The Bet - Nova versão escrita por Anandika


Capítulo 7
Apoios




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/799553/chapter/7

Depois do turbilhão de emoções daquela tarde, a primeira providência de Edward foi procurar alguns advogados conhecidos para ver se ele tinha alguma saída desta enrascada que tinha se metido.

Após uma longa análise nos documentos, os experientes profissionais foram enfáticos em dizer que se ele quisesse manter seu lugar na empresa, teria que cumprir com o determinado.

Não tinha jeito. Ou ele se casava com Isabella, ou deixava que outras pessoas tomassem conta do que ele conquistou com tanto esforço.

Arrasado com a descoberta, Edward foi para casa e após um longo banho e poucas horas de sono, fez uma pequena sacola e se trocou, descendo para a garagem do edifício onde morava.

Pegando seu carro, saiu dirigindo em direção à Winchester enquanto pensava nos últimos acontecimentos.

Na noite anterior, enquanto tentava dormir, depois de definitivamente saber qual seria a sua sentença, ele resolveu que aceitaria o desafio de casar-se com Isabella Swan para manter tudo o que era seu e ainda conquistar a sonhada presidência da empresa.

Se ela aceitasse, iriam se casar, mas ele faria as coisas ao seu modo.

A seu favor, ele tinha o fato de que Isabella não poderia fugir dele, se não quisesse ficar sem herança, fato que provavelmente mudaria a sua vida radicalmente, pois ela não teria como manter o seu padrão de vida apenas com a venda das duas casas que o seu pai tinha deixado para ela. 

Então, se ela fosse inteligente como achava ele achava que fosse, era bastante obvio que a moça não ofereceria resistência em aceitar a casar-se com ele. 

Ela, definitivamente, não era nem de perto a megera que as pessoas pintavam. Era um pouco geniosa, mas tinha mudado muito desde a doença de Charlie, tornando-se menos intolerante a sua presença e até aceitando a sua ajuda.

Isabella estava se tornando mais doce, ou apenas estava fragilizada?

Mas isto pouco preocupava Edward e a única coisa de que ele tinha certeza era que já que ele não tinha saída, ele tiraria o máximo de proveito deste casamento, se tudo corresse bem, ele teria uma linda mulher a sua disposição, para satisfazer todos os seus desejos, além da companheira perfeita para ser exibida como sua nas reuniões e jantares de negócios, tornando-o mais confiável e respeitável.

Neste caso, amor era o que menos importava. Se eles conseguissem conviver civilizadamente tudo estaria bem para ambas as partes.

Seria um acordo fácil. Um casamento de aparência, um tempo juntos e no final teriam tudo o que almejavam.  Acabado o tempo estipulado, inventariam uma briga, teriam um divórcio tranquilo e cada um seguiria a sua vida sem problemas.

Era tudo muito errado, mas se não houvesse outra saída, definitivamente, uma mentirinha pública, seria muito pouco para que ele conseguisse tudo o que sempre sonhou.

Aquela empresa não era amada somente por Charlie, mas por ele também.

Ele dedicou anos importantes da sua vida a Diamond Mineração e perdê-la por causa de mais um capricho de Charlie Swan não fazia parte dos seus planos.

Conseguindo sorrir pela primeira vez desde que recebeu a notícia que mudaria a sua vida, Edward entrou na conhecida estradinha de terra que ia até o rancho da família.

Ele estava com muitas saudades da sua mãe, Esme e da sua única irmã, Alice. Já tinha um bom tempo que ele não as via, pois não tinha tempo para visitá-las por estar ocupado com os seus negócios e sua mãe não ia a Londres e não deixava Alice ir, por achar a cidade muito grande e violenta.

Ao chegar à porteira do rancho, todo o tempo que ele morou na pequena Winchester voltou a sua mente.

Edward lembrou-se do tempo em que seu pai era vivo e tinha uma pequena mercearia na rua principal da cidade e ele, todos os finais de semanas ou durante as férias, ia ajudá-lo a despachar os clientes e aprender um pouco com a vivência do pai.

Carlisle Cullen era um homem de poucos estudos, mas de muito conhecimento na área do comércio e sempre fez questão de compartilhar o que sabia com o filho, tanto que quando o pai morreu, Edward tinha 15 anos e Alice apenas um bebe de mais de 2 anos, ele assumiu os negócios da família e os fez prosperar, tornando-se o responsável por prover sua mãe e irmã. 

Com o trabalho duro e a visão empreendedora de Edward, a mercearia tornou-se em pouco tempo um mercadinho freqüentado por pessoas não só de Winchester, mas também por pessoas de cidades vizinhas, que vinham em busca da variedade de produtos oferecida, fazendo-o crescer mais e mais, sendo até hoje o melhor mercado da região e um dos grandes orgulhos da sua vida.

Edward trabalhou duro, até que aos 20 anos deixou a administração dos negócios nas mãos de uma empresa especializada e foi tentar a vida em Londres. 

Lá chegando, resolveu apostar na bolsa de valores todas suas economias e tanto ganhou, como perdeu muito dinheiro com isto. 

Um tempo depois, já cansado desta vida agitada de perdas e ganhos e com um bom dinheiro acumulado, surgiu a oportunidade da sua vida: Uma grande mineradora estava em apuros financeiros e buscava novos acionistas para ajudá-la a se reerguer.

E foi assim que Edward foi parar na Diamond Mineradora e se tornou um talentoso executivo e sócio de Charlie Swan.

— Edward? – Alice veio correndo ao encontro de Edward enquanto ele saia do seu carro, estacionado em frente a grande casa da sua família – Que surpresa boa você aqui meu irmão lindo!

— Minha baixinha! – Edward abraçou a irmã tirando seus pés do chão e girando-a no ar  – Quanta saudade que estava de você!

— Também estava grandão - Alice grudou no irmão e o encheu de beijos enquanto entravam em casa, Edward carregando Alice.

— Onde está a mamãe? – Edward deu pela falta da mãe ao não encontrá-la, como de costume, pelo meio da casa dando ordens e limpado os móveis.

— Ela está na casa da Sra. Lopez, mas vou chamá-la rapidinho – Alice disparou para a garagem e pegou a scooter rosa bebê que Edward tinha lhe dado no seu último aniversário e que agora era o seu principal meio de locomoção dentro do rancho e vizinhanças – Me espera quietinho aí!

Enquanto esperava Alice, Edward foi falar com os empregados do rancho que ficaram muito felizes com a sua presença, pois a maioria deles o conhecia desde que ele era apenas uma criança.

Ele sempre se sentia bem quando estava em Winchester e um dos seus planos para o futuro era voltar para morar na cidade em que ele se sentia acolhido e feliz.

Um pouco depois, Alice chegou com Esme na garupa da moto e Edward correu para os braços da mãe.

— Meu filho, não acredito que você está aqui comigo... – Esme começou a chorar, abraçada no filho – Depois da sua última ligação falando da morte do seu sócio, pensei que você não poderia vir nos ver nem tão cedo...

— Realmente mãe, estou cheio de trabalho, mas tenho um assunto importante para conversar com vocês – Edward falou com um sorriso tenso no rosto.

Ele precisava contar a sua mãe e irmã que iria se casar com Isabella Swan, filha do seu odiado sócio e por isto precisava de uma história bem convincente, pois ele não tinha coragem de contar a terrível verdade a elas.

E uma história estava formada em sua cabeça desde que aceitou a proposta e a aposta de Charlie.

— O que foi que aconteceu meu filho? – Esme fez uma cara preocupada – É alguma coisa ruim?

— Conta Edward! – Alice continuou, quase pulando no colo do irmão.

— Não é nada ruim não. – ele abriu um sorriso forçado - Muito pelo contrário, é coisa muito boa...

— Então conta logo, você sabe que eu sou curiosa! – Alice começou a pular feito uma louca na frente do irmão.

— Vamos entrar e nos sentar, pois a história é longa – Edward abraçou as duas e entrou em casa.

— Fale o que aconteceu de tão bom, meu filho – Esme sentou-se no sofá com Edward, enquanto Alice foi para a poltrona.

— Se tudo correr como imaginado, estarei me casando em pouco tempo. – Edward começou a sua mentira bem elaborada sobre o seu futuro casamento com Isabella Swan.

— Como? – as duas falavam ao mesmo tempo e se entreolhavam assustadas – Casar-se Edward? – Esme continuou com uma expressão de susto, levando a mão ao peito.

— Com quem? – Alice perguntou pulando para o colo do irmão – Conta!

— Calma Alice! – Edward riu da empolgação da irmã – Vou contar tudo, se você me deixar falar.

A baixinha sentou-se direito no sofá e passou um zíper imaginário na boca.

— Estou namorando Isabella Swan e é com ela que pretendo me casar – Edward disparou olhando para as duas pessoas mais importantes da sua vida.

Mentir para elas era péssimo, mas contar a verdade era ainda pior, pois sua mãe nunca aceitaria que ele se casasse por interesse como provavelmente iria acontecer.

— A filha do seu sócio? – Alice arregalou os olhos – Mas você o odiava, como pode estar namorando a filha dele? – ela continuou, estreitando os olhos para o irmão – Conte esta história direito Edward Cullen, por que eu te conheço o bastante para poder afirmar que  isto tudo está bem estranho... Você nunca comentou desta garota conosco… E que pelo o que me lembro ela é tipo… Bem mais nova do que voce.

Este era o grande medo de Edward. Ao contrário da sua mãe que era desligada e nunca se atentava das coisas, Alice sempre foi bem perceptiva e como conhecia bem o irmão, sempre sabia quando tinha coisa errada ou quando ele estava enganando Esme.

Ele teria que ser bastante cuidado com as suas palavras.

— Não tem nada de estranho Alice – Edward revirou os olhos - Isabella é bem diferente do pai e eu já tinha um tempo a observando, então em uma das festas da empresa, começamos a conversar e depois de sairmos algumas vezes começamos a namorar a uns 3 meses.... E posso te dizer que ela é maravilhosa, como nunca pensei que pudesse ser.

Alice deu um sorrisinho e não falou mais nada, ficando pensativa por um tempo.

— Mas filho, por que você não nos contou antes? – Esme perguntou chateada por não ter sabido antes – O que o pai dela achava deste namoro?

— Eu não contei antes porque a nossa situação era bem delicada... Charlie Swan  não aprovou o nosso namoro, é claro, mas Bella foi bem firme com ele, então ele resolveu nos tolerar, não fazendo grandes objeções.

— E por que deste casamento tão rápido, Edward? – Esme continuou preocupada.

— Por que como ela perdeu o pai e agora está sozinha, achei melhor oficializarmos a nossa união para podermos morar juntos e evitar especulações.

Esme abriu um sorriso enorme e puxou o filho para o seu colo.

Era tão bom Edward ter encontrado alguém que ele amasse, pois em todos estes anos que ele estava em Londres, nunca tinha apresentado ninguém a ela.

Edward deitou no colo da mãe, como fazia quando criança e queria cafuné.

— Isto é tão bom meu filho, você não sabe como eu estou feliz. Você sempre foi tão sozinho em Londres – Esme acarinhou os cabelos cor de cobre do filho que eram muito parecidos com os dela. – Mas agora você tem Isabella para te fazer companhia e para compartilhar os seus dias, o que me deixa mais tranqüila...

— Sim mãe... Agora tenho Isabella e não estou mais sozinho – Edward sussurrou, cheio de culpa por estar a enganando.

— Quando nós vamos conhecer a sua namorada Edward? – Alice perguntou rindo. Provavelmente a explicação de Edward a tinha convencido – Tenho que ver se a aprovo antes do casamento, porque se eu não gostar dela não vai haver casamento algum, já que não vou entregar meu irmãozinho a qualquer uma.

— Você a conhecerá quando quiser Alice. É só você marcar comigo, que você irá a Londres encontrar a Bella – Edward levantou-se e pegou a baixinha em seu colo – E eu tenho certeza que vocês duas vão se dar muito bem.

Alice e Esme estavam tão eufóricas com a notícia que não deixaram Edward em paz por nenhum momento, enchendo-o de perguntas sobre a sua namorada.

A euforia delas tinha razão. A vida de Edward sempre foi pautada por relacionamentos superficiais e sem importância. Ele nunca tinha falado em uma namorada e muito menos apresentado alguém à sua família pois sempre teve medo de se envolver e sempre dispensava as pretendentes quando ele achava que ela só estava com ele por interesse no que ele tinha e não por gostar realmente dele.

Charlie tinha razão em uma coisa que sempre falava: Ele tinha que deixar as farras e se tornar respeitável, se queria ser levado a sério pelos outros acionistas da empresa.

Ele já havia pensado em se permitir a se envolver com alguém, pois achava que se tornaria mais respeitável aos olhos dos acionistas da empresa se tivesse uma família constituída, uma esposa por quem zelar.

E casando-se com Isabella, mais este problema seria resolvido.



Ao sair da reunião com Edward e o Sr. Moore aos prantos e desorientada, Bella foi para o único lugar onde ela se sentia bem e acolhida: A casa da sua tia.

Ela pensou em chamar o amigo do pai para uma conversa mais privada e pedir algumas explicações, mas achou melhor não mexer mais nesse assunto. O Moore nunca lhe contaria toda a verdade e muito menos faria qualquer coisa que facilitasse a sua vida. 

— Bella o que aconteceu com você? – Elizabeth correu e abraçou a sobrinha que chorava sem parar – Por que voce está chorando desta maneira? O que aconteceu naquela reunião que a deixou tão aflita assim?

— Eu vou ter que me casar com Edward Cullen – falou de uma vez, apertando a tia em seus braços – Se eu quiser a minha herança, eu devo me casar com o sócio do meu pai. Esta é a condição.

— Como? – Elizabeth perguntou chocada, levando a sobrinha para dentro de casa – O que? Casar-se?

— Vamos nos sentar, titia… Preciso te contar tudo- caminharam até um dos sofás e se acomodaram frente a frente - Onde estão Rose e Jasper?

— Foram na rua, resolver umas demandas e logo estarão de volta. Quer que eu ligue para eles?

— Não precisa… Vamos conversando. - ela fungou alto - Quem sabe, juntas, não encontramos uma saída?

— Conte-me tudo… Vamos achar uma alternativa, eu tenho certeza.

Contendo suas emoções, Bella pôs-se a narrar todas as exigências absurdas que seu pai tinha feito para que ela pudesse tomar posse da herança deixada por ele, enquanto Elizabeth apenas ouviu atentamente o que a sobrinha tinha a dizer, enquanto afagava as suas costas e falava palavras de conforto em seu ouvido.

Ela sabia que Charlie Swan tinha se tornado uma pessoa amargurada e triste desde a morte da sua esposa, como também ele tinha uma grande mania de tentar controlar tudo e todos, mas não imaginava que a sua ira iria atingir a única filha desta maneira tão cruel.

— Tia, ele não me deixou opções..– Bella falou com uma dor que vinha do fundo do seu coração – Eu não tenho o que fazer… Eu não tenho escolha...

— Bella, meu amor, se acalme... – Elizabeth acariciou os cabelos da sobrinha – Você já procurou se informar sobre isto? Procurou algum advogado? – a aconchegou em seus braços – Vamos procurar nos informar antes de tomarmos alguma decisão… O Jasper tem um grande amigo que é advogado, acho que ele poderá nos ajudar.

— Entenda, meu pai não faria um documento destes se não tivesse certeza absoluta que eu não conseguiria escapar – Bella olhou firme para a tia – E foi Bill Moore, seu melhor amigo, quem o redigiu, então sem chances de eu conseguir algo de bom disto tudo.

—Mas Bella, deve haver alguma saída... – Elizabeth murmurou cansada.

— Não tia, não há saídas para mim... Tenho certeza disto... – Bella abaixou a cabeça constrangida – Se eu quiser ter a minha herança para nos manter bem, terei que casar com Edward Cullen...

— Mas você não é obrigada a fazer isto... – Elizabeth tentou argumentar, chegando mais perto e pegando o rosto da sobrinha entre as mãos – Nós vamos dar um jeito… Podemos vender as casas que ele te deixou e aplicar este valor…  Eu arrumo umas costuras, cozinho para fora... Você e Rose podem conseguir alguma ocupação também... E ainda tem Jasper que está trabalhando e pode me ajudar nas despesas da casa... Vamos nos juntar e tudo dará certo, Bella! Você vai ver… Nós vamos conseguir nos manter sem que você faça nenhum sacrifício. - o olho da senhora brilhou - E também podemos ver com alguns advogados o que pode ser feito para que você tome posse dos outros bens deixados por Charlie… Com certeza terá uma saída.

O discurso decidido da tia deu a Bella a força que ela precisava.

Uma centelha de esperança se acendeu em seu peito.

Ela iria se casar com Edward Cullen. 

Tinha que aceitar este desafio, não só por ela, mas também por sua tia e primos, que dependiam financeiramente da ajuda vinda dos Swan, já que o falecido marido de Elizabeth tinha perdido todas as suas posses no jogo e a deixou sem quase nada quando morreu.

Era por eles que Bella tinha que lutar com garra e determinação.

A única família que lhe restou. A família que ela amava e que a acolhia em todos os momentos da sua conturbada vida.

Cada vez mais decidida, Bella pensou e assim, como Edward, chegou a conclusão de que ela teria mais a ganhar do que a perder com o casamento de mentirinha que lhe foi proposto.

Ela ajustaria todos os detalhes com o Cullen e assim tinha certeza que tudo caminharia para um final tranquilo e feliz.

Passar um tempo convivendo com Edward Cullen não poderia ser tão terrível assim.

— Eu vou aceitar o desafio... – Bella falou firme em um surto de coragem – Eu tenho que aceitar. Me casarei com Edward, viveremos juntos período estipulado no documento e assim que o período acabar,  vou viver a minha vida, do meu jeito. Vai ser bom para mim. Vai ser bom para ele! E isso… Nos casaremos o mais rápido possível.

 - Bella, não faça isto! – a tia voltou a falar – Você não pode estragar a sua vida desta maneira. Este homem não te ama! Você não pode abrir mão de uma vida normal por um capricho do seu pai! Deve haver uma saída…

Elisabeth Hale acreditava no amor como base de um casamento. Ela, como a maioria das mulheres de sua geração, casaram-se amando seus maridos. Seria difícil de ela entender que as relações poderiam, também ser acordos comerciais, com data de começo e término pré determinado.

— Não estamos falando em um casamento de verdade, tia… Eu poderei viver a minha vida normalmente depois que isso tudo acabar - Bella tentou explicar a senhora seu ponto de vista - Poderei ter um namorado, um marido… Tudo o que eu quiser. O casamento com Edward será apenas uma fachada.

Com amor, ou sem amor, isto era o certo a ser feito.

E era o que seria feito.

— Mas Bella… Um casamento, jurar perante a Deus uma mentira… Não é certo.

— Estou decidida tia. - falou com firmeza - Eu vou me casar com Edward e depois peço perdão a Deus. Precisamos disto para nos mantermos, para não nos faltar nada e também não quero parar de estudar– Bella deu um sorrisinho confiante – E além disto não vou abrir mão de tudo por causa de mais um capricho de meu pai... Se ele acha que irá me vencer, está muito enganado! Eu aceito o desafio e vou provar que ele estava errado a meu respeito!

Com os olhos cheios de lágrimas, Elizabeth abraçou a sobrinha com força, o que a fez voltar a chorar copiosamente.

Elizabeth achava Bella muito corajosa ao arriscar toda a sua felicidade para manter o que ela prometeu quando o marido da tia morreu: Não deixar nada faltar à tia e aos primos.

— Bella, você sabe que você tem outra opção... – Elizabeth sussurrou no ouvido da sobrinha – Sempre estarei aqui para te acolher...

— Eu sei tia... Nunca vou me esquecer disto, mas eu preciso tentar… - sorriu, com um fundinho de esperança ao lembrar-se de que ele havia demonstrado algum interesse por ela - E também pode ser que o casamento dê certo… Que eu não cometa nenhum pecado. Que eu consiga ser feliz com Edward. 

Por trás de toda aquela coragem, tinha a fragilidade de uma garota de apenas 21 anos que viu todo o seu mundo ruir de uma hora para a outra.

A fragilidade que Bella não gostava de demonstrar. Que ela tentava esconder a todo custo. As fragilidades e pensamentos que as únicas pessoas que viam e sabiam, eram seus parentes mais próximos.

— O que está acontecendo aqui? – Jasper se assustou ao chegar em casa com Rose e encontrar a mãe e Bella sentadas no sofá, com caras de choro – O que foi Bellinha? Deu alguma coisa errada na sua reunião?

— Bellinha? – Rose correu para a prima, sentando-se ao lado dela e afagando seus cabelos – Fala comigo, o que foi?

— Meu pai aprontou outra comigo...- Bella levantou a cabeça e olhou para os primos- Mesmo depois de morto ele não deixa de atormentar a minha vida... 

— O que aquele infeliz fez agora Bella? – Jasper se exaltou – Me conte!

Nunca foi segredo que Jasper odiava Charlie Swan por ele fazer com que Bella sofresse tanto e este ódio era mútuo, tanto que Charlie não gostava da presença de Jasper em sua casa e muito menos gostava da paixão não correspondida do garoto por sua filha.

—Contarei tudo... – Bella sussurrou e seguiu com os primos para a sala de jantar.

Já sentados à mesa onde sempre eram conversados os assuntos sérios da família Hale, Bella informou aos primos sobre os planos de Charlie, sobre a reunião com Edward e Bill Moore, sobre a impossibilidade de escapar deste compromisso e finalmente, sobre seus planos e a sua decisão de casar-se com Edward.

Rosalie apenas abraçou a prima, mas Jasper deu um murro na mesa que a fez estremecer.

— Isto é um absurdo Bella! – Jasper gritou indignado com tudo o que tinha ouvido – Se este infeliz não estivesse morto, eu mesmo o mataria com as minhas próprias mãos. Você não pode fazer isto... Eu não vou deixar que você se case com aquele homem prepotente e arrogante, minha prima!

Bella apreciava a reação passional do primo, mas de nada adiantava, pois a sua decisão estava tomada e nada a faria mudar de idéia.

— Jasper... – Bella tocou o ombro do primo, surpreendentemente calma – Nada disto irá adiantar... Minha decisão está tomada. Por favor, apenas me apoie, me ajude...

Jasper a olhou com uma expressão triste. 

Bella estava escapando dele mais uma vez e desta vez seria definitivamente… Mesmo que ela dissesse que era temporário, ele tinha certeza que nunca mais teria chances.

— Eu te apoio minha prima... Se é isto o que você quer, eu apoio, mas nunca vou aceitar... Nunca...– com um beijo na testa de Bella ele se despediu, subindo as escadas correndo.

— Tia, por favor, vá ver o Jasper – Bella sussurrou desolada, por ter magoado seu primo, mais uma vez.

— Eu irei, Rose cuide dela! – Elizabeth saiu para procurar o filho.

— Eu não estava enganada quanto ao Edward... – Bella chorou desconsolada – Eu tenho certeza que não estava... Ele está me enganando com este testamento... Eu tenho certeza de que ele já sabia de tudo... Rose. Com certeza ele tramou tudo com meu pai e o Sr. Moore e por esta razão, estava se mostrando interessado por mim. - aparou uma lágrima com os dedos - Eles três tinham algum plano sórdido e eu caí em uma cilada! Isto tudo é tão ruim... Eu me sinto tão perdida... 

— Calma, Bella... Mantenha a calma... – Rose deu um beijo na bochecha da prima – Quanto ao Edward saber sobre o testamento, eu acho pouco provável, pois você mesma me disse que ele ficou tão surpreso e descontrolado com a notícia quanto você... Eu acho que o que você tem que fazer, já que está tão desconfiada é confrontá-lo, fazer todas as perguntas que você tiver... Faça com que ele fale o que sabe, mas tenha calma. Já que você me disse que tão tem outra saída a não ser casar com ele, aja com educação e tente fazer dele um aliado neste caso... 

— Sim Rose… Vou precisar dele como aliado. - falou - Um aliado para um bem comum. Ele fica com a empresa dele e eu com minha herança e estará tudo resolvido em apenas 1 ano. Final feliz para nós dois!

— Eu sei que isto pode parecer uma loucura, mas tenho certeza de que tudo dará tão certo e que se voces dois se permitirem, vão se dar muito bem e vão ser felizes… - Rose sorriu - Acho que você não tem nada a perder... Eu não vejo o Cullen como uma pessoa ruim... Acredite em mim... Eu tenho plena certeza de que esse casamento começará de mentirinha, mas se transformará em algo bem verdadeiro e bonito. Acho que vocês dois precisavam disto… De um empurrãozinho para estarem juntos.

— Será, Rose? – Bella murmurou, mais uma vez esperançosa – Será que tudo vai dar certo? Será que eu vou conseguir cumprir o que meu pai determinou e ainda assim ser feliz?

— Tenho certeza que sim Bella.. Eu sei que você vai cumprir tudo direitinho e ainda tirar proveito desta situação. Acredite em mim.

Bella agarrou  o pescoço de Rose com força e encheu a prima de beijos.

Como ela queria que estas palavras fossem verdadeiras... 

Como ela queria que tudo desse certo para ela e para Edward…

Que tudo fosse calmo e tranquilo. Que eles conseguissem conviver bem.

— Eu sei Rose... É nisto que eu quero acreditar... – Bella sussurrou – É nisto que eu tenho que acreditar...

No fundo, Bella não achava ruim ter que se casar com Edward Cullen, pois sempre o achou bem bonitinho e charmoso e era meio que interessada nele. Nunca tinha tentado se aproximar dele, pois sabia do ódio quase mortal que ele e seu pai sentiam um do outro e por esta razão, provavelmente, ele não reagiria bem se soubesse que a jovem filha do seu sócio tinha uma paixão platônica por ele.

Mas agora era tudo diferente... Por algum milagre, ele parecia ter reparado nela. Por um capricho do pai, eles teriam que conviver.

Eles teria que ter uma vida juntos e ela bem que poderia tirar proveito desta situação.

Rose estava certa!

Ela iria fazer as coisas ao seu modo. De começo, não iria demonstrar a admiração que tinha por Edward e se faria de difícil para testar as reações dele, já que este seria um casamento arranjado, mas depois... 

Depois de um tempo tudo poderia mudar... Tudo poderia acontecer.

Ela iria  se apegar às palavras doces de Rosalie de que ela teria um futuro bom e que Edward realmente gostava dela e assim, talvez, eles se permitissem entrar um no coração do outro e um amor forte e verdadeiro pudesse ser construído com a convivência, mesmo na condição adversa que eles se encontravam.

E ela tinha até fatos para relembrar e se encher de esperança...  Edward foi tão doce e solidário com ela durante o enterro de Charlie e na reunião com o advogado. E ele poderia continuar a ser... Ele poderia ser até mais do que isto.

Ela tinha a esperança de que eles poderiam aprender a se amar e fazer o casamento dar certo.

Eles poderiam ser feliz, mesmo na adversidade.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!