Coincidence Of Love ✖ GSR escrita por Fénix Fanfics


Capítulo 63
Parte 2 ✖ Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoinhas, olha eu aqui de novo. Quem será que acertou a enquete passada? Hmmmm... Veremos no final do capítulo de hoje. Já to avisando de antemão que hoje NÃO VAMOS TER QUIZ, eu fiz um pequeno (tá mais pra médio hehe) desabafo no final desse capítulo, quem não quiser ler, não precisa, só pular. Eu acabei achando que colocar isso e mais o quiz ia ficar muita coisa, mais prometo que o capítulo que vem vai ser BOMBÁSTICO!

Desfrutem ♥



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Após o meio-dia as Júlias chegavam em casa da escola. Como a mãe ainda estava no hotel, elas iam direto para a casa do pai, e já estavam animadas para jantar com sua mãe a noite. Junto com elas, no entanto, vinham mais duas crianças. Camil e Hank.

Ao ouvir um movimento na sala, Raika colocou novamente o hijab, arrumou a roupa e foi calmamente em direção a sala. Ainda sim, um pouco receosa, não entrou na habitação.

Ruth viu a menina de longe e a buscou para apresentar as senhoritas Grissom. As duas garotas, no entanto, estranharam ao verem a menina que se aproximava com aquele pano na cabeça.

— Ju, Jujuba. Essa é a Raika. – Ruth apresentou rapidamente. – A filha de Roberto.

— Ahhh! – As garotas disseram ao mesmo tempo, animadas.

— A menina que veio do Iraque? – Jujuba disse rapidamente.

— Ela é nossa prima, né? – Ju se apressou. 

— Na verdade ela é do Afeganistão. – Ruth corrigiu. – E sim, ela é sua prima.

Raika ficou um pouco constrangida, e não conseguiu nem responder nada. Apenas sorriu. Não apenas os gritos das meninas empolgadas em conhecer ela, mas, principalmente, por conta de um par de olhos penetrantes que a olhavam fixamente. 

— Deixa eu te apresentar. Esse é o Hank e essa a Camil, são nossos amigos e colegas da escola. –  Jujuba falou animada.

— Muito prazer. – Raika disse pausadamente ainda incomodada com os olhares sobre ela. 

— Vamos almoçar? – Ruth perguntou a todos. – A comida está servida.

— O Hank não vai almoçar. – Ju se apressou em falar. – Ele só veio buscar um livro que está comigo, e já vai para casa, ele mora pertinho daqui.

— Tem certeza que não quer almoçar aqui Hank? – Ruth sorriu para o garoto.

— Tenho sim, muito obrigada pelo convite. Minha mãe está me esperando, eu vou almoçar com ela, se eu demorar muito ela vai ficar preocupada. 

— Está certo. – Ruth sorriu. –  Não deve preocupar a sua mãe…

— Vou só subir no quarto com Hank para pegar o livro e em seguida já vou almoçar.

— Tudo bem. 

Ruth levou Jujuba, Camil e Raika para a sala de jantar, enquanto via Hank e Ju subirem para o quarto. Hank entrou primeiro e Ju fechou a porta logo que entrou. 

— Qual é a sua Hank? – Ela passou reto pelo garoto enquanto ia direto na estante de livros. Seu tom acusatório pegou o menino de surpresa.

— Qual a minha o que? – Hank não entendeu a posição agressiva dela. 

— Você, na cara dura, babando pela minha prima que acabou de conhecer. Aliás, que eu também acabei de conhecer. Achei que teus olhos iam engolir ela. – Bufou enquanto buscava o título entre os vários livros. Ele tinha uma cara de desentendido. – Nem vem com essa cara… – Ela lançou um olhar sobre ele, e depois voltou a estante. – Todos perceberam, até ela. Rídiculo.

— Está com ciúmes? – Ele disse desafiador, até provocativo.

— E se eu estou? O que é que tem? – Seu tom ainda era irritado.

— Bom, foi você que disse que não podia ficar comigo, que teus pais não deixavam, que era muito nova e…

— E por isso você se acha no direito de ficar com uma garota que deve ter uns dois anos mais que tu?

— Eu só olhei ela… Meu Deus Júlia!

Ju então encontrou o título que queria, pegou o livro e alcançou ele de modo brusco empurrando contra o peito do garoto, fazendo ele dar uns dois passos para trás. Ele agarrou os livros com as duas mãos enquanto se curvou tentando manter o equilíbrio. 

— É melhor você ir embora. – Ela baixou o tom, claramente chateada. Triste.

Ela estava errada e sabia disso. Não deveria nem ter começado essa discussão. Não tinha o direito daquele sentimento e de externar ciumes. Seu coração estava partido por ter entendido algo naquele momento.

— Ju, por favor, eu não quero brigar contigo. – Ele suspirou. – Eu já disse que eu posso esperar por você, que posso esperar teus pais te liberarem, você ficar maior, que eu gosto de você de verdade.

— Mas não deveria. – Ju suspirou. – É melhor você começar a gostar de outra pessoa, não de mim. E eu também não deveria gostar de você… Não assim.

— Às vezes você parece louca. – Ele disse sem entender. – Você fica com ciúmes da sua prima, mas quer que eu fique com outra pessoa…

— Sim, alguém que não seja da minha família. – Ela suspirou. – Hank, desculpa. Só vai embora. Por favor. Amanhã a gente conversa na escola.

— Tudo bem Júlia. – Ele deu os ombros. – Mas eu continuo achando você maluquinha. – Ele riu.

— E você é um chato. – Ela devolveu o riso. Um falso riso. 

Ela levou Hank até a saída. Ele se despediu dando um beijo demorado na bochecha dela. Isso causava uma série de sentimentos que ela não queria mais sentir. Depois voltou para o quarto. Havia perdido o apetite.

No final do almoço Jujuba e Camil foram estudar no escritório de Gilbert. Raika, aceitando uma ideia dada pela Ruth no final do almoço, subiu para o quarto das Júlias, encontrando Ju deitada na cama. Chateada. Chorando?

— Oi, pode entrar? – Raika estava na porta.

Júlia se sentou rapidamente na cama, secando as lágrimas.

— Pode sim. 

— Você é… triste? – Raika franziu o cenho. – Parece chorando…

— Eu estou um pouco triste sim… – Admitiu com facilidade.

— Sei que não me conhecer direito. Quer falar? –  Ela se aproximou sentando na cama. – É por causa do rapaz? 

— É sim, mas eu não posso falar sobre isso. É muito complicado. – Ela sorriu de canto.

— Todos são.

— Sim, são. – Ela riu. – Mas no caso, o problema não é ele.

— Eu não entender bem. – Ela fez uma careta de quem estava confusa.

— Vem, vamos passear no quintal. Aqui as paredes tem ouvidos.

— Isso ser impossível… Não tem como as…

— É só uma expressão. – Raika novamente arrancava um sorriso de Júlia. – Vem, vamos. Eu te explico lá fora.

Qual era o mal de fazer isso? Ela já guardava isso para si fazia algum tempo. Sempre contou tudo para sua irmã, e dessa vez não podia. Na realidade, o maior motivo de não ter falado nada ainda, não era Hank, claro, ele pesava um pouco na decisão, mas o maior motivo, realmente era sua irmã. Talvez se ela soubesse a verdade sobre Hank, sobre aquele homem que ela tanto admirava não ser quem ela realmente pensava, ela desse mais crédito, mais valor ao pai que tinha, aquele que realmente era seu pai. No entanto, ela não se achava no direito de fazer isso, pois faria sua irmã triste, e também faria Hank triste. E ela amava os dois, amava tanto os dois que chegava a doer só em pensar que aquele segredo poderia, de alguma forma, fazer eles ficarem tristes.

Aquela confiança instantânea que sentiu em Raika, a fez fazer contar tudo. Assim que chegaram ao quintal, ela falou sobre seu pai biológico, sobre Hank, sobre quando descobriu a verdade, absolutamente tudo.

— O maior problema é que eu tinha sentimentos por ele antes de saber que ele era meu irmão, então minha mãe me contou a verdade e eu achei que era só uma ligação de irmãos, carinho, ternura. Só que as vezes eu acho que não é. E esse sentimento é tão errado. Me dá vergonha.

— Você não ter vergonha… Não está sua culpa. – Ela tentava formular as frases rápido, o que deixava o sotaque mais forçado. Ela respirou fundo. – Não sabia que ser seu irmão. Talvez não ser amor, ser carinho como disse.

— Como eu vou saber? Hoje ele olhou para você… – Ela suspirou. – E eu senti tanto ciúme, que eu queria bater, nos dois. – Ela deu os ombros.

Raika riu.

— Eu também… tinha.. ceume da meu irmão.

— Você tem irmãos? – Perguntou espantada.

— Dois. Igual que você. – Ela sorriu. – Uma irmã e um irmão. 

— E onde eles estão? 

— Junto a Alá.

— Eu.. Eu sinto muito. – Suspirou. – Eu também tenho um irmão no céu. Mas como era seu irmão?

— Ele era… –  Ela pensou um pouco. – Bonito que diz? – Franziu o cenho e Ju confirmou com a cabeça. – Muito bonito. – Ela sorriu com a lembrança. Quando ficou mais grande muitas moças gostavam dele. Eu muito ceume dele. Muito.

— Mas como vou saber se eu sinto um ciúme de irmã ou não?

— Opnião minha. – Ela sorriu. – Vocês ser ligados desde início. Não sabia que ser irmão, então… pensou… ser amor. É amor. Amor de irmãos. Você não saber explicar como amar ele desde sempre sem saber ser irmão, mas por dentro sabe. Sempre sabe. Por isso confusa agora. Mas pensar com calma, e perceber que sempre amor de irmãos. E ele igual.

— Então você acha que ele gosta de mim por que somos irmãos, mas como ele não sabe disso, ele pensa que esse sentimento é diferente?

— Sim. – Disse como se fosse obvio.

— Isso é completamente maluco, mas faz sentido. Mas por que eu não tenho ciumes da minha irmã.

— Você ter, mas diferente. O que achar da amiga?

— Que amiga?

— Amiga da irmã, a Ca…– Ela tentava recordar o nome.

— A Camil?

— Sim.

— Não gosto muito dela pra falar a verdade. Não acho que é uma boa influência pra Júlia Dois e é bastante antipática também. – Admitiu.

— O que eu falar! – Disse simples.

— Eu não tenho ciumes da minha irmã da Camil. – Negou ferozmente.

— Ter sim. – Ela disse rindo.

— Por que está dizendo isso.

— Por que não ter motivos para não gostar da amiga. Sua irmã gostar muito dela, muito. – Enfatizou.

— Você está querendo dizer que a Júlia Dois gosta da Camil… Não… Eu saberia. Isso é besteira.

Raika não disse nada mais sobre isso, apenas sorriu e levantou os ombros. Não precisou dizer nada, Ju percebeu que sua expressão já dizia tudo. Mas ela estaria certa? Ela perceberia isso somente em um almoço.

Bom, isso explicaria muita coisa.

Não tardou para Gilbert e Roberto chegarem na casa dos Grissom, nesse momento, Camil já havia ido embora e as três garotas conversavam alegremente no quarto das meninas. Assim que chegaram, Ruth os recebeu já perguntando de Sara, Gilbert respondeu em poucas palavras que estava estável, com medo que as meninas escutassem e depois perguntou por elas. Em seguida foi em direção ao quarto das meninas, já abrindo a porta que não estava trancada.

— Oi meninas…

Raika paralisou um segundo ao ver os dois homens na porta. Como estava somente com as primas no quarto, havia tirado o hijab, e ensinava elas a colocarem, elas tinham curiosidade e Raika muito solicita mostrava para elas como vestia. Porém com a entrada dos homens no quarto, ela não sabia o que fazer, puxou o lençol da cama bagunçando-a toda e puxando para cima de si enquanto se virava de costas. 

Roberto ao perceber a cena, puxou Gilbert para fora do quarto e fechou a porta.

— Pode se arrumar com calma. – Ele gritou. – Nos avise quando estiver pronta.

— O que foi isso? – Gilbert perguntou.

— Raika abriu mão de muitos costumes da sua religião, usa roupas comuns ao nosso país, até calças, roupas mais justas, antebraços a mostra, mas o hijab, é importante para ela. E ela respeita seu uso, para ela é um insulto ao seu Deus, a sua religião, não usar na presença de homens…

— Até de você?

— Sim…

— Mas você é o pai dela. Ela tem que usar na sua frente?

— Segundo sua religião não, mas ela ainda usa. – Ele suspirou. – Talvez por que ainda não me veja exatamente como seu pai. – Ele deu os ombros.

— Bom, eu entendo essa parte.

— Podem entrar. – Era a voz de Jujuba.

Os dois homens entraram, e perceberam Raika, agora de hijab, um pouco encabulada. Com a face levemente rosada.

— Desculpa filha, nós não sabíamos…

Ela apenas fez sinal com não na cabeça, de leve, como quem diz que não tem problema. Porém não falou uma palavra. 

— Tio! – Jujuba cortou o silêncio. A garota correu até ele e o abraçou forte. – Achei que nunca viria me ver.

— Como não meus amores. – Ele envolveu a garota em seus braços. – Estava com muita saudade de vocês duas.

Ju olhou para o pai antes de se aproximar, como se esperasse uma autorização dele. Gil moveu a cabeça incentivando a garota a ir até o tio. Ela correu até ele, e o abraçou também. 

— Você chegou já faz um tempão e não veio aqui! – Ju constatou.

— Eu sei, eu tinha muita coisa para organizar. Mas é claro que eu viria ver vocês. Vocês sabem que eu amo vocês duas. E vocês… – Ele suspirou de surpresa. – Nossa. Vocês cresceram muito. São umas moças agora. – Ele se afastou e analisou as duas.

Era exatamente como a Sara havia falado, ambas haviam crescido rápido, já não eram duas crianças. E ele se sentia muito chateado por ter perdido tanto tempo da vida das sobrinhas. Era por um bom motivo, é claro, mas como queria poder ter tido tudo. Queria poder ter estado perto da filha, das sobrinhas e da mulher que amava. Porém, teve que escolher só uma. E ainda que tivesse feito a escolha certa, ele havia, em contrapartida, perdido muita coisa.

— Meninas… – Gilbert interrompeu os pensamentos de Roberto. – preciso conversar com as duas, sobre Sara.

As duas ficaram tensas. Sabia que as conversas que começavam dessa maneira nunca eram boas. Elas pararam lado a lado, esperando que o pai continuasse.

— O que houve com a mãe? – Jujuba logo questionou.

— Ela não se sentiu muito bem, foi para o hospital fazer uns exames, talvez passe alguns dias baixada. – Explicou ele calmamente. Não queria preocupá-las, mas também não podia omitir a verdade.

— Ela está bem? – Pergunto Ju, já muito preocupada.

— É grave? – Jujuba completou no mesmo tom.

— Não sabemos ainda se é grave… – Mentiu. – Mas ela está bem na medida do possível, ainda não pode receber visitas, mas está fazendo exames complementares, mais tarde eu vou para o hospital ficar com ela.

— Quem está com ela agora? – Ju questionou.

— A Rafaela. – Roberto quem respondeu.

As meninas se entreolharam, caladas, visivelmente preocupadas. Elas estavam cheias de perguntas, mas na realidade não sabiam nem por onde começar. Raika, também estava calada, mas por outro motivo. Olhava fixo Gilbert. Analisava ele. Quieta. Pensava que aquele homem explosivo que alguns dias antes parecia capaz de matar alguém, era muito diferente daquele pai amoroso e tranquilo que tentava dar uma notícia triste às filhas sem desesperá-las.

— Raika… – Gilbert parecia ter lido seus pensamentos. – Eu posso conversar com você lá na sala?

Ela gesticulou que sim com a cabeça, ainda sem falar nada.

— Roberto, pode ficar com as meninas um instante?

— Sim. Estou morrendo de saudades das minhas pequenas. – Ele sorriu para elas, mas tinha um olhar velado para Gilbert de que o mataria se assustasse novamente Raika. Roberto sabia que o cunhado seria incapaz de fazer mal a sobrinha, ainda sim, o aviso era sempre válido.

Tentando distrair as garotas, Roberto começou a fazer perguntas sobre vários acontecimentos durante sua ausência. Notava que Jujuba estava muito feliz em ver ele, radiante até. Enquanto Ju se encontrava ambígua, parecia feliz em ver ele, mas tinha uma certa preocupação em conter esse sentimento. Roberto tinha uma vaga impressão do porquê.

Na sala, Raika se acomodou no sofá, um pouco distante de Grissom que se sentou na poltrona. O mesmo esclareceu a garganta antes de começar a falar.

— Raika, eu queria pedir desculpas a você pela cena que presenciou aquele dia. Eu não sabia de você e jamais iria querer assustar uma garota da sua idade.

— Teria que pedir desculpas a minha pai. – Disse simples, não se incomodando tanto com o sotaque como das outras vezes. Geralmente comedida com as palavras, agora seu tom pareceu um pouco mais firme e agressivo.

— O que ocorre entre seu pai e eu é uma história antiga. E creio que você sabe um pouco disso. Eu só queria que você soubesse que o que acontece entre seu pai e eu, não interfere na relação que eu quero ter com você, e nem com a relação que seu pai tem com as minhas filhas. Isso é algo somente entre nós dois. E eu não queria que ficasse com aquela impressão horrível de mim. 

— Aqui, em esse país, seu país, para mim ser difícil entender as pessoas. – Ela disse um pouco confusa. – No outro país, ter guerra, mas eu entender ele…

— Agora também é seu país. – Ele sorriu amigavelmente. – E eu sei que o choque cultural é muito grande. É diferente o modo que as pessoas se relacionam, se comunicam, se vestem. Mas você vai gostar daqui.

— Não tem guerra. – Ela disse com um leve sorriso.

— Não tem. – Ele concordou.

— Igual. Não me sinto segura.

— Nenhum lugar do mundo está livre de violência. Elas só ocorrem de modos diferentes. – Gilbert disse com voz calma. – A única coisa que eu queria que você soubesse é que aquele dia eu não agi da maneira correta, e eu sei disso. E eu não gostaria que aquela impressão que teve de mim ficasse. Aquele não é quem eu realmente sou e eu não gostaria que você tivesse medo de mim.

— Porque importa? – Ela deu os ombros.

— Por que você é família. Se Laura, a irmã de Roberto, estivesse aqui, ela estaria muito feliz em ver você, em conhecer você, talvez ela ficasse ainda mais feliz que seu pai. 

Roberto, que havia deixado as meninas agora mais tranquilas, saia do quarto e vinha descendo as escadas naquele momento em direção a sala. Pode ouvir o final da conversa de Grissom e Raika.

— Você lembra muito Laura, e ela era muito apegada a família. Se ela visse você aqui, eu tenho certeza que ela te amaria, cuidaria e protegeria assim como faria com as próprias filhas. E eu sinto que deveria fazer o mesmo, sei que vai ser difícil você tirar aquela primeira impressão. Ainda sim, como eu disse, a relação que eu tenho com seu pai, não deve interferir em nada com a relação que nós dois temos em relação a você e as Júlias. – Ele sorriu. 

Os ombros tensos de Raika relaxaram por alguns segundos, e ela sorriu. Ela assentiu com a cabeça.

Roberto terminou de descer as escadas. Tinha que admitir que Grissom estava mudado. O que quer que tivesse acontecido durante sua ausência o tinha feito amadurecer, o que ele não entendia, era o que ele poderia ter feito de tão grave para que Sara estivesse com tanta raiva dele. 

Ele esclareceu a garganta para demonstrar sua presença na sala. 

— Como estão as meninas? – Grissom perguntou assim que percebeu a presença de Roberto.

— Mais tranquilas. – Virou-se para a filha. – Se quiser pode subir para ficar com elas…

Assim que Raika subiu, Roberto se jogou no sofá, no mesmo lugar que a sua filha se encontrava antes. Tentando relaxar um pouco, ele teve que admitir:

— Parece que lidar com as suas filhas é mais fácil que lidar com a minha própria. – Confessou.

— Você vem dizer isso logo para mim? Já se passaram anos e a Jujuba nem me chama de pai. – Ele riu. – Mas você e Raika parecem ter uma relação muito boa. Ela parece se importar com você.

— Sim, de certo modo. Ela me chama de pai, está sempre preocupada comigo, e sei que ela gosta de mim. Só que não sei, parece que ainda tem uma parede, é como se ela não se sentisse completamente confortável comigo.

— É normal, não? – Grissom o fitou pensativo. – Você durante anos não sabia dela, quando a encontrou devem ter passado por situações péssimas, afinal, do contrário teriam voltado logo. Ela deve ter sofrido e passado por coisas que nenhuma criança deve passar. 

— A Jubs também sofreu e passou por coisas que nenhuma criança deveria passar. – Roberto franziu o cenho.

— Touché! – Ele deu os ombros, e pensou um pouco. – Jubs?

— Bom, ela disse que se eu chamasse ela de Jujuba ia me matar. – Ele riu. – Acho que ela gostou de Jubs.

— Vou demorar pra me acostumar com isso. – Respirou profundamente. – Quando foi que elas cresceram? – Grissom negou com a cabeça. 

— Pode ter sido em algum momento desses seis anos malucos que vivemos, ou talvez tenha sido nesse fluxo temporal onde nós dois tivemos uma conversa de adulto sem alterações de voz e querer se matar. – Ele sorriu.

— Que já durou tempo demais. – Ele disse já se erguendo.

— Concordo. – Roberto levantou.

— Vou comer algo.

— Eu também.

E os dois seguiram calados até a cozinha. 

Após comerem e descansarem um pouco, eles não esperaram a ligação de Rafaela. Quando começou a escurecer ambos voltaram juntos ao hospital.


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Notas finais do capítulo

Primeiramente, quem acertou o quiz? Quem disse que era A, acertou, até por que Sarinha ainda não foi liberada do hospital.

Então, eu queria aproveitar hoje e fazer um leve desabafo e queria saber a opinião de vocês... Eu sinceramente, não sei se vou levar a opinião da maioria em conta (desculpa kk), mas igualmente queria saber a opinião de vocês para tomar uma decisão sobre o rumo dessa história.
COL foi uma das histórias que eu mais AMEI escrever, e que mais me EMPOLGOU em vários sentidos. Ela misturou muito do que eu realmente gosto de escrever com coisas e temas novos que eu não havia tentado ainda. E por isso minha imaginação sempre cresceu, e o que era para ser uma história de 20 capítulos, hoje já está na parte 2, podendo ter ainda mais uma parte. Em contrapartida, COL foi o motivo de muito hate, muito, o que é bem estranho, pois eu já escrevi muita história polêmica, e nenhuma delas chegou a METADE do que eu sofri de ataques escrevendo COL. E geralmente isso não me afeta. Mas se eu disser que dessa vez não afetou, é mentira, por um tempo, tive até bloqueio para seguir escrevendo ela... Já passou.
Então eu tenho duas saídas para essa história:
A primeira é seguir exatamente o que eu tinha planejado na minha cabeça, uma história de 3 partes, com todos os altos e baixos, com muita coisa que vocês provavelmente não vão gostar (ex: Sara com Roberto, divórcio GSR) e muita coisa que vocês vão gostar (retorno GSR, uma passagem de tempo com as meninas entrando na fase adulta, indo pra faculdade etc).
A segunda, é finalizar a história em 5 ou 10 capítulos, resolver todas as questões GSR, dar um final feliz e tirar tudo que daria uma terceira parte a história.

Eu sinceramente, as vezes fico tão desanimada com algumas situações e comentários que a segunda opção acabou sendo pensada e atualmente, penso seriamente nisso. Então eu queria saber o que vocês gostariam, e o que achariam melhor. Eu não sei o quanto isso vai influenciar na minha decisão, isso aqui não é uma votação, eu realmente só queria saber o que vocês pensam sobre isso.



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