Dinastia 2: A Coroa de Espinhos escrita por Isabelle Soares


Capítulo 30
Capítulo 30




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Setembro de 2001

“- Coração, não te esqueça o de quem és. Que neste peito firme jamais entre a alma de Nero; ríspido, mas nunca desnaturado; espadas, só na língua, sem que delas me valha: que se irmanem na hipocrisia a língua e o coração. Se a palavra sair demais pesada, minha alma, não lhe dês forma adequada."

Edward parou de ler em voz alta ao ouvir vozes alteradas nos cômodos inferiores de seu quarto. Fechou a sua edição de Hamlet e a deixou em cima da escrivaninha. Algo estava acontecendo e era sério. Podia ouvir Emmett gritar e já podia imaginar que ele estava bêbado novamente. Sabia que não podia se meter em coisas que não lhe eram da sua conta, mas não podia ficar em seu quarto apenas ouvindo. Então, resolveu descer devagar para que ninguém o ouvisse e parou na grande escada. Se encolheu nela e ficou apenas ouvindo.

— Vocês todos pensam que eu sou um grande idiota, não é? Pois agora chegou o fim! O palhaço resolveu deixar o show! Se virem agora. – Emmett gritava e ao mesmo tempo ria com uma satisfação imensurável.

Edward não conseguia entender o que estava acontecendo. Por que ninguém vinha dizê-lo que o que ele estava fazendo era errado? O avô deles não sempre dissera que eles deveriam sempre deixar qualquer sentimento apenas para dentro deles mesmo? Emmett estava claramente transtornado e expressando isso para todos. Isso não era agir com o decoro que eles foram ensinados. De repente, e pela primeira vez, sentiu vergonha do irmão pelo seu estado de decadência. Via o irmão tentar subir as escadas e tropeçar nos degraus com desgosto. Resolveu sair dali antes que ele o visse e correu para o seu quarto.

Já tinha visto o seu irmão nesse estado outras vezes e não entendia por que ele vinha agindo daquela forma. Será que ele não entendia que estava prejudicando não só a ele mesmo, mas todos ao seu redor?

Edward olhou para o relógio e viu que já era muito tarde e resolveu ir dormir. Em seu pensamento tentava afastar a imagem que acabara de ver. Tentava se lembrar de Emmett sendo o seu grande herói. Aquele que era o seu “irmão grandão” que lhe protegia quando algum garoto chato da escola tentava batê-lo, ou aquele que o incentivava a se descobrir, assim sorriu e adormeceu.

Quando levantou-se no dia seguinte, estava disposto a esquecer o que vira na noite passada e não julgar Emmett, afinal de contas, ele ainda era seu irmão e isso era o que importava. Colocou isso como um grande mantra e seguiu pelos corredores, mas teve que parar por que ouviu seu pai conversar com sua mãe no quarto de ambos. Não gostava de ouvir por trás das portas, porém o que eles diziam era intrigante.

— Eu não sei mais o que fazer Essie. Eu nunca passei por uma situação assim. Uma abdicação! Vê como isso é tragicamente sério?

— Carl, eu acho que você está levando as coisas ao extremo demais.

— Como ao extremo? Nunca ninguém antes resolveu abdicar de seu posto. Isso deveria ser impensável para nós! Isso é o maior escândalo que poderia nos abater.

— Escândalo maior seria ter Emmett assumindo o posto com a imagem que ele tem agora. Passou o tempo em que ele era admirado e adorado por todos por onde passava. A imprensa está contra ele e já o queimou o suficiente para que as pessoas passassem a odiá-lo.

— Isso tem que ser contornado, mas não sei como.

— Por mais que as pessoas adorem você, Carlisle, eu não duvido que os republicanos se aproveitem disso para se lançar contra você e a monarquia.

— Não acho que as coisas cheguem a esse ponto...

— Não pague para ver. A situação é pior do que você imagina!

O silêncio reinou por alguns instantes no outro lado da porta. Quer dizer que Emmett estava querendo abdicar de seu título de príncipe herdeiro? Não podia ser verdade tal coisa!

— - Você tem apenas duas alternativas, e nenhuma delas é favorável para nós, porém temos que escolher a menos dolorosa e depois tentar contornar as consequências que vierem.

— Qual?

— Se convencermos Emmett a não abdicar, a imprensa pode se voltar contra você e se isso acontecer ela pode manipular a opinião pública e sabe que isso pode acontecer. Nem preciso dizer o resto, não é?

— Seria prato cheio para os republicanos, sei...

— Diriam que você é um fraco e que não quer o melhor para o país e pensa apenas como um pai e não como um rei e essas coisas todas. Agora se deixássemos Emmett abdicar, aí as pessoas vão entender que você as escuta e tenta fazer o que é melhor para todos. Mas teríamos esse escândalo da abdicação nas nossas costas por resto de nossas vidas. Até poderiam dizer que você não consegue administrar as crises, mas não acho que isso seja tão relevante já que todos vão estar satisfeitos o suficiente em ver Emmett longe e o futuro salvo nas mãos de Edward.

As palavras zumbiam no ouvido do príncipe mais jovem. Eles estavam querendo que ele fosse rei um dia? Isso era inimaginável! Não estava pronto para isso! Não podia ser assim! Edward sentiu as pernas enfraquecerem e foi caindo até se sentar com os joelhos curvados. Colocou o rosto entre eles e sentia tudo tremer. Isso não poderia estar acontecendo.

De repente, viu aquela visão que tinha se permitido imaginar para um futuro de si mesmo, aquela onde ele atendia vários pacientes doentes num lugar ermo na África. Apesar do cansaço, estava satisfeito, pois estava exercendo algo que realmente gostava e sabia que Cho, sua namorada, estaria o esperando em casa com os filhos deles dois. Mas agora essa imagem de seus sonhos estavam embaçando e se perdendo a cada instante que a palavra futuro rei penetrava fundo em sua mente. Abraçou mais os joelhos e sentiu as lágrimas saírem com força de seus olhos.

10 de abril de 2045

Mesmo depois de 44 anos do fadigo dia em que descobrira sem querer que iria ser o próximo rei de seu país, ainda podia hoje se sentir como aquele adolescente de 15 anos. O som das pessoas ovacionando no portão do palácio era o mesmo som que ouvira no mesmo instante que recebera o título de príncipe herdeiro. Os flashes das câmeras e as expectativas daquelas tantas pessoas eram como flechas em seu coração. Tinha medo na época de desapontá-las tanto quanto agora e a pressão de ser o “homem perfeito” o atormentava tanto quanto hoje na manhã de sua coroação. Era incrível como o tempo passava, mas algumas coisas não mudavam.

Fechou os olhos com força e podia ouvir, “Edward vai conseguir. Ele sempre supera as expectativas”. Olhou para a janela novamente e tremeu. Parecia que a coroa já lhe pesava antes mesmo de estar em sua cabeça. Respirou fundo e tentou afastar os pensamentos ruins. Mas como faria isso? Se sentia a áurea ruim lhe rodear?

Estava cansado, essa era a verdade. Desde novo tinha alguém sempre lhe comparado com o irmão e dizendo o quanto ele era perfeito. Ele nunca se sentira assim. Para ser sincero, não entendia esses comentários. Emmett era o seu grande exemplo. Mesmo nos tempos ruins gostava de pensar que se caso fosse ao menos cinco por cento do que seu irmão era seria uma pessoa bem melhor.

Edward se lembrava de tentar imitá-lo por um bom tempo. Na adolescência se sentia um fracassado. Sua timidez o incapacitava. Ninguém olhava para ele. Tentava ao menos ser um bom aluno para compensar sua falta de jeito com a vida. Em sua cabeça estava seguindo apenas o que lhe era obrigado. Ouvia sempre seu avô dizer: “um príncipe nunca deve transparecer perturbação. Temos que ser o modelo a ser seguido”. Ele não entendia por que Emmett não fazia o mesmo que ele. Até que chegou a pensar que essa era a sua obrigação e odiava isso. Por que as pessoas cobravam mais dele e não de Emmett? Não o puniam quando ele errava? Por que era a si mesmo aquele que tinha que ser somente o correto? Edward cerrou os lábios e esmurrou a sua escrivania.

— Majestade?

O príncipe virou-se e viu o seu secretário de frente a porta.

— Sim?

— O senhor está pronto? A carruagem já está à posta.

— Minha filha cadê?

— Ela está a sua espera, senhor.

Edward assentiu e quando o secretário se retirou não pôde deixar de olhar mais uma vez para a foto de Bella ao seu lado. Tentava seguir em frente. Concentrava todos os seus dias em tentar desvendar o que acontecera com ela. Isso era como tê-la de volta de alguma forma, mas ao menos tempo era um lembrete que ela não estava mais ali. As lágrimas voltaram a cair e rapidamente ele voltou a limpá-las. Hoje assim como os dias que virão mais do que nunca poderia transparecer fragilidade. “Um rei sempre deve ser forte.”, já lhe dizia o seu avô num tempo que parecia agora distante demais.

— Eu queria tanto que você estivesse aqui. Eu queria tanto minha Bella poder te dizer que fui um estúpido, mas que te amei e te amo mais do que jamais amei alguém.

O príncipe abraçou o porta- retrato com força por alguns segundos e voltou a colocá-lo em cima da escrivaninha.

— Me deseje sorte, meu anjo. Olhe para nós onde você estiver.

E saiu pelos corredores tão conhecidos de seus passos tão frequentes. No topo da escada principal viu Renesme a sua espera. Sorriu pela primeira vez naquele dia. Ela estava linda com seu vestido branco. Seu rosto delicado estava radiante. Suas expressões sempre o lembrara de si mesmo, até mesmo algumas atitudes dela e tudo que ele menos queria era que ela se parecesse com ele. Queria mais Bella nela. Não queria que ela sofresse como ele sofria e estava disposto, agora mais do que nunca, mudar esse trágico destino. Hoje ela se transformaria oficialmente na princesa herdeira ao trono e como rei e como pai tinha o dever de fazer com que ela tivesse tudo de mais sensato e melhor em sua trajetória.

— Pai, você está de causar inveja a todos os reis.

— Você é que não decepciona nunca, minha querida.

Edward beijou a cabeça da filha e mais uma vez lembrou-se de Bella. Esse era para ser o dia triunfal de sua família. Que rainha linda ela teria sido e com certeza a melhor que já tivera esse país. Por que Bella não era só empatia, era coragem e força que ela usava com fervor para mudar o que achava errado. Isso é qualidade de poucos.

— Nosso grande destino começa hoje, pai. Está pronto?

Edward não respondeu de imediato. Estaria ele pronto? Quantos anos ele não se imaginara naquele momento? Quantos planos elaborara para por em prática quando assumisse a coroa? E agora? Estaria ele pronto? Mas uma vez sentiu aquela velha e conhecida sensação de desconforto e de desapontamento consigo mesmo por não ser o que todos esperassem que ele fosse. Respirou fundo mais uma vez. Não era momento de fraquejar.

— Pronto!

Pegou a mão da filha e seguiu até a carruagem. Ao longo do caminho ouviu as pessoas gritarem mais alto na presença deles. Renesme apenas olhava timidamente para eles e Edward acenou com firmeza. Não por que queria, mas por que sempre lhe disseram que era o certo. Se ele fosse fazer o que queria estaria longe dali. Mas isso nunca lhe foi permitido. Riu com ironia. Tentara por tantos anos ser a figura de Emmett e agora estava ele ali mais uma vez bancando o interprete no momento que deveria ser dele.

— Deus abençoe o rei Edward! – as pessoas gritavam pelo caminho.

Edward se sentiu um impostor mais uma vez. Era Carlisle que era e sempre seria o rei que Belgonia precisava ter. Considerava a si mesmo apenas alguém desempenhando um papel que nunca fora realmente seu.

Quando a carruagem parou em frente à abadia, ele se deu conta novamente do significado daquele momento. Deveria haver milhares de pessoas ali a sua frente. Seu povo, ele pensou, enquanto sentia o fôlego sair em um longo suspiro estremecido. Ele vinha sendo rei por alguns dias agora, mas hoje a responsabilidade pressionava seus ombros como um peso físico. Naquele momento, ele faria o que fora feito por inúmeros Reis que o precederam.

Respirou fundo mais uma vez e ouviu a voz lá de dentro lhe sussurrar: “sorria” e assim o fez. Pegou a mão de Renesme e adentrou a abadia com um pouco mais de fôlego, mesmo se sentido cansado como se tivesse nadado por muito tempo contra a maré. Ele pensou em todos esses olhos na abadia que estariam olhando para eles. Quantos deles estariam esperando que cometesse um erro, comprovasse suas suspeitas de que era indigno da grande função posta em frente a ele? Edward mordeu o lábio, mas então pôs os ombros para trás e ergueu o queixo. Ele não cometeria um erro, estava determinado a se mostrar digno. “Essa é a sua obrigação!”, ouviu a voz sussurrar novamente.

A grande nave da abadia agora parecia menor. Via o acerbispo em sua frente tão próximo quanto uma passada. Os dois grandes tronos os aguardavam. A respiração forçada de Renesme ao seu lado o chamara atenção. Ela também se esforçava para ficar forte. Ele apertou com mais força a mão dela e recebeu um sorriso nervoso em troca. Ambos seguiram para o altar.

Renesme ao virar-se teve pela primeira vez o vislumbre de toda a abadia. Era a primeira vez que ela a via assim tão cheia de pessoas. É claro que participara de outra celebrações que haviam multidões, mas hoje era diferente. Ela se sentia diferenciada. Esteve a manhã inteira pensando que a partir daquele momento tudo se tornaria oficial. Se tornaria a princesa herdeira e alguns degraus mais perto do trono. Era uma sensação esquisita.

Em sua mente vinha na memória uma cena de sua infância, que poderia parecer aleatória, mas que nesse instante era cabível. Lá estava ela, com os seus sete anos, os seus pés balançando na grande poltrona que ficava no quarto de seus avós. Ela era tão alta que seus pés mal tocavam o chão, ou melhor, ela que era pequena demais. Lembrava que seus olhos atentos estavam pousados em Carlisle todo vestido com o seu uniforme real e pronto para colocar a belíssima coroa.

— Vovô?

— Sim, minha pequena.

— Por que só os reis usam coroas?

Carlisle virou-se para ela com um sorriso intrigante.

— É um símbolo.

— Símbolo de que?

— De que nós temos um grande dever a ser cumprido com todo o povo da nação.

Renesme franziu a testa e mordeu o lábio inferior. Lembrava que naquele momento pensou que era muita gente para poder cuidar. Carlisle foi até ela segurando a coroa e a colocou em sua frente.

— Posso pegar?

— Pode.

A princesa colocou as mãos na coroa e tentou segurá-la, mas sentiu os seus braços falharem.

— É pesada!

— É sim. Ela tem dois quilos.

— Como você aguentar esse peso todo na sua cabeça?

— Sabe que às vezes eu nem mesmo sei? O peso simbólico é ainda maior, acredite.

— Vovô?

— Sim?

— Como uma pessoa se torna rei?

— Quando ela é escolhida para tal. Mas só nos tornamos verdadeiramente rei quando o óleo sagrado toca o nosso corpo. Dessa forma recebemos o contato direto com o cara lá de cima e é bem verdade que precisamos muito dele.

Renesme sempre achou isso tão surreal. Era como se fosse algo realmente distante, mas estando ali, vendo o seu pai sentado no grande trono se preparando para receber a mesma coroa que ela segurara e admirara na infância era absolutamente real. De repente sentiu o estomago tremer novamente.

O mesmo sentia Edward. Olhou de relance para Emmett sentado há alguns metros e pensou: “Por que comigo?”. O quão vulnerável ele se sentia diante de toda aquela gente. Chegava a ser até irônico, pois naquele momento o arcebispo se aproximava com um grande pano que o protegeria do grande público, era o momento em que ele se tornaria quase imortal. Mas se sentia mais humano possível. O óleo tingia suas mãos, peito e testa. Era a sua ligação com Deus e ele só pedia muita sabedoria naquele momento.

— Você usará seu poder para trazer a Lei e a Justiça, na Misericórdia, em todos seus julgamentos? – perguntou acerbispo diante dele.

— Usarei.

— Deus todo Poderoso, reino, honra e glória, abençoa este homem e o ilumina para o cumprimento honroso de sua missão.

— Amém. – disseram todos.

O manto de estado debruado com arminho foi colocado nos ombros do novo rei e o anel de Estado em seu dedo, era um casamento inevitável com todas aquelas pessoas. Ele estremeceu quando foi lhe colocado o orbe em sua mão direita e o cetro na outra. O acerbispo pegou a coroa e a levantou. Devagar, bem devagar, as mãos dele foram abaixando e a coroa tocou a cabeça de Edward. Com os olhos fechados ele pensou que naquela hora, um homem tão comum virava um ser vigente da História.

— Edward, você já parou para pensar que um dia vai ter um busto seu aqui? – perguntou Bella certa vez.

Ele deu de ombros e respondeu:

— Na verdade não. Nunca paro para pensar nisso. Prefiro deixar para o futuro.

Mas o que fazer quando o futuro era agora? Ele era o rei dessa grande nação, ungido por Deus.

— Como reis, sacerdotes e profetas são ungidos com o óleo sagrado, agora Deus proclama a sua majestade, o rei Edward. – declarou o acerbispo em alto e bom som.

— Deus salve o rei! – disseram todos.

Os trompetes soaram e os garotos da Escola de Hollywarts cantaram em coro. Com grande farfalhar, todos os homens e mulheres nobres tomaram seus diademas e os colocaram sobre suas cabeças. Está feito e não tem mais volta. De soslaio, Edward olhou para Esme e viu que uma lágrima descia pelos seus olhos. Ela devia estar feliz pela tramoia que fez. Se segurou e desviou o olhar para a multidão. Todos pareciam tão felizes e por que ele não estava ao menos satisfeito? Era um momento de glória, não era? “Controle-se! Eles não podem saber que você está naqueles dias...”, pensou.

Renesme lhe tirou a atenção do público. Lá estava ela, ajoelhada diante dele, sua primeira súdita, que agora receberia o título de princesa herdeira. Ele olhou para ela com piedade. Como ele pôde deixar que ela, sua filha preciosa, passasse por esse desafiante destino? Mas de alguma forma, Renesme não parecia apreensiva ou ressentida. Via um brilho incomum em seus olhos. Havia esperança, perspectiva que o fez ficar mais confiante. Naquele instante ele apostava todas as fichas nela. Talvez seu avô estivesse mesmo certo. A coroa escolhia de alguma forma aquele que ela deveria pertencer. Renesme tinha essa luz, felizmente. Segurou as mãos dela com as suas trêmulas e lembrou-se das palavras do juramento.

— Como princesa herdeira, futura rainha de Belgonia, promete servir sempre o seu país, o seu povo, o seu rei e a monarquia belgã?

— Prometo.

Trouxeram para o lado deles os acessórios que um dia ele mesmo recebera de seu pai aos dezoito anos. Pegou o manto e cobriu os ombros de Renesme. Colocou o cetro em sua mão direita e pegou a tiara, já benta pelo acerbispo, e feita com exclusividade para ela, e pôs lentamente na cabeça dela.

— Te proclamo agora, Renesme Carlie Cullen, a princesa herdeira de Belgonia.

Os trompetes voltaram a tocar e todos em volta se ajoelharam em respeito aos dois, enquanto ambos, de mãos dadas saiam juntos da abadia. Edward achou que jamais poderia deixar de ouvir a aclamação do público em sua volta. Diante deles, Renesme olhou para ele com lágrimas nos olhos.

— Papai estamos construindo hoje mais uma era da História.

— É. Parece que sim.

E saíram ambos em direção à multidão.


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