Revelação escrita por Mariana Maia
É noite. Shadam caminha pelo hall do Palácio Gorma. De repente, uma figura misteriosa surge atrás dele e o agarra pelo pescoço com um dos braços, a fim de o imobilizar. O coronel tenta resistir e se livrar dele, mas é surpreendido por uma facada no estômago. Ele lança um grito de dor, pedindo por ajuda. Seu inimigo joga-o no chão e desaparece imediatamente. Gara, que estava em um cômodo próximo, pôde ouvir o grito e apressou-se em procurá-lo. Encontrou-o, horrorizada, a derramar sangue.
“Shadam! Shadam, aguente firme!”
Não era tão forte quanto o parceiro de luta, mas fez o possível para carregá-lo nos braços até a sala de enfermaria. Os Cotpotros cirurgiões não demoraram a entrar em operação. Gara acompanhava tudo, aflita. Dividia-se entre observar cada ação dos médicos e pensar em um possível culpado. A rapidez do socorro prestado colaborou para o sucesso da cirurgia. Ela se aproximou da cama na qual estava Shadam e fitou-o por um bom momento. Então, sentou-se no sofá ao lado e ali permaneceu até adormecer.
Era de manhã quando acabou o efeito da anestesia e Shadam percebeu-se acamado, ligado a aparelhos, enquanto via sua companheira de tribo descansar num sofá próximo. Ele tentava se lembrar da noite passada e do que o teria levado a parar naquele lugar. Viu-se enfaixado na região do tronco, e as imagens do fatídico ataque vieram à mente. Alcançou a mão de Gara e chamou seu nome algumas vezes, de forma suave, para não assustar. Ela acordou.
“Há quanto tempo você está aqui?”
“Passei a noite.”
Pausa.
“Você sabe quem me atacou?”
“Não...quando eu cheguei, tinha mais ninguém lá.”
“Você me trouxe até--?”
“Sim...”
“Fez um bom trabalho.”
Era o máximo que ela poderia ouvir dele. De fato, os Gorma não eram tão afeitos a normas de polidez ou demonstrações de simpatia. Mas já valia muito, tratando-se de Shadam.
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