A princesa da capa vermelha - Bakuraka escrita por UravityStar


Capítulo 5
Oráculo


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura minhas estrelinhas, espero que gostem!



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Pov. Ochaco

Enquanto caminhávamos de volta ao castelo, a fada Nejire me observa pelo canto do olho inquieta até que ela resolve me perguntar:

— Princesa, que história é essa de você ser o quinto elemento? Nossa, só saio por pouco tempo do reino e quando volto descubro que você é “o quinto elemento”. — Nejire fala dando ênfase na última parte. — Aliás, pensei que só existissem quatro espíritos elementares. Por que você escondeu isso de mim até agora? Ah, quer dizer que você pode fazer algum tipo de mágica também? Deixa-me ver, deixa eu ver. Espera um minuto, seus pais sabem disso? — Nego com a cabeça e ela prossegue. — Qual será a reação deles se você contar? Ah! Isso não pode ser coincidência, o fato de você estar na profecia e ainda ser um espírito, alguém mais sabe da sua origem ou pretende esconder e o que fará agora que sabe que... — Interrompo a fada eufórica.

— Nejire respire fundo. — Digo a azulada enquanto rio de suas caras e bocas. — Entendo que essa informação deve ter sido um choque para você, mas deixe-me falar. — Ela para de tagarelar e presta atenção em mim. Escorada em uma árvore digo. — Tudo iniciou quando comecei a ouvir as vozes dos espíritos a uns dias atrás, embora que quando tinha cinco anos também ouvi e contei ao meus pais sobre eles.

— Eu estava contigo nesse dia. — Nejire afirma se lembrando. — Naquela época pensei que eles apenas queriam ajuda-la com a profecia porque haviam simpatizado contigo e até pensei que você tinha um dom sobrenatural de ouvir espíritos, mas logo descartei essa ideia pois eles podem escrever o destino de alguns escolhidos.

— Que coincidência, a Toru me disse algo parecido. — Respondo a fada. — Os elementos apenas escolhem os dignos, mas o destino não é algo cujo podem interferir. Devem existir exceções como quando fui reencarnada para o equilíbrio da terra não piorar mais do que estava. Não tive tempo de te contar antes pois você estava em viajem e respondendo a sua pergunta, só tive um fragmento de minhas lembranças, quanto a mágica, preciso descobrir quais os meus dons. Ah! E nem me fale dos meus pais, é capaz de surtarem quando descobrirem que a princesa é na verdade um espírito reencarnado. Porém não posso deixar de lado as minhas obrigações como princesa, o povo de Musutafu precisa de mim. O único que sabe deste segredo além de você é o Tamaki.

— O que? O elfo orelhudo soube primeiro que eu? — Nejire grita. — O que mais você esconde Ochaco? Você e ele estão de caso? — Nejire faz uma pose dramática virando de lado com a mão na testa. — Você me traiu com o Amajiki enquanto estive fora, o que será da nossa amizade? O mundo cruel...

Reviro os olhos e rio, essa Nejire é uma figura.

— Menos por favor, você sabe que nós dois somos melhores amigos e eu não te trocaria por nada nesse mundo. — Abraço a Nejire pela cintura. — O que seria da minha vida sem você Nejire-chan?

— Com certeza seria um tédio total com afazeres e mais deveres de princesas. — Nejire fala retribuindo o abraço. — Você tem sorte que o seu segredinho das flechas está bem guardado comigo.

— O que? Como sabe disso? — Arregalo os olhos ao perguntar a azulada.

— Relaxe, eu já vi a Hatsume construir um arco para você antes e te entregar no mês passado. — Diz a fada. — E como sou uma fada boazinha e entendo que ama arco e flecha, mantive em segredo do rei. — Nejire pisca e suspiro aliviada.

Voltando ao castelo, seguimos para o jardim real e nos sentamos na grama macia debaixo da sombra de uma árvore de Glicínia. No dia seguinte no castelo, acordo com os raios de sol em meu rosto, visto uma blusa sem mangas com renda azul claro e uma saia preta com detalhes de estrelas em dourado nas pontas. Arrumo meu cabelo que já estava passando três dedos da altura do ombro em um coque, deixo a franja solta e prendo o coque com um grampo em forma de flor dourada. Logo ouço a porta do quarto se abrir.

— Princesa é hora de... — Hatsume fala ao entrar no quarto. — Oh! Parece que alguém acordou cedo hoje.

— Bom dia Hatsume-chan. — Digo sorrindo. — Alguma novidade de suas invenções?

— Estava tentando criar um tipo de objeto que fosse útil para distração em uma hora de luta para ajudar os guardas, só precisarei da aprovação de seu pai. — Hatsume fala.

— Sério? O que é? – Pergunto curiosa.

— Uma luva de aço que solta fumaça colorida para impedir de os inimigos enxergarem a sua volta por um curto período de tempo, veja! — Ela mostra o objeto vestido em sua mão esquerda. A luva em tom metálico era bem simples a não ser pela textura grossa onde o elemento provavelmente era armazenado. Hatsume estende a mão para a janela e diz. — Vou fazer uma demonstração, olhe!

— Só espero que essa invenção não exploda como as outras anteriores. — Comento. Hatsume aperta num botão do pulso da luva e uma fumaça laranja se espalha pelo quarto. Pela primeira vez vejo que uma de suas bugigangas funcionavam e... Pensei cedo demais, a luva começa a entrar em curto-circuito fazendo Hatsume tirar a luvas em chamas às pressas e tacar pela janela.

— Hatsume!!! — Grito. — Corro para a janela e vejo que por sorte a velocidade da queda fez o fogo se extinguir. Após o incidente, Hatsume se desculpa e sigo para a sala de jantar vendo meus pais a mesa. Arregalo os olhos e travo no lugar. Merda, havia me esquecido de que eles voltariam hoje. Caminho até a mesa e sento-me ao lado de Kaminari, desta vez ele não estava acompanhado de suas namoradas.

Sorrio e digo aos meus pais:

— Bom dia, como foi a viagem? Conseguiram resolver o conflito de Hosu com os seres das sombras?

— Bom dia Ochaco. — Mamãe responde. — Foi extremamente cansativo, é difícil de lidar com o Rei Nezu. Ele é muito esperto e quase nos convenceu a se aliar contra eles. Digamos que temos certos detalhes cujo concordamos igualmente.

— Então vocês não assinaram? — Kaminari pergunta. — O que vai ser da minha Kyoka? Pobre sereia inocente.

— Quem é Kyoka? — Pergunta meu pai mudando de assunto. — Pensei que você estava com as gêmeas e aquela outra garota.

— Enji! — Mamãe o corta. — Deixe-o ficar com quem ele quiser.

— Mas Rei, ele tem que se decidir, está quase na hora de ele se casar com alguém.

— Hã, pai terminei com elas ontem e conheci a Kyoka no mesmo dia, foi paixão a primeira vista, não pude evitar. — Denki-niisan diz sonhadoramente. Suspiro e reviro os olhos.

— Tem certeza que você não foi enfeitiçado por ela? Sabe, uma sereia tem essa capacidade de... — Sou interrompida pelo Kaminari.

Ele olha bravo para mim e diz:

— A Kyoka é diferente das sereias que conhecemos nos livros. Digamos que ela é mais humana. — Sem eu entender ele continua. — É uma híbrida que conviveu mais com humanos do que com seres mitológicos.

Depois de tomar o café da manhã, mamãe pede para segui-la.

— Onde nós vamos? — Pergunto curiosa. — Você trouxe alguma surpresa da viagem?

— Querida, irei lhe mostrar o oráculo que contém a profecia. — Ela diz. Seguimos por alguns corredores e descemos as escadas que levavam ao calabouço até que passamos por ele e descemos mais um andar chegando a uma área subterrânea. Mamãe procura algo na parede rachada coberta de plantas trepadeiras até que aciona uma alavanca, abrindo uma passagem secreta bem a frente.

— O que? — Fico sem palavras e sigo-a até chegarmos numa sala cheia de pergaminhos, uma mesa central continha o maior deles e parecia bem antigo. Logo vejo um brilho azul surgir como mágica e vejo Nejire pousar no chão.

— Bom dia vossas altezas! — Ela cumprimenta.

Curiosa pergunto:

— O que estamos fazendo aqui?

— Querida, esse é o oráculo que fala sobre você. — Nejire me mostra o mesmo, ele estava escrito na linguagem das fadas o que dificultou a sua interpretação. Vejo alguns desenhos e figuras estranhas.

Nejire aponta para algumas linhas e diz:

— Vejam, essas são as partes que consegui decifrar, como podem ver ao lado, tem um desenho de um capuz. É o presente que ganhará no aniversário.

— A capa das fadas lhe dará proteção. — Repito a profecia. — O que ele faz?

— Funciona como um escudo de proteção. — Nejire me responde. — A partir do momento que o receber não o largue por nada, quando completar quinze anos a profecia iniciará e você pode correr riscos, afinal não sabemos quem é aquele de falsa intenção, por enquanto.

— Entendi.

Após as explicações, nós três estudamos o oráculo tentando descobrir outras informações sobre a capa e os objetos que terei que encontrar mais a frente, porém o oráculo do nada desfez as escritas apagando todas suas informações. Arregalo os olhos surpresa.

— Há! Está tudo bem, o oráculo apenas se camuflou pois ainda não é a hora de descobrirmos o resto. — Nejire fala sorrindo. — Vamos visitar o Tamaki princesa? Isso se a sua mãe permitir? — Mamãe assente e Nejire grita. — Beleza! Até depois rainha! — A azulada me puxa pelo braço carregando-me castelo a fora.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Até a próxima estrelinhas!!!



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