Coincidence Of Love ✖ GSR escrita por Fénix Fanfics


Capítulo 38
Capítulo 38


Notas iniciais do capítulo

Pediram, pediram, pediram muiiito. E eu postei. Então vamos descobrir qual a alternativa falsa?

Desfrutem ♥



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— Você parece ansiosa. Tem certeza que está pronta para ir ao hospital vê-la? – Grissom disse indiferente a Sara.

A realidade o nome de Gilbert poderia ser "indiferença" nos últimos tempos. Desde que Sara havia recobrado a consciência de tudo, ele havia ficado o mais distante possível dela. Inacessível e indiferente. Claro que a morena já havia notado, ainda sim, tentava respeitar o espaço dele, ainda que quisesse constantemente tocar no assunto. Mesmo quando queria, ele utilizava de subterfúgios e desculpas qualquer para mudar de assunto. Isso quando o via, o que era cada vez mais raro.

Porém naquele dia, a única coisa que queria era ver a filha. Ansiava por isso já fazia dias.

— Eu estou com muita saudade dela. Não a vejo direito já faz mais de um mês. Quase dois. Primeiro eu no hospital, depois eu tive a crise, e agora ela no hospital. Você não faz ideia da saudade que estou. Jamais fiquei tanto tempo sem vê-la, longe dela. 

— Ela pergunta sempre por você. – Ele falava, mas mal a olhava. Seu tom de voz acompanhava seu modo frio e inexpressivo.

Sara decidiu não tocar no assunto, no porque parecia tão bravo com ela. Ainda sim, mais tarde ela iria conversar com ele. Precisava conversar com ele. E dessa vez não o deixaria escapar do assunto.

Ainda sim, Grissom parecia querer deixar clara essa distância, começou com a ida ao hospital. Ele se sentou no banco do carona, juntamente com Carlos que dirigia, e ela ficou no banco de trás com a enfermeira. Enfermeira que estava a seu lado o tempo todo. Todo tempo. 

Ao chegar no hospital, ele ficou no carro e pediu que a enfermeira acompanhasse Sara até o quarto de Jujuba. Ele disse que subiria ao quarto depois e queria dar um pouco de privacidade a ela com a filha. 

— Oi filha. – Ela sorriu ao entrar no quarto, não cumprimentando nem mesmo Beth, a avó da menina que a estava fazendo companhia.

— Mãe! – Ela disse em um sobressalto.

— Como você está meu amor?

— Eu estou bem melhor agora que você está aqui.

— Eu e Cristine vamos aguardar lá fora, para vocês poderem conversar um pouco.

— Obrigada Beth.

Todos a excessão de Jujuba usavam máscaras. Os cuidados com a higiene eram intensas. Sara sentou-se na cadeira ao lado do leito da filha e pegou as mãos dela entre as suas.

— Gil disse que você acordou do seu sonho. Que agora você tá melhor. – Ele sorriu.

— Estou sim minha princesa. Eu já estou inteira de novo. E eu peço desculpas por não estar contigo no transplante e na internação, mas eu prometo que logo vou ficar tão grudada em você que vamos matar toda essa saudade. 

Jujuba sorriu e apertou a mão de sua mãe com carinho.

— E como você tem passado princesa, depois do transplante?

— Eu tô um pouco cansada, as vezes eu fico toda molhada e as vezes eu sinto frio. Gil disse que eu tenho febre as vezes. Eles me obrigam a comer, mas eu não gosto muito da comida daqui. Gosto da comida da Ruth.

— Com certeza a comida da Ruth é bem melhor. – Ela sorriu.

— Eu quero muito ir pra casa. Mas ainda não deixam. Tô com saudade da minha irmã.

— A Ju também tá com muita saudade de ti, eu prometo que vou tentar trazer ela para te ver.

— Eu quero que esse ano passe voando.

— Eu também meu amor. Eu também.

Esse não era um desejo somente delas, mas de toda família. Esse ano seria crucial para Julia. Após o transplante, ela teria que ficar de três a cinco semanas no hospital, depois iria para casa e teria uma série de cuidados: não poderia ir a escola, shopping ou qualquer lugar com aglomeração, as pessoas deveriam ter cuidado ao se aproximar dela e se possível a pequena deveria utilizar máscara sempre que estivesse na rua ou em contato com pessoas estranhas. Julia também iria ter que fazer exames regulares e tomar muitas medicações, principalmente para imunidade e rejeição. A expectativa era que em um ano, aproximadamente, Julia já estivesse plenamente recuperada e finalmente voltasse as atividades de uma criança normal, podendo ser reintroduzida em uma vida social, uma vida que toda criança deveria ter.

— Mãe?

— Sim, meu amor. – Ela acordou do devaneio.

— Eu não queria ser doente. – Ela falou sinceramente, com um tom um pouco melancólico.

— Eu também não queria que você estivesse doente meu amor, mas eu estou tão feliz, tão feliz que agora você vai poder se recuperar. Você vai ver que isso tudo vai acabar bem. Logo você estará curada.

— Eu tenho medo de morrer. – Admitiu. – Como Noah.

Jujuba em todos aqueles meses nunca havia externado isso, o medo da morte, ou sequer admitido isso como uma possibilidade real. Isso assustou Sara. Provavelmente isso se devia a morte do irmão. Isso a fazer entender a morte como algo concreto, antes a perda era algo abstrato em sua mente.

— Isso não vai acontecer. Eu prometo. Eu juro para você. – Ela segurou firme a mão da filha, como queria abraçá-la naquele momento.

— Promete mesmo?

— Claro meu amor. – Ela sorriu, mas a mascará tapou, ainda sim, era possível ver o formato que suas bochechas ficaram. – Agora mais do que nunca, com esse pedacinho do nosso anjinho Noah dentro de ti. Ele vai te proteger. Te cuidar. E te curar.

Sara então tratou de mudar de assunto logo depois disso, o hospital sempre deixava Jujuba mais emotiva, e era seu dever como mãe guardar suas dores e duvidas para si, e se mostrar forte para sua filha. Lhe passar confiança e segurança. Elas ficaram quase uma hora juntas e quando estava de saída, já deixava uma filha que gargalhava diante das histórias que ela contava para a menina. Ela apenas ficou um pouco melancólica novamente quando percebeu que sua mãe teria que ir embora. Ainda sim, tê-la ali um pouquinho, a fez imensamente feliz. E Sara podia se sentir igual.

Assim como a ida, a volta para casa fora igual. Beth ficaria com Jujuba no hospital, e Grissom, após uma visita breve a filha, voltou de carro com Sara e Cristine, a enfermeira, para casa. Cristine era quase como uma sombra sua, exatamente como seu chefe havia ordenado. Por mais que Sara pedisse espaço, Cristine com toda educação dizia que seu chefe havia sido claro nas ordens, e que devia cumprí-las a risca.

— Hey Gil. – Ela puxou o assunto assim que chegou em casa, antes que ele sumisse para o escritório ou para o quarto. – Isso é realmente necessário?  – Ela olhou para a enfermeira ao seu lado. – Eu não consigo nem ir ao banheiro direito.

— Até receber alta, sim. – Disse indiferente.

— Isso é ridículo. É como ter um guarda costas vinte e quatro horas. – Já estava ficando irritada, um pouco pela enfermeira e muito pela forma que ele falava.

— Foram as recomendações do seu psiquiatra. Ele disse que você ainda poderia ter algumas confusões, então, as opções eram internação ou uma enfermeira que ficasse por perto em tempo integral. Eu imaginei que não gostaria de ficar em uma ala psiquiátrica e longe das meninas. – Ele deu os ombros.

— Ela pode se afastar um pouco de mim enquanto conversamos a sós? – Sua voz era carregada de ironia e foi acompanhada de suas sobrancelhas erguidas.

Contragosto Grissom indicou o caminho do seu escritório para Sara. Sua irritação estava estampada em seu rosto.

— Qual o seu problema Gil? – Desabafou por fim.

— Como assim? – Ele se fez de desentendido.

— Não subestime a minha inteligência. Eu sei que está bravo comigo e eu nem sei o motivo. 

— Eu não estou bravo com você. – Negou veementemente.

— Não? – Ela franziu o cenho.

— Não.

— E por que tem me evitado? Eu sei que muita coisa aconteceu nas últimas semanas. Muitas mesmo. Mais do que poderíamos suportar. Ainda sim, enquanto estávamos no hospital, a gente estava se aproximando... – Ela suspirou. – Eu achei que a gente estava ao menos tentando. Que tínhamos tido um momento. Daí eu tenho um lapso de memória e de repente, eu volto para os eixos e você está distante, indiferente e eu juro… Eu juro que tentei culpar tudo que estava acontecendo, afinal você carregou uma carga enorme sozinho. Mas eu notei que isso é pessoal.

— Eu também pensei Sara, por um momento eu pensei que nós estavamos tentando. Só que eu percebi recentemente que você estava certa, e eu não mereço ser segunda opção. Eu não quero ser a sua segunda opção.  – Ele deu os ombros. 

— Como assim? Do que está falando? – Ela ficou confusa.

— De Roberto. De quem mais? – Disse em tom baixo, mais irritado.

— Gil, ele é passado. Eu te disse isso. Que eu não ia me envolver com ninguém enquanto eu sentisse algo por ele. E eu não sinto, não mais. – Se defendeu. – É claro que ele foi uma pessoa importante pra mim, e que eu tenho um carinho por ele, mas meus sentimentos não são os mesmos de antes.

— É o que você diz, mas não é o que você sente de verdade. Sara, eu não posso te obrigar a gostar de mim, não importa o quanto eu te ame, eu não posso te obrigar a me amar. E você sempre... Sempre... Escolhe ele. Você pode negar, mas ainda ama ele.

— Eu ainda não estou entendendo onde quer chegar. 

— Você entende sim. Você se lembrou das meninas, se lembrou de Roberto. A última pessoa que você lembrou foi de mim. Isso foi uma escolha do seu subconsciente, por que você ainda prefere o Roberto. Você escolhe sempre ele. Sempre ele.

— O que? – Ela estava chocada. – De onde tirou isso? Pelo amor de Deus. Eu estava em um surto, você mesmo disse que eu não estava no meu normal e que talvez nem esteja cem por centro ainda. Eu não sabia e nem decidia o que lembrar.

— Inconscientemente escolheu ele. – Desabafou por fim. – Você estava construindo e ordenando lembranças de forma a se proteger, e você escolheu que ele te protegesse, mesmo sendo eu que estou ao seu lado o tempo todo. Ele… Eu nem sei onde ele está. Talvez nem você saiba direito.

— Uma vez eu te disse que eu nunca abriria uma brecha para você enquanto o Roberto fosse um fantasma no nosso relacionamento. E eu nunca mentiria para ti sobre isso. Eu sempre fui sincera sobre o que eu sentia. Como eu me sentia. Mesmo quando isso te machucava. É injusto você colocar palavras na minha boca.

— Se você não escolhe mais ele, então me diz. Me conta onde ele está e por que ele te abandonou aqui? – Seu tom era mais alto.

— Eu não preciso te provar nada Gil. Independente do que eu sinta pelo Roberto, seja amor ou amizade, eu vou ser fiel ao que prometi para ele, assim como se você me pedisse uma confidencia, eu jamais contaria a ninguém. O fato de eu não sentir a mesma coisa ou de ele não estar aqui não muda o que eu prometi. Se a minha palavra não é suficiente, então realmente nós não estamos prontos para dar o próximo passo. – Tinha um ar de decepção na sua voz. – O Roberto não é mais um fantasma para mim, mas pelo visto é para você.

— Você está certa. Eu não tenho direito de duvidar de você, mas eu não posso dizer que sinto sinceridade dos seus sentimentos. Eu não sinto. E é por isso que eu estou me afastando de você. – Ele suspirou. – Eu escolhi me afastar de você porque é praticamente insuportável sentir tudo que eu sinto por ti, sem ter certeza da reciprocidade, e morando em baixo do mesmo teto. Já fizemos isso tanto tempo. Eu não sei até onde eu consigo.

— Você quer que eu saia? – Ela não demonstrou a surpresa que aquelas palavras tinham.

— Eu quero sim. 

— Não tem problema Gil, eu vou me organizar, e até amanhã eu saio da sua casa. 

Ela virou as costas para se afastar dele, chegou a dar dois passos em direção a saída do escritório. Respirou fundo, retrocedeu e voltou a olhá-lo. 

— Sabe qual a principal diferença entre você e o Roberto? – Grissom apenas sustentou o olhar, mas não respondeu. – É que se a situação fosse inversa, e eu lembrasse de você ao invés dele. Isso não importaria. Não para ele. 

Ela novamente deu as costas, mas dessa vez se retirou. Deixando Grissom sozinho com seus pensamentos. 

Ele não podia dizer que não se arrependia. Na realidade se arrependeu no exato segundo em que a convidou a se retirar da sua casa. Sabia que aquilo estava errado. Ainda sim, não tinha como voltar atrás, não mais.


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Notas finais do capítulo

Genteee do céu, tem alguém agindo por impulso aqui :O , e eu fiquei impressionada por que todo mundo, TODO MUNDO, achou que a D era impossível, mas eu JURO que esse capítulo já tava escrito antes do quiz passado (tenho provas tá kkk). Mas eu realmente achei que ao menos alguma pessoa ia votar diferente. Enfim, sorry.

Ainda sim, eu queria dar uma passada de pano (beeeeem leve) no Gil, mas beeeem leve mesmo. Pq eu realmente acho que ele agiu errado. Só que diante de tudo que ele passou nas últimas semanas (não que Sara não tenha passado, mas ele quem segurou toda a barra praticamente sozinho) eu acho que uma hora ele ia acabar explodindo mesmo, descontando em alguém. Uma hora a gente cansa né?

Mas juro que nem tudo tá perdido. Alguém vai TENTAR mudar a cabeça de Gil e Sara! Yep! Quem vai ser essa pessoa iluminada? E vai conseguir?

A) Beth, e vai conseguir.
B) Ruth, mas não vai conseguir.
C) Ju, e vai conseguir.
D) Beth, mas não vai conseguir.

E aí, o que acham?



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