The Bet - Nova versão escrita por Anandika


Capítulo 8
Decisões




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Os dias se passavam com Bella tentando seguir com a sua rotina normal. Depois do final de semana na casa da tia, onde ela tentou de todo custo alegrar o desolado Jasper, traçou alguns planos com ajuda de Rose e contou com o carinho e o conforto da sua tia, Bella resolveu voltar para casa na segunda-feira e enfrentar a sua realidade de aulas na faculdade, ordens em casa e das caras feias de Consuelo para ela. Quando tomasse posse do que era dela por direito, com certeza a sua primeira ação seria dispensar a terrível governanta.

Com a ajuda de Rosalie, Bella resolveu remexer em alguns pertences de Charlie para ver se encontrava algum documento que falasse sobre qualquer tipo de acordo entre seu pai e o sócio, pois não lhe saía da cabeça de que toda aquela situação estranha de Edward, que nunca a notou, fosse atrás dela tempos antes da morte de Charlie e também a sua relativa calma no começo  da reunião com Bill Moore, tinha origem em algum tipo de acordo deles dois.

Depois de muito remexeram, nada foi encontrado, mas a dúvida permaneceu na cabeça de Bella que decidiu que perguntaria diretamente a Edward sobre este assunto para ver qual seria a reação dele.

No dia anterior à reunião de Bella com Edward, Jasper chegou cedo para fazer uma visita à prima e acertar os últimos detalhes da administração da parte dela na mineradora.

Bella já tinha avisado ao primo que, como ela não sabia nada sobre a empresa do pai e também não tinha nenhum interesse em aprender, ele seria a pessoa que supervisionaria todas as ações de Edward com a sua parte da Diamond Mineração.

Naquela manhã Bella entregou ao primo a pasta de trabalho de Charlie, que continha algumas informações sobre a empresa que seriam necessárias para que Jasper começasse o seu trabalho, recebendo do primo a promessa de que faria de tudo para que seus interesses fossem bem representados.

— Bellinha, se você quiser eu vou com você à esta reunião com Edward Cullen – Jasper abraçou a prima com ternura. – Eu não confio nele...

— Não precisa Jazz... – Bella deu um sorrisinho fraco – Prefiro ir sozinha... Tenho que ir... Este é um momento que tenho que enfrentar apenas com o Edward, está bem? Depois desta conversa, irei marcar uma reunião para que você fique ainda mais informado sobre a mineradora e seu funcionamento.

Bella não queria que ninguém participasse do momento mais constrangedor da sua vida e muito menos iria submeter Jasper à tortura de vê-la aceitar outro em casamento.

 – Combinado... – ele suspirou frustrado – Mas você sabe que sempre estarei pronto para te ajudar quando você precisar.

— Eu sei que posso contar com você sempre Jazz – Bella deu um beijo na bochecha do primo e sorriu – Você sempre foi o meu porto seguro... E sempre será...

O momento agora era de decisão e esta decisão só cabia a ela.

Era o momento de ser corajosa e enfrentar os problemas de cabeça erguida.



Bella chegou cedo à empresa para a fatídica reunião com Edward Cullen.

Seu coração estava apertado e seu pulso acelerado, pois sabia que a sua vida mudaria radicalmente depois desta conversa e ela ainda não sabia se era para melhor ou para pior.

Ela entrou na tão conhecida ante sala com um sorriso forçado no rosto.

— Oi Bella, ao que devo a honra da sua visita? – Jules, a secretária do seu pai, a cumprimentou simpática.

— Vim falar com o Sr. Cullen, mas não marquei horário.– Bella sorriu sem graça. – Preciso resolver uns assuntos... Ele está?

— Acho que ele está em uma reunião, vou checar com a secretária dele -  ela pegou o telefone e depois de uma breve ligação voltou a falar – O Sr. Cullen está mesmo em reunião, mas já deve estar acabando... – Jules sorriu – Sente-se Bella, assim que ele estiver liberado, ele virá encontrá-la.

— Obrigada Jules – Bella agradeceu, sentando-se em uma poltrona e pegando seu celular.

Enquanto esperava Edward, Bella resolveu remexer em algumas fotos que ela tinha tirado com Rose e sorriu relembrando aqueles momentos felizes.

Ela era grata a prima por fazer a sua vida um pouco mais feliz e conseguir animá-la com seus conselhos até nos momentos tensos como este que ela estava vivendo.

Quando Edward abriu a porta de acesso a sala da presidência e encontrou Isabella sentada em uma das poltronas, ele a admirou por um minuto e concluiu que ela estava diferente da garota carrancuda e atormentada dos últimos tempos. 

Hoje ele ostentava um sorriso leve no rosto, parecendo estar feliz com alguma coisa, enquanto balançava as pernas despreocupada, ao mesmo tempo que remexia em seu celular, além de estar vestida com roupas totalmente diferentes dos habituais vestidinhos e sapatilhas que ela sempre usava.

Desta vez ela parecia mais mulher do que menina, em uma saia na altura do joelho, camisa branca e sapatos de salto.

Linda!

— Bom dia Isabella, a que devo a sua visita – Edward finalmente falou com seu sorriso torto, tirando Bella de seus devaneios. 

Bella desviou os olhos do celular e mirou fixamente o lindo homem vestido em seu terno sóbrio.

— Vim te dar aquela resposta que você está esperando – ela olhou para Jules e deu um sorriso meigo – Podemos conversar em particular?

— Claro que sim... – ele falou enquanto vinha ao seu encontro, estendendo a mão para ela – Vamos até a minha sala?

— Vamos sim... – ela pegou a mão de Edward e o seguiu até a grande sala, sentando-se à sua frente.

— Então você pensou na proposta do Sr. Moore? – Edward foi direto ao assunto, não querendo prolongar aquele momento.

— Pensei sim... – Bella murmurou, abaixando o olhar constrangida com a situação que foi imposta à ela – Já tomei minha decisão.

— E o que você decidiu? – Edward falou suave, tentando passar tranqüilidade e firmeza para a garota à sua frente – Por que o que você decidir, está bom para mim.

Bella mirou os olhos verdes de Edward tentando decifrar o que se passava em seu coração, mas não encontrou nada mais do que a frieza de um homem de negócios experiente.

— Para o bem em comum, eu aceito me casar com você Edward Cullen – Bella disparou de vez, antes que perdesse a coragem. – Mas antes de irmos falar com o Moore, precisamos conversar... Tenho algumas perguntas a te fazer...

— Faça quantas quiser – ele continuou com a mesma expressão serena no rosto, mesmo que por dentro queimasse de curiosidade do que ela tinha a perguntá-lo.

— Você me disse que não sabia do testamento e eu estou preferindo acreditar em você... Mas tem uma coisa que está me intrigando...

— O que Isabella? 

— Você tinha algum tipo de acordo com o meu pai? – estreitou o olhar, fazendo uma cara curiosa. – Eu estava pensando... Depois de repassar aquele dia em minha mente por muitas vezes e analisar todos os pormenores, eu cheguei a algumas conclusões…

— Quais conclusões? - Edward se preocupou um pouco.

— Sei lá… No começo da conversa com o Sr. Moore, você estava muito tranquilo, muito seguro - ela relembrou - Só te notei um pouco mais tenso um pouco depois, quando ele foi se aprofundando nos detalhes dos documentos… Me deu a impressão de que você estava ciente de alguma coisa que eu não sabia… Vocês tinham algum acordo?

Edward deu um sorriso sem graça para ela, pois não imaginava que esta era a pergunta que Isabella tinha para ele.

Perspicaz a garota!

Ele teria que tomar bastante cuidado, pois ao contrário do que ele imaginava, a megerinha era bem observadora e inteligente. 

E definitivamente, não era o tipo de mulher que era facilmente enganada e manipulada.

— Não! – ele fez uma cara ofendida – De jeito algum Isabella! O que te fez pensar que eu teria um acordo com seu pai? Que eu sabia alguma coisa a mais?

Bella deu um sorrisinho sarcástico para ele.

— Por que, além do que já te disse a pouco, você me conhecia a bastante tempo e só nos últimos tempos demonstrou um interesse exagerado por mim, comparecendo em minha festa de aniversário e me cercando de todas as formas possíveis e isto me deixou  bastante desconfiada.

Edward balançou a cabeça negando. Era bom ele arrumar uma boa desculpa, pois a garota não era nem um pouco boba.

— Isabella, eu sempre te achei interessante, mas além de bem mais nova do que eu, você era a filha do meu sócio que todos sabiam que me odiava – ele se levantou e sentou-se na poltrona ao lado da dela – Mas não vou mentir para você… Seu pai acabou que teve que me convidar para a sua festa de aniversário, já que o assunto foi levantado em uma das reuniões de acionistas, e eu pensei… Como você estava fazendo 21 anos e já é uma mulher, por que não tentar me aproximar? - deu um sorrisinho - Você é muito bonita e interessante, Isabella.

Então Rose tinha razão em suas teorias?

Edward tinha comparecido a sua festa por querer conhecê-la melhor?

— Então você estava mesmo interessado em mim? – ela perguntou meio emocionada com aquela possibilidade.

Edward voltou a rir sem graça. Não queria dar esperanças à garota de que ele seria seu príncipe encantado. Ele bem que já tinha notado que Isabella o observava pelos cantos, que por baixo da sua aparente frieza e indiferença à ele, tinha certeza que existia um interesse, como também uma paixonite quase infantil.

Por mais que ela não quisesse demonstrar, seus olhos brilhavam ao vê-lo e antes de vestir a carapuça mal humorada, sempre existia um sorrisinho.

— Não vou negar que estava um pouco interessado sim... Eu te achava bastante intrigante...– Edward começou a falar, mirando nos olhos azuis e brilhantes de Bella - Mas tudo mudou depois daquele maldito testamento deixado pelo seu pai. Eu não gosto de ser pressionado a fazer as coisas e muito menos gosto de compromissos e de chantagens. - disparou - O que eu queria era conhecê-la melhor e depois, quem sabe, vir a te namorar - franziu a testa - Mas ser forçado por um desejo patético do seu pai a me casar é algo que eu não admito, então esqueça o meu interesse inicial Isabella. Agora estamos em pé de igualdade! Teremos que nos casar obrigados e sem nos amar – Edward discursou destruindo as esperanças de um casamento feliz e deixando o clima tenso.

A carinha de decepção que fez Bella era inegável. Por um minuto, teve a esperança de que tudo seria mais fácil para eles.

Ela estava extremamente decepcionada, mas não daria o braço a torcer. Não deixaria transparecer.

— Não se preocupe Edward, também não estou apaixonada por você e nem vou ficar. – Bella falou firme, não esboçando nenhuma emoção– Apenas vamos cumprir o que está imposto nestes documentos. Só negócios, sem emoção, está certo?

Edward acenou com a cabeça e voltou a falar, quebrando a tensão e restabelecendo o clima ameno.

— Isto é o que mais quero! – falou satisfeito - Nada de emoção. Preciso que você me prometa isso. Vamos fazer de tudo para vivermos em paz e nos respeitarmos já que teremos que conviver por um bom tempo.

— Tem a minha palavra de que me esforçarei – Bella deu um sorrisinho sarcástico - Acho que já estamos entendidos, por hora.

— Bom, se é assim, vamos logo resolver as burocracias e depois, com o tempo, pensamos nas nossas condições extra-oficiais de casamento. – ele se levantou da poltrona e se dirigiu para a mesa de reuniões – Sente-se comigo Isabella, para que eu te mostre alguns documentos.

Bella levantou-se e o seguiu, sentando-se ao seu lado.

— Acho que como a nova acionista da empresa, você precisa estar ciente de algumas coisas – ele colocou alguns papéis sobre a mesa – E a primeira delas é as suas atribuições no conselho administrativo.

Bella fez uma careta ao ver o monte de documentos que Edward colocava na mesa. Ela não entendia de nada daquilo e não tinha a mínima intenção de aprender. Quem e como seria gerida a sua parte na empresa já estava mais do que decidido e ela precisava avisar isto ao seu sócio e futuro marido.

— Edward, por favor... – Bella o interrompeu, colocando suas mãos sobre a dele – Não precisa de nada disto.

Edward olhou para Isabella assustado com a reação dela.

Ela não queria saber sobre a sua empresa? 

Mas Isabella...

— Edward, só me ouça, por favor – ela voltou a falar – Não tenho nenhum interesse em assumir o lugar de meu pai. Eu, realmente, não tenho nenhuma habilidade com negócios, então, como já está meio que determinado no testamento, você será o meu representante legal. O que você decidir para a nossa empresa, está bem para mim. Só tenho um único pedido...

Edward estava atônito com a decisão de Isabella Swan. Como ela podia confiar os rumos da sua empresa a uma pessoa que ela mal conhecia?

E se ele fosse um louco e destruísse todo o seu patrimônio? Se ele lhe desse um golpe e sumisse com todo o seu dinheiro?

— Isabella, tem certeza de que você quer deixar as suas decisões em minhas mãos? – ele perguntou ainda sem acreditar. – Você confia em mim para gerir a sua parte da empresa?

Bella balançou a cabeça afirmando.

— Confio sim. Pelo que sei você sempre cuidou muito bem de seus negócios e assim sendo, cuidará dos meus também, afinal agora você será o meu marido e esposas devem confiar nos maridos – ela disse em tom claro de ameaça – E além do mais você terá o meu primo Jasper Hale e os outros acionistas te vigiando o tempo inteiro, então sua chance de fazer algo errado com a minha parte da empresa é quase nula. – concluiu.

— Entendo… - Edward estava bem pensativo - Qual o pedido que você tem a fazer?

— Que você contrate o meu primo como consultor da empresa… - Bella sorriu - Sabe como é… Ele te ajuda com algumas coisas, já que ele tem uma certa experiência, e ainda fica de olho para que você não cometa algum equívoco na administração da nossa amada Diamond.

Ok! Liberdade supervisionada em suas decisões… Este foi o pensamento de Edward. 

A garota era esperta! Bem esperta.

— Pedido aceito! Vamos acertar a contratação do seu primo assim que possível. Então posso chamar o Sr. Moore para informar as nossas decisões, antes que você mude de idéia? – ele percebeu o tom de ameaça, mas a provocou.

— Sim Chame-o para acabarmos logo com este tormento  – Bella falou firme – E não… Não irei mudar de idéia, futuro marido. A gestão da empresa é toda sua! E só daqui a um ano que você se livrará de mim.

Edward pegou o telefone e ligou para Jules, solicitando a presença do advogado na sala com certa urgência.

Assim como Isabella, ele queria acabar logo com o tormento que estava sendo tomar estas decisões que tanto iriam mexer com a sua vida.

— Vocês dois já decidiram o que vão querer da vida? – Bill Moore entrou na sala com um sorriso presunçoso no rosto e sentou-se em frente a Bella e Edward.

— Decidimos sim Sr. Moore – Edward falou firme e olhou para Bella– Como é da vontade de Charlie Swan, vamos nos casar, não é Isabella?

— É sim, Edward, decidimos nos casar – Bella fez uma cara sem emoção para o futuro marido e depois virou-se para o amigo do pai – Então, por favor Sr. Moore, agilize toda a documentação da empresa e para o casamento, pois temos pressa.

— Muito boa escolha – o carrancudo senhor se permitiu sorrir – Irei cuidar de todos os detalhes burocráticos do casamento para vocês e para isto preciso que vocês me entreguem toda a documentação relacionada neste papel amanhã, sem falta– ele estendeu uma folha de papel para cada um dos interessados.

— E quanto à documentação da empresa? – Edward perguntou – Isabella precisa expressar a sua escolha em me ter como seu representante legal e também tem a documentação que me nomeia como o novo presidente do conselho.

— Amanhã na reunião do conselho resolveremos isto, Edward – O advogado sorriu – Estejam vocês dois lá sem falta.

E assim Bill Moore saiu da sala rindo baixinho.

O plano de Charlie estava dando muito certo.



No dia seguinte, Edward chegou cedo para se preparar para a reunião que selaria o seu destino na empresa definitivamente.

Na noite anterior, quase não havia dormido,pensando nas consequências das escolhas feitas por ele e por Isabella.

Como prometido, ele faria de tudo para tornar a vida deles fácil, evitando problemas e discussões até que o período de casamento imposto por Charlie acabasse e eles pudessem se ver livres um do outro e seguirem as suas vidas.

 Quando eles pudessem ter as suas vidas de volta, ele convenceria Isabella a lhe vender a sua parte na empresa e desta maneira seus laços estariam desfeitos para sempre, mas antes disto, teria uma convivência começaria a ser definida nesta tarde.

Bella também não dormiu naquela noite, sendo atormentada com sonhos onde a personagem principal era Edward Cullen, o seu futuro marido. Tentava se convencer que tudo daria certo para ela e que tudo o que tinham conversado se tornaria concreto. Edward a trataria com cortesia, apesar de ter afirmado que não a amava e nem pretendia amá-la. Tinha consciência de que não seria fácil conviver com uma pessoa completamente estranha e de hábitos desconhecidos, mas faria a parte dela para que a vida de casados fosse o mais pacífica possível.

Respirando fundo, Bella entrou pela porta principal da empresa e deu de cara com Edward parado bem em sua frente.

— Bom dia meu amor – ele, naturalmente deu um beijo na bochecha de Bella e a pegou na mão sorrindo largo – Já estava a sua espera.

Ao sentir os lábios quentes em sua bochecha, Bella o olhou assustada, por não entender o que Edward pretendia com esta intimidade forçada.

Ele estava louco?

— O que foi? – Edward perguntou a notar a careta que a futura noiva fazia, saindo do campo de visão das pessoas que esperavam na recepção da empresa.

—Nada de mais – ela falou indignada com a petulância dele - Só me assustei com a sua recepção meio que calorosa demais. Por que você fez isto?

Edward abriu um sorriso luminoso. 

A partir do momento em que, no dia anterior, eles dois aceitaram a condição do casamento, tinham firmado um compromisso muito sério e já não importava se o casamento seria de mentira ou não. 

Um era parte da vida do outro e, além disto, eles tinham a obrigação de parecerem muito apaixonados, se quisessem enganar o público em geral. Uma das condições de Charlie Swan era que eles deviam parecer um casal feliz e apaixonado, acima de qualquer suspeita.

Se, por um acaso, a história de casamento falso vazasse e eles fossem descobertos, as condições estabelecidas para o caso de não se casarem, iria prevalecer.

— Bella... – ele falou suavemente - Temos que fazer com que as pessoas acreditem que estamos apaixonados – alisou a bochecha dela e sorriu - Então pode ir se acostumando com demonstrações de carinho, beijos, mãos dadas e principalmente a ser chamada de Bella e de meu amor quando estivermos em público. Isto faz parte do nosso plano...

Bella revirou os olhos. Ela não estava nem um pouco satisfeita com este tipo de intimidade, mas Edward tinha razão. 

Era necessário que demonstrassem entrosamento se pretendiam convencer as pessoas de que o noivado e posteriormente, o casamento deles era de verdade e não mais uma das armações do seu pai.

E para isto dar certo, eles tinham que confiar um no outro e deixar as diferenças de lado.

— Edward... – ela sussurrou, abaixando a guarda e corando em um vermelho vivo – Você vai ter que me ajudar com isto... – abaixou os olhos e encontrou a sua mão entre as dele, seguras em um aperto forte – Não sei se serei capaz de fingir tal coisa...

Ela sempre foi boa em fingir ser a filha perfeita e adorada nas festas promovidas por seu pai, mas não sabia se conseguiria fingir um relacionamento com Edward Cullen, pois a cada encontro ela se sentia mais confusa quanto aos seus sentimentos pelo lindo homem que segurava a sua mão, tão despreocupado.

Confiança… Ela precisava confiar nele.

— Te ajudarei sim, no que for preciso – ele sorriu ao notá-la tão sem jeito e deu mais um beijo na bochecha corada de Bella– Agora vamos enfrentar as feras!

Entraram na sala juntos e sentaram-se lado a lado, ainda de mãos dadas, sob os olhares atônitos dos presentes na reunião.

Bella estava apavorada por ter que participar da sua primeira reunião de conselho e mais cedo, em um ataque de pânico, pensou em aceitar a oferta de Jasper para acompanhá-la na reunião, mas desistiu logo depois, pois não queria parecer uma menininha mimada que não sabia resolver seus problemas.

— Confie em mim – Edward sussurrou no ouvido dela, ao notá-la tensa – Deixe que eu comande as nossas explicações.

— Ok... – Bella respondeu aliviada pela ajuda de Edward.

Desta vez ela iria se deixar levar por Edward Cullen, só interferindo se achasse necessário ou caso ele se tornasse absurdo.

Então ela relaxou, sentada em uma das confortáveis poltronas da sala de reuniões da mineradora, com a mão macia e quente de Edward junto a sua lhe dando o conforto necessário para que ela continuasse com uma forçada expressão serena no rosto.

Pouco depois, Bill Moore adentrou a sala com mais dois advogados e após distribuir alguns papeis, começou a falar.

— Estamos aqui para informar aos senhores e documentar as últimas vontades de Charlie Swan quanto a esta empresa que ele amava tanto, além de apresentá-los formalmente a Senhorita Isabella Swan, herdeira de Charlie e nova acionista.

Todos balançaram a cabeça enquanto o Sr. Moore olhou e sorriu para Bella e Edward.

— Gostaria que todos vocês lessem todo o teor do documento que eu os entreguei, pois nele está contida a nova formação acionária da empresa e a designação do novo presidente do conselho, como da vontade do meu grande amigo.

Todos, prontamente começaram a ler o documento e alguns suspiros e resmungos irritados começaram a ser ouvidos.

— Que palhaçada é esta de Edward Cullen ser o novo presidente do conselho administrativo e ainda ser responsável pela parte que cabe a Isabella, sendo o seu representante legal? Um acionista protestou alto, sendo seguidos por muitos outros que o apoiavam, falando que era um absurdo isto ter sido decidido sem o consentimento deles.

— Senhores, vamos ter calma – Bill Moore voltou a falar, apontando para um documento no projetor – Nada aqui está contra o previsto em ata, pois Charlie, com o consentimento dos senhores, colocou na assembléia da empresa que ele teria o pleno poder de escolher o presidente que o sucederia e Isabella, por livre e espontânea vontade, escolheu o Sr. Cullen como o seu representante, então como os senhores podem observar, nada pode ser feito para mudar esta decisão.

— Como Charlie pode ter escolhido logo Edward Cullen para seu substituto se era notório que eles não se gostavam? – outro acionista gritou – Isto é um complô!

Gritos indignados e insultos à Edward e Isabella se seguiram, mas após a mais algumas explicações dos advogados, os documentos foram assinados, mesmo sob protesto.

Ninguém poderia contestar a indicação de Charlie Swan. Edward seria o novo presidente da Diamond Mineração, tanto por indicação, quanto pelo percentual de ações em seu poder.

Edward estava pasmo com a perspicácia do sócio e como ele não deixou passar nenhum detalhe quando redigiu os seus documentos. Com um sorriso nos lábios, passou o olhar por todos os rostos da sala, parando na cara apavorada que Isabella fazia.

— Está tudo sob controle… - falou em um sussurro - Seu pai deixou tudo bem organizado. Não teremos problemas,

Ele sabia que ela não estava nem um pouco segura em enfrentar o bando de homens de negócios experientes e vividos, e por esta razão voltou a segurar a mão dela com força, gostando deste contato mais próximo. 

Estar próximo a Isabella Swan era algo com o que ele podia se acostumar facilmente.

— Isabella, foi da sua vontade que Edward Cullen assumisse as suas ações ou foi mais uma imposição do seu pai? – outro acionista se virou inquisitivo para Bella.

Antes que ela conseguisse falar algo, ou que Bill Moore pudesse intervir a favor dela, Edward tomou a palavra.

— Foi da vontade de Isabella, sim. – levantou-se da cadeira e após ajudar Bella a se levantar, caminhou com as mãos na cintura da garota até Bill Moore, que se encontrava em pé em frente à mesa de reuniões – Ninguém foi forçado a nada, mas se os senhores querem saber, eu e Isabella estamos namorando a algum tempo.

Expressões surpresas puderam ser vistas em quase todos os rostos, assim como sons indecifráveis.

— Edward… - ela sussurrou e ele a olhou, apertando as mão entre a sua, com mais força.

 - E apesar de Charlie  não ter a melhor das relações comigo, quando em vida, ele não fez grandes objeções ao nosso namoro - falou firme - Só nos pediu que fossemos discretos.

Ele olhou para cada expressão de surpresa nos rostos dos seus colegas de conselho e parou na careta que Bella fazia, alisando sua bochecha.

Ela não acreditava que Edward estava fazendo um discurso daqueles, tão cheio de convicção que até parecia ser de verdade.

Ele provavelmente era um executivo tão experiente e perigoso quanto o seu pai.

 – Mas agora com a morte do Sr. Swan, resolvemos que não podemos mais deixar o nosso amor privado. Então,  aqui estamos nós… Unidos neste desafio de gerir esta tão estimada empresa… Querendo construir uma vida juntos. – Edward continuou a mentir como tinha feito anteriormente com sua mãe e irmã - E para evitar especulações e comentários maldosos, como os que surgiram aqui nesta tarde, estaremos casando em pouco mais de um mes e os senhores serão convidados à assistir este momento.

Terminado o seu discurso, Edward puxou Isabella para os seus braços e deu-lhe um demorado beijo na testa.

Bella não reagiu, apenas aproveitando do calor aconchegante e do cheiro gostoso que o futuro marido exalava. Ela não sabia por que, mas se sentia muito segura quando estava nos braços de Edward Cullen.

Sem que Bella percebesse, Edward sorria apreciando o momento, suas pequenas curvas moldando-se ao corpo dele com perfeição e pensando que tê-la como esposa, definitivamente não seria nada ruim.


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