso uma piada?

— Sinceramente? – Digo voltando meu olhar para ela. – Piada foi eu achar que me trazer para cá para trabalhar foi algo sincero da parte de vocês, enquanto na verdade foi só um pretexto para me trazer pra perto do meu passado que eu quis deixar em Forks.

— Você arruinou o coração do meu irmão que tanto fez por você.

 - Isso é um assunto entre nós dois.

— Você e Jacob? Ou entre você e seu amante.

Minha vontade é de dá um tapa nela, mas digo a mim mesma que não vale a pena, respiro fundo e volto a pegar minhas coisas, e viro para Bree.

— Nos falamos em breve. – Volto meu olhar para Rachel. – Como você já notou não está dando certo, obrigada pela oportunidade que você me deu. Espero que tenham uma boa sorte com a coluna no jornal.

Não espero que ela responda, só saiu porta a fora é engraçado só com esses pequenos passos já me sinto mais leve, depois de resolver o fim do meu contrato com o jornal vou direto para casa, precisava arrumar umas coisas antes de começar a colocar em pratica algum plano B já que o meu plano A não estava dando lá muito certo.

— Bella. – Reconheço a voz de Edward atrás de mim, assim que piso no primeiro degrau para entrar no prédio, me viro para ele. – Podemos conversar?

— Estou ocupada. – Digo com um suspiro, seus olhos estão tristes, seu rosto está um pouco roxo, e seus lábios ainda está com o corte, mais dessa vez não está sangrando como na noite anterior.

— Queria continuar aquela conversa de ontem.

— Não temos o que conversar, já te falei tudo que queria falar.

— Estou indo a Denali... Tanya vai comigo, ela negou tudo sobre James. – Diz ele.

Obvio que ela ia negar Edward.

Ele me encara como se quisesse que eu diga algo, mas não sei o que dizer.

— Ela está disposta a colaborar com o divórcio. – Continua ele. – Só se for com uma advogada que é amiga da família dela... qual quer coisa para que isso tenha fim.

— Boa viagem. – É tudo que consigo dizer.

— Bella, eu quero resolver isso... Quero entender, sobre o que você não me explicou ontem.

— Eu estou um pouco ocupada. – Digo tentando ser firme, o nó em minha garganta está retornando.

— Bella... eu quero resolver isso e...

— Não... – Interrompo antes que ele continue. – Não faz isso comigo, não faz isso conosco. – Respiro fundo, e desvio meu olhar do dele. – Espero que resolva seus problemas.

É tudo que consigo dizer, nosso olhar volta a se encontrar e fica preso um no outro com uma intensidade que fazia meu coração quase sair pela boca.

Eu queria pedir para ele não ir, queria pedir para ficar, queria pedir que fosse sem ela, queria que pudesse estar com isso resolvido, mais não podia pedir isso, e nem tudo estaria resolvido, queria dizer tantas coisas, e ao mesmo tempo não tenho nada a dizer afinal, não era o momento para isso.

Ele tem que se resolver, e eu tinha que resolver a minha vida. O que tinha entre nós dois era um sentimento genuíno e forte, que nem eu ou você consegue explicar, mais naquele olhar sabíamos que nesse momento por mais genuíno que seja esse sentimento, ele não seria forte para somar em um momento que nossas vidas está um caos com dividas do passado, que precisavam ser resolvidas. Quebro nossa conexão de olhar e me viro e volto para meu caminho, para tentar arrumar a bagunça da minha vida.

Agora

Já é quase noite quando estaciono a caminhonete na rua do prédio de Edward, está chovendo forte lá fora meu coração está prestes a sair pela boca. O que eu vou dizer a ele? Eu deveria ter mandado um e-mail, ou ter telefonado, qual quer coisa. Tenho quase certeza que ele não deva estar em casa, é dia de semana ele deveria está cuidando do bar.

Mas não quero voltar ao The Pub, não volto lá desde o dia que esmurrei Jacob, não vejo Edward desde o dia que soube que ele ia para Denalli, precisei cuidar de mim e para isso nem pensei duas vezes quando o chefe de Rachel me indicou a um amigo que morava em Vancouver e precisava de uma revisora para seu livro, ele sabia que eu era formada em literatura e como gostou dos meus textos do jornal viu um potencial em mim, que nenhuma editora para quem vivia procurando emprego me ofereceu, fiquei feliz com a oportunidade e me joguei de cabeça afinal o que me prenderia, aluguei uma casa pequena juntei minhas coisas e fui para Vancouver.

O livro de Benjamin será lançado mês que vem, passamos meses trabalhando para que o lançamento de seu primeiro romance fosse lançado o mais breve possível. Me joguei de cabeça no trabalho, que não me paga muito, porém me dediquei ao máximo afinal era uma oportunidade imensa para mim.

Minha vida se tornou uma loucura deliciosa, uma loucura que me fazia pensar menos em Edward, pensar menos em querer saber em que pé estava a resolução da vida dele, me dói o estomago de imaginar se ele não resolveu e mais ainda imaginar que talvez ele tenha voltado com Tanya.

Quando sai de Seattle tinha certeza que não era o momento para a história de nós dois começar. Mas o que eu não sabia era que os capítulos que se quer pensamos escrever, já estavam sendo escritos em nossas páginas.

Todos sabemos que nenhuns anticonceptivos é 100% seguros eles têm uma taxa baixa, baixíssima de erro. Aquela porcentagem baixa que todos se estremeciam quando ouvíamos histórias sobre pessoas que engravidam mesmo tomando pílula, ou mesmo tendo usado camisinha, eu era o tipo de pessoa que não sentia medo dessas histórias até acontecer comigo.

Saber que não foi a melhor hora para conhecer Edward, era um fato. Não foi a melhor hora para nos envolver, e tão pouco foi a melhor hora para a camisinha da nossa primeira e única noite juntos, ser justo a camisinha que tinha aquele 1% raro de chance de dar errado.

Não posso esconder isso dele, faz apenas uma semana que descobri e foi um choque para mim, afinal como eu não percebi nenhum dos sinais que estavam tão nítidos? Eu levava como estresse de tanto trabalho, que eu relacionava o pequeno ganho de peso as quantidades de pizza que comia quase toda noite, minha barriga estava começando ganhar forma, e o mais engraçado, é que começou depois que descobri, ou será que só com a descoberta eu comecei a reparar com mais atenção?

Fico imaginando como vai ser a reação dele, será que vai ter uma reação? Afinal, até o momento tudo que eu tive foi choque e medo. Medo de ver sua reação, medo de me magoar com sua reação, de me decepcionar e decepcionar esse pequeno ser que cresce em mim que tem uma parte sua também.

E se você não o querer como eu o quero? Contar para Charles foi tão simples, não contei a ele quem era o pai e nenhum momento ele questionou isso, ele respeita meu tempo, ele é a única pessoa que sabe disso tirando a médica que me socorreu quando desmaiei dias atrás no café que costumava trabalhar.

— Bom agora está na hora de aumentar a lista de pessoas que sabe, não seja covarde. – Respiro fundo e desligo a picape. – Ele precisa saber.

Respiro fundo mais uma vez, e saio do carro e corro pela chuva em direção ao prédio dele. Cada passo só aumenta as batidas do meu coração, quero desistir e correr no sentido ao contrário, mais digo e repito a mim mesma ele precisa saber.


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Notas finais do capítulo

E foi esse o capítulo, espero que tenham gostado. Não deixe de comentar o que achou, sobre o que espera dos demais capítulos, amo ler os comentários de vocês. Um beijo e até a próxima :)



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