Coincidence Of Love ✖ GSR escrita por Fénix Fanfics


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Olá, como estão? E aí, o que acharam do capítulo anterior e do quiz? Como vai ser a reação do Griss após ter a certeza que Sara e Roberto tiveram um envolvimento mais profundo? Veremoooos.

Desfrutem ♥



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Gilbert e Sara entraram na sala do médico assim que foram chamados. Sara sorriu aliviada ao ver Marcelo, ele era o médico que atendia a Julia com frequência, e na realidade, fora ele quem descobriu que Sara não era a mãe biológica dela. Ele havia sido presente desde que ela havia sido encaminhada para o oncologista.

— Marcelo, como ela está? – Sara implorou. – Eu preciso ver ela.

— Ela está estável agora, chegou aqui com uma febre muito alta. Estamos realizando exames, mas Sara, Gilbert. – Ele olhou os dois com certo pesar. – Nós não podemos descartar sobre isso ser uma avanço da doença. Sara, você está ainda no primeiro trimestre gestacional, e ainda que não fosse, hoje, ela não poderia realizar o transplante. – Ele tinha um tom muito delicado na voz, mas ainda sim, como médico, precisava falar a verdade.

Gilbert que naquele momento só olhava, percebeu o baque que foi aquela notícia para Sara. Ele também havia sentido, aquela menina era sua filha e já era o mundo para ele. Só que um dos dois precisava ser a razão naquele momento, e sabia que Sara não conseguia, não agora.

— E o que podemos fazer Dr.? Qual o procedimento agora?

— Então, Sr. Grissom. Estamos aguardando o resultado dos exames de Julia. Eu suspeito que seja uma infecção secundária associada a queda de imunidade.

— Mas ela estava tão bem hoje a tarde! – Sara sentia-se gelada. Ela sabia que precisava se controlar, ela já havia passado por isso mais de uma vez, mas ainda sim, não conseguia ser racional.

— Sara, você sabe como é a doença. Ela é assim mesmo, as vezes as coisas acontecem sem aviso mesmo. Temos que aguardar os exames, provavelmente ela precise de uma doação de sangue, e ao estabilizar entraremos com um protocolo de medicações para que ela se estabilize a tempo de fazer a quimioterapia na data estimada. Se nós queremos que o transplante funcione, nós precisamos que ela esteja bem e essa doença estabilizada. São muitos meses pela frente ainda, e eu não posso dizer que vai ser fácil. Depende mais do organismo dela do que da gente.

— Ela é uma menina forte. – Sara suspirou. – Ela vai aguentar firme, e o bebê… – Ela colocou as duas mãos sobre a barriga, acariciando. – Ele vai chegar a tempo de salvar ela, e de completar a nossa família. Eu tenho certeza.

— Nós torcemos que sim Sara. – O médico sorriu para ela.

— E quando poderemos vê-la? – Gilbert se adiantou.

— Ela está sendo acomodada no isolamento agora, terá de ficar conosco alguns dias, não vou mentir, talvez algumas semanas. O uso de equipamentos será obrigatório, e somente vai poder ficar um acompanhante com ela, por ela ser menor de idade e sem visitas. Serão permitidas troca de acompanhantes a cada oito horas.  – O médico se virou para Sara novamente. – Eu não aconselho que fique muito tempo no hospital Sara. Eu sei que é díficil para você, eu te conheço, mas você está carregando no ventre a melhor esperança de Julia nesse momento. Você precisa se cuidar, então se tiver como revezar com outras pessoas, seria realmente importante.

Sara queria retrucar, mas sabia que o médico estava certo. A melhor maneira de cuidar de Julia nesse momento era cuidar de si e da sua gravidez. Ela suspirou.

— Bom, podemos revezar, temos a Ruth, você, eu e Roberto. Se fizermos escalas, não fica pesado para ninguém e Julia nunca ficará sozinha. 

— Tudo bem. Eu… – Ela suspirou. – Eu só queria vê-la.

— Sara… – O médico suspirou, comovido. – Eu posso deixar vocês dois verem ela pelo vidro, mas só fora do quarto. 

— Claro.

— Assim que ela estiver acomodada, eu irei chamar vocês e quem for o acompanhante. E assim que sair o resultado dos exames, também irei passar para vocês. Por enquanto, peço que aguardem na recepção.

Grissom e Sara voltaram a recepção. Gilbert já não pensava em Sara e Roberto juntos, isso não era o momento, eles precisavam dar uma trégua nisso e focar no importante, naquilo que era realmente importante e no momento era Julia. Mesmo mediante protestos de Sara, que queria ficar a noite com Julia, Roberto quem ficaria com o primeiro turno, Sara iria para casa descansar e ficaria com Julia pela manhã e Grissom pegaria depois, seguidos de Ruth que ficaria com a menina na próxima noite. E assim se organizariam para poder ficar com Julia o tempo todo e que ela não ficasse desacompanhada.

Roberto logo fora colocar as roupas de proteção e mascara, tudo para proteger Julia que tinha a imunidade baixa. Junto com ele, havia uma caixa de máscaras que ele fora orientado a trocar, fora da sala, a cada quatro horas ou sempre que ficasse úmida.

— Oi princesa do tio. – Roberto sorriu para Julia, ela estava acordada.

— Oi tio. Cadê a mãe? – A voz dela era fraca e cansada.

— Ela vai aparecer daqui a pouco ali naquele vidro. – Ele apontou para o vidro e a menina espichou os olhos na direção do mesmo. – Ela vai dormir em casa hoje para cuidar do bebezinho que tá na barriga dela, mas amanhã de manhã ela vem ficar com você. Eu prometo.

— Jura? Juradinho?

— Juro juradinho. – Ele sorriu para ela.

Logo Grissom e Sara apareceram no vidro. Sara estava tentando conter a emoção, não podia chorar na frente de Julia, isso somente iria preocupa-la. Ela estava de braços cruzados, e Grissom a abraçou de lado, pelos ombros, a puxando contra seu peito. Roberto não demonstrou, mas sentiu uma ponta de ciúmes ao ver os dois tão próximos, ainda sim, ele sabia que sentir ciúmes era besteira. Sabia que Sara estava frágil e que todo apoio era bem vindo.

A pequena sorriu instantaneamente e levantou a mãozinha delicada para abanar. Grissom e Sara em seguida também ergueram a mão e abanaram para ela. Podiam ver que Julia falava algo, mas era impossível escutar do outro lado do vidro. Sara então gesticulou um “te amo” com a boca, em seguida fez um coraçãozinho com as mãos e lhe mandou muitos beijos.

Julia sorriu, e fez um coração de volta para os dois. Logo Sara e Grissom, ainda que relutantes, tiveram que ir embora.

— Queria tanto um abraço da mãe agora. – Ela disse formando um biquinho com os lábios.

— Eu sei princesinha. – Roberto sorriu. – Mas você sabe que não pode né? É só por um tempinho, passa rápido. E eu posso te contar umas histórias bem legais antes de você dormir, que tal?

— Pode? – Ela disse animada, ou ao menos, o máximo de animação que seu corpo deixava.

— Posso sim, mas só se me prometer que não vai ficar triste. Amanhã sua mamãe já vai tá aqui, eu juro. 

— Tá bom.

...

Sara se manteve quieta do trajeto de carro até em casa. No carro estavam Carlos dirigindo, e Ruth no banco do carona, Grissom preferiu ficar no banco de trás com Sara. No entanto, cada um ficou em um canto, Gilbert tentava demonstrar que estava forte, mas estava realmente preocupado com a filha, principalmente após a conversa que tiveram com o médico. Também se preocupava pela pequena Julia esperando notícias da irmã e por Sara, que estava grávida, ansiosa e com a pressão de saber que carregava a cura da filha em seu ventre. Ele olhava pela janela, caminhando em seus pensamentos, tentando achar alguma forma de manter a calma, para poder manter os outros calmos.

O que se passava na cabeça de Sara naquele momento? Era exatamente isso que Gilbert se perguntou várias vezes durante o trajeto. Ela também se manteve calada, olhando para o céu através do vidro da janela fechada do carro.

Quando chegaram e Carlos estacionou, Gilbert agradeceu a ambos os funcionários e os dispensou para que pudessem descansar. Sara, no entanto, não desceu do carro. Quando sentiu que estava sozinha, ela desabou em um choro forte, quase desesperado. Um misto de tristeza e culpa. Pois era isso que ela fazia o trajeto inteiro, se culpava por não estar perto de sua filha.

Grissom voltou ao carro quase imediatamente, se sentando ao lado dela.

— Sara? Você está bem?

— É tudo culpa minha! Minha! – Ela gritava consigo mesma.

— Sara, do que você está falando? – Ele não conseguia entender, somente estava preocupado por ela.

— Se eu não tivesse saído, ficado tanto tempo fora. Eu deveria ter percebido que ela não estava bem. Eu devia estar com ela sempre, o tempo todo. Eu… – Ela já não conseguia nem falar, ofegante e chorosa, baixou a cabeça escondendo o rosto entre as mãos.

— Sara, não diga besteiras. Todo mundo aqui ama Julia, e todos estavam na volta dela o tempo todo. Não havia como notar que tinha algo errado até que ela passou mal. – Ele queria chacoalhar ela. Como ela poderia ser culpada de algo? Ela era a mãe mais dedicada e presente que ele já havia conhecido. – Nunca mais diga que a culpa é sua. Você ama as meninas demais, assim como já ama esse bebê. Existem coisas que estão fora do nosso alcance. E você precisa entender isso, se não vai enlouquecer. Aí sim você não vai ajudar Julia e nem ninguém. – Sua voz saiu mais dura do que gostaria, mas ele não conseguia admitir que tamanho absurdo havia saído da boca dela.

Ela ainda sim não respondeu, mas pôde perceber que seu choro diminuíra e que ela se acalmava aos poucos.

— Venha Sara, vamos entrar.  – Sua voz se tornou mais branda. – Você está precisando descansar um pouco. Se não, amanhã não vai ter forças para ficar com Julia no hospital. E a Ju também deve estar preocupada com a irmã.

Já havia passado duas semanas e Julia Ann ainda se encontrava internada, mas estava melhorando. O que enchia a todos de esperança. Ainda sim, Gilbert e Sara eram quem ficavam quase todo o tempo com a menina. Roberto e Ruth se ofereciam, porém a menina queria os pais, ainda que não chamasse o Gilbert de pai. Ela se sentia segura com eles, principalmente com Sara. Ainda sim, em alguns momentos, eles ainda conseguiam revezar os turnos com Ruth e Roberto.

Era de manhã, Gilbert havia chegado em casa, levado por Carlos, que também havia deixado Ruth no hospital para ficar com a menina. Carlos, assim como todos os funcionários da casa, já amavam a menina, e mesmo fora do seu horário ou em suas folgas, ele fazia questão de ajudar no deslocamento dos membros da família para cuidar de Julia. Gilbert estava exausto, havia ficado vinte e quatro horas direto com Julia, desde que há dois dias, Sara foi impedida de ficar de acompanhante da menina devido aos enjoos.

— Oi Gil. – Sara o recebeu, e ele logo percebeu que ela estava arrumada para sair, roupas simples, mas ainda sim, carregava consigo a bolsa e chaves. – Só estava esperando você chegar para saber notícias da Jujuba.

— Ela está bem, voltou a se alimentar bem, ainda está bastante cansada. O médico acredita que tudo certo para a quimio, e poderá voltar para casa alguns dias depois, mas com algumas restrições. – Ele sorriu.

— Ah, perfeito. – Comemorou.

Somente então ele notou uma bagunça na sala. Ferragens, e dois homens trabalhando.

— O que está acontecendo aqui?

— Sua mãe. – Sara falou como se fosse óbvio. – Beth está instalando um elevador para que Julia possa circular no segundo andar da casa sem ter que subir as escadas. – Ela sorriu, achava um tanto exagerado, já que o primeiro andar tinha tudo que ela precisava, mas ainda sim gostava do carinho que a avó já tinha com a menina.

— Bem coisa da minha mãe. – Ele caminhou e se sentou no sofá, estava cansado, fazia noites que não dormia direito, e naquela noite em especial com Julia no hospital, não havia pregado o olho uma só vez. – E desculpe perguntar, mas aonde vai a essa hora da manhã, tão cedo.

— Eu vou fazer alguns exames do pré-natal. Roberto vai me levar…

— Roberto? – Ele se exaltou um pouco, não o suficiente para ser grosseiro, mas para demonstrar sua insatisfação. – Sara, eu sei que ele é seu namorado e tudo mais, mas eu sou o pai dessa criança. Eu que tenho que te acompanhar no que é relacionado ao bebê…

— Gil… – Ela riu baixo negando a cabeça, achando graça. – Eu achei que a gente havia decidido que iriamos dividir as tarefas enquanto a Julia estivesse internada. Você está há quase dois dias sem dormir, você não tem condições de me acompanhar. Carlos também tem trabalhado muito. Roberto pode me acompanhar hoje, é uma situação atípica o que estamos vivendo, não precisamos nos desgastar mais que o necessário.

— É só por isso mesmo? – Ele perguntou desconfiado.

— É claro. – Ela sorriu. – Desde que Julia internou, os meus exames ficaram pendentes. E tenho que fazer a ultrassom, hoje que vamos saber quantos bebês tem aqui dentro. – Ela riu baixo. – As vezes eu até esqueço que existe uma possibilidade de serem dois.

— É verdade. – Grissom disse espantado. – Eu também havia esquecido. Na realidade depois dos últimos exames, e aquela vez que você passou mal. A hipótese nem foi mais levantada. Eu nem pensava que pudessem ser dois.

— Os exames que fizemos antes de oito semanas podem ser inconclusivos, e após eu fui um pouco negligente por conta de Julia, confesso. Eu ando tão preocupada com Julia… Que… Eu… – Droga. Estava tão sensível, já ia começar a chorar novamente?

Grissom não pensou duas vezes, a abraçou e puxou-a contra si. Todos estavam preocupados com Julia Ann, mas ninguém sofria mais naquele momento que Sara e Ju. Na realidade, Ju já não aguentava de saudades da irmã, e não podia visitá-la.

Roberto que vinha da cozinha, passou na sala exatamente naquele momento e os viu abraçados. Novamente sentiu uma onda de ciúmes percorrer seu corpo, ainda sim não falou nada. Ele apenas seguiu direto para rua. No entanto, Sara notou o olhar de Roberto, que ainda que ele tivesse tentado conter, estava repleto de desaprovação.

— Gil, eu tenho que ir agora. – Ela se desvencilhou do abraço com calma. – Se puder, mais tarde, converse com Ju.

— O que ela aprontou dessa vez? – Ele perguntou preocupado.

— Nada. – Ela riu por um breve momento. – Ela só anda triste, muito triste. Não tem se alimentado direito, nem brincado e a professora me disse que na escola ela tem estudado normalmente, mas está apática, sem interagir com os demais e no intervalo fica somente em um canto. – Ela suspirou. – Não quero outra filha minha doente, mas por mais que eu seja mãe dela, ela foi criada somente por ti, e ela te escuta melhor.

— Pode deixar que eu falo com ela sim.


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Notas finais do capítulo

Eu achei bem justa a trégua que Gil fez, mostrou uma maturidade grande, principalmente nesse momento tão delicado que estão vivendo. Sara está com uma filha internada e grávida, então as variações de humor dela já estão bem mais intensas. Esperamos que ele siga assim, bem hominho!

Prontas para um quiz diferenciado? Hoje a brincadeira é "verdadeiro ou falso" eu vou fazer algumas afirmações e vocês vão dizer se é verdadeiro ou falso.
A) Sara e Roberto vão ter uma briga feia a caminho da consulta
B) Sara está grávida de gêmeos
C) Até o final do próximo capítulo Jujuba já vai estar em casa
D) Até o final do próximo capítulo Ju vai chamar a Sara pela primeira vez de mãe

E aí, temos 4 afirmações, o que vocês acham que é verdadeiro e o que é falso???



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