Spotlight escrita por Fe Damin


Capítulo 9
Capítulo 09


Notas iniciais do capítulo

Hello, meu povo!
Capítulo fresquinho para vocês aproveitarem esse final de semana de friozinho gostoso (a não ser que você more em um local onde está quente no momento, daí desconsidere a frase anterior e curta o capítulo no calor mesmo kkk).
Os amantes de Hinny se preparem!
Espero que gostem :)



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Quem aí tem boas apostas para o babado forte que será anunciado em breve? Prevejo muita  felicidade nas nossas noites. Fiquem ligados nos próximos capítulos dessa novela. #AnsiedadeDefine #SonhosSeRealizam 

Rita Skeeter - via Twitter

 

Ginny ficou satisfeita de como as coisas aconteceram no domingo. Claro que não era nada definitivo, mas só de conseguir distrair o irmão por algum tempo, já considerava uma vitória. Ela preferiu guardar para si o fato de que achou uma graça ver Ron junto com Hermione e a filha. Conhecia as implicâncias daqueles dois há muito tempo pra achar que nunca tinha havido nada um pouco mais interessante ali.

Não seria ela a jogar isso na cara do irmão e muito menos na de Hermione. Eles que se entendessem sozinhos. Agora eram duas pessoas desimpedidas, ela apenas torceria pelo melhor pra eles.

Assim que chegou de pegar Rose na escola e a ajudou a fazer os deveres de casa, a ruiva se lembrou mais uma vez da chave que ainda não devolvera ao padrinho da menina. Num impulso, ela puxou o celular do bolso e procurou o número que nunca achou que usaria.

“Eu e a Rose vamos ver seu filme favorito agora”

Ela apertou o botão de enviar e em segundos já se sentia arrependida, vários nós se apertaram em seu estômago.

—Que foi, tia Gin? - Rose a olhava desconfiada enquanto colocava o filme escolhido na tv.

—Nada… o que acha de eu fazer pipoca? 

—Quero! Mas você vai perder o começo do filme… não eu espero.

—Não precisa, Rose, as músicas melhores vem depois, já volto - Ginny se dirigiu a cozinha e foi a procura do estoque de pipoca para microondas. Era algo seguro o suficiente para que ela pudesse se sentir confiante em fazer.

O cheiro de pipoca já invadia o ambiente quando a garota sentiu o bolso detrás da calça tremer, denunciando a chegada de uma mensagem.

“Meu filme favorito? Não sabia que a Rose estava interessada em Senhor dos Anéis”

Ginny tinha que admitir que ele tinha um senso de humor gostoso, além de outras coisas aparentemente gostosas também. Ela sabia que ele devia estar atolado com o trabalho pelo horário, porém colocou a pipoca pronta em um balde decorado com estampas da Minnie, sentou ao lado de Rose e respondeu.

“Então é esse anel que tem no seu chaveiro! Mas você errou, seu filme favorito é a pequena sereia, não decepcione sua afilhada”

Ginny tirou uma foto de Rose com a cara praticamente vidrada na televisão e a mão afundada no pote de pipoca e enviou para Harry logo em seguida.

“Não acredito que você não tinha reconhecido meu chaveiro antes! Que absurdo! E tudo bem, para o bem da Rose eu prefiro a Ariel kkk”

A mensagem dele surgiu tão rápido que Ginny deixou escapar um sorrisinho, antes que ela pudesse responder, ele havia mandado outra.

“Aliás, quando vou reaver essa chave?”

A ruiva não resistiu a tentação de provocar um pouco.

“Sua chave está sequestrada, melhor pagar o resgate ou ela sofrerá as consequências!”

“Oh, não! Minha chave é nova e legal demais pra morrer! Eu pago!”

Ginny cerrou os dentes para não rir e acabar chamando a atenção de Rose que estava concentrada em uma das músicas do filme.

“Bom saber que você dá valor à sua pequena chave, ela agradece… mas agora falando sério, posso ir devolver amanhã?”

A ruiva sabia que o jeito mais fácil era apenas entregar o item a Hermione que passaria a Harry no trabalho. Porém, fora ela que pegara emprestado, sentia que tinha que ser a pessoa a devolver.

“Não precisa vir me devolver, eu posso ir buscar, tenho a manhã livre”

Já era a segunda vez que ele se oferecia para ir até ela pegar a chave. Ginny reconhecia interesse quando o via, não deixaria o rapaz decepcionado.

“Tudo bem então, de manhã eu estou na faculdade, mas tenho uma aula livre amanhã das 10 as 11h… que tal?”

Harry gostou da ideia e acabaram marcando de se encontrar na lanchonete da faculdade no dia seguinte. Assim que  o rapaz se despediu dizendo que estava sendo chamado para começar os ensaios do jornal, Ginny travou o celular e ficou alguns segundos olhando para a tela vazia. Ela tinha marcado um encontro com Harry Potter, mais conhecido como o padrinho de sua pupila e o melhor amigo de sua empregadora?

—Tia Ginny, você está estranha - Rose a olhava com os olhos apertados.

—Tem nada de estranho aqui, mocinha! - ela passou a mão pelos cabelos da menina.

—Você nem cantou as músicas comigo hoje.

—É que eu tava resolvendo umas coisas da faculdade, coisa chata de adulto - ela não estava exatamente mentindo, a menina pareceu aceitar a explicação.

—É por isso que eu vou ser criança por todo o tempo que der, ser adulto parece muito chato.

—Quer saber, você tem toda razão, continue pequena pelo tempo que der!

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Ginny não estaria em seu momento mais honesto se dissesse que não prestou um pouco mais de atenção quando foi se preparar para ir à faculdade na manhã seguinte. Não que encontrar com Harry fosse fazê-la passar horas se arrumando, mas que mal fazia antecipar se seria um momento agradável?

As primeiras aulas do dia eram de uma disciplina que a ruiva gostava muito, então os olhos verdes que veria mais tarde foram completamente esquecidos. Assim que a professora os dispensou, ela puxou o celular da bolsa onde guardara seu material e constatou que havia várias mensagens de um Harry que parecia bem perdido.

Ela riu da confusão do garoto que não estava conseguindo achar o local onde combinaram de se encontrar e decidiu ligar diretamente ao invés de tentar explicar por mensagens.

—Oi, Ginny! Desculpa pelas mensagens, eu sei que você estava ocupada… - Harry respondeu parecendo sem graça.

—Sem problemas, já conseguiu se achar? Estou indo para a lanchonete agora.

—Quem me dera, acho que andei em círculos.

Ginny não se conteve e acabou rindo da falta de senso dele.

—Está rindo do meu sofrimento, senhorita Weasley? - o tom debochado aumentou ainda mais a vontade da ruiva de rir.

—Jamais, senhor Potter, vou inclusive ao seu resgate, onde você está?

Harry tentou ao máximo dar indicações do que tinha por perto do local onde se encontrava e Ginny mordeu a língua para não cair em outro acesso de risadas, de tão longe que ele estava.

—Tudo bem, não se mova, eu chego aí em alguns instantes.

A ruiva serpenteou por entre os alunos que apinhavam os corredores, indo de uma aula a outra. Os anos passados por ali concederam a capacidade de nem precisar pensar para saber onde estava indo. Passou distraída por um dos pátios e entrou no prédio onde achava que seu visitante tinha se perdido. 

Avistou Harry de longe, ele tinha as costas escoradas na parede e tentava ao máximo parecer ter controle da situação, falhando miseravelmente pela quantidade de vezes em que o viu passando a mão pelos cabelos.

—Para estar um pouco perdido você teria que ter se saído um pouco melhor, veio parar do lado oposto - Ginny chamou a atenção do rapaz que não percebeu sua aproximação.

—Não é culpa minha se isso aqui parece um labirinto de corredores iguais - ele deu de ombros, porém a ruiva viu um sorriso bem humorado surgindo em seus lábios.

—Quanto a isso você tem razão.

—E alguém pode não ter dado indicações tão boas assim - Harry zombou, mantendo um sorriso no canto da boca.

—A sua razão acabou de ir embora - a ruiva torceu o nariz, ameaçando voltar de onde veio.

—Brincadeira, brincadeira - ele a impediu, levando as mãos aos seus ombros e Ginny não pode deixar de notar o toque firme em sua pele.

—Tudo bem, deixa eu achar a sua chave então - ela puxou a bolsa das costas para pescar o objeto que Harry tinha vindo buscar.

—Não vou nem conhecer a lanchonete? E eu estava tão animado para o passeio…

Ginny não saberia dizer se o garoto estava falando sério ou não, mas entendia quando alguém demonstrava interesse e não era a primeira vez que aquele par de olhos verdes arrumava uma desculpa para ficar mais tempo em sua companhia.

—Vou te ensinar o caminho, quem sabe da próxima vez não se perde - Ginny nem percebeu a implicação de suas palavras, mas Harry foi mais rápido.

—Próxima vez? - ele arqueou a sobrancelha, juntamente com um sorriso convencido e fez a ruiva precisar imediatamente cortar o contato visual.

Qual foi a última vez que alguém a tinha deixado sem graça?

—Vai que você está por perto e fica com fome, vem - sem mais delongas, ela foi caminhando na frente, esperando que ele a seguisse. Não se sentia à vontade no momento para encará-lo.

Seguiram até o destino em silêncio, a ruiva não parava de pensar que podia ter subestimado Harry Potter e seu sorriso atraente. Conseguiram uma mesa sem problemas, pois a lanchonete estava vazia, a maioria dos alunos ainda estava em aula.

—Você estava certa, eu realmente errei feio - ele coçou a cabeça, voltando a parecer encabulado.

—Acontece muito - ela puxou o menu que já conhecia de cor, sem nem saber porquê.

—Eu errar?

—Não, eu estar certa - sentido-se novamente com sua confiança de sempre, Ginny levantou os olhos para lançar a sua versão de sorriso convencido. Dois podiam jogar aquele jogo.

—Vou manter isso em mente.

—Muito obrigada pelo empréstimo - Ginny puxou a chave de dentro da bolsa e estendeu a mão para que o dono a pegasse.

Não daria atenção aos dedos dele que roçaram os seus, nem ao arrepio que subiu por seu braço. Isso era coisa de adolescentes impressionáveis, nem conhecia o cara direito!

—Sem problemas! - ele guardou a chave no bolso - vai querer alguma coisa? - Harry indicou o cardápio que continuava pousado na frente de Ginny.

—Tenho mais uma aula daqui a pouco, depois já vou almoçar, melhor não estragar meu apetite como diria a minha mãe.

—Deixa eu pelo menos te oferecer um suco pelos serviços de GPS prestados.

—Não precisa, Harry, você já veio aqui me fazer um favor por causa de outro favor que me fez, eu que estou em dívida - ela balançou as mãos, negando a oferta.

—Vai me deixar tomando um suco sozinho? - foi naquele momento que Ginny descobriu que aquele par de esmeraldas conseguiam ser muito convincentes.

—Tá bom, você venceu! Laranja - ela revirou os olhos, mas no fundo estava achando aquilo divertido. Harry era uma pessoa de companhia agradável, não era difícil querer continuar ao seu lado.

—Certo, o meu vai ser de maçã.

—Eu não pediria esse se fosse você… 

—Ruim? - a ruiva assentiu então Harry voltou os olhos ao cardápio para escolher outro - Limonada?

—Eu diria que é uma aposta mais segura.

Ginny chamou a atendente que já conhecia há anos e fez o pedido. Não demorou muito para que os dois copos fossem colocados na mesa. A ruiva tomou um gole com gosto de seu suco, doce e refrescante como gostava, já Harry não tinha uma cara tão feliz.

—Quando você falou que a limonada era uma aposta, quis dizer que eu podia perder?

—Com toda certeza! - ela riu, ainda mais quando a decepção no rosto de Harry ficou mais evidente. 

—Definitivamente joguei errado…

—Meus pêsames - ela deu uma batidinha de leve em seu ombro - mas nem deve estar tão ruim assim, vai..

—Veja por você mesma - ele levou o copo na direção dela que acabou por se inclinar para puxar o canudinho.

Antes de perceber o sabor do suco, Ginny sentiu o cheiro do perfume do garoto, sua cabeça estava perto o bastante do corpo dele para que fosse impossível ignorar. Estava distraída quando a acidez do líquido a pegou de surpresa, fazendo-a engasgar.

—Opa, você está bem? Não pretendia sua morte com o suco - Harry puxou o copo para longe.

—Não… est...estou bem - ela conseguiu dizer ao tentar recuperar o fôlego - ao contrário desse suco.

—Então dessa vez eu que estava certo - ele estava tão orgulhoso de si mesmo que Ginny começou a rir, o que não foi uma boa ideia para quem ainda estava se recuperando de um engasgo.

—Não me faz rir, Harry! - ela deu um tapa de leve nele.

—Desculpe - o moreno levantou as mãos em sinal de paz - tá melhor?

—Sim, já estou respirando direito - ela apoiou a mão no peito que doía ligeiramente pela tosse.

—Toma um pouco do seu suco pra melhorar - ele indicou o copo com a cabeça, e ela seguiu o conselho - pelo menos alguém sai feliz com o pedido.

—Coitado de você… mas eu sou legal, pode tomar um pouco do meu - ela empurrou o copo para ele - vou te contar um segredo, mas você não pode contar pra mais ninguém.

Ele concordou com a cabeça e se aproximou para ouvir o que ela queria dizer baixinho.

—O único suco delicioso daqui é o de laranja - a boca dela estava próxima ao ouvido de Harry.

—O que? Devia ter me dito - Harry em sua indignação se virou para olhar para a ruiva, fazendo com que seus rostos se encarassem a poucos centímetros de distância.

Ginny sentia a respiração de Harry se misturando à sua. Seus olhos foram instintivamente se fixar nos lábios do moreno e ela não conseguiu negar que existia vontade de saber como eles seriam de encontro aos seus. Mas ao mesmo tempo que o desejo se apresentou, a razão deu o ar da graça.

Aquele cara não era qualquer um! Era o melhor amigo da sua chefe, padrinho da sua pupila e colega de trabalho do seu irmão! Se fosse outra pessoa sentada ali, ela teria enroscado os dedos nos fios escuros e terminado com a distância, mas não era.

—É melhor eu ir.. minha aula já vai começar - aquilo não era inteiramente verdade, mas Ginny precisava sair dali antes que fizesse algo que pudesse voltar para assombrá-la depois.

—Ah sim tudo bem…

—Obrigada de novo por ter vindo até aqui - a ruiva juntou suas coisas e pulou da cadeira.

—Até mais então - Harry se levantou também e ela sentiu que ele se aproximava para se despedir dela.

Entre um segundo de pensamentos, concluiu que não tinha nada demais receber o beijo na bochecha que já conhecia, mas não contava com a mão que veio acariciar seus cabelos. Lutou mais uma vez para se impedir de virar em direção a ele e se perder naquele carinho. Ela não era uma pessoa completamente inconsequente, no entanto.

—Tchau, Harry.

Não parou para ver a expressão em seu rosto quando deixou o moreno para trás, temia que se em algum lugar encontrasse uma fagulha semelhante ao que sentira, não teria tanto sucesso em ir embora.

Talvez ter chamado ele ali não houvesse sido uma de suas ideias mais brilhantes. Harry era um cara inteligente, agradável, bonito… e não podia negar que se sentia atraída por ele. Era difícil pensar que ele estava totalmente desinteressado e ao que isso levaria, sendo eles dois jovens desimpedidos? Gin só conseguiu pensar em poucas possibilidades e as chances de isso terminar atrapalhando a parte “responsável” da sua vida era grande. Portanto, era hora de implementar outra estratégia.

O melhor a fazer era evitar Harry Potter e seus olhos convincentes.

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Ron sabia que o anúncio de sua promoção a um cargo permanente causaria alvoroço nos bastidores do jornal. A equipe de figurino, os redatores, funcionários da iluminação, gravação… todos podiam ser vistos cochichando nos cantos e  encarando-o com sorrisos largos ao dizerem suas palavras de felicitação. O ruivo não podia negar que se sentia realizado ao ver que era bem vindo por todos.

Porém, nada o preparou para a reação do público.

Na edição de segunda-feira, o jornal terminou com Hermione compartilhando com os espectadores que dali em diante, a presença de Ron era carta certa por tempo indefinido. Daquele lado da tela, não pareceu nada mais do que simples palavras enunciadas como qualquer outra notícia que davam diariamente. Entretanto, ao checar suas redes sociais assim que a emissão acabou, o ruivo percebeu que aquilo virou uma sensação na internet.

—Puta que pariu! - ele exclamou ainda vidrado no celular.

—O que foi? - Hermione não parecia exatamente preocupada, mas um certa curiosidade envolvia seu olhar.

—As pessoas estão loucas, olha isso - ele virou a tela para que ela visse a quantidade de mensagens, comentários e menções que seus aplicativos mostravam.

—Espero que sejam positivos, isso vai dar um belo trabalho para gerenciar, o Mike e a Sophia vão surtar - ela deu um sorrisinho zombeteiro, pensando na dupla que cuidava de assessoria de imprensa e da imagem dos apresentadores.

—Não sei do que você está rindo, Mione, já olhou o seu, por acaso? - Harry havia escutado a cena e não pode deixar de provocar sua amiga. Ela ainda não havia entendido que ambos eram uma imagem que andava junta no imaginário virtual. Se as pessoas tinham coisas a dizer para Ron sobre sua promoção, com certeza teriam para ela também.

—Não vejo porque eu teria tanta repercussão nas minhas contas… - a voz da morena morreu ao constatar que o amigo estava certo.

—Eu não disse? - o sorriso exultante do moreno não aplacou em nada a confusão que Hermione sentia.

—Esse povo não tem mais o que fazer?

—Estão te bombardeando também? - Ron olhou por cima do ombro dela para enxergar a tela lotada de mensagens.

—Eles já tinham essas coisas preparadas, como pode? - ela virou o aparelho para mostrar uma foto que recebera de um desenho onde ela e Ron estavam abraçados em frente ao cenário do jornal - e é tudo absurdo, achei que já tinha passado essa fase…

Quanto mais os dois olhavam, mais constrangidos ficavam. O público criara uma história fictícia e romântica entre os dois e não se importavam nem em saber se eles estavam disponíveis para isso, ou sequer se sentiam algo um pelo outro.

—Acho bom vocês se acostumarem, a internet não esquece rápido seus ships favoritos e vocês são a jóia nacional do momento - Harry declarou antes de se separarem a caminho de suas salas.

Ron ainda se sentia cansado. Não conseguira digerir por completo o fim de seu relacionamento, mesmo com os esforços da irmã para distraí-lo no dia anterior. A enxurrada de comentários em suas redes sociais só serviu para deixá-lo mais amuado. Por mais que tivessem terminado, ele não conseguia deixar de pensar que, em algum lugar, aqueles memes e brincadeiras chegariam até Lilá e não seria algo agradável.

Não era mais sua posição a de confortá-la, mas detestava pensar que poderia lhe causar tristeza. Aquilo tudo estava acontecendo e as pessoas nem sabiam que ele estava novamente solteiro. Ele não queria nem pensar no momento em que alguém jogasse a bomba na internet. Ele tentara ser discreto, não apagou nenhuma foto com a ex-noiva, até porque ela não era fã de se expor em conjunto com ele, e nunca declarou seu status de relacionamento em lugar nenhum, porém era questão de tempo até um dos fofoqueiros de plantão farejassem o furo.

Ron continuou com as caixas de mensagem abarrotadas pelas próximas semanas, teve quem chegou a mandar histórias ficticias baseadas num suposto romance entre ele e Hermione, que obviamente ele não se deu ao trabalho de ler. Era tudo muito estapafúrdio.

Se focou em continuar seu trabalho da melhor forma que podia, como sempre. Hermione se mostrava mais amigável e não seria ele que iria quebrar a inusitada trégua que se formara entre os dois.

Os dias foram correndo tão depressa, que o ruivo se esqueceu totalmente da proximidade do aniversário de sua irmã. Sua sorte era que Gin o conhecia bem o suficiente para não deixar isso passar em branco.

No meio da semana que antecedia a data, ela precisou de uma noite de folga e combinou com Hermione de deixar Rose na emissora algumas horas antes de começar o jornal. Ron estava passando o texto do dia quando uma batida fraca soou na porta de sua sala.

—Pode entrar - ele enunciou sem levantar os olhos da tela.

—Oi, tio Ron! - um emaranhado de cabelos castanhos surgiu em sua linha de visão, antes de ver Rose correndo para seu lado.

—Mas que visita maravilhosa! - ele deixou o trabalho de lado e foi cumprimentar a menina que o abraçava - ao que devo a honra de ter a pequena Rose em minha sala? - comentou sendo galante com a menina que era toda sorrisos.

—A tia Gin ia ter que sair hoje e daí ela veio me trazer, ela disse que você sabia, mas ia esquecer, igual a festa, então era pra eu te chamar aqui pra você ir lá e… - Rose enunciava as palavras em uma velocidade impressionante, com uma lógica que só faria sentido em sua cabeça.

—Opa, opa, devagar, eu não estou entendendo nada - Ron levantou as mãos para que ela freasse a sequência de informações e riu ao ver que a menina revirava os olhos, exasperada com a falta de entendimento dela.

—A tia Gin falou que era pra eu te buscar - dessa vez a menina falou propositalmente devagar.

—Agora eu entendi! E para ir onde?

—Na sala da minha mãe, elas estão lá conversando.

—Então vamos.

Rose foi saltitando na frente, deixando a porta da sala de Hermione aberta para que o ruivo entrasse.

—Pronto, tia, ele tá aqui! - Rose sorriu satisfeita para Ginny.

—Obrigada, Rose - ela passou a mão pelos cabelos da menina que veio se sentar ao seu lado no sofá, antes de encarar o irmão - você não se lembrava que eu vinha hoje, né?

—Claro….. que não - Ron admitiu um tanto sem graça.

—Tá vendo o que eu digo? Cabeça nas nuvens - Ginny torceu o nariz e se voltou para Hermione - mas voltando ao assunto, Mione, vim confirmar a sua presença e a da Rose no meu aniversário no sábado!

—Ah, era essa festa que a Rose achou que eu ia esquecer, claro que não ia, Gin!

—Não ia porque eu estou aqui te lembrando de novo - Ginny rebateu com falsa delicadeza.

—E porque a mamãe não ia deixar também - fazendo a irmã finalmente rir da situação.

—Bem a cara dela - a ruiva concordou - mas então, vai ser as oito, na minha casa, coisa simples, viu! Vou passar o endereço certo por mensagem.

—Vai ser da pequena sereia, tia? Ia ser tão legaaaaaal - e empolgação de Rose abafou o barulho da porta abrindo para dar passagem a Harry.

—Essa é a voz da minha formiguinha toda animada? - o moreno passou o olhar rapidamente pela sala e não deixou de notar nenhum dos presentes.

—Padrinho! - Rose se jogou nos braços de Harry que a pegou no colo.

—E posso saber o porquê dessa felicidade toda? Sua mãe te deixou faltar a aula amanhã e ficar vendo filme comigo até tarde? - ele fingiu cochichar a última parte.

—Não - Rose caiu na gargalhada e olhou para a mãe que já balançou a cabeça imediatamente.

—Nem pense, pequena, seu padrinho deve ter batido a cabeça.

—A gente tenta outra hora de novo, formiguinha - Harry fez uma cara de decepção o que não diminuiu o bom humor da afilhada.

—Sábado é aniversário da tia Gin, sabia?

—É mesmo? - ele achou a informação interessante e seus olhos foram parar instintivamente na futura aniversariante que parecia encabulada.

—Sim, e vai ter festa,  meu padrinho pode ir também, não pode, tia Gin?

—Rose! - Hermione quis sumir pela mortificação que a falta de tato da filha lhe causou - a festa não é sua, não pode sair convidando as pessoas assim! - ela tirou Rose do colo do padrinho e a colocou ao seu lado, olhando-a sério.

—A Rose não fez por mal, Mione - Ginny se apressou a ir em defesa da pupila, por mais que a ideia de convidar Harry lhe causasse algumas borboletas no estômago.

—Então ele pode ir? - o rosto condoído pela bronca da mãe se transformou novamente em um sorriso.

—É… claro que pode…. - Ginny não acreditava que estava fazendo aquilo - sábado às oito, Harry, nada demais, só um bolinho em casa, depois eu mando o endereço.

—Estarei lá - ele respondeu com o sorriso que ela já conhecia e a ruiva não conseguiu decidir se queria que ele fosse ou não.

—Eu tava dizendo pra tia Gin que ela devia fazer a festa da pequena sereia, ela não ia ficar bonita de Ariel, padrinho?

Não passou despercebido para nenhum dos adultos da sala que Harry demorou um segundo a mais do que deveria para que a resposta fosse totalmente inocente.

—Sim, ia ficar linda… mas de qualquer outro jeito também, não é? - o comentário foi feito para Rose, porém os olhos verdes não deixaram de encarar Ginny.

—Bom, eu já tomei demais o tempo de vocês todos, é melhor eu ir… - Ginny pegou suas coisas, se despediu de Rose com um beijo e saiu com mais pressa do que deveria. Apenas não queria ser encarada por mais tempo por Harry, aqueles olhos mexiam em alguma coisa dentro dela. Talvez fosse melhor começar a torcer para que ele não fosse no sábado.


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Notas finais do capítulo

Opa, opa, opa! Parece que as coisas estão andando, não é mesmo??? Como sempre, a Rose nas engrenagens de tudo. E que tal a internet criando fanfics do nosso casal de apresentadores favoritos? Não julgo... hauha
O que será que vai acontecer nesse aniversário?
Não deixem de me dizer o que acharam lá nos comentários
Bjus



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