A princesa da capa vermelha - Bakuraka escrita por UravityStar


Capítulo 15
Chantagem


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, estrelinhas!



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Pov. Midoriya Izuku

Mais um dia entediante aqui no reino de Musutafu. Por que a minha mãe está obrigando a me casar com aquela princesa metida? Ah, claro, para a união dos dois reinos, que chato!

Se ela soubesse que não ligo para nada disso...

Que eu só queria... Chacoalho a minha cabeça para afastar os pensamentos.

— Esquece Izuku, isso não têm mais importância! Você tem que focar em seus objetivos.

Mas ao menos, nessa história toda de união, descobri certas coisas interessantes enquanto dava uma volta pelo reino.

— Quinto elemento... Então aquelas antigas histórias são verdadeiras... — Sussurro enquanto andava até a entrada da floresta negra. — Essa princesinha é o quinto elemento, quem diria?

Por que ela disse para a sua amiga que ninguém mais pode saber? Oh, então quer dizer que os reis de Musutafu não sabem?

Dou um sorriso presunçoso.

O que tenho em mãos é um segredo muito grande e com ele, posso finalmente conseguir o que tanto almejo! Volto a prestar atenção na caminhada.

— Onde é que era o caminho pelo qual havia visto ela passar? Acho que era pela esquerda.

Sigo entre as árvores por quarenta minutos, quando percebo que a paisagem a volta parecia estar se tornando sombria a cada passo adiante. Os galhos das árvores estavam secos, quase que desintegrando, não haviam folhas verdes. A grama havia dado lugar a uma terra cinza, sem mato, sem contar a neblina densa que se espalhava pela floresta.

— Não era esse o caminho... Aaaaargh!! Merda, não acredito que me perdi!! — Grito frustrado. — Essa neblina também não ajuda em nada! Como farei para achar o caminho de volta? Preciso achar aquela garota!

Chuto uma pedra cujo se encontrava no chão, até que ouço ela se chocar em algo, ou melhor, alguém.

— Ai! Quem foi que atirou essa pedra? Oh! Sinto cheiro de sangue fresquinho, há, há, há. Nemuri, posso me divertir um pouquinho?

— Vá em frente, Toga. — Escuto outra voz.

Sangue fresco? Ouvi bem? De onde vem a voz?

Tento procurar a origem do som no meio dessa fumaça, até que noto um movimento rápido pela minha direita e assustado, pergunto:

— Quem está aí? Apareça!

Sinto um chute em minhas costas cujo me derruba no chão. Antes de poder me levantar, surge um peso em cima de mim e algo pontudo e gelado encosta no meu pescoço.

— Hora do lanchinho! — Ela fala cantarolando.

Consigo virar o meu rosto e arregalo os olhos. Uma vampira!

Noto suas presas e seu rosto sedento por sangue. Não posso terminar assim! Não agora que descobri sobre a princesa! Ela pode ser a chave para o que procuro.

— M-Me larga, sua vampira imunda!

— Imunda? Mas que menino mau. — Ela forma um bico triste e volta a sorrir psicótica. — Gostei de você!

Preciso me livrar delas, mas como? Pensa Izuku!

Falo a primeira coisa que me vem à mente:

— Vocês... são seres das sombras?

— Isso já não é obvio, camponês? — Pergunta a moça de cabelos negros.

— Camponês?! Como ousa me insultar? Eu sou um príncipe!

— Chega de papo, estou com fome. — Diz a garota loira.

A vampira aproxima seus dentes pontudos em meu pescoço e desesperado, digo:

— Espera! Eu... Eu posso ajudar os seres das sombras quanto a Hosu!

A morena me olha interessada e virando-se para a loira, diz:

— Toga, solte ele. Talvez esse garoto possa ser útil para o Shigaraki.

— O que? Mas eu nem dei uma beliscadinha ainda! — A morena encara a vampira seriamente, ato que fez ela me soltar. — Só por que estou com fome, Nemuri-chan, você é má!

— É por isso que sou uma bruxa, agora vamos ao que interessa. Garoto, como você acredita que pode ajudar os seres das sombras?

— Você já ouviu falar dos espíritos elementais? — Pergunto a ela.

— Claro que sim, eles nos traíram quando resolveram ficar do lado de Musutafu, aqueles humanos. — A bruxa fala com desgosto. — E olha que os humanos tem medo dos espíritos. O que eles têm haver?

Acho melhor contar o que descobri, elas podem me ajudar com meu plano.

— Assim como vocês, sou contra a extinção dos seres mitológicos. Pode não parecer, mas é a verdade. É uma história longa, enfim, o que irei lhes contar pode acabar com essa guerra interminável.

— Prossiga. — Nemuri diz impaciente.

— A princesa do reino de Musutafu, cujo atualmente é minha noiva, ela é o quinto espírito.

Ambas se surpreendem com o que revelo, mas como não se surpreender?

— A princesa... o quinto... Então ela é a chave da profecia. — Sussurra Nemuri. — É como o meu ancestral previu... Você está certo de que ela pode ser a chave para acabar com a guerra.

— Profecia? Oh, acho que ouvi falar sobre isso. — Comento. — Então, estamos de acordo?

— Provavelmente, mas antes, ainda preciso contatar o Shigaraki para colocarmos o plano em ação.

 — Shigaraki é o líder de vocês? — Pergunto e ela assente. — Entendi. Mas, terei que pedir um favor a vocês para que tudo ocorra como planejado.

— E o que seria? — Nemuri pergunta.

— Existe alguma poção ou item mágico contra espíritos? Precisarei de um para controlar a princesa.

Nemuri pensa e minutos depois diz:

— Existe um amuleto que foi criado por um bruxo muito poderoso a séculos atrás, um item que conseguiu controlar o espirito da Terra e que foi capaz de corrompê-lo. Eu o chamo de anel da má sorte.

— Interessante, e como ele funciona?

Ela pede para a seguir até sua cabana. Toga nos acompanha e chegando numa cabana de madeira, a bruxa entra em sua casa e volta segundos depois com o anel em mãos. Este, era prateado e continha um cristal em seu centro.

— Você precisa estar perto do espírito. O anel contém três comandos, quando o centro fica verde, ele causa dor. A cor vermelha corrompe e o azul, repele. Você só precisa falar a cor certa.

— Então ela sentirá dor, pois preciso dela viva.

— Boa escolha, mas saiba de uma coisa: Toda magia negra tem seu preço, está disposto a usá-lo mesmo sabendo disso?

— E qual é o preço a se pagar?

— Uma doença incurável, ela é diferente dependendo do portador do anel.

— Por curiosidade, o que você ganhou ao usá-lo?

Ela me encara e diz:

— Estou envelhecendo o dobro da minha idade a cada mês que passa, a sorte é que posso viver a mais de cem anos. Agora tenho assuntos a resolver se me der licença. Só não perca este anel, se você estiver tramando contra nós, ficarei sabendo através dos meus mensageiros e você será eliminado, entendeu?

— Não há com o que se preocupar, afinal estou do seu lado, vejo você outra hora.

Viro-me para sair e começar a procurar o caminho de volta, porém, noto que havia voltado para a entrada da floresta.

— Como foi que... Deve ter sido obra da bruxa.

Sigo pelo caminho contrário que havia feito no começo e passo por uma árvore com galho em forma de arco. Ao longe, consigo ouvir sons de queda de água e ao ouvir uma voz, me escondo atrás de uma árvore.

— Finalmente terminamos de construir sua nova casa, Momo-chan!

— Muito obrigada por me ajudarem, princesa e espíritos.

— Ah, não tem de que! — A princesa diz sorridente. — Se eu ver o alfacinha tentando algo contra você de novo, irei mandá-lo para dentro do vácuo para sempre!

Estão falando de mim! Ora, como se ela me assustasse, a princesa mal sabe o que a aguarda.

Fico os observando, até que uma hora depois, os amigos dela se despedem da princesa. Ela estava saindo do local e ao passar por mim, tampo sua boca com a mão e a agarro, prensando-a na árvore.

— Surpresa! — Vejo-a arregalar os olhos e os estreitar. — Querida princesa... Ou devo te chamar de espírito do vácuo?

Sua expressão não podia ser mais hilária, o choque estampado no rosto. Tiro minha mão de sua boca e ela pergunta:

— Como você... Como você sabe?

— Isso não lhe interessa. O que importa é que sei do seu segredo, mas seus pais não sabem, certo?

— Desembucha alfacinha ou eu te dou chute no meio das suas bolas!

— Ah, que medo. — Rio da ameaça dela e aproximando o anel de seu ombro, digo. — Verde.

O centro do anel muda de cor e a princesa grita ao sentir sua pele arder e uma dor imensa lhe apossar.

— Aaaaaaaah! O que você fez comigo? Por que me sinto pesada e por que minha pele arde? O que você fez?! — Vejo as lágrimas se acumularem em seu rosto. — F-Faz isso parar!

— Oh, é claro que faço, mas para isso, terás que me obedecer.

— O-O que? Nunca!

Com muito esforço, a princesa consegue erguer sua perna direita e cumpre o que havia prometido, dando um chute forte no meio das minhas pernas.

— Aaaarg! — Grito de dor. — Você vai pagar por isso! — Aproximo o anel novamente de seu ombro, fazendo com que ela grite outra vez. — Para essa dor acabar, você só precisa me obedecer, caso tente resistir, farei algo contra os seus amigos elementares. Esse anel também permite repelir espíritos.

Seu rosto permanecia em choque.

— V-Você é um monstro! Eu só não uso meu poder total em você, por respeito a sua mãe. Imagino a decepção da dona Inko ao descobrir o que você anda tramando.

— Usar o mesmo truque que usei contra você, não irá me afetar.

Ela tenta mover sua mão para provavelmente usar seus dons contra mim, porém, agarro suas mãos, colocando-as para o topo de sua cabeça.

— P-Por que está fazendo isso? Qual é o seu objetivo? — Ela fala entre lágrimas.

— Calada, princesa. Se você contar sobre isso para alguém, seus amiguinhos espíritos já eram. Desta vez, você não tem o que fazer, é o casamento ou seus amigos, escolha bem.

A princesa forma um punho em suas mãos e de cabeça baixa fala:

— E-Eu aceito...

Sorrio satisfeito e afastando o anel dela, digo:

— Está livre por enquanto, mas, já sabe o que acontecerá se falar a alguém.

Me afasto dela e antes de partir, a princesa diz:

— Não terminei de falar, aceito por hora, mas você vai pagar caro por isso.

— Ah, e o que vai fazer? Lembre-se que tenho algo que pode te aniquilar em instantes.

— O que vou fazer? — A princesa sorri e diz. — Isso!

Ela estende as mãos para o alto e logo vejo gotículas de água se formarem acima de mim, até que a quantidade se amplia e num estalar de dedo, a princesa me prende dentro da água. Tranco a respiração e vejo ela mover a outra mão livre, fazendo alguns sinais estranhos.

Logo, sinto o ar faltar e começo a me debater tentando sair da água. Pensei que ela iria me matar, porém, a princesa me liberta da água. Respiro fundo em busca de ar e a encarando, me recomponho e digo:

— Até breve, princesa... — Viro-me e saio da floresta.

 

 

Pov. Uraraka Ochaco

Vejo o alfacinha se afastar de mim e seguir para longe. Coloco a mão esquerda em meu ombro e escorrego até chão, me recostando na árvore. Quando eu penso que as coisas estão melhorando, surge outro caos a frente.

Como ele ficou sabendo sobre mim? Onde ele encontrou esse poder e qual o seu objetivo?

Seja qual for, dessa vez não posso contar com a ajuda dos meus irmãos, não quero perder a minha família. Aquilo que ele tem, só pode ser magia negra!

Por um instante, achei que ia morrer. Aquela dor era tão sufocante, não conseguia sentir meus braços e pernas, nem consegui mover meus dedos para mandá-lo para o vácuo do espaço. Tive que usar cada gota de força e resistência para conseguir dar um chute nele.

Quando enfim vejo que ele estava de guarda baixa, o prendo dentro da água. A raiva por pensar que ele tentaria fazer algo contra meus irmãos foi tão grande, que quase mato o príncipe, sufocando-o e extraindo o ar ao seu redor. Porém, lembrei-me de sua mãe. Ela não merece o filho que tem, mas não podemos ter mais um reino inimigo, então o liberto.

Eu sou o quinto elemento, devia ter sido capaz de vencer o alfacinha e quase venci! Mas, esse poder que ele conseguiu, é grande demais. Pense Ochaco, ele adquiriu magia negra, e quem possui esses dons?

Os seres das sombras! Claro!

Como farei para deter o que quer que ele esteja tramando? Ah, mais uma coisa para ter que resolver! As profecias, a guerra, o casamento, agora o alfacinha!

Como irei me livrar do príncipe? Não quero me casar com ele, eu gosto do Katsuki! Nem tive a chance de contar isso a ele... Espera!

O alfacinha disse para não contar para ninguém, mas... ele não sabe sobre o lobo.

Tenho que ser discreta, afinal o príncipe deve estar me vigiando. Por que tive que deixar de usar a capa vermelha justo hoje?

Acalme-se Ochaco, você não está sozinha nessa. Sei que você encontrará uma forma de deter o príncipe... é só questão de tempo.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e até a próxima!



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