A Nossa Chance De Amar - Triunfo Del Amor escrita por Mrs Belly


Capítulo 12
Capitulo 12




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Victoria já carregava entre os dedos a segunda garrafa de vinho tinto e andava descalça em passos lentos pelo quarto quando Heriberto finalmente passou pela porta do apartamento às onze e meia da noite. As expressões de ambos eram de pessoas cansadas e apenas os motivos das questões mal resolvidas os separavam naquele momento como se fossem dois desconhecidos e nada mais, até que ela ao ouvir o barulho da madeira fechar correu até a sala para vê-lo chegar. Antonieta e Pepino haviam se despedido há algumas horas então somente a solidão e as dúvidas estavam presentes para contar aquela história a partir do momento em que o médico se pudesse a falar mas não foi exatamente isso que ele fez, pelo menos naquele primeiro momento.

— Boa noite Heriberto...

Victoria sussurrou tentando manter as pernas firmes diante daquele homem, tanto pelo imenso desejo que sentia por ele quanto pelo teor de bebida existentes em seu sangue. Ela já não tinha mais forças para chorar porque já o tinha feito o dia inteiro desde que ele saiu sem dizer nada, então o mínimo que queria e podia esperar era uma explicação ou um pedido de desculpas.

Mas o que ela teve foi um puxão na cintura e um beijo molhado de tirar o fôlego. Heriberto deixou ir ao chão sua pasta, as chaves do carro e a pilha de papéis que trouxera do hospital como trabalho e não se importou com mais nada até ter em suas mãos e em seus lábios o prazer em sentir aquela linda mulher gemendo seu nome. Ele a agarrou com tanta vontade que acabou arrancando de Victoria um grito que foi abafado por ele entrando com a língua como um louco dentro da boca dela. Quando o beijo acabou ela quis se afastar o empurrando com as mãos mas de nada adiantava pois todo e qualquer gesto dela servia para aumentar ainda mais aquele fogo e aquela chama de amor que se ascendeu e que desde que ele colocou os olhos sobre ela pela primeira vez, jamais se apagava.

— Heriberto, calma! me deixa respirar... - pediu enquanto era prensada por ele contra a parede — Não quero transar agora, eu quero conversar! - tirou os lábios dele de seus seios e o fez parar para olhar pra ela — Eu quero, exijo saber porque você saiu daquele jeito sem falar comigo! Me solta! - se afastou.

— Você quer brigar Vicky? - Heriberto a olhou com olhos sedentos, a querendo tanto e com tanta urgência que qualquer um poderia dizer que ele havia saído do hospital e se transformado em outra pessoa. O médico ofegava e voltava a beija-la na boca com tesão enquanto ela suspirava lutando consigo mesma para não se deixar levar por aquela tentação desenfreada.

— Você bebeu Heri... me deixa! - gemeu sentindo a língua dele invadir sua pele com beijos deliciosos pelo pescoço enquanto voltava a trilhar um caminho até chegar nos seios entumecidos e já praticamente desnudos para ele devorar.

— Você também Vicky, você também bebeu com a sua amiga e com Pepino que eu sei.... - puxou o cabelo dela e a olhou nos olhos antes de tomar os lábios para beijar mais — Você cheira a vinho, a rosas, a sexo... a minha mulher! Você é minha e não vai me deixar, está me ouvindo?

— Te deixar? - o olhou sentindo que suas forças se esgotavam e se assustou quando de repente ele puxou sua camisola para baixo a deixando sem nada — Ahh para, assim não quero! - mentiu.

— Estava pelada por baixo por que? Hum? - a grudou mais na parede a deixando de costas.

Victoria suspirava pesado tentando se esquivar das mãos dele mas seu esforço era inútil já que ele a apertava firme na cintura e dedilhava os dedos ágeis por todo o corpo dela fazendo a pele inteira responder com arrepios involuntários e se esquentar. Ignorou o que ele disse, aquele não era o momento para ela se explicar e sim para ele, Victoria o queria sempre e estava apaixonada, Heriberto era agora o seu amor edono de todos os seus pensamentos e de seu prazer mas nem tudo se resolve com sexo e por isso ela queria parar aquele tesão triplicado, queria olhar bem no fundo dos olhos daquele homem e entender o que havia mudado em suas expressões e gestos assim tão rápido da noite para o dia.

Os dois estavam felizes apesar dos impasses que a vida e que Osvaldo colocou sobre ela mas Victoria sabia, mesmo estando por tão pouco tempo com o Doutor, que algo tinha mudado.

— Ahhh... ela gemia sentindo-se toda entregue porque não conseguia resistir mesmo estando chateada. Heriberto era uma delicia com ela na cama e sabia dar prazer como ninguém.

Ele movia os dedos de uma de suas mãos no meio das pernas dela enquanto com a outra apertava firme o seio a fazendo tremer e ter sensações por todo o corpo como louca, amava a sentir assim.

— Eu te amo Victoria! Eu te amo e vou te amar para sempre! - beijou o pescoço dela mordendo e movendo mais os dedos na intimidade molhada para a ver gozar.

(...)

Maria terminava de recolher a mesa do jantar e sorria com Fernanda e Cruz que tinham ido a visitar naquela noite. Eles conversavam sobre a vida de casados, sobre seus planos, frustrações e alegrias quando o assunto se tornou a mãe, Victoria Sandoval e o pai Osvaldo Rios. Tudo ficou tenso, falar sobre os dois agora parecia sempre ser bem mais complicado do que antes mas mesmo assim era inevitável, assim como era impossível não se compadecer com o atual rumo que a vida da Sandoval tomou.

— Eu estou preocupada com a mamãe, Fer! - Maria dava os pratos a ela.

— Eu também Maria! Aquela casa de moda sempre foi tudo pra ela, não entendo como meu pai teve a coragem de fazer uma coisa dessa, tirar da mamãe o trabalho dela, a coisa que ela mais ama fazer na vida! - se entristeceu, estava muito decepcionada com Osvaldo.

— Seu pai foi baixo demais! eu sei que o ama mas as atitudes que ele tem tomado só mostram a pessoa fria e calculista que ele sempre foi e que ninguém nunca percebeu, nem mesmo a nossa mãe... - suspirou sentando em uma cadeira que havia ali — Heriberto veio na hora certa para ela, Fernanda.

— Eu sei. - Fer a olhou — Meu pai foi um idiota!! Mas mesmo assim as vezes eu ainda penso que se ela tivesse feito um esforço, nada disso estaria acontecendo!

— Quando a gente ama alguém de verdade não precisamos fazer nenhum esforço para estar com a pessoa! Por favor Fernanda, pensa, o que você faria se o Cruz te traísse? se não o amasse mais?

— É, tem razão Maria... Mas será que não existe alguma coisa que possamos fazer pra recuperar a casa de modas?

— Eu não sei, minha irmã. Mas talvez Antonieta e Pipino possam nos ajudar, nos dar uma luz! - sorriu e foi pegar o telefone.

Depois de uma longa conversa com Antonieta ao telefone, Fernanda e Maria saíram de casa assim que o dia amanheceu, carregadas de uma esperança infinita no coração pois estavam juntas e decididas a encontrar uma saída para todo o caos que Osvaldo instalou na vida de toda a família com sua raiva em vingança a Victoria Sandoval. Aquele homem agora permanecia frio e ao olharem bem no fundo dos olhos dele assim que foram recebidas na porta do hotel, toda essa sede de tripudiar em cima de quem ele quisesse machucar, foi confirmada.

Maria o cumprimentou mas Osvaldo nada disse. Ele tinha um casaco nas mãos e as chaves do carro junto a uma pequena maleta, de certo ia viajar e estava atrasado, não deu muita atenção a elas.

— Papai, podemos conversar um pouco? - Fernanda o olhou sentindo seu coração se desfazer pelo modo em que ele a olhava, Maria segurou firme nas mãos dela e as duas o acompanharam até o estacionamento em silencio aguardando por uma resposta.

Osvaldo a olhou firme, abriu a porta do carro e a viu suspirar.

— O que quer a essa hora Fernanda? Veio me pedir dinheiro? Aquele seu projeto de homem não faz o suficiente para te sustentar junto com todos os seus caprichos de garota mimada? - sorriu e ela mudou a expressão na hora.

— Respeite o meu namorado, papai! E eu não vim te pedir nenhum dinheiro, eu posso muito bem trabalhar e ter a minha vida agora para sustentar os meus caprichos como você diz.

— Então o que quer? -  cruzou os braços a olhando e Maria interrompeu.

— Olha aqui Osvaldo, minha irmã não tem culpa do seu mal humor matinal! E olha, não viemos até aqui para perder tempo e nem para te atrasar mais, viemos aqui para falar sobre a Casa de Modas Victoria!

— A minha Casa de modas! O que tem, sua atrevida? Veio até aqui para implorar que eu desista do que é meu só para dar lugar a sua mamãezinha? - ele riu e Fernanda chorou baixinho sem reconhecer mais o pai que ela tanto amava e a quem tanto defendia acreditando que com ele a sua mãe era verdadeiramente feliz.

— O que aconteceu com você? Onde está aquele homem gentil que conhecemos? - Maria contestou sentindo horror pelas palavras dele.

— Sua mãe acabou com ele no momento em que ficou louca e resolveu sair da nossa casa e do nosso casamento para se dar ao desfrute com aquele doutor de merda! - esbravejou — Tudo isso só está acontecendo porque Victoria escolheu que fosse assim e aliás, não estou cometendo nenhum crime, estamos separados e conforme manda a lei, eu tenho direito de sair desse divorcio com o que me pertence!

— Mas, pai! Agindo assim você não está prejudicando apenas a mamãe mas também muitas pessoas que trabalham naquele lugar há anos e precisam do emprego para seguir as suas vidas. Max me disse que a empresa está em baixa no mercado sem novas coleções, muitos empresários estão deixando de investir nela e os clientes estão diminuindo... Queira o senhor ou não, a Casa de Modas Victoria não é a mesma sem a nossa mãe a frente de tudo!

— O que quer que eu faça? Foi ela quem escolheu viver isso e eu estou pouco me lixando para aquele bando de estilistas bregas, quero mais é que vão para o inferno!

Fernanda baixou a cabeça e deu as costas a ele sem dizer mais nada, naquele momento ela viu que tudo estava mesmo acabado e que assim como ele havia mudado para pior as coisas jamais voltariam a ser como antes de todo aquele pesadelo começar. Ela foi para o outro lado da rua e entrou no carro da irmã, pegou o telefone e ligou para a mãe, queria ouvir a voz dela, queria colo e todo o amor e a segurança que só com ela podia encontrar.

Maria ainda ficou por mais alguns minutos tentando argumentar com Osvaldo, os funcionários da empresa já haviam sido demitidos mas ele ainda não havia tomado posse de fato, ela não sabia bem o porque mas fizera disso uma chance para quem sabe o fizesse mudar toda aquela ideia absurda.

— Temos um desfile em alguns meses, Osvaldo e se não continuarmos com os preparativos, com os ensaios e provas de modelos, tudo estará perdido e além de todo o trabalho vamos perder muito dinheiro! Deixe que Victoria volte, se não quer que ela esteja no comando da empresa então coloque outra pessoa, mas a deixe trabalhar como estilista, por favor!

— Olha Maria, eu estou muito atrasado para uma reunião de negócios e vocês já tomaram bastante do meu tempo... - olhou o relógio no pulso — Diga a Victoria Gutiérrez que vá para o inferno com esse maldito desfile e tudo! Não quero saber e se ela quiser mesmo tudo de volta, que venha pessoalmente me procurar, quem sabe assim eu não a faço voltar a sanidade! Só depende dela largar aquele desgraçado e voltar para mim! Agora some daqui!

Osvaldo a empurrou fazendo Maria cair sentada no meio fio da calçada. Uma moça que passava na rua a ajudou a se levantar, Fernanda não a viu porque estava distraída ao celular com Cruz e ele foi embora sorrindo como se aquela conversa jamais tivesse acontecido.

(...)

— Bom dia Lucy, o que foi? Por que está chorando? -Max passou pela recepção e viu a secretária, ele tinha ido a Casa de Modas para recolher as últimas coisas pessoais que Victoria havia deixado ali na sala da presidência.

Lucy estava devastada e suas lágrimas banhavam os papéis e todas as coisas que ela também recolhia enquanto dava adeus ao seu local de trabalho. A mulher se tornou amiga de Victoria ali e o maior braço direito a partir do momento em que foi admitida a principio como estagiaria, foram muitos anos de trabalho e companheirismo, de alegrias e tristezas, por isso dia tanto ter que abandonar tudo assim como um nada.

— Ah, Sr. Maximiliano, me desculpe mas é que eu estou muito triste com tudo isso que está acontecendo aqui e com a dona Victoria! - o olhou e Max a abraçou sentindo a dor dela.

— Lucy, tudo bem não precisa se desculpar. Eu entendo e não está nada fácil, também estou arrasado mas... Meu pai foi baixo demais e não nos deixou outra saída a não ser deixar para trás todo esse império aqui.

— A Casa de Moda sempre foi dele, não é mesmo? - Lucy pegou sua última caixa.

— Infelizmente é sim, ele comprou o prédio na época e por isso mesmo ficou. Minha mãe e nem ninguém nunca imaginou que um dia ia se separar do meu pai, né? Vou recolher algumas coisas da sala dela, com licença!

Lucy assentiu e então ele entrou na sala da mãe com lágrimas nos olhos, tudo ali era dela e lembrava ela, a delicadeza do ambiente decorado, os móveis, a cor das paredes, os projetos e rascunhos de cróquis sobre a mesa desde o último dia em que ela esteve ali. Max sorriu e em uma caixa foi colocando tudo o que era de mais importante para a mãe, até que atrás de um quadro que ele tirou da parede, viu o cofre e então resolveu abrir, já que só ele e Victoria sabiam a senha.

Dentro, Max encontrou algumas jóias, dinheiro, talões de cheques e alguns papéis. Ele os pegou e se sentou na cadeira se apoiando na mesa para olhar melhor, Não era nada demais além do rotineiro como contratos e mais contratos até que na última folha seus olhos se arregalaram e ele ainda sem acreditar, teve uma surpresa.

— Meu Deus! - suspirou olhando o papel e leu mais uma vez o que estava escrito para ter certeza — Minha mãe precisa saber disso!

(...)

Victoria o olhava se avermelhar enquanto era levada junto a ele a mais um gozo intenso daquela manhã. Os dois passaram a noite inteira agarrados e nus um nos braços do outro se amando como loucos por várias e várias vezes até o corpo cansar finalmente derrotado por esse prazer quase infinito e pela vontade que ele demonstrou assim que colocou os pés em casa. Ela estava esticada na cama de pernas abertas sentindo o peso de Heriberto repousar sobre si, ele ofegava e a beijava mais, apertava o corpo e fazia uma carícia no seio a fazendo suspirar, só que agora a realidade vinha a tona e não podiam mais adiar.

— Você nunca me pegou assim tão forte, acho que não vou mais conseguir andar. - o olhou deitar a cabeça em seus seios durinhos e marcados pela noite de amor.

Heriberto riu mas não disse nada, ele só desejava estar assim grudado a ela sem poder soltar, a amava e queria ao lado dele para sempre, até estarem bem velhinhos ou até o mundo acabar.

—Precisamos conversar agora, Heriberto. - acariciou os cabelos bagunçados dele o fazendo a encarar, estava lindo, perfeito mas tinha errado, a ignorado e ela não queria ficar assim achando que há um mal resolvido entre os dois.

Com muito custo e depois de mais alguns beijos, Victoria conseguiu se afastar dele e cobrir o corpo com o lençol da cama enquanto o olhava. Heriberto reclamou e tentou a trazer de volta apara os braços dele mas ela recuou saindo dali e indo ao banheiro onde ficou por alguns segundos tomando coragem para o que iria falar, com ele era mais difícil ter aquela conversa e aquele clima pesado, era seu amor, seu homem mas precisava falar e esperava que ele fosse sincero também.

— Amor! - Heriberto chamou na porta estranhando aquela demora.

Victoria abriu a porta e o olhou, estava séria e havia chorado, o verde de seus olhos em contraste com vermelho o mostraram isso.

— O que foi Vicky? Eu machuquei você? - se preocupou.

— Não, eu estou bem. O que está errado é o que está acontecendo e você não quer me contar. - falou firme o colocando contra a parede — Por que saiu sem me dizer nada, Heriberto? Por que me ignorou, me deixou sozinha na cama e foi trabalhar se me disse que estava dando um tempo no seu trabalho para descansar e ficar comigo?

— Victoria eu...

— Não mente pra mim pelo amor de Deus! - tremeu inteira e ele secou suas lágrimas com a ponta dos dedos, olhavam um nos olhos do outro agora com calma, com amor — Estávamos bem e no outro dia você some, não me diz nada, volta a trabalhar de repente e quando volta quase me mata de tanto gozar!!! O que foi??? O que mudou?

— Você não gostou do que fizemos aqui? - ele desconversou mas ela não dava trégua.

— Não muda de assunto, eu não disse isso, só quero entender o que você me esconde! Fala Heriberto? Eu não vou mais esperar...

Heriberto suspirou, se afastou dela e cobriu sua nudez com a cueca, sentou-se na cama e a chamou para mais perto, não era fácil e até podia ser coisa da cabeça dele mas precisava mesmo falar ou morreria sufocado por suas próprias palavras, por sua dor e todos os seus sentimentos.


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Notas finais do capítulo

Continua...



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