Remember Me escrita por Miss Serenity Blue


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Eu voooooltei, agora pra ficaaaaar!
Por que aquiiiiiiiii, aqui é o meu lugaaaaaaar! ♥



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Capítulo 4

 

Mais de um ano havia se passado desde que Astoria aceitara o internato no St. Mungus. Mais de um ano desde que sua vida mudara drasticamente. Nesse período, ela não só havia assumido responsabilidades cada vez maiores, como também se deparou com as oportunidades que tanto sonhara.

Desde pequena, Astoria sempre gostara de crianças. Lembrava-se claramente de cuidar de suas bonecas como se fossem filhas e pedir para a mãe um kit médico para examiná-las, aplicar injeção e fazer pequenos curativos, prometendo que ficariam bem. Mais tarde, quando uma amiga de sua mãe teve um bebê, lembrava-se de pedir todos os dias para que fossem visitá-la e poder segurar o bebezinho em seus braços. Assim, não foi qualquer surpresa para sua família quando resolvera cursar enfermagem e se especializar em pediatria.

— Só faz enfermagem aqueles frustrados por não cursar medicina. - Sua irmã dizia.

— Enfermagem é cuidar, Dafne. É o contato diário que os médicos não conseguem fornecer. Eu quero cuidar das pessoas! - Retrucava ela.

E, mesmo atrás da filha perfeita que Dafne representava, uma modelo de sucesso, Astoria estava feliz com o destino que escolhera para si. E isso só ficava mais claro à medida que ia evoluindo e conquistando cada vez mais espaço naquele hospital tão renomado.

— Você deveria desacelerar, Tori! - Ana dizia para ela. - Já pegou dois plantões seguidos, vai cair de exaustão.

Ela estava, de fato, bastante exausta. Porém se comprometera a acompanhar o quadro da pequena Lyra, uma recém-nascida que já sofrera duas paradas cardíacas antes mesmo de completar seu primeiro dia de vida. 

— Eu aguento mais algumas horas, Ana. - Respondeu ela, segurando um bocejo.

— Estou vendo… - A amiga respondeu, parando-a de frente para si no corredor vazio. - Tori, eu sei que não quer ir embora por conta da Lyra. Eu acabei de chegar, estou descansada e me comprometo a ficar de olho nela. Só vai até a sua casa, toma um banho e tira um cochilo.

Astoria pensou por um segundo antes de responder, mas sabia que a amiga tinha razão. Podia sentir cada músculo de seu corpo clamando por um banho quente e algumas horas de sono.

— Tudo bem Ana. Mas me ligue se qualquer coisa acontecer, ok? 

A loira concordou e Astoria respirou fundo, rendendo-se ao cansaço. Pegou sua mochila no armário e, enquanto saía, checou as últimas mensagens do seu celular. Sua mãe havia perguntado se ela iria para o jantar de ação de graças. Seu pai havia mandando uma mensagem pedindo que ela respondesse sua mãe. Dafne havia mandado outra mensagem alguns minutos depois pedindo pelo amor de Deus para não deixar sua mãe no vácuo por que ela estava atormentando a família inteira. Nenhuma novidade.

Caminhou pelo hospital, rindo das loucuras de sua família, até chegar na recepção. Lá encontrou Theo entrando para seu plantão, que também deveria ser o dela se ela não tivesse emendado os dois últimos.

— Ana conseguiu te convencer a dormir? - Brincou ele, se aproximando com aquele clássico sorriso torto e dando-lhe um selinho.

— Contra a minha vontade, mas sim. - Respondeu ela, com um sorriso cansado.

— Você não pode se matar dessa forma, baby. Se não, de nada vai adiantar seu corpo estar aqui se você apagar de exaustão.

— Não é para tanto. - Disse ela, fazendo uma careta.

— É para tanto sim. - Rebateu ele. - Vá para casa e descanse. Nos vemos quando eu sair, ok?

— Tá certo. 

Theo deu um beijo na bochecha da morena antes de se afastarem. Em um ano bastante coisa havia mudado.

Depois daquele café da manhã na padaria em frente ao St. Mungus, quando Theo a convidou para conhecer outros lugares de Londres, Astoria e o moreno começaram a conversar bastante. Apesar de não terem muito em comum, ambos se divertiam na companhia um do outro.

Na primeira vez que saíram juntos, Theo a levou para conhecer o Picadilly Circus, a Trafalgar Square e a Chinatown, onde comeram um macarrão oriental em um restaurante minúsculo que mal se destacava dos demais, mas que Astoria descobriu ser seu preferido naquele bairro.

O segundo encontro aconteceu no British Museum, onde Theo acompanhou-a e contou detalhes que somente alguém muito apaixonado por história poderia prover. Para finalizar, foram almoçar em um pub e comer o clássico britânico fish’n chips.

Astoria gostou muito dos passeios e da companhia de Theo, que sempre se dedicava ao máximo para conquistar a confiança e a atenção da morena. Porém, por mais que suas investidas fossem constantes, não rolou nada além de um singelo beijo no canto da boca até então. O coração da morena ainda estava muito longe daquele rapaz.

Foi somente no terceiro encontro que Theo percebeu que algo havia mudado. A morena por quem se interessara parecia um pouco perdida em pensamentos, absorta em algo que ele não era capaz de desvendar. Enquanto passeavam pela London Eye, Astoria havia puxado o moreno para si num beijo quase sofrido. 

E mesmo que cinquenta anos se passassem, ela sempre se lembraria daquele beijo. Não pelo moreno em seus braços, mas pela decepção em seu coração. Havia acabado de voltar de Oxford, numa tentativa frustrada de visitar o hospital e ter notícias de Draco. Ao se deparar com a mesma recepcionista pouco amigável da última ligação, teve notícias de que o loiro havia sido transferido para outro hospital, o qual não poderia ser informado. Assim, após chorar pelo caminho de volta a Londres, decidiu por um momento que precisava jogar aqueles sentimentos para o fundo de seu coração e se permitir conhecer aquele que há meses tanto fazia para chamar sua atenção.

Começaram a namorar dias depois desse beijo e, mesmo que ainda não se sentisse totalmente completa nesta relação, já havia se passado quase um ano.

À vista de todos, Astoria e Theo eram o casal perfeito. Ambos da área da saúde, ambos com rotinas corridas que eram capazes de suportar, ambos dedicados em sua profissão… Esses eram os pensamentos de Astoria sempre após um encontro com o namorado, como se tentasse se convencer de que aquele era o certo a fazer por si.

 

Quando chegou em casa, deixou a roupa suja no cesto próximo à máquina de lavar e tomou um banho rápido, pensando unicamente na cama macia e quentinha que lhe aguardava. 

Foram dez horas de sono ininterruptas que foram capazes de garantir àqueles músculos cansados um pequeno momento de paz. Acordando calmamente, checou as horas no celular, já passava sete da manhã, e sorriu para si, feliz por ter dado ouvidos à amiga e ido para casa. Não haviam mensagens ou ligações perdidas, o que significava que sua pequena Lyra deveria estar estabilizada.

Espreguiçou-se na cama, permitindo-se aqueles dez minutos de preguiça enquanto despertava por completo. Levantou-se e preparou um café e um delicioso misto quente, sentando-se no sofá e ligando a TV enquanto comia, coisa que há muito não fazia. Pulou alguns canais, notícias, esportes… Até que achou um de seus filmes favoritos passando, já pela metade, e se deu ao prazer de assistir até o final. De Repende 30 era, sem dúvida, uma das melhores comédias românticas que já havia assistido em toda a sua vida. Agradeceu aos céus por aquele canal ter resolvido reprisá-lo àquela hora da manhã, iniciando seu dia da melhor maneira possível.

Como seu plantão só começaria às sete da manhã do outro dia, Astoria tinha o dia inteiro para si. Por isso, assim que o filme terminou, a morena colocou sua legging, um tênis de corrida e uma camiseta e partiu para o parque. Fazia tempo que não corria, uma de suas atividades preferidas.

Estava na terceira volta quando seu celular tocou.

“Srta. Astoria Greengrass?”— Ouviu aquela voz já bastante conhecida do outro lado da linha.

— Sra. McGonagall. - Respondeu ela, tomando fôlego. Raramente conversava com a chefe de enfermagem do St. Mungus, ainda mais via telefone.

“Peço desculpas por atrapalharmos sua folga. O Dr. Nott nos informou que você dobrou o último turno em prol de uma recém-nascida.”

— Não tem com o que se preocupar, é o meu dever. - Respondeu ela, simplesmente, sentando-se num banco próximo.

“Srta. Greengrass, gostaria de encontrar a senhorita na minha sala em uma hora. Pode ser?”— Pediu. Algo que Astoria jamais iria negar.

Respondeu afirmativamente para a Sra. McGonagall e desligou o telefone, um pouco confusa pelo motivo da ligação. 

Receosa, tratou de voltar logo para seu apartamento e tomar uma ducha rápida, lavando o cabelo e prendendo-o, após secá-lo, em um rabo de cavalo. Colocou suas roupas brancas e guardou o jaleco na mochila antes de se dirigir ao hospital.

Meia hora antes do combinado, a morena já estava em frente à sala da mulher.

— Senhorita Greengrass. - A secretária a chamou. - A Sra. McGonagall pediu que entrasse. 

Respirou fundo e caminhou em direção à porta branca em sua frente. Sua cabeça com milhões de pensamentos ao mesmo tempo… Não conseguia assimilar por que a chefe da enfermagem havia a chamado em sua sala no seu dia de folga. Repensou em todas as suas atitudes nos últimos dias, não encontrando nada que lhe custasse algo tão ruim a ponto de ser chamada na sala da mulher. Será que ela estava achando que Astoria estava usando algodões demais? Mas são bebês, jamais utilizaria pouco algodão para seus cuidados, sua pele é sensível. Será que ela viu pelas câmeras que Astoria havia roubado o travesseiro da ala geriátrica? Mas tinha uma criança com problemas sérios de coluna que não conseguia dormir, e os travesseiros da ala geriátrica são os mais macios…

Com essas e várias pequenas outras infrações na cabeça, entrou na sala da chefe de enfermagem, que sorria calmamente em sua cadeira, atrás de uma grande mesa de vidro. 

— Sra. McGonagall. - Cumprimentou Astoria.

— Srta. Greengrass. Sente-se. - Indicou a cadeira à sua frente, a qual a morena mais nova aceitou prontamente. - Mais uma vez, peço desculpa por atrapalhar sua folga. Sei que tem trabalhado arduamente e é mais que merecida.

— Como te falei ao telefone, é o meu dever Sra. McGonagall. 

— Na verdade, não. - Rebateu a mulher, calmamente. O que assustou Astoria, que nada disse. - Não é seu dever dobrar seus turnos em prol de um paciente, mas você o fez. Não é seu dever trazer giz e surrupiar papel da recepção para que as crianças mais velhas se distraiam desenhando, mas você o fez. Não é seu dever fazer bichos com luvas médicas para as crianças menores, mas você o fez. Não é seu dever pegar travesseiros da ala geriátrica para crianças que não conseguem se adaptar à cama do hospital, mas você o fez.

Astoria podia sentir seu rosto se aquecendo com o calor que subia. Suas mãos suavam um pouco. Sua mente girava em torno daquelas diversas pequenas infrações que, ela sabia, a chefe de enfermagem à sua frente jamais deixaria passar. Pensou em se desculpar, pensou em inventar uma desculpa, pensou em diversas respostas, mas nada saiu de sua boca.

— Tem algo a dizer sobre isso? - McGonagall perguntou.

— Bom … - Astoria começou. - Não senhora. Está certa em cada um de seus apontamentos. Cometi cada uma dessas infrações por meus pacientes. Entenda, Sra. McGonagall, são crianças. Muitas delas não entendem por que estão sendo espetadas por agulhas, por que têm um tubo em seu nariz ou uma sonda para tirar seu xixi. Não entendem por que são obrigadas a ficar dentro de um quarto branco e sem vida… Então, admito meu erro, mas devo ser sincera e dizer que o faria novamente.

Desviou o olhar por um segundo, esperando o que a mulher tinha a dizer. Porém, ouviu um sonoro riso da mulher à sua frente.

— Srta. Greengrass, devo dizer que é muita ousadia admitir infrações. Mas concordo plenamente com a senhorita. Parte do que prego, enquanto profissional e enquanto pessoa, é ajudar ao próximo como ser humano, não apenas como paciente ou enfermo. - Ela fez uma pausa, apoiando os braços na mesa de vidro à sua frente e se aproximando um pouco mais de Astoria. - Eu tenho te observado, Srta. Greengrass. E devo dizer que me lembro muito de mim mesma em suas atitudes. E é por isso que eu te chamei aqui hoje, senhorita. A Sra. Fence, enfermeira responsável pela ala de traumas pediátricos, está se aposentando. Essa é sua última semana. E gostaríamos que você assumisse essa posição.

— O … quê? - Astoria não havia assimilado suas palavras.

— Entendo que será um grande desafio, visto que terminou há poucos meses seu internato. Porém vemos muito potencial em você, Srta. Greengrass. Seria um prazer para mim poder te instruir nessa nova função, se aceitá-la, é claro. - McGonagall sorria.

— É claro! - Astoria pulou da cadeira, não conseguindo conter a felicidade em si. - Digo, pode contar comigo, Sra. McGonagall. - Se recompôs, sentando-se novamente, mas sem conseguir parar de sorrir.

— Aproveite a sua folga hoje, Srta. Greengrass. Amanhã, assim que chegar, me procure aqui na minha sala e nós conversamos melhor sobre a função, ok?

Astoria concordou e logo havia saído da sala da mulher, ainda sem conseguir acreditar na promoção que recebera. É muito difícil um enfermeiro subir para uma função dessas em tão pouco tempo, ainda mais trabalhando em um hospital tão importante e com tantas pessoas qualificadíssimas para a função.

Andou pelos corredores quase saltitante, parecia não caber em si de tamanha alegria. Quando se aproximou da cafeteria, viu que Theo estava tomando um café e se aproximou dele.

— Hoje não era sua folga? - Ele perguntou.

— Era, mas McGonagall me pediu que viesse para conversar com ela.

— Pelo tamanho do seu sorriso, imagino que não seja uma notícia ruim.

— De forma alguma. - Ela dava pequenos pulinhos. - Ela me chamou para assumir a área de trauma pediátrico!!! A Sra. Fence está se aposentando.

— Que notícia maravilhosa, Tori! - Theo se levantou e a abraçou bem forte. - Mais do que merecido!

— Eu ainda não consigo acreditar!!

— Temos que comemorar. Esta noite, na sua casa, ok? Eu levo a pizza!

Astoria concordou, extremamente feliz, e logo se despediram.

Com aquela notícia, não sabia o que fazer para que o dia passasse mais depressa e o dia seguinte chegasse logo.

 

Por volta das 20h, Astoria estava sentada no sofá, os pés balançando, enquanto esperava por Theo. 

Nunca havia feito tanta coisa em um dia só, mas precisou manter a mente ocupada para que o dia passasse mais depressa. Por isso, lavou as roupas, limpou seu guarda-roupas e tirou algumas roupas para doar, limpou a casa, lavou o banheiro e as janelas, reorganizou seus livros na estante e comprou mais uma dúzia deles online, pesquisou artigos científicos sobre traumas pediátricos, pintou as unhas, fez almoço para uma semana e congelou em pequenas marmitas para facilitar o seu dia e regou as plantas. E ainda assim o dia seguinte não havia chegado ainda.

A campainha tocou logo e Theo entrou com uma caixa de pizza e uma garrafa de vinho. Diferente do que se apresentava no hospital, vestia um jeans surrado e uma camisa do seu time de futebol preferido. 

Sentaram-se no sofá, apoiando a caixa de pizza na mesinha de centro e se servindo do vinho. Conversaram sobre o dia, sobre as correrias do hospital, sobre a infinidade de coisas que Astoria havia feito para que o dia passasse mais rápido, o que fez Theo gargalhar e sugerir mais uma infinidade de atividades para auxiliá-la na sua missão.

Quando restava somente dois pedaços de pizza e ambos já estavam bastante cheios e um pouco alegres devido à garrafa de vinho que ficara vazia, o assunto começou a acabar e o silêncio deu lugar. Theo olhava para a mulher à sua frente em completa admiração, enquanto ela se distraía com sua taça de vinho quase vazia.

— Tori… Estamos juntos há um certo tempo… - Começou o rapaz, ganhando sua atenção. - E fico pensando quando vou conhecer sua família e quando aceitará conhecer a minha.

— Theo, já falamos sobre isso… - Ela parecia receosa, pensando com cuidado em suas palavras. - Ainda é cedo… 

— Astoria, às vezes sinto que não estamos caminhando em direção alguma. - Admitiu. - Não conhecemos as famílias um do outro, não fazemos nada além de sair algumas vezes por semana… Não que isso seja ruim, mas quero sentir que estamos por inteiro nisso e que ambos desejamos a mesma coisa.

— Theodore, você conhece as minhas limitações e se comprometeu a respeitar o meu tempo. - Respondeu ela, sentindo-se um pouco pressionada.

— Sim, entendo e respeito. Porém quero sentir que está nisso comigo também. - Ele respirou fundo, parecendo formular uma frase que há muito vinha ensaiando em sua cabeça. - Eu queria te propor, bom … Queria te propor para morarmos juntos. Temos as mesmas rotinas, a mesma correria e seria ótimo poder dividir a vida com você, Tori. Eu aceito que ainda não seja hora de conhecermos nossas famílias, mas quero estar mais próximo de você.

Os olhos da mulher se arregalaram, a garganta parecia seca e ela não sabia o que responder. Por dentro, seus sentimentos pareciam um redemoinho de confusão.

Percebendo o silêncio da morena e o olhar assustado, Theo respirou fundo e acabou dizendo:

— Vamos fazer o seguinte… Não precisa me responder nessa noite, ok? Vou dormir na minha casa, vou te dar uns dias para pensar com calma. Não enxergue como se eu estivesse tomando o seu espaço e te obrigando a casar comigo à força, apenas como se estivéssemos dividindo um apartamento. Eu quero estar com você, Astoria. Eu te amo.

Ela não conseguiu responder, apenas mexeu a cabeça para cima e para baixo, levemente, concordando com o rapaz que, desejando dar a ela mais espaço, depositou um beijo casto em sua testa e foi embora.


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Notas finais do capítulo

Tãm-tãm-tããããm!
E agora, hein?