Coincidence Of Love ✖ GSR escrita por Fénix Fanfics


Capítulo 68
Parte 2 ✖ Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores e leitoras. Nem parece que eu to chegando no final de COL, mesmo tendo o especial, já ta dando uma saudadinha dela, de uma forma diferente das outras histórias. Não posso deixar de dizer, que normalmente quando eu finalizo uma história ocorrem duas coisas.
1 - Eu escrevo tudo, o máximo que dá e o mais rápido possível para terminar de uma vez, como se fosse uma carga
2 - Eu fico com um sentimento de dever cumprido

E para falar a verdade, COL me deixou um sentimento diferente. Primeiro, por que tenho escrito esse final sem pressa, com muita tranquilidade, aproveitando esse momento, repensando, reescrevendo algumas parte, e apesar de eu achar que não ficou perfeito, eu fiquei satisfeita. E o sentimento é de que não terminou, não tem um sentimento de "dever cumpridor" e finalização sabe. Parece que tem muita coisa que não foi contada nessa história, mas nem por isso é um sentimento ruim.

Enfim, espero que gostem muito. Desfrutem ♥



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Entrou na casa e respirou fundo. Deixou que o aroma conhecido invadisse suas narinas e trouxesse à tona lembranças que nem sabia que tinha. 

Caminhou em direção ao escritório. Vazio. 

Pegou o elevador que ficava na sala, não queria fazer muito esforço ainda. Passou pelos cômodos, um por um, sem pressa. Parecia que estava há anos longe daquela casa. Tudo estava exatamente igual, mas ainda sim tinha a sensação de que era tudo novo, tudo diferente.

Deixou que os sentimentos se esvaíssem quando abriu a porta do quarto e viu Gilbert sentado na cama, de costas para a porta. Parecia tão distraído que nem percebeu quando entrou. 

Ele, então, virou a cabeça e sentiu o seu pulmão esvaziar, sem ar. Ele se levantou rapidamente, precisava retomar o fôlego, e isso não coincidia com as palavras que queriam sair de sua boca. Estavam todas bagunçadas em sua mente.

No fim, nenhum dos dois disse uma palavra sequer. 

Sara se aproximou dele com pressa, e o beijou. Um beijo forte, rápido, cheio de saudades. Ela não pediu licença e nem permissão, sua mão forçava a nuca dele contra si, e o outro braço o abraçava. 

Surpreso, ele se rendeu ao beijo, com a mesma fome, a mesma saudade e a mesma vontade. A agarrou pela cintura e apertou o quadril dela contra seu corpo. Por um momento pensou que tinha adormecido na cama e que aquilo não passava de um vívido sonho. Tão real. Tinha que ser real.

Seus corpos estavam quentes e o beijo só parou por que ambos esqueceram de respirar, e sem fôlego, com a respiração acelerada, eles encostaram suas testas, e se olharam. Ninguém arriscava a dizer qualquer coisa.

Eles não sabiam, mas tinham o mesmo sentimento, o mesmo medo. O medo que uma palavra, seja qual fosse, acabasse com aquele momento. 

E eles só queriam eternizar. Parar o relógio, e ficarem assim, colados, para sempre. No entanto, eles sabiam que precisavam conversar.  Ele sabia naquele momento que não era um sonho, e se era realidade. Ele tinha que ser realista.

— A gente precisa falar, não é? – Gilbert disse com um sorriso triste, nesse momento ele tinha muito medo de vê-la se afastar novamente.

— Ou a gente pode fingir que nunca aconteceu, e apenas esquecer. – Sugeriu, era o que ambos queriam naquele momento. Ainda sim, ela sabia que não era a solução mais adequada. Mas por um momento aquela loucura de apagar tudo com uma borracha pareceu certo.

— Seria tão fácil, não é? – Ele a abraçou forte contra si. – Mas sabemos que não vai funcionar. Uma hora voltaria para nos assombrar. Então acho que é melhor conversar agora.

— Você está certo. 

Eles se sentaram na cama, de frente um para o outro. Se olhavam, mas não sabiam por onde começar. Não queriam iniciar uma nova discussão, e sentiam se pisando em ovos. Nervosos. Ninguém ali queria mais brigar, mas a situação estava frágil.

Sara, naquela fração de segundos, onde ninguém falava nada, percebeu que Gilbert tinha razão. Se eles não conversassem agora, se aquele assunto ficasse inacabado, o relacionamento deles se tornaria tão frágil quanto aquela situação, onde qualquer coisa seria motivo para uma nova briga ou separação. Por outro lado, era difícil tocar nesse assunto colocando a raiva de lado, a angústia, o sentimento de traição. Não era tão forte como no início, mas todos aqueles sentimentos ainda estavam ali, acompanhando ela.

Respirou fundo. Ela tinha ido até lá. Tinha que ter maturidade suficiente se quisesse enfrentar e superar aquela situação. Roberto estava certo, ela não queria ficar longe de Gilbert.

— Sara, você pode perguntar o que quiser… – Ele a incentivou.

— Por que, Gil? Eu nunca consegui entender o porquê.

— Sar… – Ele suspirou. – Nada justifica a atitude que eu tive. Nunca deveria ter feito nada sem seu consentimento ou sem ter conversado com você antes. – Admitiu. – E talvez você me odeie pelo que vou te dizer, porque é irracional, e eu não sou assim. Geralmente só acredito naquilo que eu possa provar, só que eu… Eu sinto que tem algo errado comigo.

— Como assim?

— Laura sofreu muitos abortos enquanto a gente tentava ter um filho, Jubs teve leucemia, e Noah… – Ele admitiu emocionado. – Quando Noah se foi, ele quase te levou junto. E eu quase não suportei perder ele, não suportaria ter perdido os dois. Você quase não suportou, teve que se esconder dentro da sua própria mente.

— Gil, você sabe que isso não é genético. – Ela franziu o cenho. – Tanto Jubs, quanto Noah. Não existe nada que indique que você ou Laura tem culpa de algo….

— Eu sei. Mas não me impede de pensar que sim, não afasta essa sensação que eu tinha. E… Cada vez que eu pensava em ter um filho com você, eu imaginava você passando por tudo que Laura passou.

— Mas você não me falou nada. – Disse com certa amargura na voz. – Por que só está me falando agora? Por que não conversou comigo? Não confiou em mim?

— Por que eu sou um idiota. – Ele sabia que se continuasse, poderia irritar ela, que o que ele dissesse agora, poderia fazer ela desistir daquela conversa, mas tinha que continuar. Estava na hora de ser corajoso e colocar as cartas na mesa. – E eu sei o quanto isso é sem fundamentos, mas parte de mim tinha medo de você não me amar o suficiente….

— Meu Deus Gil.

Ela levantou da cama, e caminhou em direção a porta, mas só até metade do caminho. Ficou de costas para ele. Sentiu seu coração apertar, como se fosse despedaçar. 

Ele se sobressaltou, quando a viu se afastar dele, não fez nada. Ainda sim, sentiu medo, medo de ter estragado tudo. O silêncio permaneceu por um tempo, e ele não tirava os olhos de Sara, com medo que ela fosse embora.

— Eu tinha uma visão tão diferente do nosso casamento. – Sara admitiu. – Eu achava que ela era forte, baseado em nosso amor e confiança… Eu… Eu achava que era ambiente seguro, onde poderíamos falar o que a gente quisesse, e que estaríamos ali para apoiar um ao outro. E saber que eu estava errada me deixa tão triste, tão… – Ela abraçou seus próprios braços, e deixou que as lágrimas escorressem pelo seu rosto.

Gilbert se levantou da cama, foi até Sara, ficando de frente para as costas dela e colocou as mãos nos braços dela, segurando de leve.

— Eu sinto muito Sar, eu acho que eu nunca disse isso, mas eu sinto muito. Eu, mesmo te amando muito, com todas minhas forças, eu tenho muita dificuldade de pensar como nós, ao invés de como você e eu. E eu estraguei muita coisa. – Ele suspirou. – E isso é egoísta, por que eu te magoei, e você é uma das pessoas mais importantes da minha vida, junto com as meninas, você é o que me motiva a acordar todos os dias. Ainda sim, subestimei seus desejos, seus sentimentos e eu sei o quanto isso é imperdoável. Ainda sim, eu peço desculpas por isso. Eu demorei muito para ver as coisas com clareza, mais tempo que eu deveria e você está certa, nós vimos nosso casamento de formas diferentes, e a forma que eu via, os medos que eu sentia, fariam que eu destruísse tudo da forma que destruí uma hora ou outra.

Sara se virou para ele, olhando em seus olhos. 

— Tirando os últimos meses, eu fui muito feliz durante nossos anos juntos. – Admitiu. – Nós passamos por tantas coisas boas juntos. – Ela sorriu, mas seus lábios ainda tremiam. – Só que agora, parece que é tudo mentira, sabe?

— Mas não é, Sar. Os sentimentos são de verdade, o que passamos e enfrentamos é de verdade. E, eu sei que tudo poderia ter sido diferente, ainda sim, ainda que por um lado eu quisesse fazer tudo diferente, por outro, eu aprendi muita coisa. E… – Ele colocou a mão no rosto dela, acariciando. – eu entenderia se tivesse acabado, mas se nós ainda tivermos uma oportunidade, eu sei que tudo pode ser diferente e melhor. Eu sei que podemos ter um relacionamento baseado em amor e confiança… 

— Como você sabe que isso é possível, logo agora? – Ela colocou a mão dela por cima da dele. Como sentia falta do toque dele fazendo carinho em si. 

— Por que nós estamos aqui, falando tudo, sem ressalvas, sem ter que escolher palavras. E por mais que eu tenha medo que todas as feridas que eu te causei te façam ir embora… Eu tenho tanta fé em nós dois, tanta. Acho que eu nunca acreditei tanto na gente como nesse momento. Eu sinto que tem tanto amor aqui, entre nós dois, que… Eu não sei. – Ele sorriu com lágrimas nos olhos. – É como se todo esse medo que a gente tem essa conversa não dar certo, só evidenciasse como a gente quer estar junto. 

— Eu sinto sua falta Gil, todos os dias. – Admitiu. – Está sendo tão difícil… E eu tenho medo.

— Eu sei que tem, eu também tenho. Só que eu não quero que você apague o que aconteceu, não é fácil esquecer. – Ele acariciou o rosto dela. – Você mesma falou, nosso casamento, apesar de tantas coisas, era tão bom, a gente era tão feliz. Por que a gente não pode se dar uma nova oportunidade… Eu sei que você está acostumada a passar por certas coisas sozinha, gosta de ficar só quando está triste, mas acho que isso seria mais fácil de superar, de reconstruir, se a gente estivesse junto. Eu vou respeitar se você não quiser, mas eu quero muito, e gostaria que você também quisesse.

— Você acha que eu tenho alguma culpa nisso? Eu digo… – Ela deu uma pausa para ordenar os pensamentos. – Eu demorei para corresponder aos seus sentimentos, mas depois disso, depois que casamos… Bem… Eu não demonstrava amor suficiente? Eu sei que não sou muito boa para demonstrar meus sentimentos, mas talvez eu te fizesse sentir que não tinha meu amor por completo…

— Sara, você não tem culpa. – Ele sorriu para ela. – Eu era… Eu sou… – Corrigiu.  – Um homem bastante inseguro quando se trata de vida pessoal. Você sabe disso. Dizer que você tem culpa de alguma coisa é como querer diminuir uma culpa que é totalmente minha. Você é a pessoa mais leal e sincera que eu conheço, por isso eu sei o quanto minha insegurança pode soar como uma ofensa. – Suspirou. – A gente errou quando pensou que nosso casamento era prefeito, tinham tantas falhas que a gente fingia não enxergar por que era mais fácil e cômodo. Nosso relacionamento já começou conturbado, sempre tivemos emoções à flor da pele, passamos por tantas situações.

— Era uma carga muito pesada. – Concordou. – Fingimos ser mais fortes do que éramos para não admitir nossas fraquezas. – Admitiu. – Fingimos não ver as lacunas que isso causou no nosso casamento.

— Só que agora a gente enxerga, não é? – Ele disse com um certo otimismo.

— E a gente pode aprender a lidar com isso.

— E construir algo sólido de verdade.

Ela então envolveu o pescoço dele com seus braços e o abraçou forte, colando seu corpo no dele, apoiando sua cabeça no ombro dele. Ele, também a envolveu com os braços, só que pela cintura.

— Eu senti tanto a sua falta, Griss. – Murmurou.

— Eu também, Sar. – Respondeu no mesmo tom. – Eu te amo tanto.

— Eu também te amo. 

Eles se beijaram novamente, mas dessa vez um beijo calmo, tranquilo, entregue. Ele foi guiando Sara, que dava passos para trás, até encostar com as pernas na cama, ela se sentou e depois deitou. Gilbert se inclinou sobre ela, apoiou o braço na cama e seguiu beijando enquanto deitava com cuidado sobre seu corpo. 

— Você está liberada? – Murmurou, recordando os cuidados médicos.

— Estou, mas eu confesso que ainda estou um pouco receosa… – Admitiu um pouco envergonhada.

— Se você quiser, eu posso parar.

— Eu não quero que você pare. – Ela sorriu maliciosa. – Eu só estou com medo de machucar, eu ainda estou bastante sensível.

— Eu vou bem devagar, se você se sentir desconfortável me avisa que eu paro.

— Tudo bem. – Ela sorriu. 

Ele cumpriu exatamente o que prometeu, foi devagar, mas aproveitando cada canto de Sara, como se tentasse beijar todas as áreas do seu corpo, sem deixar passar nada. Aos poucos, ambos ficaram quentes, e o acúmulo da saudade que sentiam de tanto tempo distante, se mostrou bastante presente. 

Gilbert tomou cuidado para não machucar Sara, mas se esforçou principalmente para que ela sentisse prazer. E ele também sentia. Ter ela em seus braços, novamente, o fazia um homem feliz e completo.

As preliminares duraram bastante tempo, e quando estavam completamente excitados e necessitados um do outro, eles se transformaram em um. E ficaram assim, até que ambos estivessem cansados, suados, lânguidos.

Sara chegou ao clímax primeiro, sendo acompanhada, quase em seguida, pelo seu marido. 

Satisfeitos. Deitaram juntos, e se taparam somente com lençol. Ela se aninhou sobre ele de lado, apoiando sua cabeça no peito dele. Ele deitado de barriga para cima, a envolvida com um dos braços, e sua mão apoiava nos cabelos dela, acariciando.

Ambos estavam felizes, ainda sim, por que estavam tão pensativos? Sara apoiou o queixo no peito do marido, e virou um pouco mais o corpo, para poder girar seu rosto. Seus olhos se cruzaram.

Eles sabiam que não seria fácil, não era como passar uma borracha em tudo que havia acontecido. Mas aquela troca de olhar dizia tudo. Dizia que finalmente, ou novamente, estavam em sintonia. Dizia que eles conseguiriam superar tudo. Dizia que eles lutariam pelo amor deles. E naquele momento, só isso bastava, porque eles sentiam estavam onde deveriam estar, e era exatamente o que eles queriam, um felizes para sempre.

— Isso parece um final de um livro, não é? – Ele comentou.

— Por que diz isso? – Ela sorriu para ele.

— Não sei, é só uma sensação. Deve ser pelo tempo que ficamos separados, agora estamos aqui juntos, tão confiantes, e parece que chegamos no nosso “felizes para sempre”, como se nada mais pudesse dar errado.

— Eu não acho que isso seja final… Embora o felizes para sempre seja muito tentador. – Ela admitiu com um sorriso.

— Não?

—Não… Eu acho que ainda tem muita coisa pra acontecer.


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Notas finais do capítulo

Espero de verdade que tenham gostado dessa capítulo. E já queria fazer uns avisos do ESPECIAL.

1 - O especial irá falar sobre cada um dos personagens, não será focado em GSR (embora teremos capítulos dedicados somente aos dois). Vou colocar nos títulos os personagens foco de cada capítulo, então se não quiserem ler algum, só pular.
2 - Ainda não tá finalizado, mas acredito que o especial terá 7 ou 8 capítulos.
3 - A ideia é que o especial seja uma maratona (todos os capítulos publicados no mesmo dia)
4 - Haverá passagem de tempo

Ok gente, agora, vamos para o último QUIZ de COL? E é justamente sobre o item 4. Qual é a passagem de tempo?
A) Em torno de 2 anos
B) Em torno de 4 anos
C) Em torno de 6 anos
D) Em torno de 8 anos
E) Em torno de 10 anos

E aí? Quanto tempo acham que é???



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