Coincidence Of Love ✖ GSR escrita por Fénix Fanfics


Capítulo 59
Parte 2 ✖ Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Opa, mais um capítulo, mas eu to com sono haha, eu só tô postando agora por que se não eu não ia conseguir postar essa semana... Então, sem muitas notas iniciais (e sem quiz, mas só dessa vez).

Desfrutem ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/798971/chapter/59

Logo ela estava instalada no hotel, e já tinha previsão de receber as chaves do apartamento para poder se mudar definitivamente para lá. Naquele momento ela estava evitando a todos que não fossem suas filhas, não falava com Grissom, e também não falava com Roberto. Ela também evitava contato de Ruth, Beth e até Rafaela. Só estava disposta para o trabalho e as meninas. 

Fazia alguns dias que não se sentia bem também, muitas dores de cabeça e um pouco de enjôo. Pensava que provavelmente era o estresse do que havia ocorrido nas últimas semanas, haviam ocorrido muitas coisas.

Estava em frente ao notebook, codificando um novo software que agora era sua rota de fuga para todos os pensamentos que a atordoavam, quando seu telefone tocou. Era da escola das meninas. 

Atendeu o telefone rapidamente, não era comum receber ligações da escola, então já pensou que pudesse ser algo com as filhas. E era. Mas surpreendentemente não era nada ligado a um mal estar, ou emergência, pela primeira vez fora chamada por conta de comportamento. 

Sara estranhou. Ainda sim, sabia que a separação traria consequências, só não esperava que fosse em relação à escola. 

Enviou uma mensagem para Gilbert. Por mais que o estivesse evitando, era importante que ele também estivesse lá. E ela havia prometido às meninas, que resolveriam os problemas juntos, como adultos maduros. E era exatamente o que fariam. 

Chegaram à escola quase juntos, mal tiveram tempo para se cumprimentar e foram diretamente para sala da diretora. Na sala, não puderam se sentar, pois as duas cadeiras frente a mesa da diretora estavam ocupadas por duas meninas. A primeira, sua filha, Jujuba. A segunda, uma menina morena, cabelo cacheado, preso em um rabo de cavalo lateral, estava uniformizada, porém o vestia ao seu próprio estilo. Eles já haviam ouvido falar sobre ela, mas não haviam tido a oportunidade de conhecê-la pessoalmente. 

As duas meninas levavam na face uma carranca mal humorada. Ainda assim, Jujuba ficou um pouco receosa quando percebeu que ambos os pais estavam presentes.

O perfume que a diretora usava estava impregnado na sala. O cheiro entrou nas narinas de Sara, fazendo-a sentir zonza e enjoada. Ainda sim, ela se manteve firme, sem demonstrar o mal estar que sentia.

— Olá senhores Grissom. – A diretora cumprimentou. – Estou aguardando os pais da senhorita Hanson.

— Eles não vão aparecer. – Disse simples com um ar de desdém misturado com deboche. – Eles nunca aparecem. – Rolou os olhos com um sorriso de canto. 

— Bom, eu gostaria de saber por que fomos chamados aqui. – Gilbert fora o primeiro a se intrometer, demonstrando presa.

— Acontece que a senhorita Júlia Grissom e Camil Hanson foram pegas hoje matando aula. E esta não foi a primeira vez que o fizeram, fiz um levantamento mais cedo com alguns professores e elas têm faltado a algumas matérias com frequência mesmo estando no ambiente escolar. – A diretora falou séria, com olhar acusador em direção às duas alunas.

Sara respirou profundamente. Era só o que faltava no meio de tudo isso. Júlia começar a matar aulas. 

— Júlia, é verdade o que a diretora está falando? – Sara perguntou séria, colocou sua mão sobre o encosto da cadeira que Júlia estava sentada, a fim de se apoiar. Ainda sim, se sentia melhor, o enjôo já não estava tão forte.

— Mãe, eu posso explicar. – A menina pediu.

— Eu não estou querendo explicações, eu estou perguntando se é verdade.

Jujuba olhou para a amiga. Suspirou. Era como se estivesse tomando coragem. 

— Sim, mãe. É verdade.

— Existe alguma maneira de ela recuperar as aulas que faltou? Realizar atividade extra curriculares, enfim. O que for necessário para que não tenha o ano letivo prejudicado por isso? – Sara olhou para a diretora.

— Eu vou conversar com os professores e passo um parecer para vocês.

— Obrigada. 

— É bastante triste isto estar acontecendo agora. – A diretora constatou. – Fora difícil manter a Júlia em uma classe que coincidisse com a idade dela, devido ao atraso nos estudos e justamente agora que estava conseguindo acompanhar a turma e o conteúdo, ela resolve que quer matar aulas.

— Te garanto diretora que isso não ocorrerá mais. – Fora a vez de Gilbert responder.

— Espero que não, caso contrário não nos restará alternativa além de manter ela no mesmo nível escolar ano que vem. Por hoje a aluna Júlia Ann está dispensada das atividades. 

Júlia não conseguiu se despedir direito da amiga antes de sair. Fora acompanhada por ambos os pais que permaneceram totalmente sérios e em silêncio até saírem das dependências da escola. Ele abriu a porta para que a filha entrasse no banco de trás e fechou a porta em seguida.

Sara somente agradecia por não ter demorado muito na sala da diretora, por um momento o enjôo fora tão forte que quase acreditou que não conseguiria se manter de pé. Agora, na rua, respirando profundamente, já se sentia bem melhor.

— Está tudo bem? – Gilbert perguntou a Sara assim que chegaram próximos ao seu carro.

— Está sim. – Mentiu. 

— Está de carro?

— Não, eu vim de Uber. 

— Eu posso te dar uma carona.

— Eu posso ir com vocês para a no… sua casa. – Ela corrigiu rapidamente. – Gostaria de conversar com ela.

— Se quiser eu posso fazer isso. – Ele sorriu. 

— A gente pode resolver isso juntos. – Ela também sorriu para ele. – Como a gente sempre fez. 

— Claro. 

Ela entrou do lado do carona. E durante o caminho ninguém disse uma palavra. Era constrangedor. Ambos tinham medo que qualquer coisa dita iniciasse uma nova briga e não queriam fazer isso de modo algum na frente da filha.

Chegando em casa Gilbert mandou a filha direto para o quarto. E avisou que logo subiriam para conversar com ela.

— Sara, eu queria falar com você antes. – Ele disse assim que a menina desapareceu da vista.

— Gilbert, eu vim aqui para resolver a situação da Jujuba… – Ela disse suave, não queria conversar sobre eles.

— É sobre ela. Confia em mim. Vamos ao escritório.

— Tudo bem.

Ela foi até o escritório com ele, e ficaram em pé mesmo. Seria uma assunto rápido, na visão de Gilbert. Assim que ele fechou a porta, a morena tremeu, por um momento até esqueceu que sua cabeça doía a ponto de explodir. Estava em um ambiente fechado, a sós com aquele que ainda era seu marido. E ela não queria admitir, mas apesar da raiva, da mágoa e de saber que talvez nunca mais confiaria nele, ela sentia saudades dele, muitas saudades. Não era de mentir para si mesma, ela o amava, mas não tinha noção da dimensão da saudade que sentia dele até ficarem ali, a sós, onde a única distância entre eles era a barreira emocional.

— Eu quero te contar uma coisa. E espero que não fique chateada de não ter falado antes, no meio de tanto desentendimento eu não tive a oportunidade e eu esperava que partisse da Júlia te contar sobre isso.

— Sobre o que?

— Bom, aquele dia que saímos juntos, Júlia e eu conversamos sobre muitas coisas. E ela me contou sobre como se sentia, e sobre como o tratamento da leucemia mesmo tendo terminado ainda atrapalhava a vida dela. 

— Eu imaginava que sim, não tem como, não é? – Ela suspirou. – Mas ela nunca me disse isso, fico feliz que ela tenha dito para você. 

— Ela também me disse que tem conversado com a psicóloga da escola. E que sempre que ela faz algo errado é colocado que o fato de ela ter sobrevivido a leucemia era uma segunda oportunidade na vida dela e que ela não pode aprontar nada, que isso sempre vem à tona.

— Essa última parte não é totalmente verdade. Nós não fazemos isso Gil, fazemos?

— Talvez a gente faça e nem se dê conta, Sar. – Ele deu os ombros. – Eu só estou querendo dizer que nós também erramos quando tínhamos a idade delas, e é óbvio que a gente tem que conversar com ela. Mas a gente pode tomar cuidado com o modo que lidamos com isso, e tratar como trataríamos a Ju num caso assim. 

— Tudo bem, você está certo. – Assentiu para ele. 

— E mais uma coisa. 

Sara ergueu a sobrancelha.

— Ela odeia o apelido, se acha adulta demais para ele. – Ele sorriu de canto.

— Pelo visto você está sabendo mais sobre ela do que eu ultimamente. – Não pode negar a ponta de ciúmes que surgiu em si.

— Como eu te falei, a conversa foi bastante produtiva.

— Bom, o apelido agora é secundário. Vamos lá falar com ela. 

Sara e Grissom então, de mãos dadas, foram até o quarto das meninas. Ju ainda estava na escola, o que ajudaria ter essa conversa com outra filha.

Sara ficou um pouco desconfortável de estar de mãos dadas com Gilbert, mas essa era uma tradição que não valia a pena abrir mão. Quando Gilbert e Sara começaram a ter um relacionamento e morar na mesma casa, à medida que as meninas começaram a crescer, o casal começou a discutir e discordar muitas vezes sobre a criação das meninas e a maneira de educar. Em certa ocasião, então, decidiram que deveriam entrar em um consenso e começar juntos a tomarem as decisões referente a educação e criação das meninas, ainda que cada um tivesse que ceder de vez em quando. Isso ajudou muito, e hoje sabiam que tinham feito um belo trabalho, suas meninas, apesar do forte temperamento, eram dotadas de caráter e de uma bondade extraordinária. Eventualmente, elas aprontavam alguma coisa, e eles resolviam juntos, de mãos dadas. Como fariam naquele momento. Eles sabiam que nada era mais importante que as filhas.

Gilbert deu dois toques na porta antes de entrar. Jujuba levantou o olhar, estava deitada na cama com Donuts no colo. Ela acariciava o gato, e sua face novamente fechou ao ver os pais entrando no quarto. 

— Bom, pelo menos estão juntos. – Ela disse vendo eles desentrelacerem as mãos que até então estavam juntas. 

— Júlia, o que você estava pensando matando aula? – Sara falou em tom ameno. 

— Você sabe que pode rodar de ano por questões assim? – Gilbert completou.

Sara conteve o impulso de falar o esforço que foi para ela entrar naquele ano, devido ao atraso escolar que tinha. Gilbert estava certo, de alguma maneira a leucemia sempre vinha a tona.

— Você quer ficar um ano a mais na escola? E convivendo com crianças menores?

— Não. – Disse emburrada.

— Então Júlia, o que você queria matando aula com essa coleguinha? Vocês tem o intervalo e qualquer outro horário para brincar, conversar, seja lá o que estavam fazendo.

— Se eu contar você não ia acreditar mesmo. – Rolou os olhos.

— Tenta. 

Sara se sentou na cama em frente a menina. Gilbert se manteve em pé aos pés da cama. 

— A gente estava matando aulas menos importantes para estudar. – Disse por fim. 

— Estudar? – Grissom perguntou desconfiado.

— É Gil, estudar. – Retrucou. 

— Júlia você não está em um bom momento para responder dessa maneira. – Sara alertou. 

— A gente matava aula de artes, educação física e outras para poder estudar matérias que temos mais dificuldade. Camil estava me ensinando matemática e eu estava ajudando ela em ciências. Vocês podem ver, minhas notas de matemática melhoraram bastante. – Se defendeu.

Sara e Gilbert se olharam. Se aquilo fosse um jogo esportivo, pediriam uma pausa para poderem conversar antes de continuar a conversa. Aquilo que Jujuba havia dito, eles não esperavam. De qualquer modo não era justificativa. Ainda sim, a expressão de ambos suavizou.

— E por que não chama Camil para vir aqui ou vai na casa dela? Eu sei que não considera algumas matérias importantes, mas elas são, e você não pode matar aula.

— Os pais de Camil não se importam com ela. Não deixariam ela vir e não me deixariam ir. A gente não tem muito tempo para estudar no intervalo. Então a gente pega os livros e vai para atrás das árvores no pátio e ficamos por lá estudando. E tem dado certo. 

— Mas você tem risco de rodar de ano igual. – Gilbert então se sentou na cama também se aproximando da filha. – Eu sei que você quer resolver as coisas sozinha, e eu entendo esse sentimento de independência que você quer ter. Às vezes, no entanto, você tem que falar com a gente e conseguiremos resolver tudo. 

— Eu sei. – Respondeu contra gosto. – Mas eu estou de castigo igualmente, não é?

— Com certeza. – Sara respondeu.

Júlia bufou.

— Mas… – Gilbert interferiu. – como suas notas em matemática realmente melhoraram, eu vou conversar com os pais se Camil, para que ela venha duas vezes na semana e vocês possam estudar aqui.

— Sério? – Jujuba sorriu.

— Sério! – Ele devolveu o sorriso.

— Obrigada Gil!

Ela se levantou e de joelhos na cama ela abraçou o pai. Grissom e Sara se entreolharam e sorriram um para o outro. 

Era bom saber que eles podiam fazer funcionar aquela nova realidade. 

Do lado de fora do quarto das filhas, eles trocaram olhares, mas o silêncio pairava no ar. Sara pegou algumas coisas que tinha separado por que lhe faziam falta e caminhava em direção às escadas. Gilbert foi quem tomou coragem de falar primeiro. 

— Seguimos sendo uma boa equipe. – Ele disse resignado.

— Seguimos sim. 

Sara estava no meio da escadaria, ainda faltava alguns degraus para chegar ao fim, quando as dores de cabeça voltaram com tudo, juntamente com o enjôo e uma fraqueza descomunal.

Ela se segurou no corrimão da escada, soltando a sacola com os itens. 

— Gil, me ajuda. – Murmurou. 

Gilbert mal pode escutar o que a morena falou de tão baixo que havia dito, mas ao perceber que Sara não estava bem, se aproximou dela rapidamente e a segurou antes que caísse. Ajudou a descer os degraus que faltavam, e a levou até o sofá da sala, fazendo-a se sentar nele. 

— Sara, o que está acontecendo?

— É só estresse. – Murmurou baixo, não conseguia falar muito alto, sua cabeça parecia que ia explodir. – Tenho tido enxaqueca e enjôos, mas não é nada demais.

— Você precisa ir a um médico.

— Não preciso não. – Negou virando a cabeça. – É só uma bobagem, assim que as coisas se acalmarem, eu vou ficar bem. 

Gilbert levou sua mão ao rosto da morena, como em uma carícia. Ela não pode deixar de estremecer ao sentir o toque. 

— Sara, você está quente. Acho que está com febre. 

— Já disse, não é nada. E eu já estou me sentindo melhor. – Não era totalmente mentira, a cabeça ainda doía, mas o enjôo tinha passado, e não se sentia tão fraca. – Vou para o hotel, descansar e comer alguma coisa.

— Porque não fica? Não deveria ficar sozinha? – Sua preocupação era genuína. 

— É só um mal estar. Eu prefiro ir. Qualquer coisa eu chamo a Rafaela. 

— Deixa pelo menos eu te levar então. Pode ser? Não tem como você ir sozinha. Prometo que não falo nada durante o caminho, só não posso te deixar sair daqui assim. 

— E Carlos? – Se referia ao chofer.

— Está de folga hoje.

— Tudo bem então...

Ele recolheu as coisas de Sara e levou para o carro. Durante o trajeto como prometido, ele não falou nada, apenas perguntou algumas vezes como ela estava. Sara insistia estar melhor, mas ele notava sua face avermelhada, como se estivesse ainda mais febril. Chegando ao hotel, ele entregou as coisas de Sara para um funcionário e pediu para que acompanhasse ela até o quarto.

— Vou ligar para Rafaela e pedir para ela vir te ver. Ok?

Sara somente assentiu. 

Chegando ao quarto, Sara tomou uma medicação para baixar a febre e diminuir as dores de cabeça. Depois fora direto para cama de recostar um pouco e dormir. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eita, o que será que aconteceu com a Sarinha? Descobriremos no próximo capítulo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Coincidence Of Love ✖ GSR" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.