A princesa da capa vermelha - Bakuraka escrita por UravityStar


Capítulo 14
Maldição da lua cheia


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, estrelinhas!



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Pov. Uraraka Ochaco

No dia anterior, Momo-chan quase havia sido queimada injustamente por ser uma bruxa. Se eu, o Shoto e a Nejire não tivéssemos interferido as ações do povo, eles teriam levado ela a fogueira. Hoje, enquanto andávamos pela vila, não tardou para que os olhares se intensificassem sobre nós. As pessoas continuam com medo dela e por isso a tratam como uma aberração, vejo uma senhora afastar o seu neto para trás ao passarmos por eles e suspiro frustrada.

— Cuidado querido, não chegue perto dessa bruxa. Princesa, como consegue andar junto a esse monstro? Não me diga que a família real é uma farsa e todos vocês são traidores?!

— Basta! — Respondo a senhora. — A senhora devia se envergonhar por falar tais absurdos! A Yaoyorozu foi inocentada, por acaso já ouviu falar sobre magia de luz? As fadas cujo vocês tanto confiam, assim como as bruxas, ambas possuem esse dom. Yaoyoruzu é uma boa moça.

Enraivecida, puxo a morena pelo braço e acelero os passos até a sua casa. Não estou afim de ouvir mais comentários maldosos sobre a minha amiga.

Quando chegamos em seu lar, Momo-chan abre a porta me dando passagem para entrar.

Observo o local simples com poucos móveis e olho para a morena.

— Momo-chan... — Ela senta-se no sofá da sala e me encara com seus olhos inchados. Me aproximo dela, a abraço ao me sentar do seu lado e prossigo. — Não tem problemas em chorar, colocar todas as mágoas para fora vai lhe fazer se sentir um pouco melhor.

Em instantes, vejo-a se se derramar como uma cascata, ela não merecia passar por esses tipos de tratamentos...

Passo as mãos em seus cabelos para a confortar e ficamos alguns minutos abraçadas até não ouvir mais o som de suas lágrimas.

— Quer uma água para tomar? — Pergunto a Yaoyorozu e ela nega.

— Não, obrigada princesa.

— Vamos arrumar os seus pertences? Quanto antes sairmos da cidade, menos chances temos de que o povo resolva invadir a sua casa para lhe confrontar. Por onde começamos?

— Não precisa fazer esforço físico. — Momo diz ao se levantar do sofá.

Vejo uma estrela de luz dourada surgir aos seus pés e em menos de cinco segundos, todos os móveis dela desaparecem, não sobrando nada.

— Como você fez isso? — Pergunto curiosa. — Todos os móveis eram ilusões?

— Não, esse poder funciona como uma caixa infinita onde você pode guardar de quase tudo ao transportar os objetos para lá. Mas os elementos líquidos, por exemplo, são impossíveis de guardar. Os objetos param em um tipo de dimensão.

— Entendo, é parecido com o portal que descobri alguns dias atrás. E falando em portal, quer dar um passeio pelo vácuo? Assim chegaremos rápido na floresta.

— Por mim, tudo bem.

Depois de abrir o portal e o atravessarmos, arregalo os olhos com a cena a frente.

— Para trás, Bakugou!! — Shoto gritava enquanto protegia a Tsuyu que estava escondida em suas costas.

Toru flutuava no ar perto dos irmãos, porém, mesmo sendo invisível, o Katsuki conseguia farejar seu cheiro e tentava pular na tentativa de a alcançar.

— Se tentar machucar as minhas irmãs de novo, irei fazer assado de lobo! Só não faço isso agora por causa da Ochaco.

Katsuki rosna para Todoroki e erguendo a cabeça, ele fareja o ar e ao virar-se para nós duas, se transforma num lobo por completo. Sua pelagem era loira, os olhos continuavam rubros como sangue e suas garras eram afiadas.

— Katsu... A lua cheia! Ele nos falou que em noite de lua cheia isso iria acontecer.

— Maravilha, como nós iremos controlar o lobo? — Pergunta Shoto.

Me aproximo lentamente de Katsuki e digo.

— Lobinho, calma... Sou eu, a Ochaco.

— Lobinho? Sério? Olha o tamanho do animal! Tem o que, uns dois metros?

— Shoto, entendo que você não gosta muito do Bakugou, mas tenha paciência, kero. — Minha irmã Tsuyu diz.

— Paciência? Esse lobo selvagem machucou os seus braços.

— Mas foram apenas arranhões leves, kero.

Bakugou jamais me machucaria, disso tenho certeza. Estendo a mão direita para frente para que ele sentisse o meu cheiro, talvez o Katsuki me reconheceria. Bakugou aproxima seu focinho de minha mão e a lambe segundos depois.

Surpresa digo:

— Eca, Katsu! Quanta baba.

Ele inclina sua cabeça como se quisesse fazer carinho em meu ombro e ao notar suas orelhas, lembro-me do que eu disse a Toru uma vez. A vontade de tocar em suas orelhas era tão grande que sem pensar, acaricio elas, ato que fez com que o lobo emitisse um som de felicidade.

— Ele não fica tão descontrolado como havia dito, mas... será que ele vai se lembrar de tudo quando voltar ao normal? — Pergunto.

— Só esperando o anoitecer para sabermos. — Toru responde.

As horas se passaram e resolvi ir treinar arco e flecha. Me levantei da árvore que estava escorada e sigo para o campo com os alvos espalhados. Logo, sinto alguém me seguir e inclinando o meu rosto de lado percebo que Bakugou me seguia. Faço um carinho em suas orelhas e volto a me concentrar no arco.

Já estava conseguindo mirar nos alvos sem errar como nas outras vezes.

Olhando a posição do sol, vejo que estava na hora no banquete do meio-dia. Despeço-me do lobo e dos meus irmãos, voltando para o castelo.

Quando entro na sala de jantar, a minha alegria se evapora em instantes. O príncipe Izuku continuava em meu reino.

Até quando ele pretende permanecer em Musutafu?!

Sento-me o mais longe dele e espero servirem a comida.

Depois que termino de me alimentar, Denki, junto a Kyoka, convidam o alfacinha para passear pelo jardim do castelo. Colocamos uma toalha de pano na grama perto de um lago e embaixo da sombra da árvore de glicínia.

Kaminari me contou sobre o encontro deles enquanto estive fora. Ele havia levado a Kyoka num restaurante e os músicos tocavam alguns tipos de valsas. Denki a convidou para dançar na pista e eles se tornaram a atenção do povo, afinal Kaminari era o príncipe.

Izuku apenas nos ouvia e conversava quando falávamos com ele.

Como estávamos falando sobre relacionamentos, uma dúvida me veio à mente. Não que eu esteja interessada no príncipe, acredito que estou apaixonada pelo Katsuki, pois a forma como me atraio pelo lobo é diferente do que com os outros garotos, mas... também tem o Tamaki. Os sentimentos entre os dois são parecidos, o que me confunde. Talvez esteja confundindo apenas amor com amizade... Por que as emoções tem de ser complicadas?!

Com esses pensamentos, resolvo tirar a minha dúvida a limpo:

— Senhor Midoriya... — Falo na intenção de o provocar, pois sabia que ele preferia ser chamado de alteza. Ele iria responder, mas lembra-se de que estávamos acompanhados e prossigo. — Como estamos falando de relacionamentos, se você não estivesse prometido comigo, tem alguma garota por qual iria pedir a mão em casamento?

Vejo que Midoriya fecha a cara e fica perdido em pensamentos, quem será que estaria a sua altura?

Minutos depois o Midoriya olha para mim com a sua cara azeda, se levanta e retirasse do local sem falar nada. Será que toquei em algum assunto sensível?

Para quebrar o clima, resolvo sair também para deixar o meu irmão e a Kyoka namorarem.

Ao anoitecer, quando todos estavam dormindo, crio um portal para a floresta da Lua Crescente. Agora que controlava o vácuo, não precisava escapar e andar por algumas horas até chegar na floresta todas as vezes.

Me aproximo da casa na árvore a procura dos meus irmãos ou de Bakugou. Tudo estava silencioso, provavelmente já haviam ido dormir.

Estava para me virar e ir embora, quando sinto um toque em meu ombro.

— Ochaco?

— Katsuki... Você voltou ao normal!

— Sim... O meio a meio me falou que feri a sua irmã. — Katsuki abaixa suas orelhas pois estava se sentindo arrependido. — Depois que você saiu, ele e eu tivemos um desentendimento e...

— Você não tinha consciência de seus atos, está tudo bem Katsu.

— Mas eu... Enfim, ele me proibiu de voltar a dormir na casa da árvore.

— O que?! Mas... Não se preocupe, pois terei uma conversa com o meu irmão amanhã.

— Não quero que vocês briguem por minha causa, talvez seja melhor eu voltar para o campo de cogumelos.

Ele desvia o olhar do meu e tocando em seu rosto, faço ele olhar para mim.

— Katsu, se você voltar para lá, pode ficar doente novamente por causa do vento.

— Entendo, mas talvez seja melhor do que ser ignorado e tratado como nada por seu irmão. Percebi faz tempo que ele não vai com a minha cara.

Suspiro e digo:

— É impossível agradar a todos, mas o que você pode fazer é tentar ser mais compreensivo. Você já se perguntou o porquê de ele agir assim? Porque ele se importa com os seus irmãos, ele já me perdeu uma vez, talvez tenha ficado com medo de perder a Tsuyu também.

— Mas não tive culpa!! — Katsuki grita. — Se aquele bruxo não tivesse me amaldiçoado, nada disso teria acontecido. Eu não seria um lobo por completo e suas irmãs não teriam corrido perigo.

Noto que Katsuki estava tentando segurar as lágrimas que insistiam em cair e ao chegar mais perto de si, ficando frente a frente, o abraço pelo pescoço. Alcanço os seus cabelos rebeldes e os acaricio para tentar confortá-lo.

Bakugou libera as suas angústias em meio as lágrimas escondendo seu rosto em meu pescoço e depois de alguns minutos, separo o abraço.

— Está muito tarde para voltar ao castelo, o que acha de dormirmos sobre as estrelas?

— Dormirmos? V-Você está falando, eu e você? — Bakugou cora e logo entendo os seus pensamentos.

— Lobinho safado! Estou falando em dormir apenas ao seu lado!

— Desculpa, eu... Esquece...

— Uh? — Inclino a cabeça confusa.

Nos deitamos no gramado um pouco afastados um do outro, porém, uma brisa de vento surge fazendo-me encolher de frio. Para me aquecer, me aproximo mais do lobo e ele ao notar, estica o braço direito para eu o fazer como um travesseiro.

Por estar muito perto de Katsuki, consigo sentir o seu cheiro e coro. Logo o sono toma conta e embarco no mundo dos sonhos.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e até a próxima!



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