Coincidence Of Love ✖ GSR escrita por Fénix Fanfics


Capítulo 39
Capítulo 39


Notas iniciais do capítulo

Vocês acreditariam se eu contasse que estamos entrando na reta final da primeira parte? Ainda não está tudo finalizado, mas de acordo com a minha organização temos uma média de mais 7 ou 8 capítulos. SIIIIIIIIIM, contagem regressiva.

A segunda parte será publicada neste mesmo livro e teremos uma passagem de ANOS, isso mesmo ANOS! Vamos poder ver as nossas duas meninas favoritas PRÉ ADOLESCENTES.

AAAA!!!!!

Mas enquanto nisso não chega, vamos descobrir se Sara saiu ou não da casa de Gil.

Desfrutem ♥



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Beth adentrou o quarto do filho, sem nem bater antes. Esbaforida, já começou a despejar palavras sobre o homem que estava sentado na cama, pensativo.

— Gilbert! Me diga que não fez o que eu acho que fez.

— Oi mãe, está em casa? Quem está com Júlia? – Disse em sobressalto, ignorando o desespero da mãe, pois já tinha certa suspeita sobre o que se tratava.

— Ruth. –  Respondeu rápido. –  Me diga Gilbert Arthur Grissom. – Ordenou.

—  O que a senhora acha que eu fiz? – Se fazer de desentendido fora a primeiro opção para não entregar a culpa que isso estava lhe causando, ele estava se remoendo por dentro ainda que não quisesse admitir.

— Eu vi Sara fazendo as malas.

— Bom, decidimos em comum acordo que está na hora de Sara voltar a morar na casa dela. – Ele deu os ombros enquanto se culpava por essa mentira, não era bem assim que as coisas haviam sucedido.

— Pelo amor de Deus, Gilbert Grissom. Você não a expulsou de casa. Expulsou?

— Foi uma decisão em comum acordo. – Se defendeu. – Ela aceitou de bom grado ao menos. – Ele deus os ombros novamente. Não queria falar sobre aquilo.

— Você esqueceu que ela largou o emprego para poder se dedicar a gestação e ao tratamento da Júlia? Que ela entregou o apartamento que alugava? – Ela franziu o cenho. – Onde ela irá conseguir um apartamento de uma hora pra outra? Ela vai pagar o aluguel com o corpo? – Ironizou, ainda que não fosse do seu feitio. – E esqueceu que a ideia de largar o emprego foi sua? – A voz de Beth era acusadora. – Você a chamou para morar nessa casa, praticamente impôs isso, e agora a expulsa daqui como se ela estivesse vivendo de favor? – Ela estava incrédula.

Ele havia esquecido totalmente desses detalhes. Se sentia um tolo. Era óbvio que Sara não conseguiria se mudar de uma hora para outra. Seria impossível. O que quer que ela fosse fazer, iria passar muita dificuldade.

— Ela também não precisa sair daqui às pressas. E eu posso pagar os primeiros meses de aluguel até que ela possa se restabelecer. – Ele tentava fingir indiferença, não queria deixar o orgulho de lado.

— Gilbert Arthur Grissom me conte agora o que está acontecendo, ou eu não respondo por mim. – Ordenou já sem muita, quase nenhuma, paciência.

Ainda que a contragosto, ele contou a mãe tudo. Sobre seus anseios, e sobre a discussão que havia tido com Sara. Sobre o fato de como se sentia sobre ela ter se lembrado de Roberto e não dele. Não adiantava mentir para sua mãe, ela o conhecia, então achou que era melhor contar-lhe tudo de uma única vez.

— Às vezes você é igual ao seu pai, que Deus o tenha. Ou o diabo. Que seja. Tão inteligente para algumas coisas, porém outras tão simples não consegue ver as coisas com clareza. – Resmungou. –  Me responda uma coisa: o que desencadeou o surto de Sara?

— Perder Noah. – Respondeu automaticamente.

— Além de você, o que mais Sara não se lembrava?

— Inicialmente de Júlia e depois da doença dela. – Novamente ele mal pensou antes de responder. –  O que isso tem haver? 

— Qual era o vínculo de Roberto com tudo isso? – Beth ignorou a pergunta do filho.

— Ele é o tio das meninas. 

— Qual era o seu vínculo com tudo isso?

— Eu sou o pai das meninas...

— E do Noah? Você era pai do Noah.

Grissom tinha uma interrogação na testa. Beth notou que ele ainda não havia entendido o ponto. Isso a deixou irritada, mas ainda sim, ela concluiu seu raciocínio.

— Gilbert, o psiquiatra falou que o subconsciente de Sara tentava criar uma realidade a partir das lembranças que ela tinha para se proteger. Uma em que ela não sofresse a perda de Noah. Se Júlia não estivesse doente, se você não existisse na vida dela...

— Ela nunca teria engravidado de Noah... – Ele finalmente havia entendido.

— E jamais o haveria perdido também. – Completou a mãe. E suspirando continuou: – Talvez Sara esteja certa, e você esteja dando muito mais significado a Roberto, do que ele realmente tem atualmente na vida de Sara. Ela não optou por lembrar dele, ela não optou  por esquecer você, ela apenas optou por esquecer tudo que deixasse viva a lembrança do filho que ela perdeu. Roberto não tinha vinculo nenhum com aquela criança, mas você e a doença de Júlia tinham. Eu achei que você já havia entendido isso há muito tempo.

— E-Eu tenho que falar com ela. Pedir desculpas.

— Não, não tem. – Beth disse incisiva. – Eu vou conversar com Sara e fazê-la ficar na casa. Não por você, mas pelas minhas netas. Vocês dois não pensaram um segundo nelas. Quando Júlia tiver alta, você acha mesmo que ela poderá ficar alternando de casa para cumprir a guarda compartilhada de vocês? Com quem você acha que ela vai querer ficar. Ela está há quase um ano aqui e ainda nem te chama de pai. – Era uma realidade dura, mas que precisava falar para o filho. – E Ju? Com quem você acha que Ju vai querer passar a maior parte do tempo? Com o pai que fica mais tempo na empresa que em casa, ou com a mãe e a irmã? Os seus sentimentos egoístas são tão importantes assim que vale o risco de se afastar das suas filhas? De dividir a sua família?

— E-Eu não sei o que fazer. – Admitiu com tristeza e orgulho ferido.

— E você pensou em Sara? – Ela prosseguiu, ignorando a fala do filho. – Você tanto diz que a ama, e eu até compreendo que esteja confuso por tudo que passou. Você perdeu um filho e está sofrendo. Ninguém deveria passar por isso. Mas todos estamos sofrendo. Principalmente, talvez mais que todos nós, Sara. Ela ainda está sob observação psiquiátrica, você tem uma enfermeira na volta dela vinte e quatro horas por dia. Você mesmo disse que ela não está totalmente bem. Já imaginou ela sozinha em um apartamento tendo uma crise? Você se perdoaria se algo acontecesse com ela por não estar nessa casa? E se algo assim acontece e ela está sozinha com as filhas? Como você acha que isso seria para elas? 

Ele não falou nada. Na realidade ele não havia pensado em nada. Ele evitava pensar. Agora, com toda essa realidade sobre si, uma onda de tristeza, medo e culpa tomou conta de si. Permaneceu quieto. Inerte. Entendia a indignação da sua mãe. Ela estava certa.

— Eu vou falar com Sara. – Beth concluiu. – Vou persuadir ela a ficar. Só não esqueça Gil, que você já está bem grandinho para precisar que sua velha mãe resolva as consequências dos seus erros. 

— Eu posso fazer isso. 

— Claro que não pode. – Disse franca. – Sara não vai querer nem ouvir você e eu não tiro a razão dela. Se você quiser ajudar neste momento, não faça mais besteiras.

Da mesma forma que havia adentrado o quarto do filho, Beth adentrou o quarto de Sara. Na realidade fora de um comodo direto para outro, sem paradas, a passos rápidos que não deixavam aparentar a idade que tinha. Se deparou com a morena finalizando uma mala com suas roupas e outras duas no chão.

— Pode desfazer as malas. – Ordenou.

Sara não respondeu. Apenas levantou as sobrancelhas. Todos tinham medo de Beth naquela casa, menos ela. E agora que não moraria mais ali, ainda menos, ela não precisava se submeter a nenhum tipo de hierarquia. Decidiu então apenas ignorar ela.

— Eu sei o que Gilbert te disse. – Prosseguiu ao perceber que havia sido ignorada.

— Ele apenas disse que não queria morar sob o mesmo teto que eu. A casa é dele, e eu vou respeitar a vontade dele. Ninguém é obrigado a conviver com quem não se sente a vontade e sinceramente eu também estou precisando voltar a minha vida. Ter a minha privacidade. Voltar a ter um pouco de normalidade. 

— Em primeiro lugar, apesar de ele achar que essa casa é dele, essa casa ainda é minha, pois eu estou velha, mas não estou morta. Então, ele não tem autoridade nenhuma para expulsar alguém da minha casa. – Ela enfatizou a palavra “minha”. – Em segundo lugar, para onde você irá, senhorita?

— Em último caso, eu tenho para onde ir. Não seria minha primeira opção, mas não se preocupe, não vou morar embaixo da ponte. – Seu tom era cheio de sarcasmo, não precisava dar explicações. Ainda sim, ela não queria descontar a raiva que estava sentindo de Gilbert naquele momento em Beth.

Sara se sentia injustiçada naquele momento, não pelo fato de sair da casa de Grissom, isso já estava em seus planos para ocorrer em algum momento, não sabia exatamente quando nem onde, mas sabia que um dia teria que acontecer. O que realmente a chateava fora o fato de duvidar dela, de duvidar de seus sentimentos. Ela jamais havia mentido para ele, nunca. Sempre fora sincera sobre o que sentia e com se sentia, mesmo quando isso o feria ou magoava. Ainda que ele não sentisse mais nada por ela, o que ela duvidava, ele não tinha o direito de duvidar de sua palavra, não quando ela nunca lhe dera motivos para desconfiar. Ela havia sido sincera e tratada como uma mentirosa.

Isso lhe doía.

— O apartamento de Roberto é sua última opção? – Ela disse com perspicácia. Beth não precisava jogar verde, na realidade ela sabia muito bem o que dizia.

Isso fez com que Sara saísse de seu devaneio, onde xingava Grissom mentalmente das mais diversas formas e  finalmente desviasse seu olhar de suas malas e olhasse para Beth. Com certa desconfiança e dúvidas.

— Sara, eu sei das coisas. Eu sei de tudo na realidade. – Ela sorriu. 

— E por que não foi correndo contar para o seu filho? – Ela franziu o cenho, ainda tratando-a com desdém.

Na realidade Sara queria saber “como”. Como ela sabia? Ainda sim, não se deu ao trabalho de perguntar. 

— Por que assim como você acho que isso somente compete a Roberto, e não é da conta de Grissom, nem de ninguém. – Ela deu os ombros.

"Nem da sua.", Sara apenas pensou, sabia que não devia externar isso. 

— Como disse, me mudar para o apartamento de Roberto é minha última opção, mas uma válida. No entanto, a princípio eu já tenho outro lugar para ir. Não precisa se preocupar.

— Você não vai embora. – Ela disse com convicção. 

Sara soltou o ar pelo nariz com tanta força que o barulho mostrava sua insatisfação. Quem Elizabeth achava que era para decidir onde ela iria ficar? Não estava presa naquela casa. Que sorte aquela senhora tinha da sua educação, pois queria lhe dizer alguns desaforos.

— E porque eu não iria? – Desafiou por fim.

— Por que você pode ter inúmeros defeitos Sara, mas ser uma mãe ruim, não está entre eles. E se você ponderar a situação atual, priorizar suas filhas, você irá desfazer as malas agora.

— Eu posso dar todo o suporte que minhas filhas precisam, mesmo morando fora daqui.

— Claro, com certeza. – Quem ironizou agora foi Beth. Duas vezes no mesmo dia era demais até para ela. – Trabalhando período integral para sustentar a si e a elas. Terá muito tempo para passar com a minha neta durante a fase mais sensível da sua recuperação. 

— O que você quer dizer é que eu estou presa aqui? 

— Você mais que ninguém sabe que ter filhos é fazer sacrifícios. Então sim, acho que até Júlia esta plenamente recuperada, sim, você está presa aqui.

— Você está certa. – Se deu por vencida.

Queria dizer que não, mas os argumentos da avó das meninas eram válidos. Ela não se sentiria mais confortável morando ali depois de Grissom a expulsar, ainda sim, Jujuba estaria no momento mais sensível de seu tratamento e ela precisaria estar ao lado da filha para que tudo desse certo. Priorizar a saúde da filha era essencial e ainda que tivesse que ficar contragosto naquela casa, por sua filha faria. Pelas duas filhas, faria. Tudo.

 – E minha guarda costas? Quando vou me livrar dele? 

Sara se referia a enfermeira, Cristine, que aguardava do lado de fora. Ela não tinha nada contra ela, e nem queria lhe faltar com respeito, apenas aquele incômodo de estar sendo supervisionada o tempo todo a deixava irritada.

— Você é a dona da casa, não? – Desafiou. – Então me deixem em paz, faça ela me deixar em paz. 

— Sara, a semelhança entre você e o Grissom é assombrosa, principalmente quanto à imaturidade. Cristine está aqui para apoiar você, e não para te encarcerar. 

— Eu preciso de um mínimo de privacidade. – Se defendeu. – Ela fica a minha volta o tempo todo, eu juro que consigo ouvir a respiração dela quando estou no banheiro. É como se ela estivesse aguardando que eu fosse me suicidar a qualquer momento. 

— Gilbert deve ter algum motivo para pensar isso, não? – Sara não respondeu, ainda sustentava aquele olhar irritado, e Beth ponderou por alguns segundos. – Você tem alguma pessoa em quem confia, com quem se sente à vontade?

Sara pensou. Não tinha muitos amigos. Antes de morar na casa de Gilbert, praticamente eram somente Jujuba e ela. Sem amigos. A maioria das pessoas que conviviam sumiram assim que Júlia ficou doente. Logo, porém, lembrou-se de uma pessoa.

— A preceptora de Jujuba. Por que? – Talvez não fosse uma grande amiga, mas era o mais próximo que tinha de um.

— Vou falar com Grissom sobre ela. Pedir para que a contrate para ficar com você durante o dia, e Cristine fará apenas os plantões noturnos aqui, até que tenha alta. Ter uma pessoa com um grau maior de intimidade irá facilitar essa convivência.

— Obrigada. 

— Não me agradeça. Apenas, vocês depois, parem de fazer bobagens. Vocês têm duas filhas para criar e educar, sejam os exemplos.

— Eu vou ser. Mas é somente um ano. Um ano. É o que a Jujuba precisa. E farei isso por ela, pelas duas. Depois, eu vou retomar a minha vida. Fora dessa casa. – Disse com firmeza.

— Muitas coisas podem ocorrer em um ano. 

Elizabeth deu um sorriso e estava a ponto de se retirar.


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Notas finais do capítulo

Quem aí disse A, e apostou na véinha Beth pra ser a voz da ração, PARABÉNS! Quem te viu, quem te vê senhora Beth! Eu particularmente AMEI o esporrinho que ela deu nos dois. Eles ainda tem muito que amadurecer. Esperamos!!!!

E o que esperar para o próximo capítulo?
A) Jujuba irá ficar doente
B) Roberto irá voltar***
C) Sara e Gil vão se beijar FINALMENTE
D) Sara e Gil vão brigar DE NOVO

E aí, A, B, C ou D????

***Gente, eu AMO COLOCAR essa opção, geralmente GERALMENTE ela não é verdade, mas amo deixar vocês com a pulga atrás da orelha



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