Coincidence Of Love ✖ GSR escrita por Fénix Fanfics


Capítulo 76
Especial ✖ Capítulo 8 (Gil, Sara, Ju e Jubs)


Notas iniciais do capítulo

Oficialmente, o último capítulo de Coincidence Of Love. Espero de verdade que tenham amado essa história tanto quanto eu.

Pela última vez em COL (1, 2 ou Especial):

DESFRUTEM ♥



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A noite, Sara, incomodada pelo silêncio, olhou para o lado e viu seu marido dormindo. Sorriu ao vê-lo. E apesar dos sentimentos enfadonhos que permeavam em seu interior, aquela visão dele dormindo a fez ter alguns segundos de paz. Se levantou, tomando o máximo de cuidado para que seu marido não acordasse, vestindo as pantufas, saiu sorrateiramente do quarto, fechando a porta com muito cuidado para não fazer barulho. Passando pelo corredor, ela olhou o quarto das filhas, suas meninas agora eram jovens adultas entrando no mundo dos adultos. Elas não estavam mais ali, e o sentimento de solidão voltou a cutucar seu coração.

Os empregados já estavam recolhidos, dormindo. Que fazia aquela grande casa ainda mais solitária.

Fazia somente algumas horas que suas filhas haviam partido em busca do próprio futuro, do próprio destino e a saudade já estava sufocante. Como iria viver sem elas? Como aguentaria até as férias? 

Ela suspirou.

Claro que ela estava feliz, suas filhas estavam bem, saudáveis, crescidas, vivendo mil possibilidades. Eram educadas, maduras, independentes e ela confiava nas duas mais que tudo. Ainda sim, era pecado ter esse desejo de querer mantê-las em baixo da sua asa por mais algum tempo? De querer protegê-las?

Quando se deu por conta, ainda estava encostada no batente da porta do quarto delas, admirando tristemente o quarto vazio. 

Suspirou novamente.

Enquanto seguia pelo corredor e ia em direção as escadas, ela tinha várias lembranças. Flash backs vinham a sua mente, o elevador ainda estava no meio da sala, mesmo que fizesse anos que Jubs não precisasse mais dele. Recentemente só era utilizado quando tinha alguma visita curiosa, porque elas não tinham paciência por esperar por ele, e preferiam descer correndo as escadas.

Lembrou também das diversas vezes que as meninas, Gil e ela estiveram naquela sala vendo televisão jogadas no tapete em meio as almofadas. Quantos filmes e séries assistidos ali. Guerras de travesseiro. Brigas e reconciliações. 

Indo até a cozinha, ela pode ver a mesa repleta, com a família toda reunida, incluindo Raika, Roberto, Hank e Rafaela . Todos conversando animadamente, tanto que ninguém podia saber exatamente quem estava conversando com quem, e o que estavam falando. 

Tomada pelo sentimento nostálgico, foi até a adega e pegou um vinho. Depois uma taça. Foi até a sala, serviu o vinho e sentou-se no sofá de lado, com a cabeça encostada no encosto. Uma mania antiga. A taça estava na mão. 

Pode ver uma pequena mancha de vinho entre a almofada do sofá e o encosto. Fora de um dia que GIlbert derramou o vinho sobre o sofá tirando a taça da sua mão. Bom, eles estavam ansiosos, o clima estava esquentando, e ninguém pensou que o sofá mancharia para sempre se não limpassem imediatamente. A mancha ficou.

Sorveu um gole, enquanto ainda mergulhada pelas lembranças sentiu seus olhos marearem. Era um misto de felicidade, com um sentimento estranho, que parecia formar um nó na garganta. Não era tristeza, por que de alguma forma, ela carregava um sorriso no rosto. As recordações eram gostosas, e ela não se arrependia de nada, absolutamente nada, pois de alguma forma, foram cada uma daquelas decisões que a fizeram estar onde estava, e no fim das contas, ela gostava de onde estava naquele momento.

Ela conseguia ver, como se fossem hologramas, suas filhas em cada fase de suas vidas, correndo pela sala, sentadas no sofá, conversando, rindo. Eram lembranças tão intensas, que podia enxergá-las como se fossem reais. E ouvia suas vozes. Principalmente os risos.

— Não consegue dormir?

A voz veio do topo da escada, aquele tom rouco a fez arrepiar. Era incrível, tantos anos haviam se passado e somente a voz daquele homem ainda a fazia sentir-se assim, como uma adolescente. Que sorte a dela ser casada com aquele homem, não? Ela riu internamente com o próprio pensamento, e acabou sorrindo.

Em resposta, ela apenas acenou um não com a cabeça.

Ela o seguiu com os olhos enquanto terminava de descer os degraus e fazia a volta para se sentar no sofá. Assim que o fez, ela esticou suas pernas por cima das pernas dele. E alcançou a taça de vinho.

— Eu senti sua falta na cama, e acordei também. – Ele sorriu. – O que passa nessa cabecinha? –  Ele falou após tomar um gole do vinho.

— Eu estive pensando no que as meninas falaram antes de irem.

— Que não era para a gente se comportar? –  Ele riu.

— Não. – Ela riu junto com ele. –  Que era para a gente aproveitar essa fase sem filhos, que nós dois tinhamos filhos desde antes de nos conhecermos e, eu nunca tinha pensado nisso, que nunca vivemos assim, sem a responsabilidade de uma criança… Nós literalmente começamos pelas filhas. –  Ela sorriu.

— Bom, é verdade. – Ele concordou e inclinou levemente a cabeça, logo deu uma pausa esperando que ela terminasse seu raciocínio.

— A questão é, como que a gente faz isso? – Ela riu. – Eu simplesmente não me lembro como é ter uma rotina sem as meninas inclusas, sem ter elas aqui…  Essa casa parece tão… – Mesmo falando calmamente era como se tivesse perdido o fôlego.

—  Vazia? –  Ele completou.

— É… – Seu tom era de desabafo.

—  Posso te confessar uma coisa?

—  Você também não sabe né?

—  Não. –  Ele riu. –  Mas a gente tem algumas opções. – Seu tom era divertido.

—  Quais? Sou toda ouvidos. – Ela piscou.

— Podemos viajar o mundo inteiro, confesso que tem vários países que eu adoraria conhecer e outros que eu amaria voltar, dessa vez junto com você. Incrível que em tantos anos de casados, nós viajamos tão pouco. Nós também podemos praticar algum esporte radical, voar de asa delta, sei lá… – Os dois riram. –  E nós também podemos sequestrar nossas filhas, trazer elas de volta para casa a força e não deixar elas irem de novo. 

—  Eu adorei essa última opção. – Ela riu.

—  Eu sabia que ia gostar dessa. 

—  Mas a gente não pode né? – Sara fez um bico.

—  Não, a gente não pode. Está na vez delas crescerem, criarem asas e fazerem o futuro delas. –  Ele esticou o braço até alcançar o rosto de Sara e acariciou sua face delicadamente com a ponta dos dedos. –  Mas se a gente sentir muito a falta de uma criança, a gente poderia, sei lá… Ter um filho?

—  Você sabe que não… –  Ela sorriu para ele. –  Nessa altura nem tem como mais reverter a tua vasectomia, e cá entre nós, já estamos velhos para isso. –  Ela riu. – Não sei se tenho energia para cuidar de um bebê. Por outro lado, Noah mês que vem faria doze anos se estivesse aqui conosco.

—  E nós não estaríamos tão sozinhos. –  Ele suspirou.

—  Será que ele sentiria falta das irmãs? Como que ele reagiria para elas saindo assim de casa? 

—  Eu acho que ele teria uma ligação muito forte com a Jubs, e sentiria bastante falta dela, em especial… Mas ele iria aproveitar bastante a fase de filho único. –  Ele sorriu.

—  E isso já faria ele pensar no futuro, não é? No que ele seria quando crescesse. Será que ele gostaria de biologia como você? Ou de informática como eu? 

—  Talvez ele preferisse a área do direito como Laura e Roberto.

—  Ou quisesse fazer desing que nem a Ju.

—  Eu só sei que ele seria uma criança muito feliz. –  Gilbert disse com certo brilho no olhar.

—  E nós seriamos completos. Mas no final das contas, a gente tira algo bom de tudo isso… –  Ela sorriu. –  Já conseguimos falar dele sem ficar triste e emocionados.

—  É por que finalmente aceitamos que ele segue vivo em nós e nas nossas filhas.

—  Talvez seja por isso.

Eles ficaram em alguns momentos em silêncio. Até que o mesmo foi interrompido pelo barulho do celular de Sara. Ela pegou, e era uma chamada de vídeo compartilhada.

— É as meninas. –  Ela falou assim que viu a tela.

Ela olhou o horário, era madrugada. Por que não estavam dormindo esse horário? Ela atendeu antes que a ligação parasse.

—  Oi. –  Sara disse ao atender.

A tela divida em três mostravam Sara, Ju e Jubs.

—  Viu? Eu disse que a mãe ainda ia estar acordada. Ela não ia conseguir dormir com a gente longe de casa. –  Ju riu animada.

—  E o pai? Tá aí contigo? –  Jubs perguntou.

Sara sorriu ao ver as filhas e quase não conseguiu dizer nada. Se ajustou no sofá ficando ao lado de Gilbert para que ambos aparecesse na câmera.

—  Hmmm… Sofá, vinho… –  Ela viu a taça na mão do pai. –  Acho que a gente atrapalhou o casalzinho. –  Disse debochada.

—  Bom, eu disse que tava tarde para ligar para eles. –  Jubs riu.

—  Ei, vocês duas. –  Sara interferiu. –  Deixem de pensar besteira. –  Ela disse rindo. – E por que ainda estão acordadas?

—  Você quer a verdade? Ou a gente pode mentir? –  Ju quem falou, ainda em tom debochado.

—  A verdade é sempre melhor. – Gilbert respondeu.

—  Ai pai, deixa de falar como um pai. –  Jubs riu.

Gilbert sacudiu um pouco a cabeça.

—  O que foi? – Ju perguntou.

—  Eu ainda não estou acostumando com a Jubs me chamando de pai depois de quase doze anos. –  Admitiu.

—  Não gostou? Eu posso parar. –  Retrucou brincando.

—  Você nem ouse. –  Ele respondeu rapidamente em tom divertido também.

—  Ok, ok. –  Sara interrompeu. – E então?

—  Então o que? –  Ju e Jubs disseram quase ao mesmo tempo, fingindo de desentendidas.

—  Por que estão acordadas? –  Sara rolou os olhos, mas na verdade estava realmente contente com aquela chamada.

—  Pra ser sincera… –  Ju enrolou um pouco pra falar. – Eu não tava conseguindo dormir… É estranho estar longe de vocês, da Jubs e eu me senti sozinha. –  Ela baixou o olhar.

—  Hey, filha. Tá tudo bem. – Sara sorriu para ela. –  Eu também tô morrendo de saudade, mas a gente está há poucas horas de distância. E a gente vai poder se ver sempre que quiser, mesmo quando for para mais longe. Eu tenho certeza que você, sua irmã… Vocês duas… Vão se divertir muito, fazer novas amizades, ter muitas experiências incríveis. E eu quero que vocês sejam muito responsáveis, mas que vivam isso com muita intensidade também.

—  Obrigada mãe. –  Ju sorriu.

—  É estranho não poder abraçar vocês agora. –  Jubs estava com os olhos mareados.

—  É sim. –  Sara concordou.

—  Mas a gente pode combinar, de pelo menos três vezes por semana, nos reunirmos assim, nem que seja por chamada de vídeo, para matar um pouco as saudades e ficarmos próximos. – Gil sorriu. – Eu não sei vocês, mas nós dois precisamos muito disso.

—  Eu quero!

—  Eu também.

—  Bom meninas, está tarde e vocês tem um dia cheio amanhã, vão descansar. E não hesitem em ligar qualquer horário por qualquer motivo, ok?

—  Tá certo, mãe! – As duas responderam juntas.

—  Tchau meus amores, eu amo muito vocês duas.

—  Eu te amo mãe, te amo pai. –  Jubs foi a primeira a se despedir. –  E te amo mala de Julia Um.

—  Eu também amo muito vocês três. –  Ju sorriu.

—  Boa noite.

Logo elas desligaram a chamada. E Sara carregava um sorriso no rosto.

—  É assim que gosto de te ver: sorrindo. – Grissom sorriu.

Ela se aconchegou nele, e ele envolveu ela em um abraço de lado.

—  Eu adorei falar com elas, ver os rostinhos e principalmente saber que elas também sentem a nossa falta. –  Ela riu.

—  Claro que elas sentem! –  Afirmou.

—  Eu acho que a gente deveria mesmo… –  Ela pensou alto.

—  Desculpa… A gente deveria o que?

—  Viajar pelo mundo, conhecer lugares diferentes, voar de asa delta. – Ela riu. –  Talvez esteja na hora de a gente ouvir um conselho das nossas filhas, e não o contrário, e sei lá, viver um pouco algo só nosso… Vai ser bem difícil, mas já que temos que ficar longe delas, porque não…

—  Bom, vou organizar as coisas na empresa, e vamos planejar uma lua de mel bem demorada. –  Ele sorriu. –  Mas a gente poderia adiantar a noite de núpcias, não? –  Ele disse com um tom malicioso.

—  Que safadinho. –  Ela riu, pegando a taça e servindo mais vinho.

—  Ué, não foi você que disse para ouvirmos os conselhos das meninas? E o primeiro deles foi para nós não nos comportarmos. Já faz um tempo que não exploramos os cômodos da casa, e a gente poderia começar pela cozinha… –  Ele piscou.

—  Você sabe que eu adoro transar na cozinha… –  Ela falou lasciva. Tomou um gole de vinho.

—  Ah, eu sei sim. –  Ele sorriu de canto. –  E tenho certeza que vou te cansar o suficiente para não sofrer mais de insônia… 

Ele pegou a taça da mão dela, e quando foi colocar sobre a mesa de centro derramou, sem querer, um pouco de vinho sobre o tapete.

— Deixa que eu vou pegar algo para limpar. – Ela disse já se levantando do sofá.

— Não precisa, deixa isso para depois. – Ele se levantou em seguida e a abraçou por trás.

— Mas vai manchar o tapete. – Protestou, sentindo um beijo na sua nuca que a fez arrepiar.

— Não tem problema, vai combinar com o sofá. – Ele murmurou ao pé do seu ouvido.

Deitados na cama.

— Você acredita em destino? – Sara perguntou com a cabeça sobre o peito dele.

— Não muito, por que? – Ele estranhou a pergunta.

— Se nossas filhas não tivessem sido trocadas na maternidade, nós talvez nunca nos conhecêssemos. Eu nunca teria sido mãe da Jubs e do Noah, e você não teria sequer conhecido a Ju. – Ela disse em um tom de reflexão.

— Nossas vidas seriam completamente diferentes. Provavelmente eu ainda seria um homem amargurado e Jubs teria tido um pai terrivelmente ausente. – Admitiu.

— Ju provavelmente não teria uma grande família, rodeada de amor, não teria conhecido Hank e também não teria tido todos os privilégios que de uma maneira ou outra, a condição social que temos, fornece pra ela. – Ela acariciava o peitoral nu de seu marido.

— E você? – Ele sorriu com os dedos entre seus cabelos, acariciando-a. – Como você seria se isso não tivesse acontecido.

— Provavelmente eu nunca conheceria o amor. – Ela apoiou o queixo sobre ele, para olhá-lo nos olhos.

— Então podemos dizer que foi destino?

— Ou uma mera coincidência?

— A coincidência do amor.


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