Spotlight escrita por Fe Damin


Capítulo 3
Capítulo 03


Notas iniciais do capítulo

Oláaaa! Mais uma sexta-feira chegou para que tenha capítulo fresquinho!
Deixamos um Ron e uma Mione bem implicantes no cap anterior... o que será que vai acontecer agora?
Espero que gostem :)



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Vocês viram o que eu vi? Ou só eu achei que esses dois apresentadores juntinhos ficam a coisa mais linda? Por mim, o jornal tem que ser apresentado em distâncias cada vez menores. #Aprovado #QueremosMais 

Rita Skeeter - via Twitter

 

Hermione gastou boa parte do seu final de semana tentando se acalmar. Repetiu várias e várias vezes para si mesma de que aquilo era besteira, que ia passar o tempo e as pessoas simplesmente esqueceriam, mas era quase um vício torturante vasculhar as redes sociais e procurar as mais recentes menções ao seu nome e do ruivo que estava querendo matar.

Ele teve a audácia de estragar todo o procedimento do jornal que estava há anos no ar e agora a internet parecia achar que eles eram um par adorável. Quanta idiotice! Ela e Ron não formariam um belo par nem em outro universo.

A morena passou seus dois dias de folga evitando as mensagens de Harry, pois não queria pensar no assunto do trabalho e, pela primeira vez, não se encontrava ansiosa por uma segunda-feira. Só de pensar que teria que encarar aqueles cabelos ruivos e os irritantes olhos azuis que chegariam cheios de gracinhas pela situação já a fazia trincar os dentes.

Ela sabia que não tinha sido a melhor das companhias nas 48 horas anteriores e decidiu que recompensaria a situação na próxima folga. Ninguém tinha culpa de seu aborrecimento a não ser o Weasley.

Mesmo irritada, ela se aprontou com o cuidado de sempre e chegou no horário na emissora. Não era porque as coisas estavam saindo de controle que ela perderia a hora. Claro que ela terminou dando de cara com Ron ao sair de seu carro.

Ele tinha acabado de pular da moto em que chegara e, ao tirar o capacete, ela notou o desalinho dos fios ruivos e se repreendeu ao constatar que ficavam mais bonitos bagunçados. Hermione até tentou ignorá-lo e passar direto para o saguão, mas realmente as chances de conseguir não interagir com o Weasley, sendo que iriam para o mesmo caminho, eram bem pequenas.

O silêncio dele ao acompanhá-la a alguns passos de distância quase a enganaram, achou que teria um certo tipo de paz até alcançar a segurança de sua sala, porém bastou apenas que as portas do elevador fechassem e os dois se encontrassem sozinhos.

—Já viu que nós somos o novo casal sensação da internet?

—Esse povo não tem mais o que fazer, estamos aqui para informar as pessoas. O time de assessoria vai cuidar disso - ela não ia entrar nessa provocação, apenas se manteve olhando para frente, torcendo para que os números no painel passassem mais rápido, até o perfume dele estava incomodando.

—Você sabe como a internet funciona hoje em dia - ele continuou - as pessoas encasquetam com as coisas e aí…

O que ele queria que ela dissesse? Não daria a ele o gosto de gritar e espernear dizendo que tinha odiado ver cada uma das insinuações sobre eles. Ele não importava para ela, então não o deixaria pensar que sim.

—Não saia dando declarações idiotas por aí, não quero ninguém tendo ideias erradas - ela rebateu, mantendo o desinteresse ao máximo.

—De que você é apaixonada por mim? Desde o tempo da faculdade? - a voz provocante estava perigosamente perto de seu ouvido e Hermione se controlou ao máximo para não dar um passo para o lado, buscando distância.

—Isso só se estiver falando de você, Weasley - ela riu e conteve o alívio ao ver as portas do elevador se abrindo - só vê se não me compromete.

Achou prudente sair o mais rápido possível daquele espaço fechado, não queria mais escutar o ruivo falando de besteiras como aquela, até parece que ela alguma vez sentiu algo que não fosse irritação em relação a ele!

 Tomou rapidamente o caminho para sua sala, pronta para ter alguns minutos só para si depois do diálogo nada apropriado com o colega de trabalho, porém, para sua surpresa, ele a seguira bem de perto, com toda a intenção de interceptá-la antes que pudesse abrir a porta para se isolar do restante do andar. 

—Pois fique sabendo, que eu tive que me explicar o final de semana inteiro pra minha noiva por causa dessa palhaçada - a provocação deu lugar a uma dose de irritação na voz do rapaz. 

Hermione não sabia dizer se tinha ficado mais desconcertada com o fato de que ele ainda queria continuar aquela conversa, ou por ter escutado que havia uma “noiva” na história. Quem em sã consciência iria querer se amarrar em um casamento com ele? A moça claramente não sabia onde estava se metendo...

—A culpa não é minha de escreverem essas coisas e nem da sua noiva não confiar em você - ela deu de ombros. 

—Onde você me ouviu dizer que ela não confia em mim?

—Isso se chama interpretação de texto, Weasley. Para um jornalista, a sua não está muito boa. 

—Não mude de assunto, Mini! Estamos falando de você, eu e a internet, não meu relacionamento. 

—Foi você que trouxe o tal relacionamento à tona - toda vez que escutava aquele apelido, Hermione mordida a língua para não reclamar, pois sabia que era o que ele queria - eu não me importo nem um pouco e, aliás, se quiser ficar bravo com alguém, olhe no espelho, porque quem resolveu transformar o jornal num circo foi você!

Hermione não percebeu que tinham alterado as vozes durante o bate boca, porém, a voz de Harry os tirou da bolha em que se encontravam. 

—Algum problema aqui? - o moreno olhava um tanto confuso para a cena em que seus dois âncoras pareciam estar a um passo de pular um no pescoço do outro. 

—Não! - os dois disseram em uníssono e Hermione resolveu não esperar mais ali, não quis saber para onde Ron iria, só não queria mais ver a cara dele. 

Fechou a porta atrás de si, largou a bolsa na mesa antes de se afundar no sofá que ficava ao canto. Passou as mãos pelo rosto algumas vezes, tentando se recompor. Não gostava da maneira como aquele ruivo a tirava do sério fácil. Era cansativo ter que se manter “inabalada”. Seus devaneios cessaram quando ouviu a porta se abrindo, já estava pronta para brigar novamente com Ron, mas foram olhos verdes inquisidores que a encarraram. 

—O que foi aquilo ali fora? Foi uma briga que eu presenciei? - Harry não esperou um convite para se sentar ao lado da amiga. 

—Claro que não, Harry, só estávamos conversando… - não estava nas intenções de Hermione declarar para o produtor do programa que ela tinha uma rixa de anos com o seu companheiro de tela. 

Mas ao seu lado não estava apenas o Harry produtor e sim seu melhor amigo. 

—Esqueceu que eu te conheço, dona Mione? Não me pareceu que você estava conversando. 

Aqueles olhos verdes a fitavam sem pena e Hermione soube que não tinha escapatória, até porque precisava do melhor amigo para dividir as frustrações que estava vivendo. 

—Tudo bem, tudo bem, você venceu! - ela se jogou contra o encosto do sofá, mantendo os olhos no teto para não encará-lo - era uma briga mesmo, Harry, mas a culpa é toda dele. 

—O que ele fez?

—Tenho certeza que você viu as besteiras na internet sobre nós…

—Não só vi como tenho coisas a dizer - o tom animado do amigo não a deixou relaxada. 

—Coisas?

—Sua história primeiro, vamos, termine! - Harry não era uma pessoa que aceitava informações pela metade. 

—Ele veio me dizer como teve que ficar se explicando pra noiva dele o final de semana inteiro - ela revirou os olhos e quase torceu o nariz ao ouvir Harry rindo. 

—Então temos ciúmes na jogada! Está ficando cada vez melhor.

—Melhor pra quem, posso saber? Porque pra mim não é. Esse maldito Weasley voltou pra infernizar a minha vida de novo. 

—Infernizar? Vocês não eram amigos? - finalmente Harry ficou meio desconcertado com o que ouviu e Hermione quase zombou do fato. 

—Harry, nunca fomos amigos. No máximo, fomos rivais na faculdade, se é que alguém usa um termo desses na vida real. 

—Mas vocês disseram na sexta…

—Você não esperava que fôssemos dizer para a McGonagall que passamos a faculdade toda tentando arrancar a cabeça um do outro, não é mesmo?

—Puta que pariu, Mione - ela o viu passar a mão pelos cabelos como fazia sempre que estava nervoso ou incomodado, os fios pretos já nem tentavam ficar arrumados. 

—É, nem me fale…

—Não, você não está entendendo! A diretoria está nas alturas com a resposta do público à edição de sexta. O programa vai passar por toda uma reestruturação como eu sempre quis pra ficar mais despojado. O pivô foi a interação de vocês. 

—O que? - Hermione sentiu o estômago afundando ao imaginar seus chefes brindando o “ótimo” relacionamento de seus funcionários. 

—Você vai ter que continuar sorrindo e sendo educada com o Ron, por mais que ainda queira arrancar a cabeça dele, os chefes amaram…

—Merda, nem pra ele ser ruim… tinha que ser…. - ela se interrompeu antes que os pensamentos pudessem virar palavras.  

Ele tinha que ser o que? Encantador como sempre fora para todos à volta? Era a mesma situação de anos atrás, ele sorria com aquele jeito despretensioso e todos se derretiam. Mais uma vez ela era a exceção!

—Ser o que? - o amigo ainda tentou insistir, interessado em saber o que ela tinha a dizer. 

—Nada, Harry.

O resto do dia passou como qualquer outro. Repasse de pautas, ensaios, provas de figurino. Houve uma mudança de última hora em uma das manchetes para acomodar as últimas decisões do governo sobre a votação de uma lei importante, mas fora isso, nada de outro mundo. 

Hermione se arrumou com o vestido de mangas longas, transpassado, preto e branco que Luna separara para ela. A peça era nova para ela e instantaneamente havia se tornado uma de suas favoritas, principalmente pelo detalhe da faixa vermelha que acinturava o modelito. A equipe de maquiagem e cabelo sempre caprichava, mas em alguns dias, a morena sabia que saia do camarim especialmente arrumada, aquela noite era uma delas.

Chegou distraída ao estúdio, já pensando nas pequenas adaptações de diálogo que a produção começou a instituir na grade do jornal, quando seus olhos se depararam com um Ronald Weasley impecável num terno preto, camisa branca e uma gravata vermelha para arrematar.

Exatamente da cor de sua própria roupa.

—Isso só pode ser brincadeira! - ela olhava incrédula de uma roupa para outra.

—Hoje o figurino é temático e ninguém me avisou? - a voz do ruivo saiu muito mais bem humorada que a dela.

—Luna, quem escolheu isso? - Hermione chamou atenção da figurinista para que se aproximasse.

—Mandaram uma pauta repaginada pro programa, estamos só seguindo o guia, Hermione - a loira deu de ombros, alheia à exasperação da mulher à sua frente.

—E essa pauta diz que temos que ser vestidos feito… - um casal? Era isso que ela queria dizer? Um casal cafona, na verdade! Ninguém fazia isso na vida real, nem quando realmente havia um relacionamento.

—Feito um par de vasos - completou Ron e, pela primeira vez, Hermione teve que concordar com sua opinião.

—Como eu disse, só sigo ordens - Luna não se demorou ali, e Hermione desistiu da discussão, sabia que não poderia ganhar.

—Não acredito que vão se aproveitar dessa popularidade - ela se conteve para não correr a mão pelo rosto e acabar com a maquiagem já feita.

—Viramos uma mina de audiência para os chefes?

—Não sei onde eles estão com a cabeça.

Os dois tiveram que interromper os pensamentos sobre a situação, pois restavam poucos minutos para ir ao ar. Mesmo tendo certeza que aquilo era altamente constrangedor, o jeito era apresentar o programa com aquelas roupas coordenadas, porém Hermione não deixaria isso barato, Harry que preparasse suas orelhas, aquilo não ficaria assim.

Naquela noite, não houve problemas técnicos, as câmeras funcionaram bem e os novos enquadramentos correram de forma tranquila. Estavam tentando mostrar mais os dois juntos do que separados, o que Hermione já achava idiota, mas não era uma decisão sua a tomar.

—Vamos ver a previsão do tempo para o próximo dias nas principais cidades do país - Hermione anunciou - Boa noite, Alice.

A mulher encarregada da meteorologia agradeceu a apresentação e começou sua parte de informações.

—Então como podem ver, essa massa de ar frio indica temperaturas mais baixas nas proximidades de Londres e de toda a região sul do país. Preparem os casacos mais grossos e vamos aproveitar para ficar elegantes como nossos apresentadores - o tom de lisonjeio permeou a última declaração de Alice, antes que a câmera voltasse para Ron e Hermione.

A morena já estranhou o tipo de comentário mais informal presente nas novas linhas de diálogo, mas nada a preparou para a reação do homem ao seu lado.

—Elegância é o que não falta aqui - ele disse com a voz macia, com um sorriso em sua direção.

Hermione sentiu algo acelerando em seu peito com a imagem das covinhas daquelas bochechas que a fitavam, mas atribuiu tudo à extrema irritação pelo comportamento inapropriado daquele atrevido. Por ser a profissional responsável que era, ela escolheu ignorar a situação e voltar para o script original do programa, dando as últimas notícias do dia.

Finalizaram tudo que precisavam no set de filmagem e, em pouco tempo, estavam todos dispensados para ir. Dessa vez, foi Hermione que seguiu o ruivo de perto, pronta para jogar um pouco de seus pensamentos, nada agradáveis, em cima dele.

—Que comentário inapropriado foi aquele, Weasley? - ela nem se deu ao trabalho de esperá-lo abrir a porta do camarim assim que bateu, sabia que em poucos segundos lá dentro, ele ainda estava totalmente vestido e, de fato, apenas a gravata vermelha estava em suas mãos, com alguns do botões da camisa abertos, deixando transparecer um pouco da pele alva que o tecido anteriormente cobria.

—Inapropriado? - ele coçou a cabeça, tentando juntar os pensamentos - Ah, está falando do elogio? Não posso mais ser educado e agradável?

—É isso que você chama de educado e agradável? Ainda todo cheio de sorrisinhos e…

—Então o problema foi o sorriso? Devo permanecer emburrado do seu lado o tempo todo? 

Como ele tinha a pachorra de ser tão debochado assim? Ela estava querendo manter o trabalho dos dois no mínimo de ordem, e ele, como sempre, levava tudo na brincadeira.

—Não seja ridículo, sabe que não é isso que quero dizer.

—Talvez você tenha gostado demais do sorriso… - claro que a frase foi dita com outro sorrisinho torto no canto da boca.

—Olha, você é impossível, não dá pra conversar assim - ela levantou as mãos em desistência, tentou ao máximo ignorar o último comentário.

—Só estou observando os fatos, tenho que ter interpretação para ser um bom jornalista, não é?

—Depois não me venha reclamar quando a sua noiva quiser a sua cabeça, eu não tenho nada a ver com isso - ela se dirigiu a porta, pronta para aquele dia terminar - Lide você com o caos que causar na internet. E tenha uma boa noite.

Se os últimos dois dias de trabalho fossem virar a regra, Hermione teria muitas noites para chegar aborrecida em casa. Vários sentimentos borbulhavam dentro de si, todos envoltos por olhos azuis e cabelos vermelhos. Resolveu não dar atenção a eles.ganhava mais se apressando a voltar para seu lar. Percorreu o caminho, que naquela hora da noite se encontrava vazio, até chegar ao bairro residencial e estacionar na frente do número 104. A casa de paredes claras se encontrava quase toda no escuro, apenas uma das janelas do segundo andar denunciavam que alguém permanecia acordado no interior.

Hermione entrou, deixou as chaves no potinho que ficava na cômoda ao lado da porta e se abaixou para tirar os sapatos de salto que estavam cansando seus pés.

—Oi, Hermione, tudo bem por hoje? - Isabela, desceu as escadas sem fazer muito barulho, o que deu a falsa esperança para a morena de que ninguém mais estivesse acordado.

—Mãaaaae, você chegou! - um pequeno furacão surgiu escada à baixo para, rapidamente, se pendurar em sua cintura.

—Ainda acordada, mocinha? E nosso trato? - ela olhou desconfiada para a filha, que nem se constrangeu.

—Mas o trato foi hoje, mãe! Então só começa a valer amanhã.

—Em que parte isso ficou combinado? - às vezes Hermione se perguntava como uma menina de seis anos conseguia dobrar a lógica da maneira que Rose fazia.

—Eu queria ver você na tv hoje, a tia Isa deixou… - ela se afastou e olhou para a babá, procurando ajuda.

—Não me deu muita escolha, não é? - a moça tinha praticamente a mesma idade de Hermione, porém a estatura mais alta, os cabelos pretos encaracolados em desalinhos e o estilo despojado a faziam parecer mais jovem.

—Tudo bem, Isa, sei como essa danadinha é - ela bagunçou os cabelos da filha.

—Já vou indo então, até amanhã - Isa se despediu das duas e foi embora, deixando uma mãe cansada e uma filha elétrica para trás.

—Você sabe que seu horário de dormir é mais cedo e, mesmo assim, o jornal já terminou há tempos - Hermione voltou ao assunto, enquanto encaminhava Rose para seu quarto que ficava no meio do corredor.

—Eu seeeei, mas eu precisava muito falar com você - ela riu do drama da filha, Rose sentia tudo com muita intensidade.

—E o que era tão urgente assim que não podia esperar até amanhã cedo? - ela puxou as cobertas com  motivos marinhos e indicou para que a menina pulasse na cama.

—Eu vi que tem um moço novo no jornal! Ele é seu amigo?

De tudo que Rose podia ter perguntado, a última coisa que passou pela cabeça de Hermione foi Ronald Weasley.

—É… - acabou simplificando a resposta para não atribular a cabeça de uma criança pequena.

—Eu posso conhecer ele, mãe?

—Dá onde veio esse interesse? - não tinha a mínima chance dela promover um encontro entre sua filha e aquele ser irritante. Quanto mais ela conseguisse manter sua vida privada discreta, melhor seria. Tinha tomado todo o cuidado para que a mídia não dissecasse cada um de seus passos, não negava nem confirmava nada, inclusive a existência da filha.

—Ele tem o cabelo da cor da Ariel! Quero perguntar pra ele como faz pra ficar assim - os olhos azuis da filha brilhavam de animação.

—Claro que tinha que ter algo a ver com a Ariel - Hermione riu de novo, há alguns meses Rose vira o filme da pequena sereia pela primeira vez e tudo virou fundo do mar e criaturas marinhas e ruivas - mas eu já te falei, pequena, os cabelos nascem assim.

—Até nos meninos? - ela parecia desconfiar do caso.

—Sim, claro. Você não disse que tinha um menino ruivo na sua classe também?

—Sim, o Arthur, mas ele é chato.

—Bom, mas é a mesma coisa, o cabelo do amigo da mamãe também sempre foi assim, ele não vai poder te ajudar nisso - era estranho se referir ao Ron daquela forma, mas não complicaria as coisas com a filha.

—Tá bom… - Mione mordeu a língua para não rir da cara de desilusão da filha, um pequeno bico se formando nos lábios.

—Agora chega de enrolação, dona Rose, já pra cama! Depois fica enrolando pra acordar amanhã - a menina finalmente encostou a cabeça no travesseiro, e a mãe levou as cobertas até seu peito.

—Só mais um pouquinho, mãe! - Rose insistiu, quando a mãe já se afastava para apagar a luz, deixando apenas o abajur de peixinhos aceso.

—Nem meio pouquinho, já está tarde. 

—Uma história então?

—Se eu bem te conheço, já tiveram várias histórias hoje - sabia que a filha nutria o mesmo amor que ela por livros, então Isa já teria lido várias passagens com ela.

—Já - Rose sorriu com a maior cara de pau mostrando todos os dentes, inclusive o que estava faltando bem na frente - cinco minutinhos aqui comigo então?

—Você não desiste, não é? - Mione deixou escapar um suspiro, mas já sabia que estava vencida. Tinha plena consciência que Rose não era muito fã de adormecer sozinha, então sempre tentava de tudo para que isso não acontecesse. Vinha procurando meios sanar o problema há um bom tempo, mas de vez em quando se pegava escorregando em suas próprias resoluções. Mas fazer o que se a filha sabia ser adorável?

—Mãe, tá muito cansada?

—Não, meu amor, pra você nunca, chega pra lá. - ela se ajeitou do lado da filha por cima das cobertas.

—Eu te amo, mãe, boa noite.

—Também te amo, pequena.

 


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Notas finais do capítulo

Eitaaaaaa!
E não é que a Mione tem ua filha? Quem? Como? Onde? hauhah
Só continuando a ler pra saber! Não deixem de me dizer o que acharam lá nos comentário :)
Nos vemos daqui duas semanas
Bjus