The Bet - Nova versão escrita por Anandika


Capítulo 37
A Descoberta




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Depois de remarcarem suas agendas, com Bella pedindo para que Marie copiasse toda a matéria da semana e Edward deixando a secretária de cabelo em pé ao solicitar que adiasse todas as suas reuniões e compromissos dos próximos dias, o casal decidiu ficar por uma semana no rancho para a total e absoluta alegria de Esme. 

Nesses dias, o único compromisso de trabalho que Edward teve foi a conversa com o primo, que prontamente aceitou a proposta feita, tendo que retornar para Nova York apenas para finalizar um projeto e preparar a sua mudança de volta à Inglaterra. De mais, eles aproveitaram o tempo livre para descansar e curtir os dias no campo, decidindo que, já que o plano era ficar cada vez mais tempo na cidade, seria um excelente idéia reformar a antiga casa do rancho e fazer dela um cantinho só deles, com espaço para a família que certamente iriam construir.

Já que tinham se entendido de vez e o casamento não tinha mais prazo de validade, eles faziam muitos planos para o futuro. A nova casa, uma mudança de estilo de vida com Edward voltando às suas raízes e Bella convivendo mais com a sogra. 

Promessas de uma vida juntos e felizes.

Depois dos momentos lindo vividos em Winchester, onde as mais apaixonadas declarações foram feitas por toda a noite, e nos braços um do outro reafirmavam seus sentimentos enquanto se amavam sem limites, era hora do apaixonado casal voltar para Londres e para sua realidade. 

Após se despedirem longamente, entre muitos beijos e planos para um jantar romântico, Edward se preparou para mais um dia atribulado na empresa, enquanto Bella seguiu para casa, suspirando feliz naquela manhã de segunda-feira.

Ela não podia esperar mais dos dias perfeitos que tinha passado com o marido em sua cidade natal.

— Bom dia Berna! – animada, cumprimentou sua adorada governanta, dando-lhe um beijo estalado na bochecha.

— Bom dia Bella, pela animação já sei que os dias com Dona Esme foram ótimo!

— Foram maravilhosos, Berna! – Bella suspirou, abrindo o seu maior sorriso – Foram os melhores dias da minha vida! Winchester tem um clima tão bom que, se eu pudesse, ficava por lá por mais tempo. Uma semana foi muito pouco, mas eu e Edward temos alguns planos… Vamos começar a reforma da antiga casa do rancho para ser um cantinho só nosso - ela continuou a contar as novidades a Berna, que sorriu tão largo quanto a patroa.

— Fico feliz em vê-la tão radiante. Vocês dois merecem toda a felicidade do mundo - a senhora falou - E aproveitando a sua alegria, tem uma surpresa para você no seu escritório.

— Uma surpresa? – os olhos de Bella brilharam – O que Edward aprontou agora?

— Não foi o Seu Edward desta vez... É apenas uma caixa com alguns pertences e fotos suas, que uma senhora muito simpática, que disse ser sua ex-governanta, deixou e me disse que você iria adorar!

— Uma caixa vinda de Consuelo? – Bella fez uma careta desconfiada – Ela nunca mais me procurou e acho que quando me casei peguei tudo o que me interessava na minha antiga casa...

— Ela me disse que são algumas coisas que estavam em sua posse, coisas que ficarm esquecidas durante a mudança e que ela achou melhor devolver para você... – Berna voltou a sorrir - Está lá em cima da sua mesa... Por que você não vai conferir o que ela te mandou enquanto eu oriento as meninas com o preparo do almoço, para depois te ajudar a desfazer as malas?

— Pode ser então... Vou ver o que Consuelo mandou para mim e te encontro no quarto para arrumarmos a bagunça que estão as minhas malas e as de Edward – Bella subiu as escadas depressa.

Apesar de apreensiva, pois não esperava nada de bom vindo daquela mulher terrível, Bella estava muito curiosa em saber quais pertences seus estavam na posse da odiada Consuelo.

Entrando em seu cantinho ela achou uma grande caixa colorida e logo foi remexendo em seu conteúdo, descobrindo álbuns de fotografias, umas bonecas suas, um diário antigo...

Ela sentou-se no chão, espalhando todas as  relíquias ao seu redor, olhando cada objeto com carinho, lendo alguns poemas escritos por sua mãe e deixando com que as suas lembranças de um tempo feliz viessem à tona.

Pela primeira vez, poderia dizer que estava grata por algo feito por Consuelo. Aquelas relíquias tinham lhe deixado um pouco mais feliz e ela até poderia gostar um pouco mais da megera só por causa daqueles presentes.

Continuando sua exploração pela caixa, ela encontrou um grosso envelope e um bilhetinho preso nele e curiosa, leu o conteúdo do papelzinho, onde Consuelo dizia que a sua maior surpresa estava dentro daquele envelope.

Logo Bella puxou um grosso documento do envelope e estagnou ao reconhecer as letras contidas nele.

Eram claramente a letra do seu pai e a assinatura do seu marido.

— O que é isto? – ela murmurou, enquanto lia atentamente cada palavra escrita na bonita caligrafia de Charlie Swan e sentia o mundo rodar.

O documento era uma espécie de acordo firmado entre Edward e seu pai, pouco antes da sua festa de aniversário de vinte e um anos, onde conquistá-la e casar-se com ela era o preço que Edward teria que pagar para ter a presidência da Diamond Mineração.

Edward tinha mesmo um motivo para cortejá-la a partir daquela festa, como ela desconfiou no começo e ele negou.

Ele tinha escondido isso dela... 

Ela até entendia que ele negasse tudo naquela época, quando não significavam nada um para o outro, mas depois… Depois não…

Eles passaram a gostar um do outro… E depois a se amar…

Não era isso?

Não? 

Bella pensou por um instante e  não conteve suas lágrimas ao constatar o inevitável.

Edward era mais um enganador. 

Ele não a amava... 

Para ele, ela não passava da menininha mimada que teve que casar para conquistar tudo o que sonhava e depois iria descartar como quem joga um objeto velho no lixo.

Ele a enganou… A estava enganando por todo esse tempo.

Não tinha sentimentos por ela.

Tomada pela dor de ver a sua vida perfeita desmoronado diante dos seus olhos, Bella levantou-se do chão e pegou um pedaço de papel escrevendo rapidamente algumas palavras para o marido.

Ela não suportaria olhar para Edward naquele momento... 

Não sabendo que ele mentiu para ela.

Não sabendo que ele quebrou a promessa de nunca magoá-la.

Não sabendo que os últimos meses, os melhores da sua vida, tinham sido uma ilusão.

Chorando sem parar, ela desceu as escadas e adentrou o quarto que agora dividia com Edward, deixando o bilhete e sua aliança sobre a cama.

Depois de pegar algumas peças de roupa e sua bolsa, ela rumou para sala, para então sair daquele apartamento o qual ela estava disposta a nunca mais voltar.

— Bella, o que aconteceu? – Berna saiu rapidamente da cozinha, correndo até a patroa, que chorava agarrada na pequena sacola que tinha nos braços.

— Eu tive um problema, Berna... – ela colocou os óculos escuros no rosto – E preciso sair para resolvê-lo...

— Então vou chamar o motorista para acompanhá-la, espere um pouquinho – Berna pegou o telefone na mesinha de centro, mas Bella a impediu de discar.

— Não precisa Berna... Eu vou dirigindo.

— Mas Bella, você está suando frio! – ela pegou as mãos da patroa – Vou ligar para o Sr. Edward para ele vir para casa...

— Não Berna... – Bella falou tentando se acalmar um pouco e não preocupar a sua querida governanta – Foi algo pequeno e eu vou ligar para Rose me acompanhar. – ela fingiu um sorriso – Não se preocupe e nem preocupe Edward... Está tudo bem.

— Tem certeza? – falou desconfiada, analisando o rosto da jovem à sua frente – Tem certeza que você pode sair sozinha?

— Tenho sim Berna...  Fique tranquila... No final da tarde estarei de volta, te prometo.

— Então está certo, mas qualquer problema não hesite em me ligar ou ligar para o seu marido… Que te ama muito – a governanta resolveu não interferir nos problemas da patroa -  Não esqueça que, além de empregados, você tem amigos nesta casa, Bella.

Ao ouvir as palavras de Berna, os olhos de Bella voltaram a encher-se de lágrimas e sem querer voltar a chorar na frente da governanta, ela apenas acenou e saiu em disparada para a garagem.

Berna estava enganada quanto aos sentimentos do seu patrão por ela. 

Edward não a amava! Ele apenas estava a usando para conseguir o que sempre quis: A presidência da sua empresa!

Pegou seu carro e com a cabeça funcionando velozmente rumou para um dos seus locais preferidos quando precisava pensar, apenas parando em frente a um pequeno hotel na região de Kensington.

— Rose, eu preciso falar com você urgente... - ela ligou para a sua prima e melhor amiga, pois tinha certeza que somente Rosalie poderia lhe ajudar e dizer as palavras certas naquele momento.

— O que foi que aconteceu Bella? Que voz chorosa é esta? - Rose, que tinha acabado de sair para tomar um café, se alarmou com a ligação da prima.

Ela esteve com Bella a menos de duas horas atrás, quando elas tinham vindo de Winchester, com Edward, Emmett e Heydi no helicóptero da empresa e tudo parecia muito bem com ela.

Na manhã de sábado, Rosalie retornou juntamente com Emmett para mais um final de semana do rancho, pois estavam se conhecendo melhor e nunca tinha visto Bella tão bem como naqueles dias. Ela esteve bastante feliz e sorridente ao lado do marido, trocando segredinhos ao pé de ouvido e muitos carinhos como era esperado de um casal apaixonado como eles.

— Problemas com Edward... Eu descobri uma coisa horrível Rose! – Bella segurou o choro - Edward me enganou! Eu preciso conversar com você... Preciso que você venha me ver...

Rose se sentiu um pouco tonta com o pensamento que lhe atingiu: 

Bella tinha descoberto o acordo feito entre Charlie e Edward e que ela tinha total ciência?

Alguém tinha dito a ela? Ela tinha encontrado alguma pista sobre isto?

Céus!  Ela devia ter dito a Edward que sabia de tudo e assim o ajudado a contar a Bella. 

— Onde você está Bella?— a moça perguntou afetada — Onde você está minha prima?

— Estou naquele hotel em Kensington que eu vinha toda vez que queria ficar sozinha... Venha logo Rose...

— Já estou indo te encontrar!— a loira falou urgentemente e após pedir uma autorização especial no trabalho dizendo que tinha que ajudar a prima, ela seguiu para o tão conhecido hotel.



Edward estava apenas terminando a primeira reunião do dia e mal podia esperar pela noite, quando encontraria a sua esposa e com ela passaria mais momentos mágicos e marcantes. 

Os dias anteriores  ainda estavam bem vivos em sua memória e ele se sentia exultante por ter dito a sua Bella como ela o fazia sentir feliz, o quanto ele a amava, sendo retribuído com a mesma intensidade.

Como ele a amava… 

E foi com este pensamento feliz que ele atendeu ao seu celular no primeiro toque, ouvindo a voz aflita da sua governanta Berna.

— Edward, eu acho melhor você vir para casa urgente!— Bernadete praticamente gritou quando o patrão a atendeu.

— O que aconteceu, Berna? – ele perguntou espantado, pois em todos estes anos que ela trabalhava na sua casa, nunca ela tinha interrompido o seu trabalho.

— A Bella... — ignorando o pedido da garota, a senhora achou melhor alertar ao patrão sobre seu comportamento - Ela está esquisita... Estava chorando e saiu sozinha, dirigindo...

— Bella estava chorando? – ele estava confuso -  Porque?

— Não sei direito, Edward...  – o tom de Berna estava ainda mais aflito - Ela não quis me contar e eu estou com um pressentimento tão ruim... Acho melhor você vir aqui...

— Já estou indo Berna! 

Surpreso com a informação de que a sua esposa não estava bem, Edward não hesitou em tomar a sua decisão, chamando sua secretária à sua sala.

— Jules, desmarque todas as reuniões do dia e avise aos acionistas que eu provavelmente não volto hoje para a empresa e também não quero ser incomodado... – ele falou seguro – Bella não está bem e eu vou cuidar dela.

Impressionada com o tom firme do patrão e por esta ser a primeira vez que ele abandonava as suas importantes reuniões para resolver problemas pessoais, Jules apenas assentiu e boquiaberta observou Edward andar a passos largos e firmes até desaparecer pelo corredor.

Edward Cullen estava mesmo mudado, ela pensou enquanto tentava reorganizar a agenda do chefe.

Ainda no trajeto da empresa até a sua casa, Edward tentou falar com Bella algumas vezes, mas o celular dela estava desligado. Ele ligou para a casa de Elizabeth Hale e a única coisa que ela soube informar foi que Rosalie tinha ligado para ela a fim de avisar que iria encontrar com Bella e que não sabia que horas chegaria em casa. Com esta informação, ele tentou contato com a prima da sua esposa, também sem sucesso. Com a cabeça em turbilhões, ainda pensou em algumas possibilidades para o que poderia ter acontecido e que tivesse feito Bella chorar, assim como Rosalie ir ao seu encontro, mas não achou nada plausível.

Sentindo seu coração bater cada vez mais rápido, ele adentrou seu apartamento poucos minutos depois.

— Cadê a minha mulher, Berna? – ele mal cumprimentou sua prestativa governanta – Me explica o que aconteceu com Bella!

— Não sei ,Edward... – Berna o olhou preocupada - Ela chegou com o maior sorriso que eu já tinha visto e estava muito feliz e falante, então eu a avisei que ela tinha recebido uma encomenda vinda da sua ex-governanta, ela subiu para o escritório dela e depois de um tempo desceu chorando... Eu perguntei a ela o que tinha acontecido e ela me disse que teve um pequeno problema e que voltava no final da tarde, mas eu estou seriamente desconfiada que ela esteja escondendo algo de ruim... A Bella estava pálida como um fantasma quando saiu!

— Antes dela sair ela estava na salinha dela? – Edward perguntou, um pensamento se formando na sua cabeça.

— Sim,estava... E tem várias coisas dela espalhadas pelo chão... 

— Vou ver se descubro alguma coisa!

Edward disparou pelas escadas do seu apartamento, logo chegando ao terceiro andar e adentrando a salinha que ele tinha construído para a esposa.

Havia uma caixa no meio da sala e ao seu redor estavam espalhadas algumas fotografias, uns livros e umas cartas escritas à mão.

Ainda mais confuso por não ter encontrado nada que pudesse ter deixado Bella no estado de nervos que Bernadete tinha descrito, ele desceu até seu quarto e seus olhos imediatamente param em um pedaço de  papel e na aliança de casamento da sua esposa dispostos no meio da sua cama.

Tremendo em antecipação, ele pegou o bilhete e o abriu de uma só vez.

Edward,

Descobri toda a verdade.

Tudo o que aconteceu entre nós não passou de um acordo comercial apenas.

Havia mais do que o testamento do meu pai e você me negou essa informação.

Eu confiei verdadeiramente em você e achei que não era tudo por dinheiro...

Saiba que não sou um objeto que pode ser comprado e que eu prefiro ficar sem nada a me sujeitar a humilhação de me sentir usada...

Você prometeu não me magoar e foi exatamente isto o que você fez... Achei que com você seria diferente e me enganei mais uma vez.

Não me procure mais, eu não quero te ver.

Para mim acabou!

Isabella.

Ele fechou o bilhete e pegou a delicada aliança da esposa entre os dedos, sentindo uma vontade incontrolável de chorar.

Ele foi descoberto…

Exatamente como temia, ele foi descoberto!

Por conta da sua covardia, do seu medo de enfrentar a verdade, Bella tinha descoberto o único segredo que ainda existia entre eles.

Ela tinha descoberto a única coisa que poderia acabar com a sua felicidade.

O infeliz acordo e a indecorosa aposta que ele tinha feito com Charlie Swan.

A antiga governanta da casa dos Swan, a mulher que tinha lhe afirmado algumas vezes não gostar, tinha descoberto o seu segredo e o tinha exposto para a sua Bella.

— Eu estou perdido! – ele sussurrou e derrotado, abaixou a cabeça entre as mãos.

Se ele queria a sua Bella de volta, teria que pensar rápido em uma maneira de desfazer toda aquela confusão.



A poucos quilômetros do apartamento que dividia com o marido e assim que Rose entrou no quarto de hotel onde estava, Bella se permitiu extravasar toda a sua raiva e dor, voltando a chorar, enquanto sentia os braços da prima que tanto gostava e confiava a amparar.

— Bella, o que foi que aconteceu? – a loirinha perguntou, acariciando os cabelos longos da prima – Me conte tudo... Eu estou aqui para te ajudar.

— Veja Rose... Veja o que eu sou na vida de Edward... – ela estendeu o envelope que tinha levado consigo – Eu sou um simples acordo, uma transação comercial, uma troca!

— O que é isto? – Rose o pegou, retirando de dentro um documento. 

— Isto? Isto é um acordo que Edward fez com meu pai! - falou com raiva - Se ele me conquistasse, meu pai daria a presidência da empresa a ele... Ele me enganou Rose!

— Onde você achou isto? – Rose estava incrédula com a descoberta da prima – Quem te deu este documento?

— Consuelo mandou para mim! – Bella falou o nome com desdém - Aquela megera entregou a Berna uma caixa cheia de coisas minhas e junto me mandou este documento e um bilhetinho debochado... E, por mais que eu queira, não tem como negar que esta letra é de meu pai e a assinatura de Edward... Eu fui uma moeda de troca! - as lágrimas corriam sem parar pelo rosto alvo de Bella - Uma mera mercadoria!

— Calma Bella... Deixe que eu leia este papel com calma – Rose puxou a prima até o sofá e se sentou ao lado dela.

Enquanto lia o acordo cuidadosamente, a sua realidade naquela situação a atingiu em cheio.

Ela era, mais uma vez, participante ativa na infelicidade da prima.

Ela tinha colaborado mais uma vez para a desilusão de Bella.

Ela devia ter tomado mais cuidados…

 - Talvez o Tio Charlie tivesse seus motivos para fazer isto... E talvez aquele testamento também tenha um propósito maior do que imaginamos – ela murmurou perdida nas lembranças de uma tarde que havia vivido a quase um ano atrás. - Você já pensou nisto, Bella? Você já pensou que, talvez, o tio Charlie não quisesse te punir com o casamento? Que ele soubesse que você e o Edward se dariam tão bem?

— Agora já não adianta mais tentar entender meu pai e suas razões para tantas atrocidades contra mim. Já não faz diferença, não muda nada, então não quero falar sobre ele... – Bella fungou alto, mal percebendo o que a prima estava lhe dizendo - O problema agora é Edward! Ele mentiu para mim! Agora tenho certeza de que ele sabia de toda a trama do testamento que eu estava convencida ter sido apenas obra de meu pai e de Bill Moore... Tenho certeza que a única inocente nesta história de casamento forçado fui eu. – ela abaixou a cabeça.

Se sentindo bastante culpada em, assim como Edward, ter enganado a prima, Rose tentou amenizar a situação.

— Bella... Não posso defender o Edward, pois ele foi muito errado em não ter te contado sobre o que tinha combinando com o seu pai... Não tiro a culpa dele neste acordo feito, mas eu acho que ele foi tão vítima quanto você daquele testamento... Tenho certeza que ele não sabia das verdadeiras condições. Acho que o Edward não seria capaz de uma coisa destas... Se não houvesse o testamento, ele nunca seguiria em frente com o que está descrito nesse papel… Ele nunca venderia a felicidade de vocês – falou suave, tentando transmitir verdade em cada palavra dita.

— Ele me enganou Rose! Ele traiu minha confiança!  – fungou, passando um lencinho sob os olhos - Eu perguntei a ele se tinha algo escondido por trás daquelas investidas dele no meu aniversário e durante a doença do meu pai e ele afirmou que não... Ele não foi sincero comigo... 

— Eu sei Bellinha que as intenções dele ao aceitar esta aposta com seu pai não foram as mais nobres, mas acho que você podia dar uma chance para ele se explicar, te contar por que ele assinou este acordo, por mais que eu acredite que ele não levaria isso à diante… Deixe que ele te fale por que não te contou sobre isto antes... Leve em conta como as coisas mudaram entre vocês desde o casamento... No começo era claro que ele não te amava, mas agora tenho certeza absoluta que esta situação mudou... Edward hoje te ama e não é pouco!

— Como ele pode me amar Rose?  - Bella olhou para a prima com um olhar que era o misto de fúria e decepção – Como uma pessoa que aceitou uma barbaridade destas pode me amar? Uma pessoa que faz um acordo para me conquistar e assim arruinar a minha vida, só por causa de mais poder em uma empresa pode me amar? – ela balançou a cabeça -  Não Rose, o Edward não pode me amar!

Bella sentia que estava quase enlouquecendo com aquilo tudo, por que nada fazia sentido!

Como ela pôde ser tão boba? Como pôde se enganar tanto?

— Bella, eu volto a te dizer que Edward pode não ter sido correto no início, mas as coisas mudaram... Vocês mudaram, os sentimentos mudaram... – Rose pegou as mãos trêmulas e geladas entre as suas - Minha prima, não esqueça de tudo o que ele vem fazendo por você, como ele é carinhoso, paciente, como ele está te fazendo bem... Ele te ama, Bella! Edward realmente te ama... Se ele pudesse, te dava o mundo! Isto é notavel! Ele te olha com admiração, com devoção! Dê um voto de confiança a ele, por favor...

— Mais do que eu já dei? Eu confiei inteiramente nele, Rose... Eu confiei em Edward como nunca confiei em ninguém! Eu me abri com ele, eu me entreguei a ele e ele me traiu! – falou em um tom mais alto – Você bem sabe como é difícil para mim confiar nas pessoas... Eu entreguei a minha vida para ele e o que eu ganhei em troca? Eu fui enganada mais uma vez!

— Eu sei como é difícil, Bellinha, mas você tem que lutar contra os fantasmas da sua vida... Você não pode viver aterrorizada pelo seu passado. Tem que superar isso e enfrentar seus problemas sem compará-los aos que você já viveu... O Edward não é igual ao James Summer… Ele nunca seria daquela maneira. Tente entender os motivos dele, antes de qualquer coisa.

Rose ainda sussurrava as palavras como um mantra, quando o seu celular começou a tocar.

— É o Edward, mais uma vez.... – ela anunciou, olhando o nome que piscava no visor - Ele já tinha me ligado algumas vezes enquanto eu vinha para cá...

— Não atenda Rose... Não diga àquele traidor onde eu estou.

— Bella, ele deve estar morrendo de preocupação... – Rose tentou convencer a prima – Apenas...

Irada, Bella não deixou que Rose completasse a sua frase, puxando o aparelho das mãos dela.

— Deixe que ele ache o que ele quiser! Que fiquei do jeito  que ele quiser! – desligou o aparelho - Eu não quero mais saber de Edward Cullen, eu não quero vê-lo na minha frente! Eu o odeio!

— Bella, por favor, deixe apenas que eu diga a ele que você está comigo e que está bem... Ele nem deve estar sabendo o que está acontecendo.

— Não Rosalie! – sentindo como se ela fosse explodir, Bella pulou do sofá, e deslizando até o chão voltou a chorar - Eu não quero que Edward saiba de mim! Eu quero que ele sofra! Eu não quero mais amar aquele imbecíl mentiroso e manipulador!

Bella chorava porque a cada minuto que passava, em vez de odiar, ela amava Edward Cullen ainda mais. 

Ela não deveria sentir isto, mas sente... Em seu peito só devia ter ódio! Em seus pensamentos apenas um desejo de vingança, mas apesar de tudo, ama o traidor do seu marido com todas as suas forças. 

Ele fez bem para ela…

Fez com que ela se sentisse feliz como nunca tinha sido.

Fez a sua vida mudar... Trouxe uma esperança nunca sentida.

Fizeram planos justos!

Mas foi tudo um jogo, um acordo... Uma grande ilusão.

Bella se encolheu ainda mais no canto e soluçou alto.

Ela não queria mais amar Edward!

Ela não queria!

Ao ver o estado da prima, Rose se ajoelhou ao seu lado, pois nem nos momentos de maior dor Bella tinha reagido dessa maneira tão descontrolada.

— Será que o meu tormento não vai terminar nunca? - gritou perdendo definitivamente o controle - Será que eu nunca vou ter paz na minha vida?  Por que eu não posso ser feliz?-  soluçou - Por que sempre tem algo para acabar com a minha felicidade? Por que?

— Calma Bellinha... Mantenha a calma... – Rose sussurrou em um tom maternal, pegando a prima no colo e a embalando como um bebê, enquanto fazia sua mente trabalhar – Se mantenha sã e pensando racionalmente... Você vai superar isso tudo minha prima, eu te prometo...


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Notas finais do capítulo

Eita que a Bella descobriu tudo!
Agora a super equipe de familiares vão ter se se juntar para acalmar a fera rsrsrs



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