Amor Perfeito XV - Versão Kevin escrita por Lola


Capítulo 18
Segredo Revelado


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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Arthur Narrando

Sexta feira. Sai mais cedo do trabalho e me arrumei para ir ver Alice. Precisava dar a ela a atenção que faltou nos últimos dias devido ao meu irmão. Assim que cheguei fui recebido por meu sogro que parecia preocupado com alguma coisa.

— Quer conversar Vinicius? – sempre fomos tão amigos então achei que podia ser oportuno a proposta.

— Ah... Filhos. Eles tiram nossa paz ao mesmo tempo que nos alegram.

— Alguma coisa com Alice?

— Eu me preocupo com o futuro dela. Mas é Murilo dessa vez... E para ajudar, aquele moleque do Kevin está me deixando profundamente irritado depois que se juntou ao seu meio irmão Nicolas e entrou os dois para a luta... Eles não seguem regras. – essa era a grande reviravolta que eu jamais imaginei que aconteceria. Desde que Nicolas entendeu que Murilo nunca terá nada com ele, decidiu estar ao lado de Kevin.

— Meu irmão já causou dor demais aos outros, agora ele quer sentir dor para ver se diminui sua angustia emocional.

— Com brutalidade física intensa? Discordo desse método.

— Eu também. Com certeza. Mas é a forma que ele encontrou de superar o luto e a traição.

— Você nunca desiste dele né? – nos olhamos.

— Eu não vou.

— Não estou pedindo para desistir. Precisa que ela também não desista. Sabemos da influencia que vocês dois tem em relação a ele.

— E isso só vai acontecer com ele ao lado dela.

— Sim. Reaproxime os dois. Mesmo com tudo isso eu gosto daquele garoto. Ele é teimoso, prepotente, mandão... E quase sempre consegue o que quer. Apesar disso eu o acho incrível.

— Ele precisa de uma mudança de coração e mente. – dei uma risada. – No fundo ele é bom. Bem lá no fundo.

— Oi amor. – Alice surgiu me fazendo sorrir. – Estava ansiosa para que chegasse. – a peguei pela cintura e selei nossos lábios.

— Vamos? – iria leva-la para jantar em um restaurante muito especial. Começaria hoje a comemorar o seu aniversário.

Alice estava linda. Eu nunca deixaria de admira-la, mesmo que se passem anos e anos ao seu lado. A vela no centro da mesa estava com as chamas em movimento, igual ao seu longo vestido. E isso se devia a altura do restaurante e toda ventania que ali circulava.

— Já disse que você está radiante? – ela sorriu com um pouco de timidez.

— Umas três vezes, se contei certo. – o olhar dela mudou para desinteresse e o sorriso sumiu, o que me deixou bastante preocupado.

— Alice?! – a chamei com cuidado.

— Está tudo bem. – desde a última vez que ela consultou e o médico afirmou categoricamente que se não existisse nenhum acontecimento fatal ela não perderia suas emoções eu fiquei tranquilo. Mas talvez ele estivesse errado.

 - Isso tudo com o meu irmão está te estressando, não é?

— Não. É só que... Aquilo que ele disse ficou em minha cabeça...

— É isso o que ele faz. Encontra a fraqueza da pessoa e a explora! Acha mesmo que eu vivo uma vida entediante ao seu lado? – dei uma leve risada. – Nenhuma outra garota corre o risco de deixar de me amar a qualquer momento... É... Emocionante, eu diria.

— Uma loucura né? – baixou os olhos.

— Você não poder ter mais emoções foi o que nos uniu no passado e me fez te amar tanto. Não é algo tão ruim, é a sua característica marcante e adorável.

— Só você para dizer isso. – sua voz saiu como uma facada. Não era um elogio.

— Meu amor não faz assim. – pedi com esperança de que ela me ouvisse.

— Desculpa. É que odeio ser assim e você sabe disso.

— Esquece isso. Você não vai mais ter nenhum rompimento emocional. Temos que acreditar nisso.

Nossa comida chegou e ela pareceu realmente esquecer a conversa. Notei que ela continuava um pouco incomodada.

— E se você... – a interrompi de forma carinhosa.

— Podemos ficar juntos. Podemos envelhecer juntos. Não precisa ser assim. Não vou fazer nada.

— Como sabia o que eu iria te perguntar? – abriu os olhos em espanto.

— Eu conheço você Alice, como ninguém. E se essa é sua dúvida, se algum dia irei te deixar, a resposta é não.

Agora sim ela se mostrou satisfeita e eu pude admirar o seu sorriso enquanto compartilhávamos uma sobremesa deliciosa que podia ter sido tranquilamente feita por Murilo.

A noite foi perfeita e acabou da melhor maneira possível, com nossos celulares desligados e nossa conexão ainda mais intensa. Porém, no outro dia logo cedo tive de encarar meu principal problema: Kevin.

— Se não tem motivos para ser uma pessoa melhor, pelo menos não seja pior. Por Murilo. Pense na decepção dele depois de tudo que já fez por você. De toda a mudança. – usar nosso primo para convence-lo era a melhor artimanha que encontrei para ele não faz besteira. E felizmente deu certo.

— Não se preocupa. Eu quero recomeçar.

— Quando você diz que tá recomeçando diz que quer Murilo de volta? – perguntei diretamente sem rodeios. Ele me olhou com insatisfação. E a resposta não veio. Pelo menos eu o convenci a ficar com todos na casa da vó Isa.

A ideia não deu muito certo. As piadinhas de Alê o irritou e ele partiu pra cima do garoto, arrebentando o coitado.

— Olhe no fundo na sua alma e me diga o que vê. – Alexandre cuspiu as palavras após se recuperar.

— Ih então ferrou porque ele não tem alma. – Ryan respondeu rindo. Murilo sorriu, o que claramente irritou Kevin mais ainda.

— Você machuca fisicamente quem te provoca, mas Alice e Murilo são intocáveis né?

— Só queria entender porque mesmo ele fazendo tanta intriga e traindo nossa confiança a gente o deixa estar aqui.

Foi então que vi uma reação inesperada. Kevin estava envergonhado, talvez até arrependido. E nem se preocupou em disfarçar.

— Posso falar com vocês dois a sós? – pediu olhando Alice e Murilo. Todos se assustaram.

— Vou junto. – falei de imediato. Não era bom a ideia dele perder a calma com Alice.

— Seu amor exacerbado é nojento. – resmungou em uma careta engraçada.

— Bom... – respirou fundo quando estávamos no corredor. Seus olhos passavam da minha namorada para o irmão dela. – Eu falhei com vocês dois.

— Isso é um pedido de perdão? Porque não está muito claro. – Alice quase esbravejou. – Não me leve a mal Kevin, eu te amo. O outro você, sua versão boa.

— É um pedido sim. E Murilo... Você é a melhor influência sobre mim, preciso de você, sem isso só me sobra muita escuridão.

— Vem em um lugar comigo. – meu irmão pareceu hesitar, mas acabou saindo com Murilo.

— Acha que eles vão ficar bem? – olhei Alice.

— Se tem alguém que controla Kevin é Murilo. Vão sim. – beijei seus lábios e fiz com que seu medo fosse embora.

Kevin Narrando

Quando vi estávamos no abrigo, de novo. Eu o olhei tentando entender aquilo. E ele apenas deu uma risadinha junto dos nossos passos para dentro daquela enorme cúpula.

— Você ainda me ama mesmo? – soltei a pergunta sem querer.

— O que você acha? – nos olhamos.

— Você está aqui. Nesse lugar. - ele se deitou na cama e eu o acompanhei.

— Sim. Estou. - senti o seu carinho em meu rosto.

— Disse para não encostar em mim da outra vez, não disse?

— Sempre tive o controle. – afirmou com arrogância.

— Murilo... - falei com dificuldade. Ele chegou mais perto e encostou nossos narizes me fazendo arrepiar.

— Quero você. – seu hálito já estava perto demais o bastante para me deixar descontrolado.

— Eu também te quero. – eu me afastei. – Eu te quero demais Murilo Montez, mas não vou andar na areia movediça que é você. Não vou colocar meu coração nisso de novo.

— Justo. – ele se virou e ficou encarando a cama de cima. Esperou que eu relaxasse um pouco. – É uma pena eu ser tão desobediente. – Falou vindo para cima de mim e me beijando. Eu cedi. Fácil demais. E o beijo virou... Uma noite que não podia ser chamada de outra coisa que não de amor.

— O portão está destrancado. Alguém podia ter entrado. - falou enquanto o olhava.

— Uma das coisas que quero fazer antes de morrer é sexo explícito.

— Palhaço. – me mordeu. - Senti falta desse humor sarcástico.

— Não senti falta de quase nada há não ser você por inteiro.

— Meu diabo romântico.

— Playboy sensível. – me olhou e sorriu. - Espera aí... Seu?

— Sou eu quem devo te pedir em namoro agora ne?

— Murilo... - eu tentei me afastar.

— Olha... Perdão. Primeiro eu fiz para te salvar. Depois eu fiquei tentado com a ideia de ter outra vida, longe disso tudo. Eu tinha medo também sabia? Por mais que eu me aceitasse, você era o primeiro cara que eu me envolvi e não tinha tempo de pensar a respeito com o seu pai em cima da gente.

— Agora você tá cheio de experiência. Liga para o cara que seu amigo insinuou e fala que não vai mais ficar com ele.

— Não posso. – o encarei.

— Por que?

— Só não posso.

— Por que?

— Ele namora. Não ligo para ele.

— Que? Que lindo Murilo.

— Eu sei. É horrível. E esse é o motivo de Adam o odiar. Não é ciúme.

— Achei que ele te amava. O Adam. Depois vi que era paranoia minha.

— Não. Não ama. Ama sim, mas como melhor amigo. E futuro sócio.

— Você já planejou sua vida lá. – comentei um pouco frustrado. - Nunca daria certo.

— Se a gente ficar junto eu mudo os planos.

— Tá falando sério? – estudei seu olhar. Nada dizia que era brincadeira.

— Estou. Não seria a primeira vez Kevin.

— E o Adam?

— Ele achara outro sócio.

— Você é incrível. Incrível demais pra mim.

— Eu disse SE. Ainda não estamos juntos.

— Primeiro vamos ter um primeiro encontro que nunca tivemos. Aceita?

— Claro. – ele me beijou vagarosamente.

— Transamos em uma cama. Acho que evoluímos.

— Imaginei que esse quarto estava cheio, foi mais ... Emocionante.

— Você é um doente.

— Você é a minha cura. - Ele me puxou e me abraçou. - Nunca quis te perder. Perdoe o que ele fez com a gente. Não por ele. Por você.

— Arthur te contaminou.

— A morte faz isso com a gente. – ficamos um tempo em silêncio contemplando a presença um do outro. – Hoje foi uma das melhores noites da minha vida. Mas aquela noite na ponte... Foi tipo aquele dia aqui que nem nos encostamos direito. Foi surpreendente.

— Eu quero de novo. – deitou em cima de mim.

— A gente não pode...

—  A gente pode. Quantas vezes a gente quiser.

Fizemos amor a noite toda. Inúmeras vezes. Não sei quantas, perdi a conta depois da segunda. Amanheceu e ele me acordou preocupado. Não tinha água lá. Ótimo.

— Vem comigo. Não pode chegar em casa assim, estamos cheirando a sexo.

— Estou destruído. Por que exageramos tanto? – reclamou se levantando.

— Isso é o que acontece quando se passa dois anos longe um do outro.

— Tenho que deixar o carro do meu pai em casa.

— Pede o Arthur pra vir buscar.

— Tá. - mandou a mensagem e deu sorte dele já estar acordado. - Ele vai vir andando Kevin?

— Alguém vem com ele no carro dele. Nossa vocês são lentos. Daqui a pouco peço a um funcionário do hotel e com menos de cinco minutos ele chega aqui.

— Hum... Poderoso. - fomos andando até a saída. - Kevin.

— Sim.

— Eu não terei muito problema com isso, mas você não tem receio do preconceito? Principalmente lá.

— Por que não terá problema?

— Tem alguns chefs gays. Quase nenhum empresário.

— Sou discreto. Não incomodo a ninguém com minha escolha então acho que ninguém vai se incomodar.

— Quero ver sua discrição quando eu colocar uma aliança grossa nesse seu dedo.

— Grossa quanto? – me olhou e riu.

— Mais.

— Vai ser impossível fechar a mão.

— Não me importo nem um pouco. - o carro de Arthur se aproximou e ele e Alice desceram. - Meu namorado não é lindo? - perguntou apertando a minha bochecha.

— Nossa. Havia esquecido como era o sorriso dele. - Arthur falou e o olhou. - Obrigado Murilo. - ele me abraçou forte. Fiquei sem reação. Ele separou e nos olhou. - Vocês transaram a noite toda ne? – Murilo deu um sorrisão. - Nojentos. Ainda bem que não encostei em sua mão.

— Minha boca estava bem ao lado da sua bochecha e se eu te contar...

— AAA, chega. - ele fez sinal para Alice pegar o carro dele e beijou a boca dela.

— Confia seu carro a ela?

— Confio minha vida a ela. Tchau pombinhos.

— O que eu digo pra mãe?

— A verdade. Que estou com Kevin. E fala para o Adam que eu chegarei rápido.

Fomos para o apartamento que eu havia alugado após o fatídico dia que tentei mais uma vez incendiar a minha casa. Entrei e notei os olhos curiosos de Murilo. Com certeza não era nada que ele imaginava.

— É um aluguel temporário. Vou comprar um lugar, mas antes preciso vender minha casa.

— O que te impede? Apego?

— Não. Minha mãe.

— Ela não quer vender? Mora lá? Ou ela ainda viaja?

— Ela... - respirei fundo. Aquilo ainda doía tanto em mim. - Ela mora em outro país com um cara que ela tinha um caso há anos. – vi a surpresa de Murilo e evitei olha-lo. – Foi por isso que quase queimei minha casa aquele dia. Foi quando descobri.

— Foi embora assim que seu pai morreu? - fiz sinal positivo enquanto me despia. - Que tipo de mãe deixa o filho sozinho assim?

— Ela nunca me deu carinho de verdade. Não seria a primeira vez. - ele chegou perto de mim e selou nossos lábios.

— Você tem quem te dê carinho agora.

— Não sei se posso confiar em alguém de novo Murilo.

— Sou diferente e você sabe disso. Vamos. Banho. Agora.

— Eu que mando.

— Estou com fome. Não quero ficar chato. Eu com fome sou chato.

— Ela ao menos se justificou pra você? - ele questionou já embaixo da ducha.

— Disse coisas como eu ser auto suficiente e não precisar dela. Eu sei me virar. E até que me sai bem.

— Estou orgulhoso.

— Eu te amo. - ficamos nos olhando. Ele hesitou. Franzi a testa sem entender. Murilo era uma eterna roda gigante.

— Quero tomar café da manhã no hotel. Pode ser?

— Claro. - não podia ficar chateado e estragar tudo. Mas fiquei inseguro. Sabia que ele me amava. Eu sabia disso.

— Você ficou calado assim porque não respondi ao seu te amo ne? - ele perguntou quando já estávamos no carro.

— Sim, mas eu não quero falar disso... Tá tudo bem.

— Eu te amo. Mas eu não amo o cara que perdoou o Caleb. Não consigo.

— Não tem esse caso da minha mãe? - ele me olhou sem entender. - Ele sabia. Podia ter me contato para me jogar contra ela. A coisa mais digna que ele fez além de mim e dos meus irmãos, foi guardar isso, mesmo magoado e traído. Ele... Não escolheu ser assim. Ele era um psicopata. Ele tinha sérios problemas. Mas ás vezes, bem ás vezes, ele conseguia ser um bom pai.

— Ele te torturava Kevin. Nada, nada, nada mesmo vai me fazer perdoar isso.

— Murilo... Quando você se foi ele me torturou porque eu quis. Eu o fiz cometer esse ato. Porque eu queria sofrer mais que sofria por você, pela gente. Antes ele havia feito pouquíssimas vezes. Não transforme isso em um terror absurdo que não era. - ele ficou calado.

Cheguei ao hotel e nada dele falar alguma coisa. Sentamos para comer e eu o olhei.

— Vou te contar uma coisa... Pode desestruturar sua família. É algo que acabaria com sua irmã. E é algo que meu pai sabia. E nunca usou. Ele sempre disse que era a carta na manga dele, mas era só papo. Ele não tinha coragem. Isso mostra que ele tinha compaixão.

— O que é?

— Promete que não vai pirar?

— Se você sabe disso seja o que for desde que começamos a nos envolver e nunca me contou eu vou pirar sim, mas é com você.

— Não podia. Aliás. Não posso. Só estou tentando amenizar a imagem do meu pai.

— Conta.

— Sabe a doença da sua irmã? Os especialistas disseram ao seus pais que iriam reverter.

— Havia chance.

— É o que eles contam. O que talvez a médica possa ter dito a ela. Mas a doença era totalmente revertida.

— O que quer dizer?

— Ela iria ficar bem com o tempo. Como ela ficou... Mas esse tempo demorou mais de quinze anos que poderia nem ter existido se apenas seus pais tivessem feito uma cirurgia neurológica.

— O que? Lógico que eles fariam.

— Não. Não fariam. Não fizeram. Porque havia um risco de 10% de chance dela não resistir. - ele ficou sério e pensativo. – Era só dez por cento contra noventa e um tempo incerto de reversão. Como acha que Alice iria receber essa informação?

— Ela não pode saber. Odiaria os dois.

— Exatamente. Pontos para Caleb.

— Eles foram egoístas demais. Deveriam ter arriscado. Mas mesmo se optaram por não arriscar, ela merecia saber disso desde nova... Eles a enganaram.

— Não tenha raiva dos seus pais. Não é isso que quero.

— Você não pode me contar uma coisa grave dessas e escolher como devo me sentir ou reagir.

— Murilo. Se acalma.

— Vou pra casa. – ele se levantou. - Hoje pela primeira vez depois de me apaixonar por você eu te senti sendo mais ele que você mesmo. - ele saiu me deixando sozinho. Depois eu o vi voltar rapidamente. - Ah, ele é muito bom no que ele faz. Mesmo depois de morto ele vai conseguir continuar nos separando. - não fui atrás dele. Iríamos fazer uma cena em meu local de trabalho e eu não iria permitir isso.

Trabalhei o dia todo. Até a noite. Parei um pouco e fiquei olhando as luzes da cidade pelo vidro da janela.

— Olá. - ouvi a voz que me fez estremecer. Assim que me virei encarei Vinicius. - Estou atrapalhando?

— Não. - respondi receoso. Sabia porque ele estava ali. Ele entrou e notei um roxo em seu rosto. - Murilo me bateu. - ele falou ao notar meu olhar. Depois se sentou e ficou me olhando. - Ele chegou nervoso na academia mais cedo... Ninguém o tirava de cima de mim. Custei conseguir entender o motivo.

— Desculpa Vinícius. Só queria fazê-lo enxergar que meu pai poderia ter usado isso e não usou.

— Você é ingênuo? Sinto informar, mas isso não fez diferença alguma na imagem do seu pai. Ou devo ser maldoso como ele e pensar que você queria na verdade mostra-lo que posso ser tão ruim quanto Caleb?

— Isso é impossível. Sabemos o quanto você é infinitamente melhor que ele.

— O que você fez foi terrível Kevin. Poderia ter machucado meu filho feio. Minha sorte que consegui me deixar ser machucado.

— Murilo é um inconsequente... Ele não tinha que te bater.

— Ele está com ódio de mim. Ele concluiu que a ideia foi toda minha. Anulou a participação da mãe.

— Como eu posso ajudar? Ele já contou a Alice?

— Claro. - ele respirou fundo. - Olha, vim aqui dizer uma coisa... Eu demorei muito para aceitar Arthur e Alice. Não quero passar o mesmo com você e ele. Ele é agressivo. Sempre foi. Não quero ele se relacionando contigo. Ele tem muito ódio do seu pai e pode projetar isso em você, querendo ou não. Vocês podem se machucar a ponto de ocorrer até um crime passional. Se o ama mesmo deixe-o. - fiquei encarando minhas mãos. - Vive tudo que tem para viver com ele agora. No último dia acabe com isso.

— Ele vai me odiar irreparavelmente.

— É essa a intenção.

— Você está sendo cruel. Agora sim lembra até meu pai.

— A causa é justa. É por um bem maior. Ou apenas seja gentil. Mas não fique com ele. Não preciso repetir os motivos. - ele se levantou.

— Ok. - assim que saiu senti vontade de quebrar algo. Mas não ia adiantar nada.

O pior é que hoje era dia de aula de luta e eu não estava nem um pouco afim de ir. Nicolas passou em meu apartamento me esperando para irmos.

— Soube de você e Murilo. Me diz que contou ao seu irmão que te perdoou por todas as atrocidades que você já cometeu que você pretende enganar o priminho dele.

— Eu não estou enganando ninguém.

— Escuta de alguém que é igual a você, ninguém muda de tal maneira, nem mesmo sob a influência do Murilo. Olha que eu também o amo.

— Maldita hora que resolvi me juntar a você.

— E a irmãzinha dele? Já fez as pazes com ela? – seu tom de voz era carregado de ameaça.

— Eu vou te culpar pelo resto da vida se algo acontecer a Alice e é bem capaz de eu te ferir de uma forma que você nunca esqueça. – quase bati nele e ficamos nos encarando por muito tempo. Tempo o suficiente para ele ficar com medo de mim e desistir de qualquer ideia doentia.


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Notas finais do capítulo

até semana que vem ♥



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