Pimentinha - La Madrastra & Triunfo del Amor escrita por Mrs Belly


Capítulo 15
Capitulo 15




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Alguns dias naquela semana se passaram e na quarta-feira o sol já nascia mais uma vez bonito do lado de fora daquele apartamento que antes era tão masculino mas agora começava a ganhar mais cor. Maria havia decidido que queria mudar tudo para a chegada do filho, ela ainda não sabia se teriam um menino ou uma menina mas muita coisa e muitos planos para a nova família já povoavam a sua mente. O ano já estava perto do fim assim como os estudos no terceiro período do ensino médio,  aquele seria o último dia e aula e isso significava que a vida toda estava mesmo mudando rapidamente e que em breve Maria teria que pensar na faculdade e em qual carreira seguir, porém tudo no seu tempo pois ela também aprendeu a desacelerar e a ver o mundo ao redor com mais clareza, uma boa porcentagem disso tinha uma participação de Heriberto, claro, mas ele era o seu amor e também pai daquele filho, então Maria estava mais que feliz.

Ela sorria e fazia graça com ele ali na suite do quarto, tomavam um banho gostoso com a água quentinha enquanto se beijavam entre muitas juras de amor mas logo já estava pronta para ir ao colégio, só faltava ali a sua mãe, Marina desejava tanto estar presente nesses momentos mas infelizmente não era possível e a vida tinha que seguir com essa ausência mesmo assim.

Por volta das seis e meia Heriberto acabava de ajeitar a gravata no pescoço, ele também enfrentaria um dia longo na empresa em que trabalha mas acima de tudo se mantinha feliz, Maria era tudo o que ele precisava para seguir em frente, a ideia de ser pai estava mais intensa dentro do coração dele, as vezes parecia estar sonhando e bastava apenas olhar em volta como tudo mudou para ter certeza de que aquele filho tão amado era mesmo real.

— Amor, seu celular tá tocando! - Maria gritou para ele do quarto enquanto terminava de vestir o uniforme e de pentear os cabelos longos.

— Atende pra mim, deve ser o Júlio César!

— Tá bom! - curvou o corpo e pegou o aparelho em cima da cama — Alô?

Do outro lado da linha alguém deu um longo suspiro nada contente, na verdade sentia mais ódio do que qualquer outra coisa porque a voz de Maria a causava enjoo e uma vontade absurda de matar com as próprias mãos a primeira pessoa que ousasse atravessar o seu caminho.

Ao lado dela Helio dormia roncando muito e para que pudesse falar Lavínia teve que se afastar.

— Sua inútil, será que pode passar essa porcaria de telefone para o Heriberto porque eu não estou com paciência para te aturar a essa hora da manhã? - bufou se sentando melhor em uma cadeira na cozinha enquanto uma serviçal lhe servia o café preto.

O sangue de Maria ferveu na hora e por um instante ela quase perdeu o ar.

— Escuta aqui sua piranha! Eu não sou da sua laia pra falar assim comigo! Pra quê ligou hein, ainda mais no celular do meu homem? - ela sentou na cama ou cairia com toda a certeza, falar com Lavínia sempre a havia causado a pior das sensações e o pior de todos os sentimentos.

Não aguentava mais essa perseguição e como se ter um filho de Heriberto não fosse o bastante, aquela mulher ainda ligava para tirar o juízo.

— Se olhe no espelho pirralha! Um homem como Heriberto não fica tanto tempo preso a alguém, você já deve saber disso, enfim... - suspirou apoiando o cotovelo na mesa e reprovando o café com uma cara nada boa — Diga a ele que temos que conversar, ou melhor! Não diga nada... eu mesma me entendo com ele!

A ligação foi encerrada e a primeira reação de Maria diante daquela declaração da loira foi fuzilar Heriberto dos pés a cabeça com os olhos como se ele tivesse toda a culpa do universo sobre os ombros. O homem caminhou até ela todo cheiroso e elegante, a garota sentiu o corpo todo responder mas se afastou quando o beijo que trocaram foi cessado e Heriberto estranhou, ela sempre estava disposta a fazer algo mais de manhã.

— O que foi pimentinha? - ele cheirou o pescoço dela e deslizou as mãos pela cintura.

— Nada, acho melhor a gente ir logo ou você vai se atrasar pro trabalho. — Pegou a mochila e colocou sobre os ombros, ela suava e tremia toda morrendo de raiva por sempre ter alguém no meio da relação dos dois.

— Vamos. - A pegou pela mão — Mas quem era no telefone? - ele abriu a porta e enquanto conversavam iam até o elevador.

— Foi engano. - suspirou.

Tudo o que Maria não queria era dar margem para que aquela mulher se aproximasse de Heriberto, o ciúme falava mais alto porém uma hora ela acabou cedendo ao beijo que ele deu quando a deixou em frente ao colégio, poucas pessoas estavam ali porque no último dia de aula a maioria sempre ficava em casa. Eles então se despediram e o dia seguiu.

Por volta das duas da tarde Heriberto finalmente resolveu sair para almoçar quando deixou boa parte de seu trabalho já adiantado para o dia seguinte, Rodrigo, Fernando e Júlio César seus acionistas e companheiros naquela jornada de empresariado estavam ali com ele e também sairiam se não fossem todos pegos de surpresa por uma mulher de bela aparência mas que cuspia ódio quando entrou ali na sala batendo com força a porta na cara da secretaria que vinha correndo atrás para tentar impedir.

Ele nunca gostou de ser incomodado, sempre dizia à secretaria para organizar a sua agenda mas desta vez o inevitável estava infelizmente acontecendo. Heriberto se levantou rapidamente da cadeira quando a viu entrar, a sensação que teve em suas veias não foi nada boa assim como a expressão do rosto que avisava os amigos que era a hora de ficar sozinho e enfrentar de uma vez aquela fera e quem sabe finalmente por um ponto final na história dela.

— O que quer? - bufou passando a mão nos cabelos e a olhando sem paciência.

— Eu vim até aqui porque tenho uma proposta pra fazer a você. - ela sorria encantadora como era apesar de seu ar persistente de pura maldade.

— Acho que não temos nada pra falar Lavínia, sinceramente eu já estou muito cansado de sempre ter que brigar para que você saia da minha vida, droga! - bateu o punho na mesa a assustando.

— Eu estou grávida, fale baixo e não me faça ficar estressada, faz mal para o nosso filho!

Heriberto riu, suspirou querendo se enfiar em um buraco no chão.

— Você fala convicta como se essa criança fosse minha mesmo. Pois eu duvido e muito!

— Tá afim de brigar na justiça então meu querido? - ela se aproximou tocando o peito dele e alisando a gravata de forma sensual.

Ele a empurrou bruto como jamais esteve.

— Ai! - gritou, empurrando Heriberto com força e o fazendo ficar sentado na cadeira giratória.

Naquele momento o mundo para ele girava e a sensação de estar perdido e de estar farto daquela perseguição de Lavínia em sua vida com Maria gritava em todo o seu corpo. Sempre que a paz voltava a reinar ela sempre aparecia para estragar tudo, era demoníaca e não tinha noção alguma do que estava fazendo por isso e ainda mais, a culpa por ter se entregado a bebida e por ter caído nos braços dela aquela noite em um hotel da França, fazia Heriberto se arrepender amargamente de ter nascido homem. Ele foi fraco e covarde por ter se dedicado levar por uma tentação temporária enquanto o seu verdadeiro amor implorava por ele no quarto de sua casa. Com esses pensamentos ele a questionou, quando aquele inferno ia acabar?

— Fale de uma vez o que quer porra! Não tenho tempo pra você! - esbravejou exaurido de tudo aquilo.

Lavínia andou por alguns instantes pela sala dele e notou que se daria muito bem se Deus planos dessem certo. Ela queria ter dinheiro, uma vida regada a luxo e regalias que apenas uma mulher linda como ela deveria ter. No começo até chegou a sentir alguma coisa a mais por aquele homem que estava em sua frente mas agora, ela não o queria mais, pelo menos até que Maria sumisse da face da terra sem deixar quaisquer vestígios.

Sentou-se rebolando sobre o colo dele que a tentou a tirar mas não conseguiu. Lavínia o prendeu entre a mesa e o seu lindo corpo bem desenhado, seria fácil atiça-lo novamente pois ela sabia que Heriberto era bem frágil e fácil de enrolar quando o assunto era um belo par de seios e pernas torneadas. Esfregou-se nele mordendo os lábios, ele não podia fugir, ele não queria.

— Sai de cima de mim ou vou ser obrigado a fazer o que eu não quero, sua diaba! - apertava os braços dela com força e quando ela se distraiu ele se levantou a afastando para longe.

— O que foi Heriberto? Continua sendo muito gostoso apesar dessa sua cara fechada! - ela riu tentando chegar perto e o beijar na boca.

Heriberto se afastou mais ainda com raiva.

— Veio até aqui acabar com mais o que além da minha paz hein? Ainda não está satisfeita em me fazer assumir um filho que nem é meu?

— Como garante que não é seu? Você transou comigo su filho da puta! Me comeu e depois me largou naquele maldito quatro! - Lavínia ficou louca, queria desfigurar toda a cara de deboche que ele demonstrava.

— Eu não comi merda nenhuma! Nem terminei o serviço!

— Ah não?! Você não vale nada Heriberto, nada! E tudo por culpa dessa pirralha desgracada! Ahhhhhhhhh!!!! - gritava — Eu odeio essa Mariaaaa!!!!

— Não fala da minha mulher, sua vagabunda!

Os funcionários que estavam do lado de fora naquela empresa andavam cochichando pelos cantos e ao mesmo tempo preocupados diante das coisas que podiam ouvir saindo da sala da presidência. Nunca, nem mesmo nos momentos em que Heriberto se encontrava em um dia terrível de mal humor, eles haviam presenciado uma discussão como aquela. Antes de estar com Maria ele viveu vários relacionamentos curtos sem compromisso e jamais se deixou expor dessa forma, agora era tudo diferente e o teto poderia cair sobre suas cabeças a qualquer segundo.

— Eu nunca ouvi o patrão tão irado assim, Michele! - as funcionárias conversavam entre si.

— Nem eu. Parece que agora o bicho vai pegar... você sabia que ele está pegando aquela garotinha que vinha aqui de noite quando estávamos saindo?

— A Maria! - a mulher se espantou rindo - Quem diria!

E a fofoca rolava solta.

(...)

— Vai me falar o que quer ou não?! - Heriberto a segurou pelo braço depois de ser beijado por ela.

— Eu quero você!!! Você vai casar comigo e vai largar aquela criança!

Lavínia sorria da cara de horror que ele fazia e estava excitada com toda a brutalidade com que estava sendo apertada, a forma que Heriberto tinha e a pegada forte das mãos foi o que a deixou mais louca e alucinada para tê-lo outra vez.

— Você ficou louca! Eu não vou me casar com você! - gritou perplexo com aquele absurdo.

— Você vai sim Heriberto e sabe por quê? Eu tenho certeza de que não vai querer ver a sua Maria morta! - riu alto e ele levantou a mão para bater nela mas parou. — Escolhe, ou você casa comigo ou a pirralha vai morrer!

Ela não parecia estar de brincadeira e o coração dele gelou na hora.

Lavínia finalmente saiu da sala de Heriberto depois de atormentar a cabeça dele e de deixar bem claro do que seria capaz se caso ele não cumprisse com as exigências que ela havia feito. Aquela criança que ela esperava não tinha a menor culpa da espécie cruel e manipuladora de mãe que já estava fadado a ter desde que foi concebido, a verdade era que ninguém tinha culpa e sim somente ela mesma em relação aos próprios atos. Por longos segundos ele respirou fundo com as mãos pousadas na cabeça em preocupação, pensou e pensou muito, até que os seus colegas de trabalho voltaram à sala para dar continuidade a aquela reunião e por fim, Heriberto obteve uma resposta para escrever as páginas daquela história sem fim.

Enquanto isso, Maria caminhava tranquila durante o intervalo das aulas no colégio, as duas melhores amigas dela se afastaram para pegar o lanche na cantina enquanto ela ficou ali observando o movimento. Pensava em seu amor, o dono de seus risos, de seus beijos e de seus pensamentos impuros. Sim, nada apagava o fogo daquela garota e a qualquer hora ela o podia desejar, mesmo a distância. Ela segurou no corrimão da escada para descer ao térreo quando sem querer se desequilibrou mas por sorte não caiu, ele estava ali naquele exato momento para evitar que dessa vez algo de ruim pudesse acontecer, tudo aconteceu tão rápido que logo as respirações dos dois se encontraram e eles se olhavam sem se desvincilhar daquela proximidade que antes não pensavam que voltariam a ter daquela forma.

Maria quando se recuperou, se soltou das mãos do rapaz ajeitando seu uniforme e olhando para os lados preocupada se estaria sendo vista. Há algum tempo não se falavam mais e ela ao menos fazia questão, ele tinha sido desde sempre um grande estúpido e babaca, não merecia qualquer consideração, exceto naquele momento.

— É... Carlinhos, quer dizer, Carlos Henrique! - ela não sabia nem o que falar, estava tensa.

Ele se aproximou com um riso fraco. Estava arrependido de tudo o que causou a ela e teve a esperança de agora poder se redimir, ele sabia que um pedido de desculpas não seria o suficiente mas se aquele reencontro tinha acontecido era para que eles tivessem a chance de se acertar e de quem sabe voltarem a ser amigos. Carlos aprendeu com aquele tempo que nem sempre tudo e todas as garotas estariam a sua disposição quando quisesse, ele lutou tanto por Maria de uma maneira errada que naquele instante a vendo ali toda linda e fisicamente transformada teve raiva de si mesmo. A olhou parada mas quando ela ia sair para falar com as amigas que já a procuravam, ele a segurou pelo braço sem apertar.

Maria tremeu-se toda e um flash do terror que sofreu na boate naquela noite que ela saiu de casa para desafiar Heriberto, veio imediatamente até as suas memórias. O toque daquele garoto ainda a causava arrepios não tinha como evitar.

— Maria espera! - a soltou e ela se virou para olhá-lo — Vamos conversar, há tanto tempo não nos vemos... - suspirou, tinha tanta coisa a dizer e sentia que essa era a hora e só precisava que ela pudesse escutar. Aquele peso não saíra nunca de suas costas.

— Carlos o que quer? Acho que não temos o que conversar. - ela suspirou e se sentou em um banco que tinha ali perto no pátio — Obrigada mesmo por ter me segurado, se não fosse você eu não sei o que podia ter acontecido com meu bebê. - falou sem pensar, apenas poucos amigos sabiam de sua gravidez.

— Você está gravida? - ele se espantou — Daquele cara que...

Maria o interrompeu, não queria falar sobre nada com ele, Carlos sempre foi o tipo de garoto esnobe e aproveitador, ela detestava aquilo.

— Não quero falar sobre isso com você, não confio em você e não esqueço o que me fez aquela noite com seus amigos babacas! - se levantou mas ele a fez se sentar novamente.

Jennifer e Luana se aproximaram e com um sinal perguntaram se estava tudo bem. Maria as olhou cúmplice e as duas subiram, ela já estava dispensada das aulas de música por ter tirado nota alta, então não tinha mais com o que se preocupar. Os dois conversaram por mais algum tempo e por mais que ela nunca quisesse se tornar amiga dele, acabou ficando ali para ouvir o que ele tinha a dizer. Aquela noite foi um erro de um delinquente sem noção, ele a forçou o beijo mas não foi capaz de consumar o abuso porque viu nos olhos dela que era uma menina especial demais e que não merecia ter a sua pureza destruída daquele jeito. Mulher alguma merece sofrer e Carlos dizia essas palavras de modo sincero sem desviar a atenção do que sentia.

— Eu não quero que você pense que eu seria capaz de fazer uma coisa dessa contigo. Não tem um dia que eu não me arrependa, você é tão linda e tão única, não merece sofrer, eu fui um idiota, quanto mais você me negava proximidade mais eu te queria...

— Você foi um idiota sim, Carlos. E nunca quis estar com você porque eu sempre amei outra pessoa, já tive uns namorados mas eu sempre quis o meu amor. — ela tocou a mão dele — Posso até te perdoar mas esquecer, não tem como. - as lágrimas vieram e ela não conseguiu segurar, ultimamente chorava fácil mas estava falando a verdade.

— Espero que seja feliz Maria! - ele sorriu sentindo um alivio transpassar seu corpo todo, estava mais tranquilo e agora poderia dormir em paz. - sorriu e de repente o celular dela vibrou, era Heriberto mandando mensagens. Não tinha como não sentir o coração disparar e se aquecer, aquele homem era tudo para ela.

Carlos a observou dedilhar o celular, a expressão de Maria tinha mudado e agora ela respirava menos receosa, o riso era lindo assim como a cor que as bochechas pegavam.


Minutos depois ela voltou a falar com ele. Alguns alunos já saiam como ela e tantos outros ficariam ali até as cinco e meia da tarde. Uma professora muito querida veio saber como Maria estava e a abraçou demoradamente, Bernadete a conhecia desde a segunda série e agora estava feliz por encontrar-se novamente com a sua aluna mais levada e inteligente de alguns anos depois.

Longe dali...

— A culpa disso tudo é sua, Ana. Eu não sei o que deu em você pra fazer aquelas coisas pra Mariazinha, ela é filha da sua irmã mas nem parece, você nunca ligou pra sua família!

Hernesto dizia aquilo aborrecido, eles estavam sofrendo na cadeia poucas e boas e tudo por causa de uma raiva gratuita que a sua esposa tinha da falecida irmã Marina Fernandez. As duas nunca foram muito próximas mesmo e por mais que Marina sempre quisesse fazer as pazes, Ana era uma criança difícil de lidar naquela época, pouca coisa mudou, a irmã a ajudava com o pouco que tinha mesmo assim, elas só tinham uma a outra mas infelizmente nada fluiu como deveria ser, Marina não tinha como amar sozinha uma pessoa que não queria ser amada e agora a dor e o arrependimento começava a pesar fundo no coração dela.

— Eu sei, eu sei e não adianta nada ficar me falando isso! - Ana bufou, nesse momento estava de joelhos com o marido esfregando a privada da cela em que os dois estavam presos até segunda ordem da justiça. — Eu vou pagar e tá tudo certo! - o olhou — Lembra de como a Maria era piquitinha quando nasceu? A Marina ficou tão feliz com aquela menina...

— Lembro, e como lembro! - Hernesto sorriu e deu mais sabão a ela — Sua irmã foi muito forte, não era qualquer uma que ia aguentar criar uma criança sozinha depois que aquele desgraçado a deixou!

Ana revirou os olhos na hora, o cunhado tinha sido um verdadeiro canalha com sua irmã.

— Espero que aquele filho da mãe esteja no inferno agora... apesar de tudo ela nunca perdeu a coragem e eu tenho que admitir que ela era incrível! Vivia me passando a perna e conquistava todos os garotos que eu era afim, Marina era uma menina terrível e agora eu entendo porque a Mariazinha é assim! - riu, mas o peito doeu na mesma hora, Hernesto a olhou, acolhendo a esposa num abraço e entendeu que agora ela estava mesmo sofrendo, refletia a vida e mostrava um intenso pesar e arrependimento com toda aquela situação de sua vida atual.

— Elas eram a sua família, Ana... - a beijou nos cabelos.

— Sim e eu não dei valor. A Maria nunca vai me perdoar, eu fiz mal demais pra ela. Se pudesse apagava tudo o que fiz naquela maldita casa... até hoje não entendo porque a machuquei, a deixei sem comer e passar frio, ela não merecia, Hernesto!

— Calma mulher, quando a gente sair daqui você vai poder dizer pra ela essas coisas! Eu devia te deixar e pedir o divórcio, mas eu ainda amo você e nós vamos estar juntos até o final!

— Você promete, seu traste? - Ana sorriu emocionada com ele.

— Sim, sua chata e egoísta! te amo! - e assim a vida para os tios de Maria seguia na mesma rotina...

***

Não demorou muito tempo para que Heriberto estacionasse o carro em frente ao colégio do outro lado da rua, ele tirou o cinto de segurança e esperou por Maria depois que mandou outra mensagem avisando a ela que já havia chegado mas como ela não visualizou, ele desceu do veiculo e atravessou a avenida apressando o passo quando viu uma cena que não desejava ver nunca na vida. Maria estava sentada em um banco sorrindo com aquele mesmo marginal que atentou covardemente contra ela, Heriberto não suportava aquele delinquente que nem com a surra que levou dele, desistiu de se aproximar de seu amor.

O sangue borbulhou no corpo inteiro e quando Maria o viu na mesma hora sorriu lindamente para ele esperando ser recebida com um beijo gostoso. Porém não foi isso o que aconteceu. Heriberto já chegou partindo para cima do garoto que estava sentado de costas para ele e não tinha visto se aproximar. Só deu tempo de Maria gritar enquanto via Carlos Henrique ser erguido de forma rude pela camisa perdendo a força e todo o ar.

A ira do empresário era tão grande que podia matar qualquer um se não tivesse sido impedido pelo diretor e por mais alguns alunos fortões que passavam ali. Maria estava apavorada, não sabia o que fazer.

— Heriberto larga ele!! - ela gritava com o rosto vermelho — Ele não tá fazendo nada, a gente só tava conversando e...

— Está de papo com esse maldito agora, Maria? - Heriberto gritou com raiva soltando o menino que caiu sentado e olhando para ela.

Ele respirava pesado, parecia um animal.

— É sim! E se não fosse por ele eu nem sei o que podia ter acontecido com nosso filho se eu caísse daquela escada!! Calma, eu não quero você assim!

— Você se machucou amor? - ele tentava se acalmar, fez sinal de que já estava tudo bem e as pessoas se dispersaram dali deixando os três sozinhos. Carlos se levantou sentindo o pescoço doer e já ia embora quando Heriberto o fez parar.

Maria o abraçava choramingando, queria seu homem calmo e odiava vê-lo assim de uma forma que ele não era. Ela o olhou e depois de um beijinho rápido o fez se acalmar, olhou também para Carlos Henrique e pediu desculpas por ele. Os dois nunca seriam amigos de fato mas pelo menos um acordo de paz foi selado.

— O Carlos me ajudou quando eu fiquei tonta e quase caí. Ele está arrependido amor e me pediu perdão.

Carlos então suspirou e encarou Heriberto com uma coragem que ele não sabia de onde vinha. Foi verdadeiro com Maria e não voltaria atrás mas o problema agora seria engolir aquele homem enorme que parecia querer o comer vivo.

— É verdade tiozão! - Heriberto deu um passo, odiava aquele apelido — Quer dizer, seu Heriberto! - recuou temeroso mas continuava falando — A Maria ia cair feio na escada e eu tava passando na hora. Já pedi desculpa e quero pedir pro senhor também!

Maria o olhou esperando uma resposta e os dois apertaram as mãos.

— Tudo bem garoto! Mas não quero saber de te ver mais perto da minha mulher. Agradeço por ter ajudado mas é só isso! agora some da minha frente ou eu acabo com a sua raça, seu moleque!

Carlos correu na hora. Heriberto trouxe Maria mais para perto e a beijou com desejo tocando com os dedos o ventre dela que crescia devagar, mas que já era o seu maior amor do mundo e sua maior gratidão.

(...)

Horas depois ele a apertava forte contra o seu corpo nu na cama depois de gozar forte com ela ali, tão linda, tão atrevida e tão dele! Maria o beijava no peito carinhosa e gemia baixinho para ele quando o episódio de mais cedo veio na mente e Heriberto sentiu que deveria contar, deveria ser sincero e se não falasse naquele momento, acabaria não falando depois, ele não queria que seu relacionamento com ela tivesse segredos ou mentiras, então começou a dizer de uma vez.

— Pimentinha...

— Hum, o que foi meu gatão? quer mais? - ela rebolou se esfregando nele. Heriberto a segurou na cintura, o assunto era realmente sério demais.

— Lavínia esteve na empresa! - falou de uma vez a vendo sair de cima dele na hora com raiva.

— Vai mesmo falar dessa piranha agora? - puxou o lençol para se cobrir com força.

— Maria, eu odeio essa mulher mas eu tenho que te contar o que ela fez, ou melhor o que ela quer que eu faça! Quero que me escute primeiro meu amor. Calma!

— Não me pede calma! - ela bateu nele e num movimento rápido ele a fez se sentar em suas pernas, a segurava de frente, ficaram se olhando com a respiração alterada, Maria odiava aquele assunto mas agora queria ouvir — O que aquela aguada nojenta quer agora? ela te tocou? eu mato ela!

Heriberto suspirou, não contaria que Lavínia tinha o beijado a força, seria bem pior além de sua decisão.

— Não amor! Me escuta, ela está me chantageando, disse que eu não tenho outra saída e que se eu não fizer o que ela quer, ela vai matar você!

— O que? ahhhhhh!!! - Maria gritou, tentou sair do colo dele mas não conseguiu. — E o que ela quer que você faça? - tremia assustada, tinha mais medo de perder o seu amor do que de ser morta pelas mãos daquela maluca.

— Ela quer que eu me case com ela, Maria. Ou eu me caso com ela ou você morre. Eu não quero te perder e perder nosso filho meu amor. - os olhos lacrimejaram e ele chorou junto dela que ficou muda.

— Isso é um absurdo Heriberto, não!!!! - ela pensou sobre aquelas palavras — Você não faria isso né? você não vai me abandonar pra casar com aquela piranha, né meu amor???

Heriberto baixou a cabeça mas já havia tomado a sua decisão, uma decisão também cheia de surpresas.

— Eu vou sim Maria. Eu vou me casar com Lavínia...

 


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Notas finais do capítulo

Continua...



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