Astória - A Menina Que Não Podia Amar escrita por Atlanta Claremont


Capítulo 11
Você o ama


Notas iniciais do capítulo

Gente mil perdoes por ter sumido, mas não desiste de mim não



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/799280/chapter/11

Quando beijei Draco Malfoy pela primeira vez senti como se toda a sensatez que até então guiava a minha vida houvesse se perdido,  seus lábios apertavam os meus e eu não o detinha, sua língua dançava pela minha boca em uma velocidade  que oscilava entre lenta e suave e eu não o parava. Suas mãos percorriam  a minha pele e eu ansiava por mais.  Eu queria aquele calor que ele me fazia sentir. Era como se meu corpo estivesse sendo desmontado pedaço por pedaço ao seu toque, mas seus lábios pudessem me fazer inteira.  Eu queria Draco Malfoy para sempre na minha vida.

Quando o soltei percebi  seu fino cabelo loiro como trigo recém-cortado estava desgrenhados, seus olhos luminosos e muito mais escuros do que de costume, a boca vermelha e levemente inchada.  Se de fato existia uma maldição eu já estava condenada. Eu iria me casar com Draco Malfoy,  não porque estava sendo obrigada, não porque minha família dependia disso, e sim porque eu o queria, queria tanto que nada mais no mundo importava.

Fiz com que ele esquecesse essa ideia absurda de fuga. Eu não podia fugir agora, não depois de me fazer ama-lo. Poderia até parecer uma ideia sensata, não nego que não tenha me ocorrido, entretanto não adiantaria em nada porque  ao fugir eu não poderia deixar o sentimento para trás.

— Eu não quero fugir — disse olhando em seus olhos para que ele entendesse bem— quero ficar com você.

— Eu não quero que você vá— Draco disse como se implorasse. Com eu poderia resistir a isso? 

Draco saiu hesitante em me deixar para trás, mas sabíamos que não deveríamos ser vistos juntos naquele momento. Éramos de famílias tradicionais, e um noivo não deveria ver a noiva antes de o casamento começar. Esperei cerca de trinta minutos antes de me dirigir ao jardim, minutos que pareceram uma eternidade, a ideia de casar obrigada me deixava enjoada, porém a ideia de casar por querer não tornava as coisas muito mais fáceis. Quando vieram me buscar minhas pernas estavam tão bambas que não sabia se conseguiria andar, porém respirei fundo e busquei tranquilidade e calma na ideia de que o lugar não estaria cheio e não teria que lidar com muitas pessoas.  

Quando cheguei até a entrada do jardim o início do caminho estava coberto com pétalas de rosa que me levariam até o altar, meu coração gelou. Olhei as pessoas em volta, eram poucas e desconhecidas, mas ainda sim, o fato de ser o centro das atenções naquele momento me fez querer sair correndo. Travei por um momento, não sabia se conseguiria continuar, então percebi que Draco me encarava. Seu olhar era encorajador, eu segui até sua direção sem ousar olhar para os lados. Ignorei os comentários sobre a beleza do meu vestido e o resto da minha aparência e segui como se estivéssemos apenas eu e ele. Daí em diante eu lembro muito pouco do que aconteceu, o ministro falou algumas palavras, Draco e eu repetimos mais algumas e eu disse sim, bem mais rápido do que pensei que diria. A única coisa que me importava naquele momento era que tudo aquilo terminasse eu pudesse ser completamente dele.

Minha paciência seria testada por mais tempo, pois  ainda teríamos um coquetel, logo após um jantar e depois o corte do bolo. Eu sorria para as pessoas que vinham me cumprimentar, por  mais que ansiasse o fim de tudo aquilo não seria desagradável os poucos convidados que ali estavam. Olhava para Draco que conversava pomposamente com alguém que parecia ser funcionário do ministério, ele estava luminoso e exibia um sorriso genuíno, eu gostava muito de vê-lo assim. Enfim os propósitos da senhora Malfoy estavam sendo alcançados, as pessoas estavam novamente dispostas a aceitar os Malfoy na sociedade bruxa. Não todas, é claro, um simples casamento não diminui em nada o passado, mas ajudava a trazer mais humanidade a família. A possibilidade de filhos, todo mundo adorava crianças.

Por Merlin agora eu era uma mulher casada! Ainda era difícil de acreditar já o que casamento nunca foi uma esperança. Agora eu segurava uma taça de champanhe  enquanto admirava Draco ao longe, meu marido. Aquilo era muito estranho de pensar, até poucos meses eu o detestava e agora estávamos unidos para toda a vida. Sabia que seria um desafio, porém Draco não era a pessoa que eu imaginava, ele havia me surpreendido de uma maneira boa, e isso foi totalmente inesperado. 

— Você o ama— ouvi uma voz terrivelmente conhecida em minha direção. Era Odile, ela estava ainda mais esplendida do que de costume, com um belo vestido vinho que destacava seu corpo curvilíneo. — Você o ama— ela repetiu mais uma vez. Aquilo não era uma pergunta.

— O quê? Claro que não, do que está falando? — questionei desconcertada. Eu sabia que ela sabia, contudo não cederia assim tão fácil as suas suposições.

—  Não insulte a minha inteligência menina, qualquer idiota que olhasse para os dois perceberia que estão apaixonados. —  Será que éramos assim tão óbvios? Queria poder negar, mas sabia que seria em vão. '' É melhor não mentir, mas pior ainda é mentir  mal'' Daphne sempre me dizia, e eu sabia que era uma péssima mentirosa. Continuei em silêncio sem saber o que dizer.

 —  Eu fui uma idiota em pensar que você não estragaria tudo.  —  Odile prosseguiu segurando meu braço com uma força exagerada, provavelmente ficaria marcado, mas não era aquela dor que realmente me feria—  Logo você. Era para ter sido sua irmã, aquela egoísta da Daphne. Ela não seria tão estúpida em se apaixonar, não colocaria tudo a perder assim tão rápido.

Eu sempre soube que Odile me achava fraca, contudo ela sempre foi mais sutil ao destilar seu veneno.

—  Mãe, por favor—  supliquei enquanto ela me sacudia com força. Estávamos em um lugar aberto e era o dia do meu casamento, uma cena naquele momento seria uma coisa péssima e ela sabia muito bem disso.

— Eu tentei Astória—  sussurrou quando percebeu que poderia estar chamando atenção—  Juro que tentei, mas você nunca tornou as coisas fáceis para mim. Sempre perdida em fantasias tolas em romantismo barato. Eu tentei te fazer dura para mundo, te ajudar a sobreviver, mas sempre soube que era um caso perdido.

— Eu... eu

— Só nos faça o favor de nos deixar um herdeiro antes de morrer. Se não, tudo isso terá sido em vão. 

Odile trouxe o assunto da maldição sem um pingo de compaixão. Será que ela não conseguia entender que eu não procurei aquilo? Eu jamais pensaria em casar se não fosse ela? Ela era a responsável por me colocar nessa situação e agora virava as costas porque infelizmente eu era uma decepção aos seus precisos planos. Senti-me abandonada pela minha própria família e as lágrimas escorreram pelos meus olhos sem que eu pudesse controlar. Corri em direção a mansão, não queria ser vista chorando. 

— Astória? O que aconteceu?— perguntou Draco que vinha em minha direção.

—  Não é nada—  respondi limpando o rosto.

 A última coisa que eu queria era ter uma crise de choro no dia do meu casamento. Menos ainda era que Draco pensasse que eu estava chorando de arrependimento  — Eu juro—  continuei quando percebi que ele não iria ignorar minhas lágrimas —  Foi só uma discussão com a minha mãe, nada com que deva se preocupar.

— Tem certeza? 

Ele segurou minhas duas mãos com cuidado e me encarou com um olhar protetor. Me ver chorar realmente o afetara e eu não queria que ele se preocupasse.

— Estou feliz Draco. Acredito que só um pouco mais sensível que o normal. Foram coisas demais para um único dia.

— Acho que podemos dar o dia por encerrado.

—  O que quer dizer?

—  Isso já está durando tempo demais e tem muito mais gente do que eu esperava. Passei horas tendo que sorrir e ser cortes com gente que sei que me detesta. Já deu, vamos sair daqui.

—  Mas e o jantar? E os convidados?

—  Acho que eles vão entender perfeitamente se quisermos nos retirar mais cedo.

 Senti minha pele queimar, sabia do que ele estava se referindo.

— Para aonde vamos?- Quis saber já que não tínhamos conversado sobre os planos para depois do casamento.

— Para Ardenas, na Bélgica.

Olhei intrigada, mas não discuti, nunca fui a nenhum lugar além de Londres e Hogwarts e a possibilidade de conhecer um lugar novo parecia excitante. Ir para qualquer lugar longe dali com Draco parecia exitante. Eu estava ansiosa para minha lua de mel, em todos os sentidos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Digam o que acharam por favor



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Astória - A Menina Que Não Podia Amar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.