A respiração de Jimin acelerou, olhos arregalaram, a voz ecoou, exclamando em desespero: 

—JungKook!  

Chanyeol afastou-se com seu livro antigo, dando espaço para o casal. O lobisomem abraçou o vampiro agitado, apertando-o com força num abraço que retirou qualquer resquício de dor dos corações aflitos. 

—Ei, meu amor, você está aqui. Você está bem agora. Estou do seu lado. Nada de ruim vai acontecer. - JungKook sorriu agradecido entre as lagrimas que desciam livres quando o toque se tornou recíproco. O alivio era tanto que poderia flutuar. Acarinhou com toda a delicadeza as bochechas gordinhas que tanto amava, a pele perfeita da nuca, os cabelos carvão. -Eu te amo! Ouviu, Ji? Escutou o que eu disse? Eu amo você! Eu amo você, Jimin!  

—Estou tão confuso, mas eu também te amo, Jungoo, você sabe disso. - A voz frágil fez o coração do lobisomem bater como se atrelado ao motor de um carro fórmula 1.  

—Eu sei, eu sei. Só quero que você saiba também, tá? E que nada vai nos separar, Ji. A partir de agora, nada importa, não tem matilha, não tem liderança, se você quiser ir eu vou te seguir pra qualquer lugar. 

De longe ouviu o arfar espantado de seu pai e dos companheiros de matilha.  

—JungKook, você está com a cabeça quente. Após a recuperação dele, poderemos discutir com mais... 

—Está nas suas mãos. - Interrompeu o lenga-lenga, não ligando minimamente para o que ele falava. -O meu jeito é uma merda, sempre nos machuca, desculpa, amor. A decisão é sua.  

Jimin sorriu, um riso ainda pequeno e esgotado, mas o bastante para acalmar toda a preocupação do Jeon mais novo.  

—Eu amo o seu jeito. Somos um agora. Vamos decidir juntos, por favor. 

Riu, concordando. 

—Está certo. Ah, seu anel! Com a magia, talvez sua recuperação seja mais rápida. Vou devolvê-lo... - Disse afobado, ainda meio fora do ar, já deslizando o adorno para fora do dedo. Jimin ergueu a mão com movimentos fracos e impediu que terminasse de tirar, negando.  

—Se me devolver agora, sua transformação virá com toda força, Jungoo. Vai ser bastante doloroso pra você. Não faça isso, bebê. Pode me entregar depois, consigo suportar.  

A saudade que sentia em ser chamado daquele jeito irritantemente carinhoso, por Hécate! Até em estado crítico e fraco Jimin pensava em seu bem-estar primeiro. Era incrível aquilo de amar e ser amado. Nunca mais queria passar pela dor de perdê-lo.  

Sentindo-se corajoso o suficiente, aproximou-se até depositar um selinho longo nos lábios fartos de seu imprinting. Fogos de artificio explodiram, mas ele já esperava.  

—Vou te levar até minha casa. Precisa descansar e eu vou cuidar direitinho de você. Vem cá. - JungKook não se importou com os olhares das pessoas a sua volta, do falar baixo deles sobre sua relação, dos vampiros que restaram olhando seu líder ir tão fácil e dócil nos braços de um lobisomem. A única coisa que importava era Jimin e como ele se encaixava com perfeição nos seus braços.  

A guerra de corações estava vencida.