The Bet - Nova versão escrita por Anandika


Capítulo 40
Verdade




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Depois de se despedirem brevemente de seus familiares, Edward e Bella  dirigiram até sua casa, ele ao volante e ela sentada no banco do fundo sem dar uma só palavra, as cabeças em turbilhões. Bella apertava sua bolsa entre os braços nervosa com o que viria ao chegar em casa, enquanto tinha os olhos fixos para as ruas movimentadas de Londres. 

Edward a observava pelo retrovisor, enquanto traçava planos para a terrível confissão que provavelmente teria que fazer em poucos minutos.

Estaria sozinho com Bella em casa, sem interrupções, sem opiniões alheias, e principalmente, sem ajuda, Edward teria que agir com calma e assim, tentar amenizar a sua situação.

Teria que convencer Bella da verdade: Ele agora a amava mais do que qualquer coisa no mundo, mas o começo da linda história de amor, superação e confiança que tinham construído naqueles meses de casados, realmente não havia sido nada bonito e ele admitia isto.

Tinha que convencê-la que ele tinha mudado e ela foi a grande causadora desta mudança.

Subiram o elevador cada um em um canto, Bella mirando o chão, Edward a observando com cautela.

Bella trazia no rosto de porcelana uma expressão cansada, com olheiras sob os olhos que denunciavam a falta de horas de sono e que fazia com que ele se sentisse mal por saber que era o único causador daquele sofrimento.

A sua vontade era tocá-la, pegá-la em seus braços e niná-la até que ela dormisse. 

Ele queria apagar todas as besteiras que tinha feito e que tinham culminado naqueles dias incertos e infelizes que tinham passado longe um do outro. Queria voltar no tempo e assim apagar todo aquele sofrimento pelo qual estavam passando

Ele deu um passo à frente no mesmo momento que a porta do elevador se abriu e Bella disparou

pelo apartamento, em direção à escada, na tentativa de chegar ao seu quarto o mais rápido possível.

Precisava se manter o mais longe possível de Edward. Ainda não queria e nem podia estar junto a ele… Sob pena de acabar esquecendo de todo o mal que lhe fez.

— Bella, por favor, deixe que eu me explique... – ele falou baixinho, fazendo com que a esposa parasse por um instante e o olhasse, mas não o encarasse.

— Não! - ela voltou a andar, mas Edward segurou seu braço, fazendo o local queimar com o contato e seu coração disparar.

— Por favor… - ele tentou mais uma vez e ela resolveu ceder.

— Já que não vou poder fugir dessa conversa por muito tempo, vamos logo esclarecer tudo para que eu possa ir para o meu quarto em paz – suspirando audivelmente, ela jogou sua bolsa no sofá e parou em frente ao marido, com as mãos na cintura – Quem mais sabia desta aposta, Edward Cullen?  Quem mais estava me enganado este tempo todo?

— Apenas seu pai, o Sr. Moore e eu sabíamos no começo... Ele me disse que deixaria o advogado a par da situação, pois seria quem cuidaria de toda a transição da empresa quando do afastamento definitivo do seu pai – ele abaixou a cabeça envergonhado – No dia do nosso casamento, assim como já tinha te contado em partes, eu falei tudo a Alice... Além de falar do casamento arranjado pelo testamento deixado por seu pai, eu acabei contando sobre o acordo, pois não conseguia carregar sozinho a culpa de estar te enganando, de estar enganando a minha mãe...  - suspirou - Alice sempre me dizia para que eu te contasse tudo, para que eu não escondesse este segredo, mas não tive coragem... Eu não fui homem o suficiente e achei que podia esquecer este assunto, que ele nunca mais viria à tona, mas me enganei... – levantou a cabeça e olhou para ela - Bella me deixe te falar como tudo aconteceu, por favor...

— Fale então...  – ela disse sem emoção - Você tem todo o direito de contar a sua versão dos fatos.

Falando em um tom pausado e controlado, para conter seu nervosismo, Edward passou a narrar para Bella todo o acordo que tinha feito com Charlie Swan.

Contou a ela detalhes daquela fatídica manhã, quando seu velho sócio o convocou até sua sala e o desafiou a conquistá-la em troca de uma das únicas coisas com que ele sonhava na medíocre vida que levava antes de conhecê-la: A presidência e o controle quase que total da Diamond Mineração.

Notando o olhar vidrado e sem emoção que Bella lhe lançava, Edward continuou a contar que ele aceitou aquele acordo insano no calor do momento e sem pensar muito, pois sentia muita raiva de Charlie por causa das constantes humilhações que sofria e conquistar a única filha do seu odiado sócio lhe pareceu uma boa maneira de tanto se livrar como se vingar de Charlie.

Ele não queria esconder mais nada de Bella e mesmo sabendo que isto provavelmente estava lhe causando ainda mais sofrimento, só parou de falar quando o último detalhe foi dito.

—Você achou que eu nunca descobriria isso tudo Edward? Você achou que eu era imbecil a este ponto? – Bella saiu do estado de topor que se encontrava e praticamente gritou incrédula com o que tinha acabado de ouvir - Você achava mesmo que um dia esta verdade não viria à tona, que ninguém mais poderia saber? Você pensava tão pouco de mim?

— Eu nunca achei que você era imbecil, meu amor... O imbecil nesta história toda sempre fui eu! – Edward voltou a falar, mal contendo todo seu nervosismo – Aquele acordo foi o maior erro da minha vida, Bella e você não sabe como eu me arrependo de ter aceitado... Eu ainda não te conhecia e fiz essa a loucura motivado apenas pela raiva que eu tinha de Charlie Swan, do homem que me provocava, que me levava ao limite, que tornava meus dias muito ruins… Que me fazia desacreditar de que eu era capaz e merecedor de tudo o que conquistei - seu uma risadinha - No começo só pensei em mim e no que eu poderia obter com certa facilidade... Eu confesso que não pensei muito em você, a filha de Charlie, uma menina que eu mal conhecia, mas que todos na empresa diziam ser uma grande megera e uma das únicas pessoas que enfrentava o poderoso Sr. Swan... Eu não pensei em seus sentimentos,  não imaginei que você também pudesse sofrer com os mandos e desmandos do seu pai.

Ele olhou para a figura da sua esposa parada em sua frente. Bella estava quieta, com uma expressão enigmática no rosto e ainda de braços cruzados sobre o peito, então tomando fôlego, ele continuou o seu relato.

— Mas depois que eu te conheci de verdade, vi que por trás daquela pessoa mal humorada havia alguém que provavelmente tinha sofrido muito na vida... Quando eu soube mais de você, quando eu descobri que você era essa pessoa incrível, só pensava em um jeito de não magoá-la, em tornar tudo mais fácil para você... Eu já não pensava mais em mim e sim em nós dois... Em como te fazer feliz… Como te deixar confortável e bem, até que eu passei a te amar… – ele suspirou – Eu mudei, Bella... Eu mudei por você, acredite em mim! 

— Edward, eu te perguntei na nossa primeira conversa porque você estava atrás de mim, se tinha algo que eu não sabia, se tinha alguma outra intenção no seu súbito interesse por mim e você me disse que não! – ela esbravejou, os olhos cheios de lágrimas - Você mentiu para mim! Você me fez de boba!

Era muito sofrimento para ela ter que ouvir aquelas coisas... Estar ouvindo de Edward a confissão do seu crime, partia seu coração... 

Era terrível ter a certeza de que ela tinha sido realmente objeto de um acordo comercial, mas precisava saber disso tudo para que conseguisse formar uma opinião coerente e assim tomar suas decisões.

— Entenda minha pequena... Quando nos conhecemos, fiquei com medo de que você não me aceitasse por causa do acordo e depois não te contei porque tinha muito medo de que você fugisse de mim... Eu tinha medo de estragar tudo o que construímos juntos, como acabei estragando mesmo sem te contar... – Edward balançou a cabeça - Eu fui um bobo e estou sofrendo as consequências dos meus atos.

— E o testamento? Você já sabia do testamento antes daquela reunião...  Antes de mim? - Bella fungou, segurando o choro que teimava em vir – Você me enganou nisto também? Você organizou isto tudo junto com meu pai para me enganar e ter a sua amada empresa só para você?

— Não Bella! – exclamou, arregalando os olhos - Eu fui tão vítima quanto você daquele testamento! Charlie me falou algumas coisas, pouco depois que ele saiu do hospital, como um documento redigido e como eu teria ainda que me casar com você caso ele morresse, mas eu pensei que com a sua partida esta loucura toda acabaria... Que esta condição de casamento seria esquecida, que o Moore conversaria  e você venderia a sua parte da empresa para mim e como teria a maioria absoluta das ações eu seria o presidente do conselho e seria o fim do meu tormento. A partir deste dia você viveria feliz com a sua herança e eu com a presidência da empresa...

Edward deu alguns passos em direção à esposa, mas ela levantou a mão, em alerta, fazendo-o parar.

— Eu senti muita raiva, pois não imaginava que seu pai tinha feito um testamento que limitava tanto a minha ação na minha empresa, quanto o seu acesso à sua herança... Eu o amaldiçoei muitas vezes por ter nos colocado naquela situação... – ele continuou, os pensamentos longe - Eu não queria casar com você! Eu não queria estar preso a ninguém e acho que deixei isso transparecer da pior forma na nossa festa de casamento… – os olhos brilharam - Mas tudo mudou, Bella... Tudo se transformou com a nossa convivência, com o carinho e depois o amor que eu passei a sentir por você...

Ele voltou a se  atrever a estreitar o espaço entre eles, mas desta vez Bella não o impediu, com os olhos vidrados no lindo homem à sua frente.

Ele parecia emocionado ao relatar a sua experiência?

— E hoje, até posso dizer que agradeço ao Charlie por ter nos obrigado a casar, pois se não fosse aquele testamento, eu não teria descoberto o amor da minha vida... - deu mais um passo em direção dela - Não teria vivido os momentos de mais pura felicidade com você... Acredite em mim, Bella… Tudo o que eu te disse nos últimos tempos é a mais pura verdade.  Eu te amo e nada neste mundo poderá mudar isto! Você foi a primeira mulher que me fez realmente feliz! Você tornou a minha vida muito melhor... Eu descobri um mundo maravilhoso ao seu lado e não quero mais voltar à minha antiga vida.

Não aguentando mais o turbilhão de emoções, Bella não conseguiu conter mais suas lágrimas e começou a chorar.

Ela queria acreditar que tudo o que ele estava lhe dizendo era verdade. Que ele a amava, que tinha mudado por ela, que tinha se arrependido dos seus erros.

Ela queria acreditar em cada palavra dita por Edward, por seus parentes, queria acreditar em cada relato, mas ela não podia se dar a este direito...

E se ele estivesse mentindo mais uma vez?

E se, mais uma vez, quebrasse seu coração em mil pedaços?

Tinha que se proteger, por esta razão, o prudente era não acreditar nele!

— Não precisa mais mentir, Edward... Agora é tarde demais para consertar seus erros… – soluçou baixinho - Como eu posso acreditar no que você me diz? Eu confiei em você como nunca confiei em ninguém, eu abri a minha vida para você! - as lágrimas desciam pelo rosto -  Eu me entreguei de corpo e alma e você me decepcionou Edward!  Você traiu a minha confiança! – enxugou com a mão as lágrimas que corriam sem parar por seu rosto - Você sabe como foi difícil para mim me permitir viver o que vivi com você... E mesmo assim você me usou e me machucou! O que eu sentia por você se quebrou quando eu li aquele documento... 

— Meu amor, eu não quis esconder a verdade... Será que você não entende isto?  – Edward se ajoelhou aos pés da esposa, e segurando-a fez com que ela deslizasse até o chão – Me perdoa... Me perdoa, por favor Bella... Eu faço o que você quiser para você acreditar em mim... Eu te amo minha Bella e não vivo mais sem você... Eu faço o que for preciso para você voltar para mim e continuarmos o nosso casamento em paz… – ele sussurrou sem parar, os olhos cheios de lágrimas - Por favor…

Se fosse preciso chorar para ela acreditar nas suas palavras, ele choraria. 

Se fosse preciso rastejar a seus pés, ele rastejaria.

Qualquer que fosse o preço a pagar, ele pagaria.

Ele faria qualquer coisa para ter a sua Bella de volta.

— Não Edward, não entendo mesmo... – ela se soltou dele e levantou-se em um pulo. – E para de fazer cena porque eu não vou acreditar em nada disto! – ela falou firme, seus olhos queimando nos dele - Me esqueça Edward! Esqueça o que vivemos, o que dissemos! Vamos cumprir o que Charlie determinou e pronto... Daqui a um tempo poderemos viver do jeito que quisermos. Você vai se livrar de mim e eu vou me livrar de você para podermos ser felizes de verdade.

Ela tinha que ser forte e não se entregar a seus sentimentos.

Ela tinha que deixar bem claro que não seria enganada e magoada mais uma vez.

— Não é o que eu quero, você sabe bem disso, pois acho que você se sente da mesma maneira! – ele se levantou do chão e voltou a andar até ela -  Eu não quero me separar de você, Bella... Quero que vivamos juntos... Se for o seu desejo, eu entrego o meu lugar no conselho da empresa a seu primo, vendo as minhas ações e você nunca mais vai ouvir falar nesta empresa!  Eu me desfaço de tudo, se você quiser Bella... Eu te amo, pequena... Te amo demais...

Ao ouvir mais este apelo, a raiva de Bella foi ao limite.

Ela não aguentava mais ouvir nenhuma palavra sobre aquele assunto! 

Não queria ouvir  as desculpas chorosas de Edward!

— Pare de mentir para mim! Você só ama a sua empresa Edward Cullen e me usou para consegui-la toda para você! 

Bella gritou, o ódio impresso em seus olhos, e então, quase sem fôlego, partiu furiosa para cima do marido dando-lhe socos certeiros no peito, tentando assim acalmar a raiva crescente que havia dentro de si.

— Para com isto pequena! - Edward segurou-lhe os pulsos com força – Não faz isso meu amor... Assim você vai se machucar...

— Pare de me chamar de meu amor! Pare de mentir para mim! Eu o odeio, Edward! – ela tentou se soltar, se debatendo um pouco - Eu o odeio muito!

Ela o odiava por ele a atrair e a provocar...

Ela o odiava por ter sido tão mentiroso com ela...

Ela o odiava mais ainda por amá-lo tanto enquanto não deveria...

— Não é assim, Bella...  Eu não me importo com mais nada além de você, não quero mais nada além de você para ser feliz! – enquanto falava suave, ele conseguiu imobilizar a esposa, prendendo-a entre seus braços. - Eu preciso de você, minha Bella...

Ele tinha que provar a sua pequena que mais nada teria sentido se ela não estivesse junto a ele, se ela não o aceitasse de volta, então prendendo uma das suas mãos na cintura e a outra na nuca da sua Bella, aproximou seu rosto do dela, fazendo-a estremecer.

— Edward... – ela praticamente gemeu, sentindo a respiração mesclada à sua - É melhor você me soltar…

— É isso que você quer? - beijou o pescoço dela - Que eu te solte?

— Eu não… - ela murmurou, seu cérebro derretendo com aquele contato e então colocou a mão no peito dele, sentindo o seu coração bater forte.

— Eu te amo Isabella Cullen... - os lábios subiram para a orelha - Você pode não acreditar, mas eu te amo!  – voltou a falar, afastando seus rostos, os olhos presos na imensidão azul dos de Bella - E te quero muito… -  então, desesperado para fazer com que ela acreditasse em suas palavras, colou seus lábios nos dela.

No começo Bella ainda tentou resistir, mas ao sentir a pressão do corpo forte e musculoso do homem que amava contra o seu, desistiu de lutar contra ele e principalmente contra seus sentimentos. 

Ela queria senti-lo mais uma vez, então começou a interagir, colocando as mãos em seu pescoço e acariciando a nuca com a ponta dos dedos, retribuído o beijo timidamente e sentindo todo seu corpo se arrepiar.

Não podia negar que o desejava.

Notando que Bella já não oferecia resistência, Edward puxou-a para ainda mais perto e então, dando alguns passos com ela entre seus braços, encostou-a contra a parede mais próxima, deixando a boca deslizar calmamente pelo rosto, pescoço e ombros da sua doce pequena, deliciado com o cheiro e sabor que ele tanto amava.

— Eu sinto tanto a sua falta, minha Bella... - ele murmurou pouco depois, segurando o rosto corado de Bella entre suas mãos – E eu preciso tanto de você...

Pela primeira vez naquele começo de noite, Bella se permitiu analisar seu marido calmamente. Ele continuava lindo, apesar de estar com a barba por fazer, os olhos cansados e uma expressão tão arrasada quanto a dela.

E o olhar que Edward lhe direcionava expressava muito do seu sofrimento e um pouco da sua esperança.

Uma esperança que ela também tinha... A esperança de que, afinal, tudo ficaria bem.

Então sem pensar muito, ela agarrou o cabelo de Edward com força e começou um beijo feroz e apaixonado, as bocas se movendo na mesma sintonia, seu corpo ardendo em chamas invisíveis, queimando por ele, desejando-o loucamente.

Ela também precisava dele... Precisava desesperadamente.

No segundo seguinte, eles estavam aos beijos intensos., as mãos em todos os lugares... Sem tempo para as palavras, os gemidos de prazer falando por eles...

Os lábios se debatiam, travavam uma luta insana. As mãos passeavam pelos corpos, como se quisessem gravar cada pedacinho.

A incerteza deu lugar ao desejo. A raiva à paixão.

Este era um caso perdido… O amor que sentiam falava mais alto do que qualquer mágoa ou dúvida.

Eles pertenciam um ao outro, simples assim.

Ofegantes, eles se separaram e depois de um momento de testas encostadas, olhos nos olhos e respirações descompassadas, em um gemido alto Edward pegou a sua Bella no colo e começou a andar em direção à escada. 

— Edward... Aonde vamos? – ela perguntou desorientada com a intensidade das sensações que passavam pelo seu corpo e mente.

— Quarto... – sussurrou simplesmente, enterrando seu rosto no pescoço macio e cheiroso, distribuindo beijinhos por lá.

Com um suspiro alto, Bella continuou a sua entrega, laçando o marido com as pernas e trabalhando freneticamente nos botões da camisa dele, enquanto Edward subia as escadas rapidamente e adentrava seu quarto.

Ela não podia resistir...

Naquele momento, ela não queria resistir.

Bella não protestou quando foi jogada no colchão macio da cama de Edward... Nem quando suas roupas voaram pelo quarto... Muito menos com os beijos e mordidinhas selvagens que ele distribuía por toda a sua pele.

Pelo contrário, ela gemia de prazer e se entregava ainda mais a cada novo ato do marido.

Edward também não protestou quando sentiu os arranhões que Bella dava em suas costas... Com os puxões que as pequenas mãos davam em seu cabelo, e muito menos enquanto ela tentava tirar a sua calça com as mãos habilidosas.

Ela o deixava louco, lhe tirava o juízo... 

E ele queria ser somente dela e nada mais neste mundo...

Após se livrar das últimas peças de roupa, Edward pairou por um momento sobre Bella e eles tremeram, emocionados enquanto se olhavam, todos os problemas esquecidos. 

Ele sentia a necessidade de olhar nos olhos da esposa e assim tentar falar através deles o quanto a adorava, o quanto ela o fazia bem. 

O quanto precisava dela... O quanto era dependente da sua presença…

— Bella? - ele sussurrou, pedindo permissão para continuar.

—Sim… - foi a sua breve resposta, antes puxar aquele rosto lindo para mais perto e começarem um beijo apaixonado.

E assim o calor do momento só foi aumentando e os finalmente corpos se encaixaram perfeitamente como sempre foi entre eles... 

E então se amaram, se tocando e entre beijos passionais... Gemendo o nome um do outro... Deixando que seus corpos se moldarem à sua maneira... Dançarem em um mesmo ritmo. 

No ritmo da paixão.

Os corpos se moviam cada vez mais em sincronia, e faziam com que eles estremecessem e se abraçassem cada vez mais forte, em uma necessidade insana de sentir suas peles uma contra a outra, de sentirem o gosto, a textura, o calor de suas peles. 

De sentirem seus corações baterem descompassadamente.

Era uma noite sem palavras... Não precisavam delas quando seus atos e a doce entrega falavam por eles.

Era a entrega ao inevitável...

A rendição ao amor que sentiam.

A um amor que nem a maior das mágoas poderia apagar.

Cansados e ofegantes ao final do ato, eles se separaram, rolando na cama.

Tinha sido espetacular!

Momentos depois, Edward, tentando acalmar sua própria respiração, assistiu a esposa suspirar cansada enquanto seu peito subia e descia ritmadamente.

Seus olhos estavam fechados, suas bochechas coradas, os cabelos brilhantes esparramados pelo travesseiro e os lábios rubros entreabertos como se estivessem querendo serem beijados, além dela trazer a mais linda expressão de prazer estampada no rosto.

Entorpecido com a visão da sua pequena tão perfeita em sua cama, beijou a ponta do seu nariz enquanto sussurrava sem parar.

— Você é linda Bella Cullen... Linda... Linda... E eu te amo muito... Acredite em mim...

Em um estalo, Bella saiu de um transe em que se encontrava e olhando para o rosto perfeito à centímetros do seu, só consegui pensar em como ela era burra ao ceder assim à vontade louca que lhe consumia.

Ela também o amava com cada fibra do seu ser, mas não poderia admitir isso tão facilmente.

Não deveria ser tão volúvel!

Afastando-se do marido, sentou-se o mais longe possível na cama bagunçada, abraçando as pernas.

 - O que eu fiz? – murmurou para ela mesma. – Eu não devia...

— Bella, o que foi? – Edward se aproximou, segurando o braço dela – O que foi meu amor?

— Isso não devia ter acontecido Edward... – ela negou com a cabeça - O que fizemos foi tão errado...

— Não, minha pequena! – ele acariciou os cabelos revoltos da esposa – Não foi errado... O que fizemos é o certo para duas pessoas que se amam... – a abraçou protetoramente – E nós nos amamos… 

Confusa, Bella abaixou a cabeça.

Era incrível como Edward conseguia dominá-la, fazer com que ela perdesse sua vontade própria apenas com o mínimo toque, com a menor palavra.

Se ela queria se manter com a mente sã e com sua dignidade intacta, precisava sair de perto dele com urgência!

— Apenas me deixe ir para o meu quarto... – ela voltou a falar, soltando-se dos braços que a seguravam e o olhando como se pedisse permissão – Me deixe ir, por favor... Me dê um tempo para pensar e tentar colocar a minha cabeça em ordem...

Edward não falou nada e a olhando intensamente, apenas concordou e assistiu Bella saltar da cama afoita e correr para fora do quarto.

Sozinho em sua enorme cama, Edward ainda sentia o doce cheiro da sua esposa impregnado nos lençóis enquanto a sua realidade o atingia.

Ter Bella de volta não seria nada fácil e era certeza de que ele teria que ter muita calma e perseverança para reconquistá-la.

Seria muito mais difícil fazer com que Bella voltasse a acreditar nele, pois a confiança que haviam construído estava quebrada.

Ele era um cretino, um enganador...

Foi um covarde e feriu a sua linda Isabella, então merecia todo o seu desprezo, toda a sua indiferença.

Ele fez por merecer tudo o que estava passando, mas não desistiria tão fácil de ter a sua vida feliz e tranquila de volta. 

Só se sentiria em paz quando conseguisse fazer a sua esposa feliz mais uma vez.



No chuveiro, deixando a água correr enquanto a cabeça trabalhava sem parar, Bella esfregava seu corpo freneticamente, tentando eliminar qualquer vestígio da loucura que tinha acabado de acontecer no quarto ao lado.

Tentava se livrar do cheiro daquele perfume amadeirado que o marido tanto gostava, limpar seus pensamentos daquelas sensações maravilhosas que só ele a fazia sentir. Tentava fazer com que Edward sumisse da sua mente milagrosamente.

Como ela pôde ter agido daquela maneira tão vergonhosa?  Gemendo o nome dele, deixando com que a tocasse e a beijasse como se nada tivesse acontecido? Como se ele não tivesse lhe magoado?

Como pôde permitir que ele, mais uma vez, tomasse posse do seu corpo e dos seus sentimentos daquela maneira tão passional, quando o certo a fazer era dar a ele o desprezo merecido?

Bella pensou, enterrando a cabeça entre as mãos, enquanto sentia a água quente escorrer pelo seu corpo, lavando a sua vergonha.

Mesmo sendo difícil admitir, era certo que ela se tornara incapaz de resistir aos encantos e às maneiras que seu lindo marido utilizava para persuadi-la.

Todo seu corpo derretia quando Edward a tocava, toda a sua razão desaparecia quando ouvia a voz rouca e potente dele ao seu ouvido, mas, para o seu próprio bem, tinha que conseguir uma maneira de resistir a todos aqueles encantos.

Ela tinha que se manter firme no propósito de puni-lo pelo que ele tinha lhe feito.

Não poderia mais se entregar a ele sem ter a certeza de que a relação que desenvolveram era de verdade.

Fechando os olhos com força, ela fez um voto silencioso de nunca mais se deixar seduzir pelo marido.

Fez uma jura a si mesma em não ceder aos seus caprichos, às suas vontades.

Não poderia se deixar levar pela ardente paixão que a consumia.

Não tinha  mais o direito de ser fraca, para o seu próprio bem.


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Notas finais do capítulo

Eis um dos capítulos que mais gosto. Esse dois, sei não...
No próximo teremos o tempo pedido por Bella para que pense... Agora bem pertinho da tentação da sua vida.



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