Um Sangue Doce escrita por Thay Nascimento


Capítulo 6
Capítulo 6




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Ao longo dos dias, a paz no nosso Clã tem se tornado algo normal, não se vê sinal dos Alfws, embora os meus conflitos pessoais não tenham ajudando muito. O que nos agita, porém, é que esse período está acabando e a guerra tão esperada não será nada fácil. E mesmo assim, devemos aproveitar esses curtos dias e fazer coisas que nos desfoquem um pouco desse drama sobrenatural.

Depois de uma longa conversa com Thomas, decido dar-lhe mais uma chance, não porque eu queira fazer isso de verdade, mas porque apesar de tudo ele é meu irmão e não passou por coisas boas nesses últimos séculos, então parte da sua história é aceitável.



Alguns dias atrás

 Além disso, tive que fugir de Lisa por muito tempo, porque me transformar em um vampiro não foi a melhor coisa que ela fez comigo levarmos em consideração que eu estava hipnotizado. -Tommy disse finalizando o seu relato de justificativa pelo meu perdão.

Como você ainda é o meu irmão, e isso eu não posso mudar, depois de tudo que você disse acho que posso te dar uma chance, mas considere-se em condicional presidiária.  Eu respondi com entonação de alerta.

Não acho que o que ele passou justifica ter me deixado, mas pensando bem ele também fez isso por proteção. Para que Lisa não me encontrasse.



Lobos e bruxas nos fizeram extrema companhia nesses dias de paz e confesso que em todos esses séculos, essa foi a melhor trégua que já tive. O único conflito que se destaca de todos os outros diariamente, é o fato de Marx e Thomas discutirem tanto, com tantos assuntos mais importantes.

—Você nem deveria ter voltado. —Marx diz pouco depois de eu ter chegado de uma caça com Tommy.

—E você é idiota o bastante para acreditar que vou deixar a minha irmã ficar com você! —Tommy rosna olhando nos olhos de Kaelson.

—Ah, não! Vocês não vão brigar agora, depois de tantos séculos não acredito que o ódio ainda continua aí. Tommy, eu sei me cuidar, não tenho mais dezessete anos. Não estamos em 1700! —digo me esforçando para mostrar que estou o mais chateada possível, afinal eu não podia deixar aquela conversa se estender mais, se eles continuassem assim isso poderia influenciar na guerra, se houver uma.

Eles apenas suspiram e vão em direções opostas, eu decido ir atrás de Marx que não falava comigo há algum tempo. Ele estava indo pra um lugar bem reservado e sei que sente que eu estou indo para perto dele, porque apesar da minha grande velocidade, ele diminui a dele.

—Não acredito que você o perdoou, Ellie. —Kaelson diz friamente.

—Ele é meu irmão, Marx, e você não pode fazer nada sobre isso, afinal perdoei você, alguém em quem confiei mais do que em qualquer outra pessoa. —Ele sabia do que eu estava falando e sabia que eu estava certa.

Ele fica me observando, fingindo estar calmo, enquanto eu percebo que na verdade apenas não havia formulado nenhum outro argumento.

Marx fica calado durante um bom tempo, e embora eu tentasse evitar, minha mente me puxa até meu irmão.

O que ele está fazendo?

Onde ele está?

Será que há algo mais que ainda não me contou?

Eu não sabia ainda, mas por mais que eu tentasse extrair todas as informações possíveis do meu irmão, ele nunca conseguiria me contar o necessário, porque com a sua mente bloqueada e eu com o poder de saber disso. Eu sabia que o tempo de paz que mal tinha começado estava prestes a acabar.




                                                                                     

Noite de minha transformação - século XVII:

Observo o monstro sair do quarto ainda sem entender o que acontecerá comigo, mas quando ela me dá sangue ao voltar ao meu quarto, sinto como se todas as minhas forças estivessem sendo renovadas, e estão. É isso que sangue humano faz com os vampiros. Lisa sai do meu quarto e não a vejo depois disso.

Mãe?

Ouço um rosnado estranho, eu sinto que é longe, mas parece ensurdecedor para mim. Vou até a sala e vejo meus pais sugando o restante do sangue da nossa governanta, fico chocada com o que vejo, mas o sangue fresco é irresistível ao meu olfato. Mas incrivelmente, consigo resistir, sem saber que será assim para sempre.


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