Coincidence Of Love ✖ GSR escrita por Fénix Fanfics


Capítulo 64
Parte 2 ✖ Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Desfrutem ♥



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Quando acordou sua visão estava embaçada. Abriu os lentamente, com eles semicerrados olhou para os lados tentando encontrar alguém e saber onde estava. Se sentia zonza.

— Hey, Sar. Acordou. – Uma voz feminina e aliviada surgiu.

Sara virou a cabeça até encontrar a voz, estava zonza demais para identificar somente pelo tom. Quando a encontrou, apesar de parecer só um vulto pela sua visão enevoada, conseguiu perceber que era Rafaela.

— Onde eu estou? – Seu tom de voz era fraco.

— No hospital né sua doida. – Ela sorriu. 

— Eu estou zonza. Enjoada.

— É normal, você tomou muita medicação.

— O que aconteceu? – Ela ainda falava baixo e devagar, mas conforme acordava, conseguia centrar um pouco mais sua mente. A visão ia melhorando, embora se sentisse um pouco descompensada ainda.

— Aquele monte de hormônio que tomou de forma desregulada. Você ficou muito mal. Ficamos preocupados. 

— Eu não consigo lembrar muita coisa. – Ela suspirou e olhou o acesso em suas mãos, o soro, a roupa de hospital. Sua respiração ficou um pouco alterada. 

— Sara… Você está bem? – Ela percebeu que a amiga começou a se agitar.

— Não. Eu estou com coração acelerado… – Ela segurou firme os lençóis. Ela olhava para os lados, e quanto mais itens hospitalares ela via, mais ansiosa. Ao mesmo tempo, ela parecia estar ciente disso, e parecia estar tentando se acalmar, sem sucesso. – Eu… É melhor chamar a enfermeira.

Rafaela apertou duas ou três vezes o botão da campainha para chamar a enfermeira.

— Sar, calma… Ela já está vindo.  

Sara começou a ficar ofegante, e suar. 

— Hey Sar, olha para mim, se concentra em mim. – Rafaela tentava manter a calma, mas se culpava por ter esquecido de algo tão importante. 

A enfermeira chegou rapidamente.

— O que está havendo?

Ela então se deparou com Rafaela segurando Sara, tentando acalmar ela.

— Ela está tendo uma crise de ansiedade. – Rafaela respondeu rapidamente.

A enfermeira saiu às pressas. Não demorou muito e voltou com uma medicação que colocou direto no acesso que tinha na mão. Não demorou mais que um minuto para Sara relaxar, porém sem adormecer.

— Demos uma dose baixa. – A enfermeira explicou a Rafaela. – A paciente não irá adormecer, mas pode ficar um pouco aérea.

— Está bem. – Rafaela suspirou aliviada. – Eu achei que Grissom havia avisado. Sara perdeu um bebê há alguns anos, foi uma experiência muito traumática, então o ambiente hospitalar deixa ela ansiosa.

— Vou colocar isso no prontuário dela. – Disse solicita.

Rafaela sentou-se na cadeira ao lado do leito de Sara. Percebeu que ela estava lúcida.

— Você ainda sofre pelo Noah, não é?

— O tempo todo. – Admitiu.

— Bom, eu tenho que avisar para os teus príncipes encantados que a bela adormecida acordou. – Ela sorriu, tentando mudar de assunto.

— Gil e Rob estão aqui? – Ela estranhou.

— Você não está tão mal, ainda reconhece os dois amores da sua vida. – Ela riu. – Eles estavam, mas foram para casa descansar um pouco, fiquei de avisar quando acordasse.

— Não avisa eles ainda. Se não se importar, gostaria que só você ficasse aqui por enquanto. 

Gilbert recém havia chegado ao hospital, ele havia subido antes de Roberto que ficou para trás para estacionar o carro.

Ele foi até o quarto de Sara, mas antes de entrar pode perceber que ela conversava com Rafaela. O tom era baixo, dava para ouvir poucas palavras, alguns murmuros e, talvez isso já fosse uma mania daquela família, mas ele não pode deixar de ouvir a conversa.

— Então, qual dos príncipes da sua vida está na frente no momento? – Rafaela tentava prender a atenção de Sara na conversa.

— Você sabe que não existem dois príncipes. Dois sapos só se for. – Ela riu baixo.

— Nunca vi sapo bonito e gostoso desse jeito, mas ok. – Disse divertida. – Então, qual dos sapos tá ganhando?

— Roberto já foi o grande amor da minha vida, Rafa, mas a história que eu tenho com o Gil, é diferente e tão profunda. Demorou tanto para acontecer, sabe? E eu já nem lembro como é não amar ele. E estar longe dele, como eu estou agora, desde a briga, é como se todos os dias faltasse algo. Vital sabe?

— E se ele é tão importante assim para você, por que não perdoou ele ainda?

Nesse momento do lado de fora do quarto, Roberto chegou colocando a mão no ombro de Grissom. 

— Hey… – Ele falou baixo. – Está escutando a conversa? – Falou em um tom baixo para não desmascarar a presença deles atrás da porta, ainda sim seu tom era indignado.

— Sim, cala a boca. – Grissom falou baixo e ríspido.

Do lado de dentro, a conversa continuava, pois não haviam se dado conta que agora havia dois espectadores.

— Porque não é fácil Rafa. Quem vê de fora, pode achar que foi uma simples mentira. Mas ele me enganou por um ano, colocou o que eu mais desejava em cheque, e… E eu tomei medicações, fiz testes de gravidez. Eu chorava quando dava negativo. E ele me abraçava, dizia que daria certo e ele sabia que não. – Ela suspirou. – Ele destruiu algo tão lindo que a gente tinha, que eu não sei se o amor que eu tenho é o suficiente para reparar. E acredite, eu amo muito. E se eu achasse que somente isso é suficiente, eu já teria voltado. Mas eu não sei, foi um ano inteiro de mentiras… 

— E a volta do Roberto não influencia em nadinha isso?

— Talvez, mas não do jeito que todo mundo pensa. 

— De que jeito, então?

— É difícil de explicar. – Ela encolheu os ombros e desviou o olhar.

— E o que pretende fazer?

— Eu não sei. Eu estou confusa. As vezes eu penso que o melhor é me afastar dele até conseguir ordenar meus pensamentos. Porque quando ele está perto parece que toda raiva e mágoa voltam, e eu não consigo pensar com clareza. As vezes eu acho que se eu ficar longe tempo suficiente, eu vou conseguir cicatrizar essa ferida e a gente poderá voltar a ser o que era. Ou ao menos tentaremos reconstruir isso.

— E se isso não acontecer? E se essa distância não for o suficiente para isso?

— Pelo menos eu vou ter aprendido a viver sem ele. 

Do lado de fora do quarto, os olhos de Grissom estavam mareados. 

— Vamos. Já escutamos demais. – Roberto puxou ele. 

Lá dentro, Rafaela continuava com o assunto.

— Bom, só queria informar que seu consciente e subconsciente não estão de acordo. – Ela sorriu de canto.

— Por que diz isso?

— Porque quando passou mal quem te trouxe foi o Roberto, mas quando estava delirando você gritava pelo Grissom, e só se acalmou quando ele chegou.

Sara corou no mesmo instante. 

— Obviamente, ele é meu marido, passamos seis anos juntos, é claro que em uma situação dessas ele é a primeira pessoa que vou pensar…

— Por que você… – Ela tentava fazer a amiga completar a frase.

— Eu já te disse, que eu amo ele. Não é novidade. – Ela rolou os olhos.

— Você ama ele, ama suas filhas, ama várias pessoas. Mas você chamou ele por outro motivo.

— Me diz qual, espertinha. – Sara começava a ficar sonada, mesmo que as medicações não a tivessem derrubado de primeira, parecia que suas pálpebras estavam pesadas.

— Por que admitindo ou não, e independente de qualquer coisa, você ainda confia nele. Alguma parte de você confia e você se sente segura quando está com ele. 

— Talvez. – Ela bocejou. – Não sei.

— Vai dormir, Sar. Você precisa descansar.

Não demorou para que Sara pegasse no sono novamente, só que dessa vez um sono mais tranquilo. Rafaela saiu do quarto, e foi até a sala de espera. Grissom e Roberto estavam ali, calados. Grissom pensava em tudo que havia escutado, e sabia que tinha algo a fazer. 

— No fim ela dormiu de novo, está muito cansada.

— Não tem problema. – Grissom respondeu com tranquilidade. – Obrigado por ter ficado com ela toda a tarde. Vou ficar com ela a noite. Roberto, se importa de levar a Rafaela para casa?

— Não me importo não. – Ele se levantou para acompanhá-la. – Quer que eu volte para cá?

— Não precisa. Fique com as meninas. Descansa. Se precisar eu te aviso. 

— Tudo bem.

Durante os dias seguintes, Gilbert praticamente não saiu do lado de Sara no hospital. Era especialmente difícil para ela estar em um quarto hospitalar, e as medicações de ansiedade, que faziam anos que não precisava, voltaram a fazer parte de sua rotina. 

Apesar de fazer questão de estar ali com ela, se ausentando raramente para resolver alguns assuntos pessoais ou de trabalho, ele evitava conversar com Sara qualquer assunto referente a situação atual do casamento deles. Sempre questionava como ela estava ou falava das filhas, mas nunca deles. E percebeu que ela também não fazia questão de tocar no assunto. 

Ele se perguntava se ela, assim como ele, ficava se perguntando internamente, se deveria falar sobre o assunto. Tocar no assunto. Ele queria tanto, muito. Ainda sim se conteve.

Após muitas drenagens, medicações, exames, e algumas crises ocasionadas pela síndrome da hiperestimulação ovariana, Sara começou a apresentar melhoras. E quinze dias depois de dar entrada no hospital, ela recebeu alta médica e poderia ir para casa.

— Se lembre, Sara. Esta é uma alta assistida, tens que vir a cada quarenta e oito horas ao hospital para verificar os seus parâmetros até segunda ordem. – O médico recomendou assim que entregou os papéis da alta.

— Tudo bem, vou seguir as recomendações corretamente.

Quando o médico saiu do quarto, Grissom começou a ajudar Sara a organizar suas coisas para ir para casa. A morena estava confusa, não sabia exatamente para onde iria. Se ainda tinha o quarto de hotel, ou se teria que ir para casa com Grissom. 

Como se estivesse lendo os pensamentos dela, seu marido se virou para ela com um semblante tranquilo.

— O apartamento que estava locado vagou já faz alguns dias, fiz a mudança das coisas que estavam no quarto de hotel para lá. E como você não pode ficar sozinha, contratei a Rafaela para ficar com você. Ela não queria receber por isso, mas vou pagar mesmo assim, achei justo.

Sara sorriu sem graça.

— É justo sim. E… Obrigada por ajeitar tudo. 

— Não por isso. – Ele esclareceu a garganta. – As meninas estão com saudades, vieram te ver aqui no hospital, mas estão eufóricas desde que souberam que está de alta. Vou levar elas fim de tarde para ficar com você, se você se sentir bem, elas podem dormir lá.

— Eu adoraria. Estou sentindo falta delas também.

— Já pegou tudo?

— Peguei sim, vamos? Não vejo a hora de sair desse lugar.

Grissom carregou as coisas de Sara, e a última parada no hospital foi na recepção da ala de internação para entregar os papéis da alta e pegar a liberação. Dali para o carro de Gilbert e então ele dirigiu até o prédio do apartamento de Sara. 

Chegando lá, ele desceu as coisas de sua esposa do carro e deixou na portaria. A única coisa que não soltou era um envelope feito de papel pardo que carregava consigo.

— Você pode ajudar Sara a subir as coisas para o apartamento? – Gilbert perguntou ao porteiro do prédio.

— Claro senhor. – Ele respondeu com educação.

— Gil, não vai subir? – Questionou com estranheza.

— É melhor eu não subir. – Ele sorriu de canto. 

Sara viu o porteiro já pegando as coisas e colocando no elevador. Ela alcançou a chave do apartamento, e disse que ele poderia deixar a chave na porta, que ela já iria subir. Com ele subindo, Sara ficou a sós com Gilbert.

— Eu queria agradecer por tudo esses últimos dias, mesmo com toda a nossa situação, você praticamente não saiu do meu lado e me ajudou muito. – Ela sorriu de canto.

— Você sabe que não precisa agradecer. – Ele sorriu para ela.

— Bom, eu agradeço igualmente. – Ela tinha tanta coisa ainda guardada por falar, porém naquele momento não sabia o que dizer, ou por onde começar, então preferiu dar uma desculpa para se afastar. Ao menos por aquele momento. – Eu vou subir, estou cansada.

— Tudo bem. Só queria te entregar isso antes.  – Ele entregou o envelope de papel pardo para ela.

— O que é isso? – Ela pegou o envelope.

— Os papéis para o nosso divórcio. – Ele disse simples. – Eu já assinei.


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Notas finais do capítulo

EITA EITA EITA. Quem é que esperava por essa do GRISSOM MINHA GENTE? Eu confesso que achei uma jogada um tanto arriscada da parte dele. MAAAS, não posso dizer que não foi inteligente.

Então gente, qual vai ser a reação de Sara diante de tal bomba?
A) Ela não vai demonstrar nada na frente dele, mas vai ficar muito triste quando ficar sozinha
B) Ela vai ficar irritada e rasgar o envelope e os papéis na frente dele
C) Ela vai ficar igual a gente agora, e não vai entender NADICA DE NADA
D) Ela vai ficar furiosa e assinar os papéis na hora

EITA. A, B, C ou D gente. Confesso que essa tá difícil....

Obs: Queria aproveitar e dizer sobre o desabafo do último post que tomei uma decisão quanto a continuidade da história. Eu vou finalizar ela sim antes do previsto, então posso dizer que estamos entrando em reta final, teremos em torno de 5 ou 6 capítulos. Por fim, vou fazer um especial (que seria um resumo bem resumido do que vai acontecer com cada um dos personagens) que também terá entre 4 e 6 capítulos.
E teremos um último capítulo, que não vai ser ligado a história, mas sim um resumo de tudo que eu tinha planejado para o final da segunda parte e para a terceira. Vou deixar ela ali, para se um dia eu resolver reescrever a história ou o final dela, as idéias não se percam...
A decisão foi tomada dessa forma, por que eu sinceramente acho que se eu prolongasse mais essa história, eu iria acabar desistindo dela, por tudo que iria acontecer, e eu ODEIO largar uma história pela metade, pois acho um desrespeito com os leitores... Então prefiro um fim que não supra minhas expectativas, mas que seja minimamente respeitoso para os que acompanham, do que tentar fazer tudo, e simplesmente acabar abandonando a história (algo que quem me acompanha a mais tempo, sabe que não é do meu feitio).



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