Artigo 157 escrita por mjrooxy


Capítulo 1
Capítulo 1




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"Troquei de profissão amor virei ladrão.
Artigo 157 eu vou roubar teu coração..."

 

 

Cat Noir estava cansado de amar Ladybug, aquele sentimento era unilateral e totalmente platônico.

 

 

A heroína deixava claro diariamente que jamais gostaria dele de forma romântica, pois seu coração era ocupado por outro garoto. Suspirando, jogou-se na cama, a raiva tomando conta de si, à medida que reconhecia seu fracasso.

 

 

Não havia nada que pudesse fazer para conquistar Ladybug, ela era enfática e não lhe oferecia um pingo de abertura para que pudesse mostrar a extensão de seus sentimentos.

 

 

— Cansei. — murmurou, com o rosto enterrado no travesseiro. — Se não me ama, talvez seja hora de superar meu amor por você. — afirmou a si mesmo, tentando tirar aquele sentimento de seu coração. 

 

 

Plagg observou a luta de Adrien em tentar superar Ladybug com uma carinha de tristeza. Ele não podia interferir, no entanto, ao vê-lo tão para baixo daquele jeito. Inocentemente, pensou em dar uma mãozinha de leve.

 

 

— Por que você não olha ao redor? — sugeriu o kwami figurativamente, pode ser que exista alguma garota fofa e atrapalhada perdida por aí. Talvez ela goste de você. — voou até Adrien, pousando na mão estendida do garoto.

 

 

— De quem você está falando especificamente, Plagg? — questionou meio irritado.

 

 

Não era porque mencionou querer esquecer Ladybug, que sairia à caça de alguma outra garota aleatória pela cidade.

 

 

— Que tal andar por aí como Cat Noir? Vai ser mais fácil reconhecer. — insistiu, já se posicionando para não ser pego de surpresa.

 

 

Com o olhar resignado, Adrien obedeceu.

 

 

— Plagg, mostrar as garras! — e com isso ele saiu pulando entre os prédios, observando as janelas abertas. Por onde entrava a brisa de fim de tarde da primavera.

 

 

Nada chamava sua atenção, Paris estava tranquila e assim ele esperava que continuasse. Não havia clima para lutar contra nenhum akumatizado, muito menos lidar com sua parceira de time. Era tarde de sexta-feira e no outro dia não teria aula, mas isso não o animava. Sentia-se solitário e abandonado, seu pai como sempre trabalhava até se cansar e ele ficaria sozinho no final de semana. Esses pensamentos não eram nada animadores, já pensava em retornar, desolado. Quando ouviu uma gargalhada gostosa e quente vindo do lado leste. Apurou a audição, constatando que era o mesmo som da risada calorosa de Marinette. Estava perto da casa dela e sequer notara.

 

 

Com um sorriso, foi em direção à janela da garota. Ponderando se aquela atitude seria muito esquisita, levando em conta que não eram tão amigos. Passaram por algumas situações juntos, era verdade. Mas não era como se tivesse intimidade para tanto. Desabafar com Marinette não estava em seus planos — não como Cat Noir pelo menos. Porém, sentiu uma vontade enorme de saber qual era o motivo de tanta alegria.

 

 

Bom, se ele não sentia-se feliz, pelo menos podia se alegrar com a felicidade alheia.

 

 

— Toc Toc. — empostou a voz, para que ela o ouvisse com clareza.

 

 

A garota rapidamente olhou para a janela com os olhos arregalados. Parecia assustada inicialmente, surpresa segundos após. Observou Marinette hesitante, caminhar para ele, abrindo a janela com lentidão deliberada.

 

 

— Cat Noir, o que faz aqui? — sua voz soou meio ríspida, sem querer. Marinette limpou a garganta e corrigiu: — Quer dizer, aconteceu alguma coisa?

 

 

— Não. — o herói respondeu, um pouco constrangido pela situação. Quis ir embora, mas suas pernas não se moveram. — Passei aqui perto e acabei ouvindo o som da sua risada, isso me fez parar. Desculpe. — ele estava desconfortável com sua ousadia.

 

 

Decidindo ir embora.

 

 

— Já que apareceu na minha janela, entra. — Marinette jogou, abrindo um sorriso que, por um instante, pareceu iluminar toda a Paris.

 

 

Adrien piscou os olhos, atordoado. Foi como se ligassem o sol a centímetros de seu rosto.

 

 

— Cla-claro. — gaguejou confuso.

 

 

Sempre achou Marinette linda e adorável, se não fosse tão obcecado pela Ladybug. Muito provavelmente poderia cair de amores por ela facilmente. Essa constatação o pegou de surpresa, nunca tinha pensado nela daquela forma romântica. Até aquele momento.

 

 

— Eu estava vendo alguns vídeos no YouTube, tem alguns bem engraçados. Quer assistir comigo? — propôs timidamente. — Bom, se não tiver nenhuma obrigação como herói e tal.

 

 

Adrien prontamente aceitou, sorrindo pelo jeitinho meigo dela.

 

 

Marinette se aconchegou na cama, ajeitando as almofadas para o herói. E, quando ambos pareciam confortáveis, ela deu o play.

 

 

O embaraço inicial foi se esvaindo pouco a pouco, enquanto os dois riam da sequência de vídeos que Marinette escolheu para assistirem juntos.

 

 

A barriga de Adrien doía de tanto rir e seus olhos estavam rasos de lágrimas. Lágrimas de alegria. Fazia tempos que não sentia-se tão feliz e leve. 

 

 

Pode ser que exista alguma garota fofa e atrapalhada perdida por aí., Rapidamente a voz de Plagg surgiu em sua mente, ele engoliu em seco, tentando assimilar aquele novo sentimento que parecia aquecer seu coração antes desiludido.

 

 

Como Cat Noir, não conhecia Marinette muito bem. Em contrapartida, como Adrien... Era outra história, convivia com ela diariamente. Conhecia seu jeitinho doce e fofo, suas trapalhadas...

 

 

Espera, jeito fofo e atrapalhada? Ponderou novamente. Plagg falava dela?

 

 

— Marinette, escuta… — ele chamou a atenção da garota para si.

 

 

Que também jazia com os olhos brilhantes das lágrimas. Tornando o azul de suas írises ainda mais impressionante.

 

 

Sua expressão de alegria estava congelada no rosto corado de Marinette. E, quando ela focou os olhos em Cat Noir, o garoto sentiu o coração errar uma batida.

 

 

— Não está achando engraçado? — perguntou com a voz cantada. — Posso achar outros vi… — a frase ficou incompleta, pois Cat Noir tomou os lábios da garota para si.

 

 

Sem reservas ou chances de defesa, em um instante pensava que ela era a coisa mais fofa e adorável que seus olhos já tinham visto. No outro grudava sua boca na de Marinette, como se sua vida dependesse disso.

 

 

Infelizmente, como tudo que era bom acabava rápido para Adrien. Marinette prontamente o empurrou, com delicadeza, é claro. Mas era uma óbvia recusa.

 

 

— De-desculpa, Cat… — iniciou constrangida e gaguejando. 

 

 

— E-eu que peço desculpas. — o garoto se enrolou, ficando em pé num pulo. — Me deixei levar, não deveria ter vindo. — fez menção de sair pela janela, só que Marinette o segurou pelo pulso.

 

 

— Sinto muito, você é incrível. — Adrien sentiu o coração voltar a bater um pouco descompassado, pensando que talvez ela precisasse somente assimilar o beijo. Quando o golpe fatal atingiu bem o centro de seu peito. — É que eu amo outra pessoa.

 

 

É, pelo jeito Plagg não falava de Marinette. Ele ficaria sozinho, afinal. Não havia nenhuma garota fofa e atrapalhada para si no mundo. Nem uma corajosa e destemida, em traje de joaninha. Era melhor aceitar a solidão como uma boa companheira, do que ficar atirando para todos os lados daquele jeito. Sentia-se ridículo pelo papel que prestara, queria fugir dali o quanto antes e foi o que fez. Não antes de abrir um sorriso forçado para Marinette e dizer:

 

 

— Seja quem for esse garoto, eu tenho inveja dele.

 

 

Marinette ficou ali, pasma e ofegante. Sem saber o que pensar ao ver o garoto sumir entre os prédios de Paris.

 


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