The Bet - Nova versão escrita por Anandika


Capítulo 4
A Arte da Conquista




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Duas semanas se passaram desde a festa de aniversário de Isabella e neste tempo, ela e Edward não voltaram a se encontrar. O rapaz tentou seguir sua vida normalmente, tanto que ao sair da festa de aniversário do seu novo objeto de conquista, seguiu para uma das suas boates mais conhecida, encontrando consolo para suas frustrações na bebida, amigos e principalmente na bela loira que acabou em sua cama, no elegante quarto do seu hotel preferido em Chelsea. 

Ele tentou se distrair, mas apesar de todo o esforço para tirar Isabella Swan e toda sua audácia da sua mente, se viu, diversas vezes naquele período, às voltas com a idéia fixa de conquistar a linda megerinha, traçando teorias e possibilidades para fazer daquele processo algo um pouco mais fácil, além de relembrar daquele rosto bonito e delicado a todo momento, principalmente nos mais impróprios, como quando estava no processo de conquista de mais uma mulher.

 Já Bella, após terminar a sua festa, tirou a pulseira do braço, guardando-a em uma caixinha e tentando esquecer que Edward Cullen existia. Como ninguém tinha visto o galanteio, achou que seria fácil deletar aquele momento das suas lembranças assim que colocasse o presente no fundo da sua gaveta, mas na realidade não foi isto o que aconteceu. Ela se pegou pensando no lindo homem e em suas doces palavras mais vezes do que julgava saudável pensar em alguém.

E além do mais, Rosalie tinha fuçado a sua gaveta e ao encontrar a pulseira, a encheu de perguntas não lhe dando outra opção a não ser contar da curta permanência de sócio de seu pai na festa e do presente que ele tinha lhe dado, o que deixou a prima eufórica e cheia de idéias sobre um romance que nunca aconteceria.

Aquele encontro tinha, definitivamente, mexido com a vida de Edward Cullen e Isabella Swan e mesmo que nenhum dos dois admitisse, mesmo que achassem muito errado, uma intensa vontade de conhecer um pouco mais do outro começou a ser construída naquela breve, mas intensa troca de palavras.



O sábado amanheceu com um sol tímido e Bella resolveu que esta seria uma boa oportunidade para usar a piscina da sua casa. Pegou o telefone e convidou os primos e mais alguns amigos para um dia agradável regado a refrigerantes, salgadinhos, muita conversa e um refrescante banho de piscina.

Ao descer a escada para tomar seu café da manhã, já vestida em seu biquíni e com seus apetrechos de piscina na mão, Bella se deparou com a mesa da sala de jantar impecavelmente organizada com papeis e notebooks e Consuelo correndo de um lado para o outro, junto com os outros empregados parecendo estar arrumando algo.

— O que vai ocorrer aqui hoje? – Bella perguntou curiosa à governanta – Meu pai não me avisou nada sobre alguma reunião, hoje aqui em casa.

— O pessoal do conselho da empresa vem aqui hoje,e isto é tudo o que eu sei... - Consuelo a olhou com desprezo – E o Sr. Swan já avisou que não quer barulho no meio da casa, então contenha-se Isabella!

Bella ficou confusa quando Consuelo lhe contou sobre a reunião, pois toda vez que seu pai precisava realizar algum evento da empresa em sua casa, ele a avisava com antecedência, dando a ela a chance de sair antes.

Será que ele estava planejando algo a mais? Será que foi tão de última hora que ele não teve tempo de avisá-la? 

— Por mim, nem se preocupe... Ficarei na piscina por todo o dia. Estes executivos nem vão notar a minha presença – ela olhou feio para a cara da governanta. – Quando meus primos chegarem, por favor avise que estou na cozinha.

— Acho bom! – a mulher bufou, pegando uma bandeja no armário de louças – Agora me dê licença. Ainda tenho muito o que fazer!

Bella deu de ombros, seguindo o seu caminho para a cozinha.

O sábado que tinha tudo para ser agradável não tinha começado exatamente da maneira que ela imaginava.



Às 10 da manhã, Jasper, Rose e um casal de amigos chegaram à mansão Swan e encontraram Bella estirada em uma das espreguiçadeiras, com óculos no rosto e um livro nas mãos. Depois do café caprichado, ela achou melhor esperar pelos amigos na área da piscina para não ter a mínima chance de encontrar com os convidados do seu pai.

—Bellinha! – Jasper correu para a prima e se sentando ao seu lado, deu-lhe um beijo na bochecha.

— Oi primo lindo... – Bella se levantou, largando o livro de lado e dando um abraço apertado no rapaz. – Oi Pessoal! – ela se virou para a prima e para os amigos com um sorriso nos lábios.

Estava realmente feliz com a presença dos seus melhores amigos.

Assim como Rose e Jasper, os irmãos Marie e Matthew eram amigos nos quais Bella confiava para conversar, conviver em sua casa e até contar uma parte dos seus problemas.

Bella os conhecia desde pequenos, pois eles eram filhos de um casal muito amigo dos seus pais e sempre freqüentaram a sua casa, além de Marie ser sua colega de faculdade.

— Que movimentação é esta nesta casa hoje? – Rose esticou uma toalha na cadeira e colocou os óculos escuros no rosto. – Isto aqui está agitado... Esquisito...

— É uma das reuniões do meu pai... – Bella deu de ombros – Com aquele bando de executivos que o rodeiam...

— Que chato, hein amiga? - Marie riu e se juntou às meninas – Este bando de homem velho pela casa... 

— Nem me fale, Marie... Se meu pai tivesse me avisado, já tinha dado o fora daqui! Detesto estas reuniões! – Bella suspirou, fazendo com que a prima risse.

— Para de drama Isabella! – a loirinha falou – Este povo nem vai notar que estamos aqui, pois tudo o que eles pensam é em números, tabelas complicadas e lucros!

Enquanto Jasper e Matthew estavam sentados na beira da piscina, em uma discussão acirrada sobre carros, as garotas tomavam sol, ficaram conversando animadamente, até serem interrompidas por um barulho brusco.

Os acionistas tinham chegado para a reunião e agora se dirigiam a casa e como previsto por Rose,  passaram próximos a área de lazer sem ao menos as olharem, por exceção de um deles: Edward Cullen.

— Eu não acredito... – Bella murmurou ao ver o imponente homem a encarando.

Apesar da insistência de Rosalie para que ela tentasse encontrar Edward, para que ela fosse na empresa e tentasse se aproximar dele, saber das suas intenções, Bella se recusava a falar neste assunto e toda vez que a prima tocava no assunto, ela ficava muito aborrecida.

Ela não queria ser iludida mais uma vez.

Edward parou por um instante para admirar a figura de Isabella esparramada na espreguiçadeira, vestida apenas em um biquíni.

No final do expediente da sexta-feira, Charlie Swan mandou sua secretária avisar a Edward que ele devia a sua casa naquela manhã para uma reunião do conselho administrativo da mineradora, então ele tinha acordado bastante irritado, pois, por causa deste compromisso de última hora, teve que desmarcar uma viagem a muito planejada que ele faria a Winchester neste final de semana para resolver assuntos particulares e visitar a sua família. 

Ele estava realmente furioso por ter que enfrentar mais um show de prepotência do velho Charlie, mas ao ver o seu objeto de conquista o mau humor se dissipou na mesma hora.

Bella estava linda com os cabelos brilhando ao sol e as bochechas coradas.

Uma tentação para ele.

Ele resolveu provocá-la um pouco, então piscou os olhos e com um sorriso torto a cumprimentou e acenou com a cabeça, movendo seus lábios em um olá.

Ainda embasbacado, seguiu os outros acionistas para dentro da casa, prometendo para sim mesmo que, ao final da reunião, voltaria a pensar naquela megera linda e geniosa.

— O que foi Bella? – Rose a encarou assustada. – Que cara é esta? Viu um fantasma?

— Edward Cullen estava me encarando... – Bella respondeu, abaixando o rosto entre as mãos – Não acredito...

Marie deu um pulo da cadeira animada.

— O quê? Edward Cullen, aquele sócio gato do seu pai? Aquele que você sempre achou lindo? – ela olhou para Bella curiosa – Te encarando? De olho em você? 

— Pois é Marie... – Rose deu risada – O gato está de olho na Bellinha e ela não dá a mínima a ele.

— Está de olho nela? – Marie fez uma cara chocada – E ela o esnoba? 

Rose acenou com a cabeça e disparou a falar sobre o que tinha acontecido na festa de aniversário da prima, fazendo com que Marie risse e olhasse divertida para Bella que ainda via aqueles olhos em sua mente.

— Quem dera fosse comigo... – ela suspirou – Esta sorte eu não tenho... 

— Não comecem vocês duas! - Bella fez uma carranca para as amigas – Ele é só mais um interesseiro que está querendo se aproximar de mim para conseguir alguma coisa, como tantos outros.

— Eu não acho isto... E já te disse diversas vezes para você tentar conhecê-lo antes de tirar conclusões  – Rose falou com o rosto sério – Mas como você está irredutível, não vou discutir este assunto com você para não brigarmos outra vez.

Rose já tinha tentado falar a prima que ela desse uma chance para que o sócio do seu pai pudesse falar quais as suas intenções com ela, mas Bella sempre pedia para a prima esquecer este assunto pois Edward só era mais um que queria se aproximar dela por interesse.

— Que pena que eu estava viajando e não pude ver isto tudo ao vivo...  Perdi a chance de ver a Bellinha ser cortejada pelo gato do Edward Cullen e dispensá-lo. – Marie suspirou e Bella fez uma cara feia para ela.

As meninas mudaram de assunto, para não aborrecer ainda mais Bella, agora conversando sobre uma festa que elas pretendiam ir.

— Hey meninas! – Jasper e Matthew se aproximaram das três garotas e jogaram água nelas, que protestaram rindo.

— Seus ridículos! – Rose se levantou, sacudindo o cabelo e levando mais um jato de água, bem no rosto.

Rindo e se divertindo com seus queridos amigos, Bella esqueceu da chateação que era o olhar insistente de Edward nela.

Aquele olhar que tanto a perturbava. Que tanto a fascinava.



Na sala de jantar da mansão, a reunião dos acionistas prosseguia de vento em polpa, mas Edward não estava nem um pouco concentrado nela, pois o que o interessava de verdade estava a poucos metros dele, na piscina e agora nadava abraçada no mesmo garoto da sua festa.

— Observando a jóia que é a minha filha, Edward? – Charlie se aproximou do sócio, com um sorriso sarcástico no rosto – Queria até falar com você sobre este assunto mesmo.

Edward olhou para todos os lados assustado e notou que as pessoas já se levantavam das suas cadeiras e que a reunião já havia acabado, enquanto ele estava perdido em pensamentos e olhando fixamente para a janela.

Sim, Edward estava observando a intrigante Isabella e ao mesmo tempo traçava estratégias em sua cabeça.

Olhando para o sócio com desprezo, não respondeu à pergunta feita.

— Quer um conselho? – Charlie deu um tapinha nas costas do rapaz – Minha filha é bastante arredia, mas se você for com bastante jeito, vai conseguir se aproximar dela.

Edward balançou a cabeça e deu um sorriso.

Este era um conselho interessante.

— Só não force a barra com ela – Charlie continuou o seu discurso – Procure saber um pouco dela... Faça com que ela se sinta importante. Que se sinta segura. Assim você terá mais chances de obter êxito com este planinho que, tenho certeza, você já está formando em sua mente –  ele virou de costas e saiu, deixando Edward pensativo.

O velho tinha razão. Para poder traçar suas táticas com mais eficiência, era importante saber mais um pouco mais de Isabella, para que pudesse agir dentro dos limites dela.

Precisava saber mais sobre quem ela era de verdade. Quem era Isabella Swan sem a máscara de filha mal humorada do seu sócio.

Ele precisava saber dos seus gostos, suas vontades, suas manias...

E já sabia quem poderia ajudá-lo nesta questão.



Como resolveu se informar melhor sobre a filha do seu sócio antes de prosseguir com seus planos, logo na segunda-feira, Edward começou se aproximar mais da secretária de Charlie, conversando um pouco mais com ela toda vez que a encontrava, ao invés de apenas a cumprimentá-la com sempre fez.

Jules, uma senhora de mais ou menos 60 anos, conhecia Isabella desde pequena e era a pessoa que comprava todos os seus presentes, já que o velho sempre estava muito ocupado para isto. Em suas conversas informais, Edward descobriu que Isabella gostava de flores do campo, perfumes com cheiro de jasmim, além de ser uma grande admiradora dos Beatles.

A senhora também contou algumas coisas sobre a vida de Bella. Que ela perdeu a mãe muito cedo, em um acidente e desde então se tornou muito triste e muito dependente da tia Elizabeth e dos primos Jasper e Rosalie e que inclusive, Jasper era apaixonado por ela e fazia todas as vontades da garota, mas, aparentemente, ela não nutria o mesmo sentimento.

Além disso, ele também pesquisou com outras pessoas e descobriu que ela cursa Design no Chelsea College e que apesar de ser muito quieta e tímida é muito querida pelas pessoas que ela permite compartilhar da sua vida.

Edward gostou de saber que, provavelmente, o garoto alto que estava com Bella nas duas vezes que a viu era o seu primo e que aparentemente também não haviam namorados.

Com as informações nas mãos, ele resolveu partir para o ataque, e sua primeira tentativa de conquista foi mandar um enorme buquê de flores do campo para Bella, na faculdade.



Na manhã de uma fria sexta-feira, último dia da semana de provas, Bella estava no pátio da faculdade com Marie, revisando alguns assuntos, quando um mensageiro adentrou com buquê de flores coloridas e chamando seu nome. 

— Ai meu Deus... – Bella murmurou, ficando corada na mesma hora quando notou que todos que estavam no pátio a olhavam curiosos. – Eu vou matar o Jasper!

Bella tinha certeza que as flores eram mais um dos mimos de seu primo, que adorava presenteá-la sem motivo.

Marie começou a rir das caretas que a amiga e chamou o rapaz, que entregou as flores para Bella e saiu sem dar uma palavra.

Neste momento, todas as colegas das meninas já tinham se aproximado delas, curiosas e empolgadas.

—Abre o cartão, Bella – Marie dava pulinhos no lugar e mais garotas se aproximavam, fazendo coro.

— Vamos logo Bella! – outra amiga pediu – Estamos curiosas! Quem é o seu admirador secreto?

Morta de vergonha, Bella retirou o pequeno envelope do meio das flores e o abriu perdendo a cor e o ar, no mesmo momento.

‘Flores para a flor mais linda que já conheci.

Gostaria de uma oportunidade para te conhecer melhor, Isabella.

Me ligue quando quiser.

Edward Cullen.’

E atrás do cartão escrito com uma caligrafia fina, havia um número de telefone.

— Eu não acredito! – ela murmurou levantando da cadeira e se dirigindo a lata de lixo com as flores nas mãos.

— O que foi Bella? – Marie a seguiu e viu o exato momento que o buquê de flores voou em direção ao lixo.

Tomada pela ira de ter sido afrontada pelo irritante Edward Cullen, Bella rasgou o cartão em pedacinhos bem pequenos e os jogou no lixo, junto com as flores.

Quem ele pensava que era para mandar flores para a sua faculdade, fazendo com que ela passasse vergonha?

Que tipo de pessoa ele pensava que ela era, querendo comprá-la com flores e presente?

E o mais importante: O que ele queria com ela? 

Qual o motivo do súbito interesse?

Ele queria deixá-la louca?

As meninas começaram gritar, empolgadas para saber mais sobre o presente, mas Bella se virou para Marie e a puxou para o banheiro, assim saindo da mira dos olhares curiosos.

— As flores foram de Edward Cullen... – ela sussurrou para a amiga, que fez uma expressão de espanto, colocando a mão na boca. – Ele agora deu para me perseguir... 

— E por que você acha que é perseguição, Bella? – a garota perguntou, sem entender o motivo da fúria da amiga – Ele não pode estar interessado em você?

— Claro que não, Marie! Como um homem com Edward Cullen pode querer alguma coisa comigo, podendo ter qualquer mulher do mundo?

Esta era a lógica que ela repetia como um mantra: Edward não podia estar interessado nela, que era sem graça e muito mais nova, além de ser filha de seu grande desafeto, podendo ter qualquer mulher que desejasse.

— Se você acha assim... – Marie deu de ombros – Quem sou eu para te dizer ao contrário...

— Eu vou ignorá-lo...Vou fingir que ele não existe... – Bella voltou a falar, tentando manter a calma – É o melhor que eu faço...



Edward esperou ansioso por todo o final de semana e dias seguintes por algum sinal de que Bella tinha recebido suas flores e seu cartão, mas, como ele até tinha previsto, esta notícia não chegou.

Ele não recebeu nenhuma ligação em seu telefone celular e muito menos no seu número privativo na empresa.

Provavelmente a garota tinha recebido o presente e ficado bastante irritada, não se dando nem ao trabalho de uma fazer ligação para confrontá-lo.  Esta era a sua teoria, e ele a comprovaria naquele sábado, durante o jantar que Charlie estaria oferecendo, em sua residência, para comemorar um novo e bastante valioso contrato da mineradora.

Às sete horas da noite, Edward adentrou os salões da mansão Swan com uma idéia fixa na cabeça:

Ele iria confrontar a megerinha e ver qual seria a reação dela.

Precisava tirar de Bella qualquer tipo de reação para que assim pudesse nortear suas próximas ações na tentativa de conquistá-la.

Ao olhar para a escada, a viu descendo de mãos dadas com a garota loira, que parecia ser a sua prima Rosalie.

Bella estava irritada por ter sido obrigada a participar de mais uma festa patética oferecida por seu pai e a sua irritação só piorava quando ela lembrava que provavelmente teria que estar no mesmo ambiente que o insistente Edward Cullen.

A história das flores ainda a atormentava e ela tinha certeza que o irritante rapaz tentaria se aproximar dela, mais uma vez, com as suas gracinhas e galanteios baratos.

Enquanto descia os degraus, de mãos dadas com Rosalie, Bella olhava para todos os cantos, tentando achar a figura imponente e misteriosa que tanto a atormentava, mas o salão já estava bastante cheio e assim era impossível encontrar alguém.

— Bella, sorria – Rose tentava animar a prima – Vamos tentar tirar proveito desta festa.

Bella revirou os olhos, impaciente.

Estar naquela festa era a última coisa que ela queria e já que ela foi obrigada a desmarcar seus compromissos para posar mais uma vez de filha perfeita, ela não esconderia de ninguém seu descontentamento.

A vontade de Bella era estar no show que ela havia combinado de ir com os primos e os amigos a vários dias e pelo qual ela estava ansiosa.

— Muito obrigada por você ter ficado comigo, Rose – Bella deu um beijo na bochecha da prima – Fico te devendo mais esta.

Rosalie tinha desistido de acompanhar Jasper, Marie e Matthew ao show para a apoiar, mais uma vez, e Bella estava realmente grata por isto.

— Não precisa agradecer, Bella... Você sabe que nunca eu te deixaria neste sacrifício sozinha.

As meninas começaram a circular pelo salão sob o olhar atento de Edward, que seguia Bella a todo momento, enquanto reparava como ela estava ainda mais bonita do que no dia de seu aniversário, apesar da cara de poucos amigos que fazia.

Aquele vestido azul, curto e rodado tinha lhe caído muito bem. Ele sorriu, encostando no bar para pegar uma bebida.

— Olhe quem está ali – Rose apontou para o canto da sala e Bella seguiu com o olhar, notando que Edward a encarava com um sorriso torto nos lábios e um copo nas mãos.

— Rose, vamos sair daqui antes que ele venha falar comigo – Bella puxou a prima pela mão e foi sentar-se em uma das mesas do jardim, tentando escapar do poder dos olhos verdes e misteriosos de Edward Cullen.

Quando notou que a garota ficou desconcertada com a sua presença, Edward resolveu provocá-la um pouco mais, sentando-se em uma mesa próxima a dela, a encarando e lançando sorrisos.

Bella tentava fingir que não estava notando a presença do sócio do pai, mas no fundo ela sabia que ele mexia com seus pensamentos.

Ele a incomodava de uma maneira fora do comum. Era como se ele tentasse descobrir toda a sua vida só com seu intenso olhar e isso aumentava a sua raiva.

— Homem irritante – Bella bufou, fazendo bico – Se já não bastasse ter que ficar nesta festa, ainda vou ter que aguentar este louco me olhando?

— Bella, não era você que vivia suspirando pelo Edward a cada vez que o via nas festas do seu pai? – Rose olhou para a mesa ao lado e notou que ele realmente não tirava os olhos da prima – Não era você que sempre me dizia que queria que ele te notasse? Então por que agora que o seu desejo foi realizado você o ignora, não lhe dá uma chance de se aproximar? Aproveita Bella! Dê um sorrisinho para ele. Deixe que ele se sinta à vontade para vir falar com você... 

— Aquilo era paixonite de adolescente, Rose! – Bella fez uma cara feia – Você não entende isto? Eu achava ele bonitinho... Ainda o acho bonito, mas é algo platônico. Nunca será capaz de acontecer de verdade. Ponto final!

Rose riu do nervoso da prima ao tentar se explicar.

— Platônico que pode deixar de ser. É só você resolver dar uma chance... Tente, Bella! Não custa nada e se não der certo, ninguém precisa saber... – ela voltou a mirar Edward – Eu acoberto vocês... Chame ele para conversar... 

— Você vai começar com este assunto outra vez, Rosalie? – a careta se tornou ainda pior – Porque se você for, eu vou fingir um mal estar e vou me trancar em meu quarto e nem Charlie Swan vai conseguir me tirar de lá.

— Calma, prima! Não precisa ficar nervosa – Rose colocou as mãos para cima, se rendendo – Já vou para de falar sobre isto, mas que eu acho que você deveria tentar conhecê-lo melhor, eu acho.

— Não sei Rose... Acho que tem alguma coisa errada neste interesse repentino de Edward – ela olhou para a mesa em que ele estava e suspirou – Não é possível que ele esteja verdadeiramente interessado em mim, que sou filha do seu maior desafeto.

— E por que não Bella? – Rose fez uma cara séria – Por que ele não pode estar interessado em uma moça linda como você? Eu acho que o certo é você dar uma chance para que ele se aproxime e assim tentar descobrir o que ele quer de verdade.

— Você acha, Rose? – Bella perguntou cheia de dúvidas – Você acha que ele quer alguma coisa séria comigo, tendo o mundo inteiro à seus pés?

— Eu acho que é bem provável, senão ele não enfrentaria seu pai, lhe dando presentes, comparecendo a sua festa de aniversário e principalmente te cortejando tão abertamente, se ele não quisesse algo sério. - Rose sentenciou. – Ele não tirou os olhos de você desde que te encontrou!

Da sua mesa, Edward ria baixinho das caretas e olhares tímidos que Bella lançava para ele. Na primeira oportunidade que tivesse, ele iria falar com ela, dando seguimento ao seu plano.

Não demorou muito para este momento chegar, pois, pouco tempo depois, a garota se levantou da mesa e andou sozinha para dentro da casa, sendo seguida prontamente por ele.

— Gostou das flores Isabella? – Edward se aproximou, pegando o braço da garota e sorrindo, assim que ela parou em frente a uma mesa de doces – Até hoje eu espero o seu telefonema...

Bella puxou seu braço das mãos de Edward e fez uma carranca.

Depois das palavras de Rose,ela até pensou em ser simpática com Edward, mas ao se lembrar das flores enviadas a sua faculdade e ao ouvir o tom sarcástico daquela voz, toda esta vontade se foi.

— Aquelas flores foram ridículas! – ela falou, indignada com a petulância dele em afrontá-la em sua casa – E te aviso logo que foram para o lixo, junto com o seu cartão de galanteador barato na mesma hora que eu as recebi!

Edward sorriu ainda mais. 

Era exatamente isto que ele queria. Uma reação dela.

Mesmo que esta não fosse a mais adequada para o momento, era uma reação.

Ela sentia algo. Ele tinha algum efeito sobre ela

Ficou feliz com esta constatação.

— Então aceite as minhas desculpas... Não queria ofendê-la e a partir de hoje não se preocupe que não vou mais importuná-la. Se você não me quer, não vou continuar a cortejá-la. – ele falou cinicamente, lançando seu melhor sorriso torto – Mas se quiser falar comigo, me dar uma chance, você tem o número do meu telefone e sua ligação será bem vinda a qualquer momento. Tenha uma boa noite, Isabella.

Edward saiu de perto de Bella com passos largos, deixando-a sem reação.

A festa continuou animada e como prometido, Edward não voltou a se aproximar, ficando perto dos outros acionistas, conversando com alguns funcionários conhecidos, enquanto Bella voltou a encontrar a prima, tentando aproveitar a festa.

De vez em quando, ela se pegava o observando,ficando intrigada por ele estar cumprindo o prometido, não lhe lançando um só olhar.

Será que ele estava sendo sincero?

Pelas palavras de Rosalie, parecia que sim. 

A loirinha apostava que Edward estava realmente interessado em sua prima.

Perto da meia noite, Edward se retirou da festa, montando um novo plano em sua cabeça.

Já que sua investida mais ousada não deu certo, de agora em diante, ele seria mais sutil com Isabella, buscando sempre o momento certo de se aproximar, fazendo com que ela acreditasse em suas boas intenções.

Tinha que fazer com que ela confiasse nele antes de tentar algum passo mais ousado.



Os dias se passaram após a festa na casa de Charlie Swan e nada mudou para Edward e Bella.

Bella pensava diariamente do imponente sócio de seu pai, tentando achar um só motivo para que ele estivesse mesmo interessado nela e não agindo como mais um mau caráter.

Ela pensava nas mais diversas teorias que Rosalie levantava de que ele poderia mesmo estar gostando dela, pois já tinha tudo o que desejava na empresa e não teria maiores interesses em se aproximar dela por causa do seu pai. Ela estava quase convencida disso e disposta a dar uma chance a Edward, mas tudo foi por água abaixo quando Charlie a chamou em seu escritório em uma tarde de sábado para conversar sobre seu sócio.

— Isabella... – Charlie olhou a filha por cima dos óculos – Tenho notado um certo interesse do meu sócio em você, estou enganado?

Será que estava tão óbvio, que até Charlie, que nunca se importou com nada que dissesse respeito a ela e odiava o sócio, tinha notado o real interesse de Edward nela?

Então Rose não tinha se enganado?

Edward estava sendo sincero com ela?

Ela sentiu seu coração palpitar com esta possibilidade.

Meio atônita com a pergunta do pai, apenas balançou a cabeça negativamente e ele abriu um sorriso.

— Sabia que eu faço muito gosto deste súbito interesse – um sorrisinho brincou em seu rosto - O rapaz, realmente, é um bom partido e além do mais, se você vier a se casar com ele, será ótimo para os nossos negócios.

A súbita felicidade de Bella deu lugar à raiva.

Sim... Tinha que ter algo por trás de tudo.

Se não era Edward a enganá-la, era o seu terrível pai.

— Não se meta em minha vida! Eu nunca vou dar a mínima chance daquele seu sócio idiota e convencido se aproximar de mim! – Bella gritou e saiu da sala batendo o pé, furiosa.

Se Charlie estava feliz com a corte de Edward, boa coisa não era.



Após os acontecimentos da festa, Edward estava seguindo à risca seu plano de ir mais devagar com Isabella, não mais tentando aproximar-se dela e aproveitando as oportunidades que tinha de vê-la, como na vez que se encontraram em um restaurante ou na vez que ele a encontrou no shopping, para demonstrar que não queria importuná-la. 

Edward resolveu pesquisar os hábitos da garota e descobriu que ela sempre almoçava no mesmo restaurante às quartas-feiras e geralmente, passeava pelo shopping que ficava perto da sua faculdade nos intervalos das aulas, prontamente frequentando aqueles lugares a fim de encontrá-la e provar suas melhores intenções.

Algumas semanas depois do último encontro deles, Edward se deparou com Bella sentada na recepção da empresa esperando por Charlie. 

Ela tinha ido à empresa naquela tarde, em companhia de Rosalie, para assinar alguns papéis sobre a sua parte na empresa que Charlie tinha preparado sob o pretexto de fazer algumas modificações acionárias.

Ao vê-la Edward sorriu, tentando não encará-la, mas Bella, pela primeira vez o olhou intensamente e sorriu de volta, formando então, uma estranha eletricidade entre eles e fazendo com que seus olhos ficassem presos um no outro por alguns segundos.

Com medo das suas reações, Bella se virou para a prima, puxando conversa e Edward se aproximou da mesa de Jules, lhe entregando alguns papéis, assim dissipando a estranha corrente formada entre eles.

— Isabella, seu pai a espera. – Jules a anunciou pouco depois e Bella deu um pulo do sofá.

— Me espere aqui Rose. Não devo demorar.

Ao entrar na sala do pai, Bella notou algo diferente acontecendo com ele.

Charlie estava com a cabeça baixa, muito pálido e respirando com dificuldade. 

Ele parecia não estar se sentindo bem.

— O que foi pai? – ela perguntou. – Está sentindo alguma coisa?

— Oi filha... - Charlie a olhou diretamente, se levantando da cadeira para encontrá-la e após dar dois passos em direção a filha, tombou para o lado, caindo diretamente no carpete da sala.

— Pai!

O grito desesperado de Bella ecoou pela sala.


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