A Nossa Chance De Amar - Triunfo Del Amor escrita por Mrs Belly


Capítulo 11
Capitulo 11




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Ela acordou bem cedo e ainda nua virou-se para o lado e contemplou por alguns minutos a imagem de seu amor dormindo como um anjo ao seu lado na cama. Os dois passaram os dias em uma propriedade que Heriberto tinha afastada da cidade e de todos os problemas que a correria intensa da vida pode proporcionar, ali viviam sozinhos se amando e se conhecendo a cada dia e tudo isso contribuiu para que agora estivessem ainda mais apaixonados um pelo outro. Durante esse período Victoria não pensou em nada e felizmente Osvaldo parecia ter sumido do mapa e isso era bom mas a realidade logo estaria de volta pois chegava a hora de voltar.

Arrumaram as poucas coisas que levaram e em algumas horas Heriberto estacionara na garagem de seu prédio, os dois subiram e lá em cima já estavam as únicas peças de roupa que sobraram e que Victoria pediu que Antonieta enviasse a ela já que as mesmas por sorte não foram rasgadas como trapos pois estavam no closet pessoal da Casa de Modas.

— Tem certeza Victoria, que você já quer ir trabalhar? hum? - Heriberto a beijou enquanto a ajudava a colocar as peças em uma parte que ele reservou para ela no armário.

— Sim Heriberto. Aquele lugar é a minha vida! Osvaldo não me destruiu completamente e eu estou de pé, firme e vou até o fim! - disse cheia de confiança.

— Estou do seu lado meu amor! - a abraçou com carinho — Você é forte e não deve se deixar abalar. Podemos comprar tudo o que perdeu de volta e além disso você tem seus filhos que jamais a deixarão sozinha. Eu te amo!

(...)

Duas semanas depois lá estava ela de volta a sua casa de modas, os últimos dias não foram fáceis e Victoria ainda derramou muitas lágrimas quando finalmente soube por Antonieta, Pepino e por seus advogados que Osvaldo tinha entrado com um processo de reintegração de posse da empresa que sempre foi dela. Na verdade o que muitos não sabiam era que ele tinha esse direito assegurado já que a propriedade sempre esteve no nome dele de fato, os dois eram casados e felizes, não tinham motivos para temer ou desconfiar um do outro e por isso quando Osvaldo deu a ela esse presente, ela nunca se preocupou e nunca imaginou que um dia a separação causaria tais efeitos. Por dias também a rainha da moda se perguntava o quanto se deixou levar e o quanto foi "burra", por que não passou a Casa de modas para o seu nome assim que começou a construir seu império? A resposta fugia e agora ela não sabia e não tinha mais o que fazer a não ser retirar suas coisas e sair do prédio o quanto antes. Infelizmente todos os funcionários também estavam na rua mas Victoria não os deixaria desamparados e pagaria todos os direitos além de dar aos fiéis amigos também uma boa carta de recomendação.

Heriberto ficou consternado mas juntou todas as forças e ajudou seu amor em tudo aquilo o que precisava, aos poucos o seu apartamento se transformou em uma espécie de ateliê e ganhou um pedaço dela, a mulher que era a sua vida agora e assim o tempo foi passando... a mídia não dava trégua e por isso ela achou melhor se esconder de todos, seus advogados recorriam na justiça e agora Victoria estava ali sentada na sala bebendo uma taça de vinho enquanto Heriberto saia do banho depois de chegar do hospital.

— Meu amor.. - ela o chamou e ele se sentou ao seu lado depois de um beijo demorado. Estava lindo assim com o peito molhado e a toalha cobrindo de um modo que a fazia querer tirar, o coração acelerou e ela disse depois de muito refletir e pensar, estava preocupada — Não quero que fique comigo só porque agora não tenho para onde ir. - suspirou e o viu se afastar indignado.

— Victoria, por que está dizendo isso? O que pensa de mim? Eu te amo e estou com você por amor, sempre estive. - baixou o olhar e ela se arrependeu.

— Me desculpa Heriberto, é que a essa altura não sei mais o que fazer ou o que pensar. Não quero ficar parada todo o tempo, não quero te dar trabalho e nem te afastar de sua própria vida, do trabalho que ama fazer. Há dias está aqui para mim mas e você?

— Você é o meu centro agora. - tocou o rosto dela e deu um selinho — Está tudo bem e vou ficar com você o quanto precisar, para o resto da vida. Sobre o meu trabalho no hospital, de qualquer forma há muito tempo eu já tinha férias vencidas e agora estou aqui com você porque te quero, te amo, te desejo, quero te ver bem e passar por toda essa tempestade ao seu lado, minha vida! Não chore mais, eu estou aqui! - Heriberto a abraçou com cuidado, há muito via nela uma tristeza que não se apagava, não sumia nunca apesar de seus filhos estarem por perto a visitando e dando a ela o amor que necessitava.

— Por que tudo de ruim tem que acontecer comigo? - o olhou — Por que tenho que passar a minha vida sempre sofrendo e pagando por algo de ruim? O que eu fiz de tão mal, Heriberto?

— Vicky não diga isso, calma meu amor. Vamos dormir um pouco hum? - beijou os cabelos dela e a pegou no colo indo até o quarto. Ele a colocou na cama e depois de fechar as cortinas colocou uma cueca e foi se deitar ao lado dela.

Victoria o abraçou com força, se aninhou a ele sentindo o cheiro gostoso do sabonete que ele usara e depois de alguns minutos sentindo aquele carinho ela adormeceu.


longe dali...

Ela bufava arisca com a menina que passou correndo na sua frente com medo de levar uns tapas. Se sentou na cama e depois de olhar aquelas fotos por um tempo, pegou o telefone e discou um número na esperança de que a pessoa ainda o possuísse. O aparelho chamou algumas vezes até a linha cair mas ela insistiu e ligou de novo, não aguentava mais a situação e a forma em que estava vivendo durante aqueles últimos anos e agora mais do que nunca precisava ir atrás dele mesmo que encontrá-lo novamente lhe custasse um preço muito alto a pagar.

Heriberto se assustou com o seu celular tocando tarde da noite e para não acordar Victoria que dormia tranquila em seus braços, ele se levantou com calma e foi atender a ligação em outro comodo do apartamento. Do outro lado da linha por uns instantes ele não ouviu nada, apenas uma respiração alterada mas quando ia desligar finalmente ouviu aquela voz chamando...

— Heriberto, sou eu...

O coração dele saltou na hora como se fosse infartar mas de repente a ligação caiu e apenas aquela voz atormentou a sua mente por todo o resto da noite.

(...)

— Parece que temos uma rainha bem tristinha hoje... – Pepino disse enquanto levava a xícara de chá à boca.

Ele e Antonieta haviam ido até o apartamento de Heriberto para fazer uma visita a amiga e ex-patroa e também para saber como ela estava diante de todos os acontecimentos que rondaram a sua vida nos últimos tempos. Felizmente e pelo menos de saúde os dois fiéis escudeiros puderam ver que Victoria estava bem, ela até tinha ganhado um ou dois quilos a mais por conta dos dotes culinários apurados de Heriberto, porém o que pesava e doía ver só de olhar para ela, era o estado emocional deplorável que se encontrava apesar dos esforços dos filhos e de todos a sua volta para que ela estivesse bem.

Acontece que o médico não abriu a boca para dizer o que tanto o atormentava assim que os dois acordaram depois de uma noite de sono conturbada por parte dele. Seja lá o que for que ele a estivesse escondendo ou omitindo quem sabe para evitar um possível sofrimento, acabava a deixando ainda pior apenas pelo fato de não tomar conhecimento e ter o controle das coisas. Quando aceitou se jogar nos braços de Heriberto e viver de uma vez esse amor que nasceu de uma forma tão bonita, Victoria tampouco imaginou que seria tão fácil por causa de Osvaldo, um constante problema em sua vida, mas mesmo assim ela embarcou nessa, ciente de que pelo menos dessa vez as mentiras e enganos ficariam enterrados para sempre em seu passado, mas desde aquela manhã não era exatamente dessa forma que ela já com os olhos marejados de lágrimas imaginava que seria.

Ela sorriu sem vontade quando ouviu a frase do amigo. Desde quando isso estava acontecendo? E quem era ela na vida das pessoas? Talvez cada um de seus pensamentos agora não fossem mais do que pura insegurança e medo de se afogar em um abismo novamente, só que a forma que Heriberto a olhou ao sair de casa mexeu, ou melhor, virou do avesso todos os seus brios.

— Victoria, o que está acontecendo? – Antonieta pegou das mãos dela a xícara, vendo que o chá quente cairia sobre ela a qualquer momento por conta da sua falta de atenção.

— O Heriberto... – ela sussurrou e por pouco eles não conseguiram ouvir.

— Sabia que nesse angu tinha o dedinho do rei do bisturi! Manda a bomba, o que foi que ele aprontou pra minha deusa ficar tão murchinha assim? Se é que ele apronta nessa vida!

— Pepino, por favor! Não é hora para brincadeira. Não está vendo que ela não está bem? O que foi amiga pelo amor de Deus, está me deixando preocupada! – segurou a mão dela e finalmente Victoria falou, Pepino enxugava as lágrimas dela sentindo o coração do tamanho de um grão de ervilha.

— Ele saiu de casa hoje cedo sem falar comigo direito. – suspirou — Parecia distante, esquisito, disse que estava tudo bem mas eu não acreditei porque já estamos juntos o suficiente para saber que não é verdade.

— Ai Vicky, será que ele tem outra? – Pepino se abanou andando de um lado a outro na sala.

— Cala a boca sua bicha atrevida! – Antonieta retrucou batendo com a almofada nele — E o que mais amiga? Você não perguntou a ele o porque disso?

— Claro que eu perguntei, Antonieta! O que eu mais fiz foi tentar saber o que diabos estava acontecendo com o meu homem, mas quem disse que ele falou? Não quero as coisas assim entre a gente.

— Calma, ele deve ter se aborrecido com alguma coisa no trabalho ou com alguém que ele conhece, não sei. Você sabe melhor do que ninguém que vida de médico é bem complicada.

— Vai ver é só isso mesmo rainha... – Pepino suspirou voltando a se sentar perto delas — Depois você conversa melhor com ele.

Antonieta envolveu Victoria em seus braços e a abraçou como a amiga que era. As duas sempre confiaram uma na outra e puderam contar tudo o quando fosse necessário a qualquer hora tanto nos momentos bons quanto nos ruins. Victoria a olhou e pediu que ficassem ali com ela pelo resto do dia pois sem seu amor por perto e sem seus filhos que estavam trabalhando, tudo ficava mais sombrio do que normalmente era.


(...)

No hospital Heriberto acabava de assumir uma cirurgia e retornava a seu posto de médico e de diretor no lugar que lhe pertencia e que também por anos da sua vida foi o único "ombro" que ele teve para chorar e ao mesmo tempo renovar as forças depois da grande tragédia que foi para ele perder a família inteira em um acidente terrível de carro. O paciente era mais uma vez um caso complicado e poderia de vez perder todos os movimentos dos membros do pescoço para baixo se ele como bom e instruído cirurgião que era, não demonstrasse totalmente a sua competência e se deixasse levar pelos turbilhões de questionamentos que enchiam a sua cabeça. Arthur, seu amigo e colega de cirurgia o olhou e viu nele alguém que há muito tempo não enxergava, falaria com ele depois e atento não deixaria que nada de ruim acontecesse ali naquela mesa.

Horas depois os dois se encontraram na lanchonete do hospital e tinham uma conversa animada já que tudo correu bem e a recuperação do paciente seria então muito mais eficaz e rápida. Mas de repente tudo mudou.

— O que está havendo, homem? Que cara é essa, não te vejo assim desde que... – Arthur parou de falar porque aquele assunto sempre foi mais difícil.

— É a Marcela, eu tenho certeza! – Heriberto respirou pesado se lembrando da sensação que teve ao atender aquela ligação misteriosa da noite passada.

— Eu entendo que até hoje não seja nada fácil pra você se lembrar do que aconteceu com ela e com Ludy e Rafael. Eles eram crianças ainda e ela tão jovem...

— Não cara, você não tá entendendo! – ele se alterou mas baixou o tom, nem todos sabiam do acontecido e do quanto aquilo tudo doía forte para ele — Eu recebi uma ligação ontem de madrugada e eu tenho certeza de que a voz do outro lado da linha era da Marcela!

— Como assim? Você andou se drogando? Achei que você estivesse feliz com a sua namorada nova, a Victoria bonitona das revistas, mas se está se drogando tem que parar agora!

— Não! Me escuta!! Não tem nada a ver com a Victoria... – ele suspirou sentindo o coração doer pela forma que saiu de casa sem conseguir dizer nada a ela — Eu não estou de brincadeira, Arthur, era ela sim. Como eu ia me esquecer da voz dela mesmo depois de vinte anos?

— Não sei, mas se ela morreu naquele acidente você está ficando muito chapado!

— Você não vai me entender mesmo, deixa pra lá. Vamos para a emergência, eu devo estar muito cansado, é isso.

Heriberto deixou o copo de café no balcão, tentou esquecer aquele assunto e seguiu para a segunda jornada de seu trabalho que já estava quase no fim aquele dia.


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Notas finais do capítulo

Continua...



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