Artigo 157 escrita por mjrooxy


Capítulo 2
Capítulo 2




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"Chegou chegando na minha vida devagar
Com esse jeitinho pronta pra me conquistar

 

 

Já conto as horas, os segundos, conto os dias
Quando penso em te ver o corpo arrepia..."


Naquela noite derrotar o Sr. Pombo não foi uma tarefa difícil para a dupla Ladybug e Cat Noir. No entanto, sem dúvidas foi muito mais estranho do que qualquer outra luta contra akumas.

Distraído, Cat Noir cometeu vários erros, que só não foram problemáticos porque o vilão era fácil de derrotar. A heroína, ao jogar o talismã para consertar o estrago feito, questionou-se o que podia ter acontecido para que o parceiro de time estivesse tão descuidado.

Como foi uma luta rápida, eles ainda tinham alguns minutos e a garota aproveitou para tirar aquela história a limpo. Não podiam continuar desconectados daquela forma, ou se dariam muito mal se lutassem com alguém mais forte.

— Gatinho, quero conversar com você. — intimou, já pegando-o pela cintura e atirando o ioiô até que estivessem no alto da Torre Eiffel.

Assim ele não teria como recuar.

O garoto estranhou, mas não fez oposição. Para ele tanto fazia o que ela queria dizer. Sentia-se desiludido desde sua última recusa, cansado de tanta responsabilidade e da obrigação de ter que parecer sempre bem. Mesmo quando estava no fundo do poço, como agora.

— O que você quer? — sua voz soou ressentida.

Ladybug agitou-se, ele nunca falou desse jeito tão grosseiro antes.

— Eu queria saber se você está bem. — explicou, chegando mais perto. Tocou no ombro do parceiro e notou seus olhos lacrimejarem.

— E você se importa? — revidou, empurrando a mão da heroína. Nesse ponto o Miraculous dele apitou. — Bom, já vou indo. Até, Ladybug.

Nada de bugaboo ou My Lady. Aqueles apelidos que ela detestava nunca fizeram tanta falta.

— Cat… — Marinette sussurrou, vendo-o pular entre os prédios.

Suspirando, a garota retornou para sua casa. Com um misto de agonia e ansiedade preenchendo o coração, por não compreender o que entristecia seu parceiro.

— Ele deve estar triste por causa da sua última recusa como Ladybug. — Tikki mencionou, quando já estavam embaixo das cobertas.

A noite estava fria e Marinette agradeceu por ninguém mais ter sido akumatizado. Não sentia um pingo de vontade de correr pela cidade, lutando, num clima tão frio e molhado. Principalmente com Cat Noir provavelmente ainda emburrado e distraído. Seu chocolate quente e o filme de romance que colocou pareciam ser uma ótima opção. Poderia estar com Alya e Nino, porém, não quis segurar vela para eles. Tikki era uma ótima companhia, muito obrigada.

— Será, Tikki? — Marinette refletiu, confusa. — Não entendo porque ele ainda está triste. Achei que tivesse superado, afinal, o que significou aquele beijo repentino em mim, como Marinette? Aliás, aquela visita no geral? — suas dúvidas só aumentavam.

Marinette amava Adrien com todo o seu coração, não podia corresponder a outros sentimentos. Ainda assim ficou tentada a retribuir, ficava todas às vezes que Cat Noir flertava consigo. Só que não dava muito bola, pensando que era por costume. Não levava a sério a paixão que ele dizia sentir por ela. O golpe fatal foi quando o herói simplesmente a beijou sem mais nem menos em sua forma civil. Mesmo quando sentia-se desencorajada por Adrien, não poderia aceitar o suposto amor de Cat Noir pela Ladybug. Ou seja, por ela. Que tipo de relacionamento teriam, sem sequer poderem revelar suas identidades?

Marinette, entretanto, ficou lisonjeada, é verdade. Contudo, a decepção foi maior. Não que pudesse reclamar, nunca deu esperanças a Cat Noir. Não fazia sentido exigir fidelidade dele.

— Ele pode ter tentado te esquecer, quer dizer. Esquecer a Ladybug, com você, Marinette. Quer garota mais apropriada? — brincou, ela riu.

— Me esquecer comigo mesma. — riram ainda mais. — De qualquer forma, ainda bem que eu tinha retirado os pôsteres do Adrien das paredes, ficaria constrangida se Cat Noir visse.

— É, mas você já os substituiu por recortes novos. Se Cat Noir aparecer novamente não terá como fugir. — Tikki provocou, voando e parando na cabeça da garota.

— Não tem porque ele aparecer aqui outra vez. — afirmou, segura.

Mas ela estava enganada.

(...)

Adrien estava pior, sentia-se humilhado sentimentalmente. E, quando lembrava de seus erros como Cat Noir, sua raiva aumentava. Porque a única coisa que fazia de melhor, também parecia arruinada? Plagg tentava consolá-lo em vão.

— Adrien, não fica assim. — pediu, pegando um pedaço de queijo e olhando para o garoto, que continuava jogado na cama desolado. Com o braço tampando os olhos. — Quer um pedaço do meu camembert?

— Não, Plagg. Obrigado. — negou, sua voz soou baixa.

— Não gosto de te ver deprimido desse jeito. — retrucou, comendo. — Sei que minha ideia de olhar ao redor pode não ter sido muito boa inicialmente. Mas eu disse com a melhor das intenções. Ainda acho que você e a Marinette tem tudo em comum.

— Só que ela não gosta de mim, Plagg. — murmurou. — Isso dificulta as coisas. 

— Será mesmo? — o kwami devolveu, parando na barriga do garoto. — Você foi como Cat Noir, não sabe o que ela sente pelo Adrien. 

Ele imediatamente deu um salto na cama. Ficando sentado e alerta.

— O que está sugerindo? — uma sobrancelha loira se arqueou, ao passo que seu coração deu um pulo dentro do peito. — Que a Marinette pode gostar de mim como Adrien?

— Por que não? — Plagg respondeu serenamente, com outra pergunta.

— Tá de brincadeira. — Adrien se jogou outra vez na cama. Mas agora com um brilho favorável no olhar e um sorriso travesso curvando seus lábios. 

— Lembra quando filmaram o quarto dela e tinha várias fotos suas? — lembrou.

— Ela explicou isso. — Adrien murchou. — A Mari é fã do meu trabalho e uma grande amiga, apenas isso. Aquele beijo foi um equívoco. — desconversou. — Além do que, não vi foto nenhuma quando apareci lá como Cat Noir.

— Você é tão lerdo. — Plagg arrulhou. — Ao invés de lutar pelo seu amor, fica aí choramingando feito um bebê chorão.

Adrien jogou um travesseiro no kwami, que saiu rolando na cama.

— Ei, isso doeu!

— Bem feito, quem mandou chutar gato morto? 

— Morto porque quer. — Plagg não se deixou abater. — Aposto meu camembert que Marinette gosta de você.

— Mas eu amo a Ladybug, não adianta usá-la para esquecer quem eu realmente amo. — suspirou, sonhador. — Não seria justo com ela e nem comigo.

— E aquele beijo, não significou nada? — insistiu o pretinho.

Plagg reprimiu o desejo de falar algo mais.

— Significou. — o garoto tapou o rosto com o travesseiro. — Céus, foi tão especial e mágico. Por alguns instantes esqueci completamente de tudo, até do meu nome. — ele riu, a lembrança esquentando suas bochechas e seu coração.

— Até da Ladybug? — provocou.

— Durante o beijo sim. — confirmou o garoto, surpreso com sua própria resposta.

Amava Ladybug, mas naquela ocasião, Marinette mexeu consigo e o beijo foi apenas a cereja do bolo.

— Então não desista, Adrien. — Plagg incentivou. — Se o coração dela for de outro, roube ele pra você.

Adrien gargalhou alto com aquela ideia.

— Roubar o coração da Marinette. — repetiu, apreciando profundamente a possibilidade. — Não me parece nenhum pouco ruim. — com uma nova centelha de esperança brilhando em seus olhos.

Ele decidiu fazer uma nova visitinha à garota dos olhos azuis índigo.


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