Ele foi embora aparentemente sem apresentar nenhum motivo ou todos eles de uma só vez já no meio desse amor que os dois sentiam estava sempre Alba San Roman, a sogra que não a suportava somente pelo simples fato de Maria ser de classe inferior. E isso é um clichê, eu sei, parece coisa de novela, mas foi isso mesmo que aconteceu e Alba nunca esteve satisfeita até conseguir separar os dois.

Mais um dia que não começava diferente na vida de Maria Fernandez desde que Estevão a deixou anos atrás grávida de gêmeos, Heitor e Estrella. Desde então todos os dias ela levanta cedo e vai leva-los na escola, conseguiu cria-los sozinha e com seu próprio esforço montou uma prataria na qual agora trabalha e gerencia. Maria leva uma vida bastante comum e só não é ainda mais feliz porque seu coração está fechado para o amor, pois desde que o pai de seus filhos sumiu pelo mundo, nunca mais ela foi capaz de amar alguém da mesma maneira.

— Acordem meus amores, vamos ou vão se atrasar! - Maria vai até o quarto das crianças e com amor beija cada um deles.

Estrella resmunga, ela desde sempre nunca gostou de acordar cedo, diferente do irmão que assim que a mãe chamava já estava de pé com a mochila nas costas. Se parecia muito com Estevão, tinha todos os seus traços e talvez por isso ela nunca foi capaz de esquece-lo.

Em pouco tempo todos já estavam na mesa. Maria fez panquecas e café com leite para o café da manhã. Ela sorria enquanto pensava na vida e entre esses pensamentos sempre estava Estevão o seu amor, mas o que ele fez foi uma escolha e ela ainda que quisesse muito reencontrá-lo, ainda que tivesse medo disso tinha que seguir a vida como se ele não tivesse um dia sido uma parte fundamental dela.

"Quando a gente ama alguém, de verdade, esse amor não se esquece. O tempo passa tudo passa, mas no peito o amor permanece, e qualquer minuto longe é demais, a saudade atormenta, mas qualquer minuto perto é bom demais, o amor só aumenta."

— Meus amores, o que acham de irem para a escola com a tia Vivian? Mamãe precisa descansar um pouco hoje.

Heitor brincava com a comida e Estrella olha para ela e pega o celular em cima da mesa, entrega para a mãe. Eles adoravam estar com Vivían, se divertiam muito com ela, principalmente Estrella que gostava de ir ao shopping depois da aula para provar roupas e saltos iguais aos de Maria.

Vivian era a única amiga de Maria, também a única na qual sempre pode contar, não demorou muito e ela já estava ali para levar os meninos.

— Obrigada amiga, não sei o que eu faria nessa vida sem você! - sorriu com a outra no sofá da sala.

— Imagina Maria, eu já disse que você pode contar comigo... Mas o que aconteceu hoje? Você sempre leva as crianças para a escola.

— Eu não sei Vivian, acordei indisposta hoje... - mexeu nos cabelos.

— Indisposta ou pensando no Estevão?

— Fala baixo! Eles não podem ouvir! - Olhou Heitor e Estrella ainda no quarto - É claro que não, Estevão é passado! Não sei por que sempre me diz essas coisas!

— Tá bom Maria. Como queira! - sorriu - Vamos crianças! - e os dois vieram correndo com as mochilas nas mãos.

Vivian franziu o cenho e foi dali com eles enquanto Maria ficou pensando. Vivian tinha razão, mas ela não queria mais pensar nisso, então foi para o quarto pegar uma roupa mais leve e tomar um banho. O chuveiro é o melhor lugar do mundo para pensar e de tudo se faz ali, inclusive planos. Enquanto a água caia, de olhos fechados a imagem daquele homem vinha como um filme em sua cabeça e ela se lembrou da última noite que esteve com ele.

***

— Você jura que não vai me deixar? E que vai me amar pra sempre?

— Eu juro amor, eu juro! Aaaahh! — Maria gemia com as investidas de Estevão em cima dela.

Ele foi tão carinhoso, tão cheio de amor que enquanto ela lembrava, as lágrimas caiam e seu corpo ardia embaixo dágua. Maria podia sentir ainda cada beijo e cada toque como se tivessem se amado naquele momento, mas se faziam anos. Dez anos de solidão e amargura, dez anos sem amor e sem carícias.

— Por que Estevão, por que me deixou?

— Eu não deixei Maria, eu estou sempre aqui!

Maria ao ouvir aquilo se assustou, olhou para a porta através do box embaçado e o viu ali em pé. Ele estava lindo, ainda jovem como se o tempo não tivesse passado e andava na direção dela. Estevão sorria e já com o peito forte e molhado pela água quente do chuveiro a olhava com atenção, desejando estar dentro dela como um louco, como sempre esteve e ele não deu tempo para que ela pensasse, foi logo beijando a boca e mordendo os lábios vermelhos da mulher que amava, da mulher que o tirava do sério e o deixava louco por ela em apenas alguns segundos.

— Aahhh, Estevão! - gemeu tendo a pele colada na parede fria, o seio sendo sugado com vontade, fazia o mel escorrer por suas pernas em completo prazer e ela correspondia a tudo, a cada beijo morrendo de saudades.

— Eu te amo Maria! E sempre vou amar! — ergueu a perna dela e meteu dentro com força. Estevão queria amor, queria matar as saudades até não ter mais forças.

Os corpos subiam e desciam em um ritmo sincronizado. As mãos dele tocando cada curva de Maria só faziam com que ela gemesse mais e mais para ele. Aquilo tudo era uma loucura, ele havia a deixado e agora estava ali fazendo amor com ela como se nunca tivessem se separado e o primeiro orgasmo aconteceu.

— Isso Maria, geme pra mim! você é minha, seu corpo é meu assim como os seus gemidos... — ele dizia no ouvido dela e a mesma sorria confirmando aquelas palavras.

— Aaaahh Estevãooo!!! - Maria gritou quando ele enfiou dois dedos em sua intimidade e se entregava naquele momento de prazer mas foi interrompida por uma voz chamando:

— Maria!! amiga! - batia no vidro do box embaçado.

— Ah!! - se assustou - Vivian, é você! a quanto tempo está aí?

—Desde que você começou a gritar amiga, subi as escadas correndo sua louca! Sonhando com ele de novo? - entregou a toalha a Maria.

— Nem te conto...

FIM!!!