Lenora e Phillip — Um amor quase impossível escrita por Sami


Capítulo 17
Capítulo 16




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Capítulo 16 

(..) 

 

Phillip teve uma reação tardia, seus olhos primeiro a encararam com clara confusão, mas então se arregalaram. Seu rosto foi tomado por uma expressão de puro espanto e entusiasmo.  

— Os diamantes estão no meu quarto! — disse ela sem conseguir acreditar nas próprias palavras. — No meu quarto, durante todo esse tempo!  

— Espera, ele pode tê-los mudado de lugar — disse Phillip, não porque não acreditava nisso ou queria acabar com a animação dela, mas ele queria ter certeza de que ela não iria se frustrar caso não os encontrassem.  

— Não... — ela balançou a cabeça. — Meus pais um dia me disseram que ele queria enviá-la para uma amiga, mas nunca conseguiu porque ninguém queria perdê-la, toda a família brigou por causa disso. A madeira é de ótima qualidade, eles não queriam perder algo tão valioso assim para virar presente para uma amiga desconhecida... Isobel! 

— Você tem certeza? — tornou a perguntar.  

— Tenho, — garantiu. — Quando o quarto se tornou meu, eles mudaram toda a mobília, menos a escrivaninha porque era uma herança da família e também por ser pesada demais. — à medida que foi falando seus olhos apenas se arregalavam ainda mais. — Estavam esse tempo todo lá! Na minha frente!  

Sentia-se traída, enganada e uma grande tola por nunca ter percebido nada de incomum na escrivaninha.  

— Phillip, encontramos os diamantes, sabe o que isso significa?  

Lenora o segurou pelos ombros em uma ação surpreendente, ele não esperava por isso.  

— Se for por causa desses diamantes que nossas famílias se odeiam, encontrá-los é a solução de tudo! Toda essa besteira finalmente terá seu fim! — exclamou animada demais para se importar em ser escutada.  

A risada que escapava de seus lábios logo se tornou uma gargalhada alta e animada, Phillip parecia se conter, mas então percebeu que ela estava certa. Se os diamantes fossem a causa de toda aquela confusão tola, encontrá-los faria com que tudo finalmente acabasse. 

Não demorou para que ele também estivesse rindo junto ela, deixando que sua gargalhada preenchesse o escritório de forma completa. A animação de Lenora era contagiante e Phillip se viu quase tão entusiasmado quanto ela. Ela o abraçou sem dar-se conta disso, fora algo automático e simples, mas que dentro dela atiçou um sentimento escondido e guardado durante duas semanas longas.  

Aos poucos eles foram parando e lentamente se afastando do outro, Lenora ainda segurava Phillip pelos ombros e o encarava com os lábios levemente esticados, mostrando um sorriso mais discreto e controlado do que antes. Ela viu quando ele respirou fundo, passou a língua pelos lábios para umedecê-los e voltou a sorrir, contagiado com sua animação.  

Naquele momento ela percebeu que estavam próximos demais do outro, bem mais do que estiveram em todos esses anos e tudo voltou. A confusão de seus sentimentos, o fato de ser apenas uma grande amiga de Phillip, o fato de querer ele como seu pretendente e de como isso já não parecia mais uma loucura como antes.  

Então ela se afastou dele, ocupou a mente com o que realmente importava: Os diamantes e a rixa entre suas famílias.  

— Tudo bem, precisamos saber como vamos encontrar esses diamantes. — disse ela pensativa, evitando olhá-lo.  

— Ora, está no seu quarto. Parece óbvio o que deverá ser feito.  

Lentamente, Lenora ergueu o rosto em direção a Phillip e, como se tivesse sido despertada, algo surgiu em sua mente. Seus olhos brilharam diante de uma expectativa desconhecida por ele.  

— Devemos ir até minha casa, especificamente em meu quarto e pegar esses diamantes. — disse com convicção assustadora. Sua voz sequer vacilou ou mostrou receio pela possível fuga. — Se formos agora, conseguimos tempo o suficiente para retornar ao baile antes que alguém note nossa ausência... 

Ela interrompeu-se a si mesma e começou a guardar as cartas lidas de qualquer maneira. Empilhando todas e as entregando para o visconde de maneira apressada.  

— Um momento, o que está fazendo?  

— Não é óbvio?  

— Não.  

Ela fez uma careta.  

— Vamos sair, ir até minha casa e encontrar esses diamantes e pôr um fim na rixa entre nossas famílias com eles. — responde, mostrando a Phillip que de fato, ela tomara uma decisão sem que ele tivesse se dado conta.  

— Espera, agora? — pergunta. — Enlouqueceu? 

— Claro que não — ela nega. — Mas tenho pressa, meus irmãos desconfiarão se não me encontrarem aqui. Por isso precisamos ser rápidos.  

Phillip pisca algumas vezes, incrédulo de que ela realmente estava disposta a sair do baile e ir até sua casa por causa de diamantes.  

— Lenora, eles já devem estar desconfiando por não a encontrar no baile. Não podemos sair. — diz ele de forma lógica. — Se a sua família me ver junto com você, especialmente em seu quarto, consegue imaginar no que pode acontecer? E não me refiro a mim! 

Contrariando o que ele esperava, Lenora não mostrou a mesma preocupação que ele, na verdade, dera com os ombros como se ser pega por sua família ou por qualquer outra pessoa não fosse assim tão ruim como ele fez parecer.  

— Estaremos com os diamantes, todos estarão eufóricos demais para pensar em algum escândalo — desdenha, como fizera antes. — E quando provarmos que é por causa dos diamantes que toda essa tolice da rixa começou, todos se importarão apenas com a rixa e seu fim. 

— Você não existe — murmura ele, baixo demais para que ela conseguisse escutá-lo completamente.  

Essa mesma frase, dita um dia antes, seria vista como um belo elogio, mas naquele momento, era como uma reclamação.  

— Ora Phillip, vai me dizer que não está animado em saber que estamos perto assim de ter os diamantes em mãos e acabar de vez com toda essa loucura? — questiona, olhando-o muito atentamente. — Seremos rápidos, vamos até minha casa, pegamos os diamantes e retornamos para o baile, ninguém notará nosso sumiço.  

— Seus irmãos e cunhadas perceberão.  

— Lido com eles se for necessário.  

Phillip respira profundamente, estava mesmo cogitando aceitar fazer parte daquela loucura por causa dela?  

Céus, ele estava!  

— Vamos.  

O chamou de repente. Dando meia volta e o puxando no processo para fora do escritório de seu irmão, sua ação o surpreendeu, quase o fez cair.  

— Espera, o que está fazendo?  

Lenora o olhou como se a resposta que daria fosse óbvia demais. E realmente era.  

— Vamos pegar os diamantes. — disse. — Para fazermos isso precisamos sair daqui, não acha? 

— Se alguém souber que estive sozinho com você e que vou estar em seu quarto, o que irão pensar sobre você?  — ele quase sussurrou tais palavras, afinal os dois conheciam os riscos de tal ato.  

Lenora deu com os ombros mais uma vez.  

— Eles não vão pensar nada porque jamais descobrirão sobre isso. — assegurou, a certeza em sua voz era assustadora. — Espero que tenha vindo com uma carruagem, deve estar ciente de que não posso pegar a de minha família.  

Phillip sentiu vontade de amarrá-la e trancá-la naquele escritório após ouvi-la, Lenora não estava contando todos os riscos de sua atitude, sequer estava dando importância para tal.  

— Seremos discretos, — avisou ele, mais como uma ordem. — Pegamos os diamantes e retornamos para o baile, nada além disso.  

— Certo, certo. — responde ela apressada, puxando-o pela mão para que finalmente saíssem do cômodo e fugissem às escondidas do baile.  

  

●●●

 

Phillip poderia dizer que o trajeto até a casa de Lenora estava demorando bem mais do que ele pensou, na verdade ele sabia que a distância da residência de Andrew era longa e, se ele pudesse voltar o tempo, teria escolhido não ter concordado com aquela loucura.  

Lenora por outro lado se encontrava animada, não parava quieta no banco da carruagem e apesar de calada durante boa parte do trajeto, era possível perceber seu entusiasmo em encontrar os diamantes.  

— Terá alguém em sua casa? — ele pergunta, imaginando que pudesse se arrepender de ter feito isso.  

— Meus pais — responde ela.  

— Lenora! — ele quase grita, pronto para dar meia volta e acabar com aquela loucura.  

— Calma, estava apenas brincando — diz. — Eles disseram algo sobre algum evento particular entre seus amigos. Não perguntei detalhes.  

Por mais estranho que fosse, Phillip não se sentiu mais aliviado com isso. Na verdade, seu corpo o alertava de que algo de errado iria acontecer nesse tempo e relaxar era impossível. Ele nada mais disse a respeito, continuou seguindo e após longos dez minutos de um trajeto que parecia não ter fim, finalmente chegaram.  

Lenora lhe dissera para não parar a carruagem em frente à casa, porque desconfiava de que alguém pudesse vê-la — como se isso fosse o menor de seus problemas — e seguiram o trajeto de três casas adiantes, a pé.  

Fizeram silêncio ao adentrar na propriedade Barrington e Lenora por conhecer o lugar melhor do que ninguém, o guiou até os fundos, onde os funcionários entravam e saiam. Tudo estava quieto e escuro, o que indicava que os criados estavam já dormindo, até mesmo Jeffs.  

— Ótimo, creio que todos estajam dormindo — observou ela. — Seguiremos para o primeiro andar, aonde está meu quarto.  

Phillip continuou sem nada dizer, apenas assentiu apressado e continuou a seguindo pelo interior da casa.  

Os dois tropeçaram várias vezes pelo caminho, devido à falta de luminosidade e por não quererem acordar ninguém, optaram por não acender nenhuma lamparina. A escolha se mostrou falha, pois a cada três passos, ambos tropeçavam em algo ou em seus próprios pés. Seguiram assim até o primeiro andar, aos tropeços e resmungos baixos até finalmente alcançarem o quarto de Lenora; o quarto leste.  

Ela se adiantou em acender uma lamparina, uma que se encontrava em uma cômoda ao lado de sua cama.  

Phillip percebeu que o quarto dela combinava e muito com sua personalidade. As paredes eram de um tom branco com pequenos detalhes na cor lilás, o tapete e parte do jogo de cama também. Mas o que realmente chamou sua atenção foi a pequena estante de livros que ela tinha e a grande escrivaninha próxima a janela que permitia uma visão ampla do lado de fora da casa.  

— Só relembrando, vamos pegar os diamantes e sair daqui. — ele disse, seu tom era preocupado porque, se fossem pegos, na verdade se ele fosse pego no quarto de Lenora seria morto.  

E ele não queria nem pensar no que iria acontecer com ela.  

— Claro, claro.  

Ela foi a primeira a se agachar na frente da escrivaninha e gseticulou para que ele fizesse o mesmo.  

— Vamos procurar por qualquer compartimento a mais, ela tem apenas essa gaveta — ela apontou para acima de sua cabeça. — Então acredito que será fácil encontrar algo fora do comum. 

Os dois começaram a tatear a frente, Phillip achou que seria melhor se vasculhassem a gaveta primeiro, mas Lenora fez isso antes dele. A tirou e jogou todo o seu conteúdo no tapete, tateando o fundo em busca de alguma coisa oculta. A descartou quando nada encontrou.  

— Não está aqui. — diz Phillip.  

— Vamos ter de movê-la então.  

Phillip se levantou e ela o imitou, relutou em fazer isso, pois o barulho do móvel sendo movido poderia atrair uma atenção desnecessária para o quarto e alguém o veria ali com ela. E arruinaria tudo. Completamente tudo.  

— Acho que deveríamos esperar…  

— Ficou maluco? — exclamou ela em um sussurro alto. — Não podemos esperar, os diamantes estão bem na nossa frente!  

— Mas não há como movê-la sem fazer barulho! 

— Empurramos mesmo assim, depois invento alguma desculpa, se necessário.  

Durante alguns minutos o rapaz encarou o móvel pensando no que e como faria para movê-lo sem que isso chamasse a atenção dos criados para o quart. Phillip então se colocou ao laod da escrivaninha, Lenora tomou pouca distância dele e esperou. Ele segurou o móvel como achou melhor e tentou erguê-lo do chão, fizera a mesma ação pelo menos três vezes até finalmente conseguir.  

A mesma não ergueu-se muito, o suficiente para não deixar marcas no chão e o bastante para conseguir afastá-la da parede.  

— Só mais um pouco — comentou ela, aproximando-se dele e o ajudando a empurrar.  

Lenora segurou a beirada esquerda ao lado de Phillip e imitou a ação que ele fazia, mesmo que toda a força estivesse partindo somente dele, a ajuda foi bem recebida. Mesmo que não mostrasse muita diferença.  

Ela afastou-se dele de uma só vez quando boa parte da escrivaninha já estava longe da parede, não foi muito, mas já conseguiriam tatear em busca de algum compartimento escondido.  

Cada um ficou de um lado e juntos começaram a procurar. 

— Encontrou alguma coisa? — perguntou ela.  

Primeiro Phillip negou, ajoelhou-se novamente e começou a tatear o fundo.  

Ele fez isso durante segundos demorados e, impaciente Lenora perguntou de novo:  

— Alguma coisa?  

Phillip pareceu sentir o que seria um tipo de corda, mas como não tinha visão alguma não teve muita certeza assim.  

— Não sei…, mas parece que tem algo aqui embaixo — ele fez uma pausa quando segurou a pequena corda.  

— O quê? O que foi?  

Phillip não respondeu, mas puxou a corda. Nada. A segurou com mais força e então a puxou mais uma vez. Um pedaço retangular de madeira caiu no chão logo em seguida, Lenora e Phillip se olharam.  

— O que tem aí?  

— Não tem nada.  

Ela franziu o rosto.  

— Maldição.  

Ele enfiou a mão por de baixo do móvel, de onde a madeira caiu. O fundo parecia um pouco mais elevado e liso até certo ponto, após mudar a direção do tato sua mão tocou em algo que parecia uma pequena caixa de veludo escondida.  

— Acho que encontrei algo — disse ele, Lenora se aproximou dele.  

O visconde conseguiu segurar a caixa e a puxou para o lado, ela se moveu e pareceu mais solta também. Repetiu a ação, dessa vez para o lado oposto e a caixa de moveu outra vez. Decidiu então puxá-la para baixo e quando o fez a mesma despencou no chão sobre a madeira que caiu antes.  

— O que é? 

— Uma caixa — Phillip a tirou do chão e mostrou para Lenora.  

Eles nada disseram, mas era visível a ansiedade em abri-la e finalmente encontrar os diamantes que procuravam. Porém a consciência de Phillip gritou mais alto quando o lembrou de onde estava, não podiam ficar no quarto mais tempo, alguém iria aparecer; ele tinha certeza disso.  

— Vamos abri-la!  

— Aqui? — perguntou alto.  

— Os criados estão dormindo e meus pais não estão aqui — respondeu despreocupada.  

— É exatamente isso o que me preocupa.  

— Bobagem — ela gesticulou com a mão. — Vamos abrir a caixa, pegar os diamantes e sair, sim? 

Phillip sabia que poderia se arrepender mais por continuar em seu quarto, mas os diamantes estavam bem em suas mãos e sua curiosidade estava aflorada como nunca antes.  

Ele cedeu mais uma vez. 

Phillip colocou a caixa sobre o colchão de sua cama, os dois estavam sentados de frente para o outro e se encaravam em silêncio total, aguardando por algo.  

— Abre. — disse ela com pressa, entrelaçando os dedos nos outros em um sinal claro de puro nervosismo e ansiedade.  

Phillip ergue a tampa da caixa de veludo e encontra duas folhas dobradas. Lenora reconheceu uma das folhas como sendo parte do diário de seu tataravô e a outra se tratava de uma correspondência direcionada a Isobel; uma carta que ele sequer chegou a enviar.  

— Faça as honras, — ofereceu Phillip, dando espaço para que ela pegasse a primeira folha. A que fazia parte do diário de Bartholomeu.  

Desdobrou a folha com calma e então começou a ler: 

 Sempre odiei segredos e guardar este de minha família me transforma um ser humano corrupto. Mas o que posso dizer? Eles me obrigaram a tal. — uma pausa, ela franziu o cenho. — Isobel discorda, ela acha que deveria ser eu a mantê-los comigo, mas as joias sempre foram delas, joias para uma dama, certo? Mal sabe ela que pretendo mandá-las para a Itália muito em breve.  

Uma nova pausa, Lenora agradeceu mentalmente por ele não ter feito isso.  

— Sinto falta dela, de nossos encontros e nossas aventuras. — ela parou de ler de repente e entregou a carta para Phillip. — O restante está em italiano. Explicou.  

Phillip pegou a carta de sua mão e começou:  

— ...Sinto falta do seu corpo quente sobre o meu e da maneira como nossos... — ele se interrompeu quando percebeu que o restante de seu conteúdo se tratava das intimidades dos dois. — Acho melhor deixarmos essa de lado, melhor não ter conhecimento sobre o que ele escreveu.  

Phillip guardou a folha de papel no bolso de terno.   

— De novo isso? — ela protestou, mas parou quando viu que Phillip já estava rasgando o envelope que continha a carta para Isobel.  

— Já falamos sobre esse tipo de carta.  

— E eu já disse que são provas!  

— Provas de depravações! 

— Que não deixam de serem provas.  

Eles pararam de falar e se encararam, ele não se importava por ela reclamar com a destruição da carta. Não queria imaginar o que seus pais lhe diriam se soubessem disso. Phillip então apanhou a carta e a abriu, em outros tempos se sentiria um invasor por ler a correspondência de outras pessoas, mas tinha uma bela justificativa para o ato.  

— Leia a carta logo! — pediu Lenora com pressa.  

— Meu amor, — começou ele. — Não há nada nesse mundo que eu não faça por ti. E apesar de minha recusa em mentiras, essa parece me agradar um pouco mais, afinal, há uma justificativa para tal ato. Eles nos forçaram a isso, certo? Sei o que disse sobre ter os diamantes, mas os confio a você, como sempre confiei minha vida e saiba, desejo vê-la muito em breve. Por enquanto, apenas eles irão ao seu encontro, junto com meu amor e minha total devoção. — Phillip respirou fundo antes de prosseguir. — Mentiras machucam e a que contamos para nossas famílias com toda certeza irá feri-los, mas, fomos obrigados. E logo tudo acabará.  

Ele fez uma nova pausa quando viu Lenora se aproximar dele, ela praticamente pulou ao seu lado e inclinou o corpo em sua direção para também ter acesso ao conteúdo da carta.  

Ele então prosseguiu.  

— Acredito que a loucura seja uma característica que temos em comum, além de nosso amor para com o outro. Nunca imaginei ser capaz de algo assim, mas confesso que muito me alegra enganá-los. Sinto-me vingado e que estou a vingando também!  

Phillip olhou para Lenora e ela assentia com a cabeça.  

— Nisso ele está certo, somos assim. Vingativos. — explicou.  

— Meus irmãos que o diga. — respondeu ele, Lenora riu.  

Ele continuou: 

— Creio que fomos loucos por criar uma intriga entre nós, quando todos sabem que jamais seríamos capazes de algo assim ou de nos manter longe do outro. Amamo-nos demais, mas fingir que nos odiamos me parece a melhor solução para o momento. Não gosto disso, mas pensando bem, eles merecem! — Phillip limpou a garganta. — Isso acabará quando menos imaginarmos e logo estaremos juntos e rindo sobre a mentira de uma rixa tola…  

Ele parou de ler e olhou para Lenora mais uma vez. Seu rosto estava implacável, ela não parecia nem mesmo respirar naquele momento.  

— Isso?…  

Ela enfim piscou.  

— Eles?…  

Phillip pareceu confuso. Leu novamente o trecho. 

— Isso acabará quando menos imaginarmos e logo estaremos junto e rindo sobre a mentira de uma rixa tola que nunca existiu entre nós…— seus olhos se voltaram para ela. — É exatamente o que acabei de ler. Eles fingiram.  

Lenora conseguiu apenas arregalar os olhos em um estado de puro choque, não conseguindo acreditar no que acabara de ser lido. 

 


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