Uzumaki Ahmya Shinden: Livro do Sol Nascente escrita por Hannah


Capítulo 2
O pior lugar onde poderia estar.


Notas iniciais do capítulo

O mundo shinobi se prepara para a Terceira Grande Guerra Ninja. Uma sobrevivente do clã Uzumaki busca reconstruir sua vida como konuichi repatriada na Vila da Pedra, mas agora ela está no pior lugar onde poderia estar, o campo de batalha.



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Os feridos não paravam de chegar. Azumi não queria estar alí. De todos os lugares no mundo, aquele era o pior onde poderia estar. 

Mas não havia muito o que pudesse fazer. Ela precisava pagar por sua estadia no País da Terra e o restante do mundo não gozava de mais paz que aquele lugar. 

Recém chegada à idade adulta, a jovem de cabelos vermelhos, olhos esverdeados e pele pálida já conhecia a guerra. 

Uma das consequência da Segunda Grande Guerra Ninja, aquela de alguns anos atrás, foi a destruição completa de sua terra natal. 

A outra era a promessa que Azumi fez em resposta ao último pedido de seus pais, antes de deixar a casa em chamas: "Pai, mãe... eu prometo.. Eu vou sobreviver”. 

Aquele deveria ter sido o dia da comemoração de sua promoção a chunin. Mas acabou se tornando o dia em que Azumi assumiu o pior compromisso de todos, a promessa que não a permitia morrer.

De dentro do cômodo secreto em sua casa, ela sentia o cheiro da fumaça. Ouvia o desespero se manifestar como os gritos das mulheres e crianças que corriam a esmo. 

O som das paredes caindo, dos prédios se despedaçando, das armas cortando o vento e, também, as pessoas. 

Sua mãe bateu a palma da mão no chão enquanto declamava algumas palavras. 

Um louva-deus pequeno, quase do tamanho de um gato, pousou pesadamente sobre seu ombro. A mãe a entregou um pergaminho e, depois de prometer que cumpriria o desejo de seus pais, Azumi desapareceu. 

Mas tudo isso aconteceu há muito tempo. 

Depois de vagar por vilas e países, Azumi encontrou um lugar que a aceitaria. Não era o que poderia chamar de lar, é verdade. Mas desde que fosse útil, a Vila da Pedra a deixaria ficar. 

Ela era mais uma dos poucos Uzumakis espalhados pelo mundo. Doando suas habilidades na esperança de ser aceita em um lugar qualquer no qual pudesse sobreviver. 

Como passou tantos anos longe dos humanos, ela não sabia que era preciso mudar seu sobrenome. E também não desejava isso. Então apresentou-se como Uzumaki. 

Um grande erro. Apenas com o tempo Azumi percebeu o peso de ser conhecida como sobrevivente desse clã. 

É certo que o peso de seu nome e a expectativa que ele gerava eram alguns dos motivos pelos quais a Pedra a deixava ficar. 

Mas ser uma ninja médica também era conveniente. Sua mãe lhe ensinou os princípios básicos da medicina e desde criança a jovem Uzumaki treinava até a exaustão.

As artes da cura eram também um disfarce. 

Azumi guardava como um segredo seu verdadeiro e maior poder. Aquele ao qual dedicou a maior parte de sua infância e que desejava nunca mais precisar usar. Já que as pessoas que viam aquele poder raramente sobreviviam para olhar uma segunda vez. E ela… não gostava de matar.

Pela recorrência e extensão das batalhas, Azumi sabia que a declaração seria mera formalidade, o mundo já estava em guerra, a terceira Grande Guerra. 

A kunoichi repatriada foi mandada como reforço para a equipe médica da Pedra em uma batalha contra a Folha, próxima à fronteira entre o País da Grama e País do Fogo. 

E lá estava. 

No centro da clareira formada por árvores derrubadas às pressas, a ninja médica olhava ao redor contatando os feridos que chegavam, a maioria quase mortos. 

Enquanto os corpos eram carregados entre as árvores por todos os lados, Azumi tentava se esquivar das imagens que inundavam seus pensamentos, na mesma velocidade em que os ninjas de ambos os lados caiam no campo de batalha há poucos quilômetros dali.

Era preciso se concentrar, não havia tempo para as memórias de seu passado. Azumi tinha algo importante a fazer, vidas dependiam dela. 

Suas últimas palavras a seus pais, os gritos de mulheres e crianças em sua mente teriam que esperar. 

Bakurei Tatsuo estava no comando daquele acampamento. Ele era um homem de meia idade, detentor de uma Kekkei Genkai rara, a liberação de explosão.

Embora servissem à mesma vila, Tatsuo sempre era rude com Azumi. Ele não gostava de estrangeiros. 

Mas sua hostilidade mostrou-se útil naquele momento. 

“Está esperando que os feridos se levantem e venham até você? Faça seu trabalho!” vociferou o homem de meia idade, com as mãos e a bandana manchadas de sangue.

Aquelas palavras soaram como um despertar para Azumi. Acordaram-na de seus pensamentos e a lembraram do único trabalho no qual via alguma utilidade, salvar vidas. 

A médica respondeu com um tímido e quase inaudível “sim” e aproximou-se do ferido à sua frente. 

Era Yudi, um jovem ninja recém nomeado jounin, filho de um casal de idosos que trabalhavam em um restaurante. 

Os pais de Yudi não se encantavam pelo destino ninja, mas o sonho de seu filho era honrar sua vila e seu país. Mesmo que isso significasse estar caído semi-inconsciente sobre uma grama fina molhada por seu próprio sangue. 

Azumi o examinou, o corte em seu peito não era profundo. O ferimento parecia causado por um golpe de defesa. O ninja que atacou Yudi provavelmente não tentou matá-lo.

Mas esse não era o maior prejuízo causado ao jounin, ele estava sob efeito de um poderoso genjutsu. 

Azumi levou quase vinte minutos para conseguir liberá-lo. Este foi sem dúvida o genjutsu mais forte com o qual a jovem, porém experiente, Uzumaki já havia se deparado. 

Isso fez com que ela tremesse, havia um Uchiha no campo de batalha. 

Assim que concluiu os primeiros socorros com Yudi, a médica se dedicou a curar os novos pacientes que chegavam. 

Depois de algumas horas, Azumi já não contava mais de quantos ninjas havia salvado a vida. 

Um dos pacientes não resistiu, o corte em seu abdômen quase o partiu ao meio. 

Outros tantos chegavam sob efeito do mesmo genjutsu que o primeiro, nenhum destes possuía ferimentos letais. 

Mas cada ninja sob genjutsu era também um sinal, o Uchiha ainda estava de pé.

Azumi também já tinha parado de contar as horas quando sentiu uma grande quantidade de chácara se aproximando pelo oeste. 

Eram ninjas da Pedra, um novo esquadrão de reforço, doze ninjas no total. Kitsuchi estava entre eles. 

Neste momento a kunoichi soube que a Pedra ganharia aquela batalha.

Poucos minutos depois o esquadrão de reforço entrou pela clareira. 

Os novos ninjas reagruparam-se com aqueles que já estavam curados e seguiram para o campo de batalha. Quase trinta homens e mulheres saíram neste grupo.

Por algum tempo, talvez minutos, talvez horas, nenhum ninja ferido retornou do campo de batalha para o acampamento médico improvisado. 

Azumi não sabia quanto tempo este intervalo havia durado. A tensão de não ter informações a atordoava. 

Ela poderia usar seu poder especial em combinação com seu estilo sensorial para sentir as movimentações de chakra no campo de batalha. 

Mas Tatsuo não parava de encará-la, ele perceberia. E este, era um poder que ela não permitiria que a Pedra explorasse. 

Qualquer desconfiança de seus superiores sobre aquele poder a colocaria na linha de frente dos combates. E Azumi preferia salvar vidas.

O campo de batalha era longe demais para fazer uma leitura usando apenas seu próprio chakra, então a jovem contentou-se com a tensão de não saber o que se passava. 

Será que o Uchiha ainda estaria vivo? Ele seria mesmo uma ameaça? Resistiria a Kitsuchi?


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Notas finais do capítulo

Todo comentário é bem vindo, ideias, dicas e sugestões são melhores ainda.



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