The Boy Who Loves My Daughter escrita por Lady Anna


Capítulo 2
The Boy Who Refused Two Invitations


Notas iniciais do capítulo

Olá, olá e olá! Cá estamos com o segundo capítulo da fic, que pode estar levemente dramático haha
Bem, primeiro queria agradecer a todos que estão acompanhando e tiraram um tempinho para ler e a todos que comentaram, vocês fizeram meus dias mais felizes, sério!
Agora, vamos falar sobre esse capítulo! Ele é muito importante pro futuro da relação do Scorp e do Ron, além de ter alguns detalhezinhos importantes (fiquem atentos!!)
Espero que gostem e nos vemos nas notas finais! Beijoos



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Ron franziu o cenho ao olhar mais uma vez para a carta aberta em cima de sua escrivaninha pessoal, no escritório que dividia com Hermione em casa. Estava a cerca de meia hora olhando fixamente para o papel que dizia: “Malfoy, espero que consigamos conversar enquanto jogamos uma partida de xadrez e acertar algumas questões entre nós. Atenciosamente, R. Weasley”, o qual fora enviado por ele juntamente com um pequeno convite dourado para o mais exclusivo clube de xadrez trouxa. E fora devolvido, intocado.

 Naquele momento, ele não sabia ao certo qual sentimento sentia por Scorpius Malfoy, mais conhecido como seu ex-futuro genro. Como ele podia recusar o convite que ele atenciosamente mandara? Esperava que Draco soubesse pelo menos educar o filho, ensinar-lhe que não era cortês recusar um convite daquela forma. Já passara da fase da negação – não, ele não recusou realmente; deve haver algum engano! – e da raiva – se Scorpius não queria se encontrar com ele, então Ronald não faria nenhum esforço para entrar em contato! – e agora se encontrava na fase da indagação – por que o Malfoy não quisera se encontrar com ele? Seria tão ruim assim?

Talvez ele estivesse um pouco amargurado e com o orgulho ferido, pensou. Entretanto, como não se sentiria assim? O Malfoy não fazia ideia do quão difícil fora conseguir aquele convite, o qual ele prometera dar a Harry. Então, quando Ronald consegue o tão sonhado cartãozinho dourado e resolve enviá-lo a Scorpius como forma de tentar se aproximar é ignorado totalmente. De novo. Na verdade, não deveria se surpreender com isso, afinal já acontecia há anos. Realmente, ele estava amargurado e com o orgulho ferido.

Se levantando, Ronald pegou o bilhete e o amaçou, mas não conseguiu jogá-lo na lixeira. Não queria que alguém encontrasse aquilo ali e ele tivesse que se explicar, o que o fez pegar a varinha e observar enquanto uma pequena chama saia de sua ponta, queimando completamente o papel. Quanto ao cartão dourado, ele apenas o colocou no fundo da última gaveta da escrivaninha e o deixou ali. Não o daria a Harry, ainda não. Se Scorpius Malfoy pensava que aquela recusa seria o suficiente para fazê-lo desistir, ele estava muito enganado! Porque se tinha uma coisa que Rose Weasley herdara de Ronald foi a força de vontade e ele faria aquele garoto mimado perceber isso.

***

Ron abotoou o casaco enquanto descia as escadas, verificando o horário no relógio da sala. Praguejou baixo quando percebeu que estava cerca de 15 minutos atrasado e que Lee Jordan, agora chefe do Departamento de Aurores, provavelmente ameaçaria jogá-lo em um banheiro com um trasgo montanhês. Fez uma careta, mais pelo humor peculiar do chefe do que pela lembrança de tanto anos atrás, a qual agora já era engraçada. Mas na época? Totalmente assustador. Ainda não sabia como ele, Harry e Hermione haviam sobrevivido durante aqueles anos, por mais genial que sua adorável esposa fosse. Tinha sorte de que nem Rose nem Hugo haviam herdado tal propensão para atividades que poderiam resultar em morte ou ferimentos muito graves.

Lembrando-se de sua filha, Ronald olhou na direção do sofá, onde Lily Luna e Rose assistiam a um filme trouxa naquele aparelho retangular que ele sempre esquecia o nome, com um grande pote de sorvete entre elas. Aquela cena se tornara frequente desde que o Malfoy e ela haviam brigado, cerca de um mês antes. Ron não estava nada satisfeito em ver sua filhinha sofrer – e saber que, mesmo indiretamente, isso era sua culpa – porém até aquele momento estava de braços atados. Tentara conversar com Scorpius antes que ele fosse para o curso de aurores na Suécia, entretanto teve seu convite negado, o que dificultara um pouco seu trabalho de convencê-lo a ficar em Londres. O que o levava até aquela bendita reunião que tinha com o Jordan hoje, para a qual estava atrasado.

Pegando o pó de flu e se posicionado perto da lareira, Ron voltou-se para as garotas.

—A Hermione já foi para o ministério? – Ele sabia que a esposa já havia saído, afinal os horários dela não mudavam há anos, de modo que Ron os tinha decorado. Entretanto, precisava de algo para iniciar uma conversa e não conseguiu encontrar nada melhor que isso.

— Hurum. – Foi a única resposta afirmativa que recebeu da filha, a qual parecia mais distante dele desde a fatídica tarde com o Malfoy. Podia ser só sua impressão, mas, provavelmente, ela o culpava pelo fim do relacionamento, porém ele não tinha coragem o suficiente para perguntar e assumir que sabia da relação. Belíssimo grifinório, pensou.

— Vocês vão sair hoje?

— Não, nós não estamos no clima. – Respondeu Rose, se afundando mais em meio as cobertas.

— Isso mesmo, é bem melhor ficar em casa vendo uma comédia romântica protagonizada pelo Noah Centineo. – Lily fez uma careta, desviando sua atenção para Ronald.

Às vezes a sobrinha o olhava assim, como se soubesse que ele estava tentando salvar o relacionamento da filha com o Malfoy, o que era provavelmente verdade, já que ela sabia que o patrono que chegara à casa dos Potter’s avisando sobre Rose era dele. Entretanto, mais uma vez não tinha coragem de perguntar. Estava se tornando mais covarde do que gostaria, percebeu.

— Divirtam-se. – Desejou, antes de jogar o pó de Flu em seus pés.

Como sempre, o Ministério da Magia estava cheio de bruxos ocupados, correndo de um lado para o outro com pastas e pergaminhos importantes. Ronald olhou rapidamente no enorme relógio no saguão e percebeu que já estava 25 minutos atrasado, o que o fez correr até a sala de Jordan, não se importando em cumprimentar outros bruxos no caminho. Ao chegar à sala do chefe do Departamento de Aurores, percebe que este já o esperava com a porta entreaberta.

— Jordan. – Cumprimentou, sentando-se na cadeira a frente da grande mesa de mogno.

— Weasley. Já ouviu falar que relógio que atrasa não adianta?

— Eu só me atrasei um pouco.

— Eu diria que meia hora é mais do que um pouco, mas não importa. Vamos logo aos assuntos que você quer tratar comigo porque depois tenho uma reunião com Savage. – Diante da careta de Ronald, Jordan abriu um sorriso sarcástico, o que o fez parecer muito com aquele adolescente que atuara na Armada de Dumbledore tantos anos atrás. – E você participará da reunião, Weasley, já que tão convenientemente está aqui.

          Savage, o antigo chefe dos aurores, era o terror de qualquer um naquele departamento. Tecnicamente, o homem já se aposentara há três anos, mas não havia um dia em que não fosse ao ministério. Rabugento e arrogante, o velho Savage insistia em dar ordens aos aurores e ameaçava demiti-los se lhes desobedecesse, o que só era resolvido quando Jordan tirava algumas horas de seu dia para conversar com ele. Ron às vezes pensava que isso tinha a ver com solidão e se apiedava de Savage, mas esse sentimento logo sumia quando ele aparecia no curso de aurores gritando sobre como Ronald deveria ensinar a nova geração e o porquê de estar fazendo tudo errado.

— Então...

Jordan deixou a palavra no ar, se recostando a cadeira calmamente. No início, fora estranho pensar naquele garoto da época de Hogwarts como o novo chefe do Departamento de Aurores, mas agora Ronald entendia por que ele fora a segunda escolha. Obviamente, Harry foi o primeiro cotado para assumir a vaga, porém ele havia negado, alegando que queria se dedicar mais à família e não assumir novas responsabilidades. Então, o cargo fora ofertado a Jordan, talvez por possuir a calma e a esperteza que aquele cargo requeria.

— Você viu os relatórios sobre os novos recrutas? Parece que o ensino em Hogwarts decaiu de qualidade desde a aposentadoria de McGonagall.

Jordan fez uma careta, pegando dois pergaminhos a sua direita. Ele entregou um dos documentos a Ronald.

— Suas avaliações estão um pouco melhores do que as de Harry.                                                                                                                                             

Ron e Harry eram os responsáveis por ministrar o curso de aurores, e pegando as avaliações do amigo percebeu que sua turma realmente se sobressaia a do amigo. Desde que Minerva McGonagall havia se aposentado um ano antes, Hogwarts não passava por sua melhor fase, mesmo com a competente direção de Neville. Pelo que o Weasley sabia, muitos professores não respeitavam a autoridade do Longbottom, ainda o enxergando como o aluno tímido e um tanto medroso ou, na melhor das hipóteses, o sonhador professor de Herbologia. Isso fazia com que a instituição entrasse em uma difícil crise interna, a qual Ronald tinha certeza que Neville driblaria, mas esperava que ele fizesse isso logo.

— O que pretende fazer, Jordan?

— Não tenho ideia. – Ele deu de ombros, não perdendo a calma estampada em sua feição. – Não podemos simplesmente começar o primeiro módulo com os alunos dessa forma. Se fizermos isso o número de desistências e ferimentos graves vão aumentar muito. Por Merlin, com essa preparação que receberam alguns deles podem até mesmo morrer, porra!

Ronald se surpreendeu ao ouvir Jordan praguejar, afinal não era algo que ele fazia com frequência. Talvez não estivesse tão calmo assim como deixava transparecer.

— Eu tenho uma ideia e preciso da sua aprovação. É um tanto quanto complicada, porém pode ser nossa melhor opção. – Ronald tirou os pergaminhos cuidadosamente embrulhados de dentro do bolso interno da capa e os abriu sobre a mesa. – Precisamos tomar medidas em curto prazo, obviamente. Para início de conversa, esses novos recrutas mal conseguem duelar por cinco minutos sem serem estupourados ou conjurar um patrono descente. Pensei em algo como um clube de ensino, no qual eles aprenderiam essas coisas que não são ensinadas no curso de aurores e que teoricamente eles já deveriam saber. Assim, os próprios alunos auxiliariam uns aos outros enquanto eu e Harry adiantamos a parte teórica do curso.

— Parece uma boa estratégia e funcionaria se algum dos alunos tivesse conhecimento o suficiente para ensinar aos outros.

— É aqui que entra a segunda parte do plano. – Ron pegou outro pergaminho e o abriu. – Esses são os nomes de vinte alunos londrinos que fazem o curso de aurores em outros países e se destacaram por lá. A maioria não faz o curso aqui porque não conseguiram passar no NIEM’s, que você sabe tanto quanto eu que é uma forma falha e praticamente ineficaz de avaliação. – Jordan não precisava saber que o único daquela lista que havia passado no NIEM’s e decidido de livre e espontânea vontade fazer o curso em outro país fora o Malfoy. – Podemos convidá-los a fazer o curso aqui, como se fosse uma transferência. Assim, teríamos os alunos com conhecimento o suficiente para ensinar o básico aos outros.

— Podemos fazer isso?

Ron franziu o cenho, assim como Lee.

— Legalmente? Não sei, mas é seu trabalho descobrir isso. – Jordan sorriu diante da resposta do Weasley.

— E por que esses alunos aceitariam fazer o curso aqui? Já que as turmas londrinas estão, tecnicamente, atrasadas em relação às outras.

— Porque eles queriam e ainda querem fazer o curso aqui, somente foram para os outros países por não ter oportunidade. Porém, se eles pudessem escolher entre fazer em algum país distante ou em Londres, perto de suas famílias e amigos, creio que a maioria optaria por voltar.

Pelo menos era isso que Ronald esperava que o Malfoy fizesse. Aquele plano todo não fora somente para tentar trazê-lo de volta a Londres – o Departamento de Aurores realmente precisava de alunos mais preparados – mas o Weasley se sentiu especialmente inteligente ao conseguir juntar o útil ao agradável: melhoraria o desempenho dos alunos e traria Scorpius de volta. O fato de ter que conviver com ele e com sua irritante mania de ignorá-lo não conseguia ofuscar o brilhantismo do plano.

— Bem, eu vou avaliar e entrar em contato com os outros departamentos de aurores para ver se isso é possível. – Jordan cruzou as mãos sobre a mesa. – Obrigado, Ronald. É um bom plano.

— Não precisa agradecer, Lee.

— Deveríamos assistir a uma partida de quadribol qualquer dia desses. Ainda torce pelo desastre quadribolístico, mais conhecido como Chudley Cannons? Aposto vinte galeões que vocês perderão o próximo jogo contra nós.

— As Harpias não estão tão bem assim para você apostar vinte galeões. – Retrucou, mesmo sabendo que elas estão sim e que provavelmente ganhariam de lavada de novo.

— Então assistiremos ao próximo jogo juntos. – Decretou Jordan. – E não se esqueça de levar meus galeões.

— Eu não aposto em quadribol, Lee. Não é algo inteligente. – Na realidade, não era algo inteligente se torcendo pelo Chudley Cannons, mas Ronald não admitiria isso nunca. Ele empurrou a cadeira para trás, se levantando. – Te vejo não segunda-feira, Jordan. Bom final de semana!

Jordan começou a protestar, porém foi interrompido pelo Savage que entrava na sala naquele exato momento, como se conjurado.

— Nem pense nisso, Weasley! Você está especialmente convidado para minha reunião com o Jordan, afinal vamos discutir a incompetência das novas turmas. Onde está o Potter? – Antes que algum deles pudesse responder, Savage continuou: – Não importa, de todo jeito já consegui marcar uma reunião com ele para semana que vem. Ele tem me evitado há meses, mas finalmente consegui deixá-lo sem desculpas para me encontrar.

Ele abriu um sorriso vitorioso e olhou em volta, procurando uma cadeira para se sentar. Quando não encontrou nenhuma, cutucou em Ron enxotando-o da cadeira.

— Seja um bom jovem e fique de pé para que os mais velhos se sentem.

— Eu não sou mais tão jovem assim. – Resmungou Ronald, se levantando.

— Tem razão. Aliás, você está muito mais calvo desde a última vez que o vi. – Ronald sabia disso, os fios ruivos em sua nuca estavam cada vez mais escassos. – Fiquei sabendo que existem produtos trouxas para isso. Por que você não usa?

— O senhor também está com os cabelos mais brancos desde a última vez que o vi. – Disse, ignorando propositalmente a pergunta.

— Impossível, meus cabelos estão no mesmo tom que estavam há cinco anos. Agora me diga, você já está precisando usar aquela coisa trouxa, como é o nome mesmo? Que ajuda a espada a subir, se é que me entende.

Jordan explodiu em gargalhadas enquanto Ron soltava um gemido baixo. Estava em uma sala com Savage em uma sexta-feira a tarde e, por Morgana!, o homem queria saber se ele...as coisas que estava tendo que aturar por causa do Malfoy estavam indo longe demais!

***

Ronald sentia-se vitorioso e confiante. Seu projeto havia sido aprovado e, com algumas concessões, os alunos poderiam vir para o curso de aurores de Londres. Na semana passada eles haviam recebido uma carta assinada especialmente por Lee Jordan os convidando a comparecer naquela primeira aula, que aconteceria em alguns minutos, para se decidirem se queriam vir ou não. Era a oportunidade de Ron e Harry os conhecerem e vice-versa, além de ajudar os alunos a se enturmarem. Ele esperava que conseguissem fazer alguns duelos descentes hoje e talvez até conjurar alguns patronos.

Com a animação correndo por suas veias, Ron entrou na sala encontrando vários rostos o encarando. Os novos alunos não usavam a roupa típica de treino, nas cores pretas e cinza, o que o ajudava a diferenciá-los dos seus já alunos e dos de Harry. Como ainda não sabiam se os novos alunos realmente iriam querer se juntar a eles, a divisão deles nas turmas não fora feita e Ron aproveitou para sugerir que juntassem as turmas naquela primeira experiência. Gostava da sala cheia e era muito mais divertido dar aula junto com Harry. Passeando os olhos pelos novos rostos, percebeu que já conhecia muitos deles por serem colegas de Rose na época de Hogwarts. Ron sentiu um frio descer por sua espinha quando não encontrou o rosto frio e inexpressivo do Malfoy entre eles, o que o fez se aproximar de Harry e perguntar:

— Todos os alunos convidados já chegaram?

— Todos os que aceitaram a proposta, sim. – Harry tirou um papel do bolso interno do sobretudo e o estendeu a Ron. – O Malfoy foi o único que prontamente recusou o convite. Ele até mesmo mandou uma carta.

Ronald sentiu sua barriga se contorcer ao ver o brasão dos Malfoy naquela correspondência. Já vira aquele símbolo muitas vezes, mas de alguma forma ele pareceu ainda mais imponente agora. A cada palavra cuidadosa e calculada que lia na caligrafia irritantemente perfeita do Malfoy sentia sua raiva aumentar ainda mais. Garoto mimado, sua mente gritava.

Felizmente, aquela primeira aula correu bem. Os jovens rapidamente se enturmaram e ficou evidente que conseguiriam desenvolver o clube de estudos proposto com maestria. Alguns novos feitiços e truques haviam sido ensinados e até mesmo conseguiram organizar pequenas batalhas que, incrivelmente, duravam mais de dez minutos. Entretanto, Ronald não conseguiu aproveitar nada disso, seus pensamentos estavam em um jovem loiro que deveria estar naquela sala. O Malfoy aprenderia que não deveria ter negado o segundo convite dele, isso era prepotência demais até mesmo para Scorpius.

Assim que a aula acabou, Ron atendeu os alunos que ainda tinham alguma dúvida com o máximo de concentração que conseguiu reunir. Quando todos já haviam ido, se despediu rapidamente de Harry e foi em passos longos até a sala de Jordan, entrando após dar uma breve batida na porta. Lee levantou a cabeça de um pergaminho que lia e arqueou a sobrancelha.

— Preciso usar sua Rede de Flú, é urgente.

— Eu até perguntaria o porquê disso, mas pela sua expressão é algo que eu não quero saber ou não gostaria de saber. Sendo assim, – Jordan se levantou, vestindo o casaco. – oportunamente eu estou saindo para comprar um café agora e você pode ocasionalmente usar a rede sem que eu veja. Só não arrume problemas porque eu teria que, provavelmente, te demitir.

Jordan saiu da sala, sem perder aquela calma impressionante que carregava. As únicas ocasiões que Ron o vira sem aquela calma fora em jogos de quadribol, nos quais o calmo Lee se tornava alguém quase irreconhecível. Pegando uma porção maior do que o necessário de pó de Flú, Ronald foi até a lareira e rapidamente disse para onde queria ir, sentindo a breve fisgada no umbigo em seguida. Ele não esperou a tontura passar para sair da lareira principal do Ministério da Magia Sueco, apenas andou em passos apressados e errantes até a sala do chefe dos aurores, onde exigiu, o mais educadamente possível, falar com Scorpius Malfoy, garantindo que era uma questão de vida ou morte. Não mentira no fim das contas, afinal sentia que era bem provável que matasse o Malfoy até o fim daquela conversa.

***

— Quem você pensa que é? – Gritou Ronald assim que Scorpius entrou na sala que haviam reservado para eles conversarem.

Quase tinha certeza que o Malfoy o havia feito esperar de propósito ­– já estava ali há uma hora e meia! – o que apenas aumentou sua raiva.

— Na última vez que eu olhei em um documento meu, eu era Scorpius Malfoy. – Respondeu Scorpius, calmamente.

— Você é um idiota, isso sim. – Disparou Ron. – Sabe o quanto Rose está sofrendo por sua causa esses dias?

A postura relaxada do Malfoy sumiu e preocupação inundou seus olhos.

— Ele está bem?

— Você deveria ir a Londres ver por si mesmo. – Sugeriu Ron, inspirando para se acalmar.

Malfoy crispou os lábios, não respondendo nada. Ignorando Ronald como já fizera por tantos anos. Com o rosto novamente quente de raiva, Ron exigiu:

— Por que não aceitou o convite do departamento de aurores de Londres?

— Não te interessa.

— Ah, interessa, sim. A partir do momento em que sou um dos instrutores daquele curso...

— O senhor acha que eu seria idiota o suficiente para aceitar ir para um curso no qual você dá aula depois de estar indo tão bem aqui? – Interrompeu Scorpius, finalmente abandonando a máscara de frieza e indiferença. – Não quero ter meu futuro ferrado por um velho amargurado, obrigado.

— Você é um idiota arrogante se pensa que eu faria todo um projeto com vinte alunos apenas para ferrar com o seu futuro. Eu não me importo tanto assim com você, Malfoy.

— Então, por que está aqui? – Ele levantou uma sobrancelha em uma expressão perfeitamente debochada. – Ou vai me dizer que fez um escândalo no curso de todos os estudantes até eles aceitarem a proposta?

Ronald ficou calado por alguns segundos, sem resposta. Aquilo estava patético, ele fizera o máximo que podia e não havia mais nada que pudesse fazer.

—Não, eu não fiz isso. – Respondeu, por fim. – Até porque você foi o único idiota o suficiente para negar ter aulas com um dos bruxos mais poderosos de todos os tempos.

— Não é um pouco arrogante falar assim de si próprio?

— Eu não estava falando de mim, estava falando de Harry Potter.

Ronald deu sua última cartada e saiu da sala. Pelo que ele vira, o Malfoy não aceitaria ter aulas com ele e a única ­chance de fazê-lo aceitar aquilo era garantir que não seria seu professor. Esperava que isso o fizesse aceitar porque, honestamente, não tinha mais nenhuma ideia do que fazer. Sem dizer mais nenhuma palavra, o Weasley saiu, deixando Scorpius com os próprios pensamentos e com algumas certezas abaladas.


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Notas finais do capítulo

Eu surtei escrevendo isso hahaha amei o resultado e espero que vocês também tenham gostado.
O que vocês acham? Estão sentindo o que pelo Ron? Dó? Raiva? Coitado, nada dá certo pra ele HAHAHA
E como estamos em relação ao Scorpius? Ele vai aceitar? Está sendo mimado ou tem razão?
Pra quem sentiu falta de uma interação entre eles mais profunda (além da treta do final haha) pode ficar tranquile que teremos mais disso no próximo capítulo. Além de Scorose porque eles não podem ficar esquecidos no churrasco, não é?
Enfim, comentem para eu saber o que estão achando e me sigam no twitter para ver meus surtos aleatórios @Anna_ladie
Beijoos



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