Minha adorável secretaria. escrita por Honey Moon


Capítulo 2
Assistente pessoal, Kagome Higurashi.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/799035/chapter/2

Chego em casa e vejo que Vovô e Souta não estão. Vou direto para o meu quarto, encontro Buyo dormindo tranquilamente em cima do travesseiro.

— Bom, porque eu to sentindo que meti em uma cilada? - Sento na  escrivaninha e abro a pasta com o contrato. Varias exigências. Uniforme, horário...

— COMO ASSIM O SR. TAISHO TEM QUE SER CHAMADO DE MESTRE? - O gato da um pulo da cama com meu grito – “Quando o Sr. Taisho estiver na frente de familiares específicos citados acima a seguinte frase deve ser dita "O senhor é incrível, mestre".” - Leio em voz alta estupefata - Acordo de confidencialidade? Multa por quebra de contrato?! 

Me levanto puta da vida pegando o celular e ligando para meu empregador.

— COMO ASSIM VOCÊ EXIGE QUE EU TE CHAME DE MESTRE? 

— Srt. Higurashi. Vejo que leu seu contrato. - Ele começa mais eu o interrompo.

— Sr. Taisho eu não sou um robô que o senhor comprou. Eu entendo de leis trabalhistas e sei o que é ABUSO DE PODER! - Digo andando de um lado para o outro no quarto - Uniforme? Tudo bem. Horário desregulado? Entendo. Agora "o Sr. é incrivel, mestre!" é um absurdo completo! 

— Tem vários pontos a ser discutido sobre as minhas preferências que você terá que se adaptar. Kaede já disponibilizou um guarda roupa especial que terá que usar e lhe passará algumas outras questões que não irá me deixar constrangido ao sair com alguém como você. - A voz dele soa completamente arrogante.

Esse desgraçado está me usando. Agora pra que?

— Sr. Taisho, eu sou formada. Tenho mais do que capacidade para cumprir minhas tarefas, não vou me tornar sua criada pessoal. Isso é um completo absurdo!!!

— Tudo bem, podemos cancelar o contrato - Ele faz uma pausa para pensar - Espero que já tenha chego a multa contratual em que você terá que me pagar por quebra de contrato.

— 7 mil dólares?! - Grito com ele por telefone e sei que ele está sorrindo DESCARADAMENTE - Nossa moeda nem é o dólar seu maníaco!

— O que eu posso dizer? Sou um homem de negócios internacional Srt. Higurashi, meu advogado entrará em contato o mais breve possível. 

— Espera! Espera! Amanhã estarei aí, no horário marcado MESTRE. - Desgraçado.

 - Ótimo, chegue mais cedo para que Kaede lhe passe as informações necessárias. - Ele desliga o celular e eu grito de frustração.

Eu já fiz péssimas escolhas na vida, mas essa ganhou em disparada. Um ano aguentando esse sociopata.

Meu celular toca e vejo que é o Kouga. 

— Olha, você me deve uma. O jardim do seu chefe ficou quase tão bonito quanto o meu! - Olho no relógio e vejo que já passa das 19:00.

— Você ficou o dia todo ai?!

— Como eu disse você me deve uma. - Ele reforça e sua voz familiar me tranquiliza um pouco.

— Desde que não seja minha alma tá valendo, porque essa eu já vendi pra um maníaco hoje. - Digo frustrada.

— O que houve? - Ele pergunta curioso - Você ta bem? 

— Estou, só assinei um contrato de um ano com a empresa Taisho. 

— Taisho? Como Inuyasha Taisho? - O rancor na voz dele surge instantaneamente. 

— Tipo isso ... Meu chefe e o irmão mais velho dele ... 

— Você está me dizendo que me pediu pra melhorar o jardim desse idiota ... - Ele conclui - Kagome ...

— Olha, Kouga ... 

— Você me fez de trouxa pela última vez. - Kouga desliga o telefone na minha cara e eu caio na cama completamente frustrada. Eu não sei por que ele sempre odiou tanto o Inuyasha, desde o início do nosso namoro ele sempre encrencou com ele, até mesmo depois que começou a namorar com a minha irmã Kikyou. Foi como se tivesse piorado até depois disso.

Hoje ele salvou a minha pele de qualquer maneira, vou levar seu jantar favorito para agradecer.  Me levanto colocando um vestido leve. Pego minha bolsa e passo em um restaurante de massa para comprar seu prato favorito. 

Já toquei a campainha diversas vezes e nada dele atender. 

— Será que não está em casa ? - murmuro pra mim mesma pegando o celular quando o interfone toca. 

— Apenas suma da minha vida, Kagome Higurashi.  - Pelo seu tom ele está puto. 

— Heey, Kouga-kun! Eu trouxe sua comida favorita! Vai me deixar aqui fora?! 

— Sim, deixe a comida e vá. 

— Kouga! Abre logo esse portão, já está escuro e eu estou morrendo de frio. Se acontecer qualquer coisa você vai se sentir extremamente culpado! - Choramingo esperando o fazer abrir a porta.

O moreno abre a porta irritado.

— Você não desiste nunca?! - Ele diz e eu não perco tempo emburacando em sua casa.

— Comida! - Digo animada - Eu estou morrendo de fome e talvez esse seja meu último jantar então seja legal comigo. - Faço bico e ele me olha incrédulo.

Conheço bem a sua casa então vou direto para cozinha e coloco a comida nos pratos.

— Quando vai parar de me olhar assim? 

— Você sempre fingiu não entender. Sabe que eu sempre faria tudo por você e mesmo assim continua me fazendo de bobo. - Ele mexe no prato de massa com o garfo.

— Você está completamente enganado. Eu nunca te fiz de bobo Kouga. - Digo magoada.

— Você terminou comigo por causa desse babaca e eu to aqui, sempre fazendo tudo por você! - Ele grita empurrando o prato pra longe e eu me levanto em um salto.

— O que? Claro que não ... - Kouga me encara com seus olhos azuis, ele está tão zangado que seus punhos estão cerrados. Engulo em seco ficando nervosa.

 Não é que eu achasse que ele fosse me bater mas eu tinha sérios problemas com agressão desde a infância e ele sabia disso, o quanto isso poderia me desestabilizar.

— Kouga, eu vou embora.

— Não, vamos terminar essa conversa. Já faz quase 1 ano que ficamos nessa, eu simplesmente não aguento mais! - Ele anda de um lado para o outro irritado.

— Você quer saber porque eu terminei? Foi exatamente por isso! Você me tratava mal, gritava comigo, insinuava que eu te traia, me humilhava na frente dos outros ... - Fixo meus olhos em meus tênis - Eu não terminei porque não gostava de você, terminei porque eu tinha que gostar de mim!

— Kagome.

— Eu fiquei mais de dois anos da minha vida tentando te fazer sentir bem enquanto você só me empurrava ladeira abaixo. Eu tentei ser sua amiga, eu tentei deixar tudo em paz entre nós, mas você está certo, não dá mais. - Pego minha bolsa e vou embora. 

Eu queria que pelo menos pudéssemos ser amigos, mas isso nunca irá acontecer. Meu celular toca e eu sei que é ele, mas não vou mais atender, nunca mais.

—-

Acordo cedo e vou para o escritório ainda um tanto adormecida. Quando eu chego lá Kaede já está me esperando.

— Está atrasada. – Olho no relógio e vejo que nem são sete horas da manhã.

— Não estou não ... – A velha senhora me olha feio e eu digo docemente – Bom dia Kaede-sama.

— Venha, não temos tempo. – Ela me leva para a sala do Sesshoumaru e puxa um dos livros onde abre uma porta na parede dando acesso a outro cômodo. Lá estão várias sacolas de roupas de marca, não só roupas como sapatos e maquiagens também.

— Oh! Eu sempre soube que o Sesshoumaru era um tanto “feminino” mas isso aqui ... – Digo hesitante.

— São pra você. Vai precisar agora que irá trabalhar como assistente do CEO da empresa. – Ela diz parecendo entediada – Vamos, tire logo a roupa. – Ela me joga um pedaço de pano preto que parece ser um vestido.

— Kaede-san, me diz a verdade, porque tudo isso?

— Kagome, eu vou ser completamente sincera com você. Eu não sei o que ele pensa, aquele homem é louco, não tente entende-lo, apenas faça seu trabalho.

Olho para a montanha de compras e meu estomago revira.

— Ele não é nenhum tarado, mas mimado com certeza. Pelo que eu vi, o salário vai ser muito bom e também você vai conseguir aprender muito ao lado dele. Ele é sensacional quando o assunto é profissionalismo. – Sua expressão se suaviza e ela sai da sala voltando com um livro nas mãos.

— Não me diga que ele vai me fazer entrar em uma seita ou coisa assim ... – A olho um tanto assustada e ela ri.

— Essa é a agenda do Sesshoumaru. Nos primeiros dias eu ficarei com você mas depois, ela vai ser inteiramente sua.

Encaro o livro preto em suas mãos como se fosse um Death note.

— Vista-se, vou pedir para o motorista levar tudo isso para sua casa depois do almoço. – Ela pega um par de sapatos de salto vermelho e me entrega. Eu concordo com um aceno de cabeça e entro no banheiro para me vestir.

Parece que estou fantasiada.

O vestido é social mas justo e marca todas as minhas curvas que na minha opinião não são nada bonitas. O salto empina minha bunda e pra completar meu óculos me deixa com cara de atriz pornô quando junto a esse vestido.

— Que bom, serviu perfeitamente! – Eu dou alguns passos cambaleando um pouco já que quase nunca uso salto alto – Com o tempo você acostuma. Agora vamos te maquiar.

Kaede faz uma maquiagem leve mas no final pareço outra pessoa, ela prendeu meu cabelo comprido em um rabo de cavalo alto.

— Maquiagem e salto são regras, assim como as roupas compradas pra você.Se precisar de algo mais é só falar comigo que providencio.

— Preciso de um calmante, por favor. - A senhora me belisca rapidamente no braço me fazendo segurar um muchocho.

— Primeiro de tudo, nada de piadas. Sesshoumaru tem um ego gigante, como uma criança aos 10 anos que se sente invencível. - Ela sorri ajeitando meu cabelo como minha mãe fazia quando eu era pequena. 

Uma sensação de nostalgia me invade. 

— Eu sei que ficará bem. 

— Kaede-sama, porque ele me contratou? Isso é tão estranho, o cara queria me demitir ontem ... - Murmuro baixinho quando uma luz começa a piscar no bolso da velha senhora. 

— Ele chegou, eu trouxe o chá que ele gosta. Vou arrumar a mesa e você vai recepciona-lo. 

Recepciona-lo?! Que coisa mais bizarra. 

Me posiciono ao lado da porta esperando o dono do mundo chegar. 

Sesshoumaru passa por mim sem nem mesmo perceber a minha presença. 

— Bom dia Sr. Sesshoumaru. - Me curvo levemente amaldiçoando até a quinta geração desse babaca. 

— Kaede! - Ele grita a procurando - Kaede! 

— Sr. Taisho, seu chá está na mesa. 

— Eu estou chamando a Kaede. O quão burra você pode ser?! - Ele diz entredentes e eu me aproximo o encarando diretamente. 

— Ei, você que é um babaca monumental aqui! - Sesshoumaru fixa seus olhos amarelos em mim e por um instante fica surpreso - Isso não são maneiras de se falar com alguém Sesshoumaru! - Cruzo os braços virando meu rosto emburrada. 

— Srt. Higurashi. - Sua voz soa baixa mas firme - Vestida desse jeito eu nem a reconheci.

Seu deboche me irrita ainda mais que esse salto quinze. 

— Você! - Fixo meus olhos nos dele - O que você quer dizer com isso?!

— Eu preciso que você leve uns papéis para o Inuyasha. - Sesshoumaru vai até sua mesa pegando uma pasta e me entregando - E mais respeito ao falar comigo ou terá que trabalhar para pagar os processos que irá levar dos meus advogados.

Seus olhos amarelos estão fixos nos meus, esse contato visual é muito incômodo.

— Sim, Sr. Taisho. - Digo entredentes com um sorriso forçado pegando a pasta e saindo daquela sala o mais rápido que posso com esse salto gigante.

Ao chegar na porta do Inuyasha, o avisto la dentro arrumando suas coisas. A mesa da secretaria ainda está vazia. Ele não arrumou ninguém?

— Oi. - Digo entrando batendo suavemente na porta de vidro.

Ele nem mesmo se vira pra falar comigo. 

— Você, deixe os papéis na mesa e saia. - Jogo a pasta em cima dele que se vira irritado - Mas o que ...

— Oi pra você também, idiota! Essa família é toda assim mesmo. - Minha voz sai mais alto do que o esperado e o meu amigo me olha confuso - Você não me reconheceu ... - Murmuro baixinho.

— Kagome, você vai ser a minha secretaria?! - Ele pega a pasta e a coloca na mesa - Eu achei que daria mais trabalho pra convencer aquele idiota! Rá!  - Inuyasha dá uma risada e eu puxo seu cabelo chamando a atenção dele - Espera porque está vestida assim? Não era necessário ... tudo isso. - Ele me olha de cima abaixo atentamente, engolindo seco.

Suspiro pesarosamente. Então foi por isso que o Sesshoumaru me contratou.

— Você pediu para o Sesshoumaru me contratar? Eu já sabia que ele queria me demitir. 

— Eu queria contratar você porque você é boa, não por ser ... Minha amiga. - Inuyasha desvia o olhar desconcertado.

— Sua cunhada, Inuyasha. - Eu o corrijo no automático.

— Até quando você vai continuar com isso, Kagome? - Ele coloca a mão nos bolsos me encarando - Éramos amigos, você sabe que isso não é fácil pra mim ... 

"E eu me apaixonei por você."

Na verdade eu sempre fui apaixonada por ele, só não sabia disso.

— Foi por causa daquele Kouga que você jogou o que tínhamos no lixo. Valeu mesmo a pena?

Eu tive que me desfazer daqueles sentimentos quando ele começou a sair com a Kikyou. Podemos não ter muito contato, mas ela é minha irmã gêmea. Isso seria uma tortura dupla.

— Kagome é minha assistente pessoal, irmãozinho. - Sesshoumaru entra com um sorriso debochado e dessa vez eu tenho que dar graças a Deus. 

Até quando vou conseguir fugir do Inuyasha?!

— É o que?! - Inuyasha o encara claramente irritado - Kagome, você pode trabalhar comigo ...

— Ela não pode e nem quer. Isso eu garanto. - Sesshoumaru me entrega a sua agenda preta e eu a encaro por um instante evitando olhar para o seu irmão  - Vamos, você vai passar o dia todo colada a mim, querida. 

Eu queria poder pisar nele com esse maldito salto.

— Eu assinei um contrato com o Mestre Sesshoumaru. - Antes de sair da sala me viro em sua direção uma última vez, eu queria dizer alguma coisa mas o que? 

Acho que não sei mais o que se passa aqui dentro. 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Até a proxima ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Minha adorável secretaria." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.